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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Noção do Deus Verdadeiro

Relação Histórico - Mitologica

O Deus único e Verdadeiro, Yahveh Elohim, criou o céu e a terra. Este é o registro inspirado das Sagradas Escrituras hebréias; crença corroborada além em certa forma pela história profana apoiada pela arqueologia, a qual mostrou a subjacência de um Deus supremo nos antigos mistérios. É o começo monoteísta da história. Além dos documentos inspirados e mosaicos da Gênese, historiadores e arqueólogos modernos tais como S. Langdom, Mallet, F. Petrie, Sayce, Wilkinson, Albright, demonstram apoiados nos documentos antigos que a religião original e natural foi monoteísta. Também historiadores antigos tais como Higinus, declaram que em um princípio, antes da hermenêutica de Cuxe, filho de Cão, os homens viviam sem cidades, nem leis e falando um mesmo idioma, até a distribuição das nações por divergências linguísticas  reminiscência de Babel. A antropologia moderna reconhece a crença universal em um Deus supremo das raças primitivas. A representação das emanações do Deus supremo foi personificada e logo apartada em certo modo dele. Deu-se assim lugar, pouco a pouco ao politeísmo animista, ao qual se uniu a deificação mítica dos antepassados e fundadores. Foi conformando então assim uma galena de heróis que chegaram a ser titãs, especialmente na Grécia e logo Roma, cujas figuras foram se misturando entre se e atribuindo-se a uns e outros as qualidades dos demais.

A mentira da serpente sobreviveu ao dilúvio e quis apresentar-se como a verdade original. A arte de escrever era já uma realidade nos tempos antediluvianos. Quando Deus pôs sinal em Caim demonstrou que era inerente na natureza humana a capacidade de decifrar. Foram as tradições judias e árabes as que atribuíram a Enoque a paternidade da escritura. Assurbanipal, o famoso bibliófilo assírio antigo, mencionou “escritos anteriores ao dilúvio”. Beroso também registra a tradição do enterro dos documentos escritos em tabuletas antes do dilúvio e desenterrados depois. Wolley, Smith e Langdon acharam tabuletas pictográficas e selos que chamaram antediluvianos em Ur, Fara, e Kish, respectivamente. Entretanto, a geologia de modelo catastrofista apresenta evidências diluvianas muitíssimo mais convincentes. O modelo atualista ficou curto para explicar os fenômenos da crosta terrestre e do fundo submarino.

O monoteísmo foi a religião universal primitiva da qual se obteve a idéia de um Deus supremo que com o tempo chegou a ser feito o pai dos deuses, primeiro emanações e personificados logo em mescla com os heróis legendários. Cuxe, o filho do Cão, pai de Nimrode é o personagem histórico que aparece como responsável pela perversão religiosa original a partir do dilúvio. É o quem aparece como intérprete e ensinador da mentira encoberta da serpente, tergiversando assim o entendimento original dos descendentes dos sobreviventes do dilúvio. Hermes, que significa filho de Cão, é o mesmo Bel fundador da Babilônia, o intérprete dos deuses. Depois foi chamado Mercúrio, confundido logo com o titã Hiperião e com o Jano, a quem lhe representava esparramando as nações e com duas caras. Em sua honra nomeou ao primeiro mês do ano como janeiro, posto que ele era o suposto pai dos deuses. Suas façanhas foram mitificadas e ele e seus descendentes foram deificados. A ele lhe atribui, pois, o entroncamento original da corrente hermética ou esotérica que alimentou a tradição ofita, gnóstica, templária e rosa cruz especialmente dos graus elevados e de rito paládio como o luciferiano dos iluminati entre os grandes druidas. Entretanto, não podem atribuir-se em justiça a este Hermes-Cuxe, filho de Cão, os livros do Hermes trismegisto: Poimandres, Asclépio, o livro sagrado da virtude do mundo, e os fragmentos ao Tot e de Isis, Afrodite, e das digressões. Um estudo daqueles revela melhor a mão de um falsário alexandrino da época de Constantino que toma o nome esotérico de Hermes para conjugar seu próprio eclepticismo, mesclando idéias pervertidas de Gêneses e Jó com o platonismo grego de Plotino e a nomenclatura egípcia. Inclusive sua teologia é, em relação ao Verbo, de tendência ariana. Vemos pois em Hermes trismegisto a sutil mentira da serpente que arrasta ao panteísmo que já se vê na Cabala e no Bagavad Ghita, com o qual o politeísmo justificava sua idolatria e se reenfocava ao redor da serpente.

Nimrode ou Ninus, filho do Hermes – Cuxe, estabeleceu Babilônia e a religião pervertida de seu pai. Os caldeus compartilharam a ciência e as matemática com o Egito. Egito o passou à Grécia, pois aquelas eram patrimônio da religião. Testemunho de tal intercâmbio são Herodoto, Plutarco, Diodoro, Porfirio, Jâmblico, Proclos; este último sustentava que Pitágoras tinha recebido a iniciação nos mistérios órficos das mãos de Aglaofamos quem do Egito possuía na Grécia as tradições gastas por Orfeu. Sólon recebe a tradição de Atlântida das mãos de um sacerdote egípcio. O mesmo Platão utiliza ao Tot. Porfirio tinha correspondência com Anebo. Os mistérios órficos, a metempsicose, as matemática, o alfabeto hieroglífico e outras coisas eram transfundo comuns de egípcios, gregos, índios e celtas. A religião da Babilônia Hegel a ser então a mãe dos distintos sistemas de mitologia, a boca de leão. Ela foi entretanto a mulher prostituta que traiu ao marido Deus verdadeiro. Abandonou ao Criador. Semitas e camitas, por motivos relacionados, estiveram inimizados.

Ramos Jafetitas e Camitas emigraram ao longínquo oriente fundindo suas correntes. Os camitas senhorearam no sudeste e sudoeste; os Jafetitas no nordeste e noroeste, e os semitas no meio oriente. A filologia tem descoberto similitude lingüística entre os povos asiáticos e os americanos pré-colombinos. O longínquo oriente e os esquimós são parentes. As tradições antigas destes povos revelam que a mescla Jafetita-camita desceu sobre a América pré-colombina, principalmente do norte emigrando para o sul, e irmanando as civilizações do Egito, a Índia, a China com as astecas, maias e incas. Da América do sul se emigrou através do Oceano Pacífico às ilhas do sul e a Polinésia, na legendária travessia do Kon Tiki. Jafet, pois, preponderou na Europa e CAM na África. Sem na parte central da terra. O Deus verdadeiro, Yahveh Elohim, iria sendo mal entendido pouco a pouco por instigação da serpente e seus filhos, principalmente pela religião ofita que se assentou primeiro no Egito, Etiópia e resto da África.

A primeira dilusão foi para um simples e mero deus supremo, que era Amon no alto Egito, Assur entre os assírios, Brahma entre os hindus, Pijetao entre os zapotecas, Hunab-ku entre os maias, Chuminigagua entre os chibchas, Atacuju Huiracocha entre os incas. Amon chegou a ser logo identificado com a serpente e chegou a ser Nef no Tebas e Etiopia, e a serpente emplumada Quetzalcoatl entre os astecas, o qual era o Kukulcán dos maias. Assim a serpente se fez adorar qual criador de homens e deus da vida, do firmamento e a agricultura. Da mesma maneira tinha sido personificado em Nimrode ou Ninus e também em seu pai, sendo o transfundo do Marduk ou Merodach entre os babilônios, que era a sua vez o mesmo Zeus, Júpiter ou Jove entre gregos e romanos, e Pachacamac entre os incas. Este não era mais que o anterior Bel, Baal de babilônios, caldeus e fenícios. Por isso foi o Huiracocha inca o que castigou aos homens com um dilúvio, segundo sua versão; do qual havia claro está outras semelhantes relacionando o evento entre a generalidade das mitologias. Tudo isso não é outra coisa que rastro da história verídica diluviana, em que aparece o Noé histórico, feito Xixutro na epopéia do Gilgamesh, ou Deucalião e Deseja muito sobreviventes entre os gregos, e parentes de Prometeu, filho do Japeto, nome relacionado ao Jafé noemita, do qual descendeu o histórico Java pai da Grécia, mitificado em Heleno dos helenos e feito titã com Oceano, Palante e Estigia relacionados às águas. Noé foi também o Noh dos hotentotes do Sul da África e o Nu-ou do Hawai, de quem reconhecem descender os primeiros e de quem a família se salvo no dilúvio, segundo os segundos.

A noção do Deus verdadeiro foi pois pervertida a de um mero deus supremo, o pai silente e invisível. Originalmente se acreditou conforme à verdade que tal Deus supremo criou todas as coisas pela palavra; então o tema cosmogônico teria logicamente que tratar também com o conceito de verbo, o que também chegou a perverter-se ao converter as emanações em deuses dos oráculos e a eloqüência, identificados com o sol, primeiro ali representado, mas logo ali adorado fazendo ao mesmo sol um deus de grande importância. Então se aceitou à lua como irmã do sol, adorada logo como deusa, esposa e mãe, rainha do céu . . . Do Deus transcendente acontecer com um deus meramente imanente convertendo ao tudo criado em deus: panteísmo. Este deus panteísta se aceitou então manifesto na criação e adorado nos astros, nos heróis e nos animais. Mas além disso havia uma antiga promessa que era necessário acomodar. Deus tinha prometido verdadeiramente aos homens, segundo a proto-evangélica passagem de Gêneses 3:15, uma semente redentora. A mitologia mesma tinha conservado rasgos do princípio histórico feliz e da queda. Isto o demonstram as tabuletas de barro do Assur, Babilônia, Nínive e Nippur, as quais fazem referência aos fatos históricos. Em meio de mitos deformados se vê vestígios da verdade autêntica. Temos por exemplo expressões tão comuns e básicas tais como: “no princípio”, “abismo primitivo”, “caos de águas”, “expansão de acima e abaixo”, “estabeleceram os céus e a terra”, “formando as coisas”, “ordenaram as estrelas”, “fizeram crescer a erva verde”, “as bestas do campo, e o gado e todo animal vivente”, “formaram ao homem do pó”, “foram feitos seres viventes”, varão e mulher juntos viveram”, “companheiros eram”, “no jardim era sua habitação”, “roupas não conheciam”, “cessar de todo negócio se ordenava”, “dia santo”, etc. Tudo isto mostra o rastro da verdade de uma história necessária, em meio da mitologia tecida a seu redor.

Quando morreu Nimrode, sua esposa Semíramis o deificou. A comunicação animista e espírita era uma prática antiga, inclusive antediluviana. Ela chamou então ao Nimrode “a semente prometida”. Com o tempo chegou ela mesma a ser sua esposa-mãe, sendo assim deificada e feita rainha do céu. Foi a origem da famosa dupla do filho-esposo e a esposa-mãe que se acha em tantas mitologias e que se mescla, como dissemos, com práticas animistas já de data antediluviana, quando os homens tinham comércio com os demônios até o ponto da prostituição sagrada, que voltou a estar em apogeu entre os cananeus. Canaã era irmão de Cuxe. A tradição recolhida no livro de Enoque recorda que Semyaza, chefe do Anjos, dirigiu a estes a tomar mulheres. Estes lhes ensinaram os encantamentos, a arte de cortar raízes e a ciência das árvores; quer dizer, o curandeirismo que posteriormente derivou na farmácia. Azrael ensinou aos homens a fabricar armas e também a arte dos metais e de embelezar-se com eles adornando-se, também pintando-se, especialmente ao redor das pálpebras com antimônio; ensinou-lhes deste modo a respeito das pedras preciosas. Armaros ensinou como desfazer os feitiços. Baraquiel e Tamiel ensinaram a astrologia. Kokabiel a interpretação dos presságios. Vemos porque já antes do dilúvio os demônios intervinham na história dos homens com quem tinha trato através da magia. Por isso é que aparecem nos mitos deuses tendo filhos com reis, e famílias reais aparentadas com os deuses. Também nos recorda a história dos Nefilins. Quem exercia a magia, ontem como hoje, tinham o poder do mundo. Reis, rainhas e princesas eram associadas à família dos espíritos. dali que também “Babel” signifique além de confusão “a porta de um deus” (bab-IL). Os demônios aproveitaram também a veneração dos antepassados, mimetizando-se ali no culto dos heróis. Estes foram então também divinizados e postos na galeria da magia. Comercializavam “deuses” e homens e recrudesceu a noite do politeísmo dinamizado por um demonismo que já encontra par em nossa época, similar a dos dias de Noé. Adoraram-se então as criaturas em vez do Criador. A serpente satânica tinha obtido muito de seu propósito, revelado pelo Espírito de profecia através de Isaías e Ezequiel antes e durante a Babilônia de Nabucodonosor. A serpente apartava atrás si à humanidade, afastando-a do Deus verdadeiro.

A promessa da semente redentora foi plagiada também. Temos por exemplo o caso da Trimurti hindu. O deus supremo agora chamado Brahma entre os hindus teve sua primeira emanação Brahman. A segunda pessoa da Trimurti foi Vishnú com seus dez avatares ou encarnações das quais as mais conhecidas são o sétimo ramo, e a oitava, Khrisna. O verbo foi pois convertido em filho dos deuses, deus dos oráculos, representado pelo sol, segundo já mencionávamos, e assim adorado. Quando os homens, como conseqüência da panteização e o espiritismo, elevaram-se à categoria de deuses, apareceram então multidão de temas mitologais relacionando as figuras do sol, o fogo e a fertilidade, com os heróis. Nino foi Marduk ou Merodach na Babilônia, e o Osíris no Egito, fundador do Tebas e civilizador. Não esqueçamos que Nimrode ou Nino foi o primeiro poderoso na terra. Foi pois Mazda ou Ormuz na Pérsia, com seu filho Mitra, chamado também assim o sol. Também chamado Sury, marido de Aurora. O mesmo Ra no Egito, Sha-mash na Assíria, Tamuz na Babilônia, Apolo e Febo entre gregos e romanos respectivamente, Beleno entre galos, Baldier entre nórdicos, Copicha entre zapotecas, Kinichagua entre maias, Bochica entre chibchas, Inti entre os incas. Beleno foi o mesmo Hélio. Este foi pois o mesmo personagem-sol entronizado nascido nos começos de Babel.

O deus sol foi também relacionado ao fogo e chamado Ftah na trindade egípcia. Foi o mesmo Logi nórdico, Nina incaico e Huhxeteotl dos teotihacanos. Igualmente foi relacionado aos oráculos e assim lhe chamou então Apolo, Febo, Hélio, Esus (galo), Bragi (nórdico), Catequil (inca). Relacionou-lhe também ao trovão e a força, e então foi chamado Odin entre os nórdicos com seus descendentes Doar, Thor, tor. Este Odin foi também deus da guerra. O deus trovão incaico foi Illapa e o guarani Tupá.

Associavam-se, pois, as idéias de um deus supremo a de sua emanação, e esta representada como personificação no sol e ali adorada; então como deus oracular, do fogo, o calor, a força e a guerra. Ao desembocar na guerra, brotam multidão de formas relacionadas agora não só com o sol, mas também com seus planetas, especialmente Marte, o qual é Mivorte, relacionado à guerra. É o mesmo Huitzilopochtl dos astecas do sul, Ekahau dos maias, Epunamun dos araucanos e Ancayoc inca.

O Huitzilopochtl dos astecas sulinos, por exemplo, não só se associa à guerra mas também ao céu diurno. Portanto vemos a associação entre a guerra e o próprio sol, o qual veladamente deixa entrever ao que está entre decorações. A guerra e o sol se associam também em Odin e os Ases nórdicos. Este Odin é também Wodín e Wotán. Entre os gregos têm a Ares e então Eris, cortejo de Marte. Quirino é entre os romanos o preparador da guerra e o mesmo Cámulo entre os galos; é Karkikeya, filho da Siva. Não só deuses, mas também deusas teve a guerra; tais como Discórdia entre os gregos.

Os deuses tinham suas esposas e irmãs e essa é a razão pela que também a guerra teve suas deusas. Ali temos pois a Ishtar, esposa de Marduk que é Fraga, esposa de Odin, e Belona, irmã de Marte, entre os romanos. A guerra, obviamente, devido à estratégia e à disciplina chegou a associar-se com as artes e a sabedoria, com o raio e até com o próprio céu. Temos exemplos na Indra dos hindus e na Minerva que é a mesma Palas ou Atenas grego-romana.

Quantos substitutos de Deus foi apresentando Satanás. Sua intenção anticristo já se vê em sua tergiversação da promessa edênica a respeito da semente da mulher. A palavra divina dizia: “A semente da mulher ferirá na cabeça à serpente”. Esta, então, tinha que defender-se fazendo-se passar pela mulher. Em muitos casos apareceu metade mulher, metade serpente, como é o caso da Equidna e a Cihuacoatl dos astecas.

A Rainha Semíramis, esposa de Nimrode, chegou então a usurpar o papel da mulher, deificada logo como a rainha do céu. Ela foi a Isis dos assírios e egípcios também como Ishtar. Que é a mesma Astarté dos fenícios e Athor egípcia. Na Grécia é Afrodite e entre os romanos Vênus; entre os nórdicos é Iduna e entre os maias Ixazaluca. É a mesma Bachué entre os chibchas e Quilha entre os Incas.

Como tal chegou a ser identificada como a irmã do sol e como sua esposa, deusa da luz. A Hathor egípcia equivale pois a Anaitis dos persas e armênios, a Amaterasu do Japão, a Belisana entre os galos, ao Coyolzauqui dos astecas e ao Ixchel entre os maias. Sendo identificada com a lua foi pois a deusa Lua que é a mesma feiticeira Hécate, chamada também Febe, Selene, Diana, Artemisa e Chía dos chibchas.

Vemos, pois nas bases de todas estas mitologias um parentesco assombroso que se deve obviamente ao passado histórico comum dos povos que foram emigrando ao longo e largo da terra a partir da Mesopotâmia, berço da civilização. O tema central da dupla filho-marido e esposa-mãe se derivou como perversão daquela profecia divina registrada também na Gêneses bíblica onde Deus promete a Adão uma semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente. A família camita e em especial Cuxe e seu filho Nimrode, com sua esposa Semíramis, os primeiros poderosos da terra, caçadores e guerreiros, são quem aparece como a influência principal na separação da revelação original e monoteísta.

Possivelmente a mãe de Cuxe, esposa de CAM, sobrevivente do dilúvio, influenciou em seu filho pondo-o em contato com a interpretação cainita e ofita antediluviana. Não esqueçamos tampouco a curiosa notícia da sobrevivência e desenterro de tabuletas de que nos falam Assur-Banipal e Beroso. Caim foi o herói ofita e antes que ele seu deus serpente quem pretendeu abrir os olhos dos homens com o conhecimento do bem e do mal para fazê-los deuses.

Não obstante a perversão, o monoteísmo de Sete, Enoque e Noé, pai de Sem, reavivado e conservado desde Abraão, abriu passo de novo em especial através de Israel e principalmente mediante a divina intervenção pelos profetas hebreus. Dali nos chega a boa nova. A eles foram confiadas as sagradas escrituras. A alguém deveria haver sido confiadas e foi a este remanescente. O mesmo grosso de Israel caiu de novo na idolatria pelo qual foi levado cativo a Babilônia onde se definiram os espíritos. Uns, o remanescente de Judá, retornou a Jerusalém obstinado, agora sim de uma vez por todas, à revelação original; outros derivaram na heresia e ecletismo dando lugar à Cabala, espécie de plágio das teogonias do paganismo circundante. A mesma teogonia caldéia tinha reverdecido com os neoplatônicos e quase senta de novo seus reais nos tempos do Juliano o apóstata. A teurgia dos oráculos caldeus foi conservada por Jâmblico. O Sefer Yetseirá, primeira parte da Cabala, influiu a sua vez aos gregos, aos gnósticos e aos sufíes. Está aparentada ao Talmud, como o reconhece o rabino Loeb. A “Grande exposição” de Simão o mago, e o código nazareno, são também influenciados pela Cabala. Esta passou pois ao gnosticismo; também aos joanistas e templários. Dali chega à maçonaria que se esconde atrás do socialismo e é dirigida da loja maçônica do Grande Oriente sob o B’nai B’rith, que reúne as internacionais judaicas à cabeça do qual se acha a dinastia Rothschild do século passado. Até o mesmo nazismo esotérico, mediante a ordem do Thule esteve ligado à Aurora Dourada, que é o covento privado da Dinastia Rothschild, a qual é o tribunal supremo da sociedade luciferiana dos iluminati, segundo testemunho do ex-druída Lance Collins, e cujo propósito é a coroação do Anticristo.

Apesar de tudo, a providência divina proveu para que o cumprimento autêntico de sua promessa se desse em Jesus Cristo, quem com sua ressurreição histórica venceu à morte esmagando o império da serpente. A serpente foi esmagada na cabeça. A Semente da Mulher, o filho da Virgem, Emanuel, recebeu na Cruz sua ferida no calcanhar, com o qual nos redimiu pagando o preço de nossos pecados e sofrendo o castigo por nós e a nosso favor. É a hora quando a autentica Jerusalém de Deus se levanta para deslocar a Babilônia. Esta que se levantava da terra para desafiar ao céu é condenada à ruína e à desolação. Mas aquela que desce do Alto, cujo Arquiteto e Construtor é Deus, prepara seu assento como capital universal sobre o Monte de Sião.

De Jesus Cristo brota um cristianismo puro, dinâmico, evangélico e apostólico que se conserva pelo Espírito, através da história, mediante o remanescente dos mártires. Este desmascara as artimanhas da prostituta babilônica que se disfarça de cristã, mas fornica com o paganismo e a magia e com os poderes do mundo. Prostituta que se senta sobre os estados é essa mesma que pactuou com a serpente. O pacto dos filhos de Ignácio do Loyola e a maçonaria se iniciou em 1.925 com o Gruber, Berteloot e 0. Lang, K. Reichl e E.Lenof. Hoje existe mais de uma centena de altos clérigos romano papistas nas filas da maçonaria.

Rastreadas a teologia liberal e modernista e a filosofia existencialista resultam ser também filhas da mesma serpente. De igual modo acontece com o pseudo-humanismo e o comunismo que Marx recebeu por M. Hesse e Levi Baruch através da judaico-maçonaria sob a direção do A. Pike e com o endosso dos Rothschilds. Também Trosky e Lennin eram altos graus maçônicos. Os prometeus dos últimos tempos têm se exposto como cúmplices do diabo em motivação. O conteúdo antimetafísico de certa filosofia é uma crença de transição que busca uma fachada científica para a rebelião luciferiana. Mas esta transição procura desembocar claramente na adoração ao deus da maçonaria de alto grau, Lúcifer. Zbigniew Brzesinski, eminência cinza e entre os bastidores da elite do mundo, comanda sagazmente o creme, a nata do globo para a consecução do governo mundial de estilo draconiano.

Mas Jerusalém se levantou! Jesus Cristo volta! A herança é dos Santos do Altíssimo! Babilônia está sentenciada a triste ruína e à desolação! Lúcifer, o deus da maçonaria cabalística, a boca do leão da besta apocalíptica, aquele que alimenta o engano do mundo com correntes de implicação ofita para seus interesses hegemônicos, foi esmagado! ;O Sangue de Jesus Cristo nos limpa de todo pecado e Seu Espírito de Ressurreição nos sustenta para levar a cabo o propósito divino de possuir ao homem em comunhão para ser a sua vez pelo conhecido, contido, expresso e representado qual família Jerusalêmica que prepara sua diafaneidade para dar lugar ao resplendor da Glória de Deus! “Todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo”.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

¨É inútil tentar dissuadir racionalmente um homem de algo que ele não concluiu pela razão¨. Jonathan Swift escritor Irlandês

RELIGIOSIDADE E PSICOTERAPIA

O estudo das religiões pelos Psiquiatras é importante não só por serem elas manifestação de conteúdo puramente emocional mas também por atingirem a todo o ser humano com maior ou menor intensidade desde sua mais primitiva infância.

A fé, base da religiosidade, é puramente irracional. É uma confiança cega em um ou mais deuses ou santos. Ao religioso não é permitida a investigação ou dúvida a respeito de sua crença. E a crença, que nos é incutida desde a tenra idade, é difícil de ser encarada sob o ponto de vista especulativo. A leitura dos textos religiosos só pode ser feita tendo em vista que se trata de uma verdade revelada pelo deus em questão, comumente através de um profeta ou homem santo e a dúvida do crente, por si só, já consiste em uma blasfêmia.

Assim, ao abordarmos o tema devemos levar em conta o que nos dizia Jonathan Swift escritor Irlandês que viveu de 1667 a 1745: ¨É inútil tentar dissuadir racionalmente um homem de algo que ele não concluiu pela razão¨. Na minha opinião o termo ¨inútil¨ poderia ser substituído por ¨dificílimo¨.

Ao nascer, o ser humano se encontra em extremo estado de desamparo e dependência. Sua imaturidade é gritante, falta-lhe a mielinização das fibras nervosas piramidais, o que o deixa incapaz de se locomover e seus movimentos incoordenados são reflexos de automatismo e defesa. Diferentemente é o que ocorre com muitos outros mamíferos que logo ao nascer se levantam e vão em busca da teta para se alimentar e em poucas horas já podem correr fugindo do perigo.

Se não for socorrido por alguém, via de regra sua mãe ou substituta, o recém nascido humano morrerá em pouco tempo. No plano emocional, a necessidade de alguém que o cuide e proteja o acompanhará por toda a vida em maior ou menor grau.

Internamente, o "bicho homem" é um joguete de suas pulsões amorosas (libidinosas), por um lado, e agressivas (de morte), por outro.

Externamente, é cercado ora por uma natureza amorosa que lhe proporcionaágua, alimento, calor, proteção enfim, ora por outra que o ameaça constantemente com secas, enchentes, tremores de terra, vulcões, raios, perdas dos seus queridos, pela doença e pela morte.

A ignorância acerca de onde veio e para onde vai –- o futuro é uma outra incógnita - torna o ser humano carente de respostas que o tranqüilizem e apavorado diante do desconhecido. A falta de conhecimentos calcados na razão, devido à nossa ignorância, nos leva a procurar respostas fundamentadas na emoção, na fé, nas religiões. E poderíamos dizer, no "que bom se fosse assim ! É dificílimo suportar a nossa ignorância, o não saber ou o saber muito pouco sobre o mundo que nos rodeia e sobre nós mesmos. As religiões pretendem nos oferecer respostas ¨certas e indiscutíveis¨ através dos livros sagrados, e as dúvidas deixariam de existir trazendo-nos a ¨segurança e a tranqüilidade¨. Dizer ¨não sei¨, ignoro, é um golpe insuportável para o nosso narcisismo .

Cada cultura tem seus mitos e crenças para responder às interrogações que vão surgindo. Tentamos explicar a nossa origem e o nosso futuro construindo esquemas que nos proporcionem uma maior tranqüilidade frente ao desconhecido. O modelo utilizado é o humano: deve haver um pai e/ou uma mãe celestiais que nos criaram e que nos cuidam e cuidarão, e nos premiarão ou castigarão segundo nosso comportamento durante nossa vida. A incerteza, então, será substituída por um ilusória segurança. A comunicação com esses poderes, agora celestiais, será feita através de oráculos, de preces, através dos astros, das runas, dos búzios, das cartas ou mesmo das linhas das mãos. A maior parte das vezes com o auxílio de intermediários, profetas, sacerdotes ou guias que se comunicariam diretamente com os deuses.

A reação do ambivalente e desvalido ser humano começa por dissociar internamente o bom do mau. Num segundo tempo, se assim podemos dizer, projeta em lugar que julga seguro, para preservá-lo, tudo o que tem de bom e amoroso e, também, muito de sua onipotência narcísica.

A idéia de um ser poderoso, onipotente e sempre presente, que tudo sabe a nosso respeito e está sempre pronto a vir em nosso socorro como uma mãe ou um pai amorosos, encontra na figura de um deus, ou dos deuses, essa necessidade satisfeita.

Criamos então nesse lugar seguro, "nos céus", um ou mais deuses. E, como ficamos esvaziados, cada vez que precisamos de algo bom, pressurosos corremos ao deus para implorar, de volta, o que necessitamos.

O mesmo ocorre com nossos impulsos agressivos e destrutivos, com o que temos de mau: pomos lá fora numa figura de um deus do mal, um demônio, e o colocamos o mais distante possível: nos confins do inferno.

Assim a nossa "criança primitiva, interna" passa a vida a pedir, a implorar coisas boas, em forma de bênçãos, graças, aos céus, a seu deus ou a seus prepostos e a fugir do mal, do demônio, que a ameaça, interna e externamente.

Resumida e esquematicamente, é o que ocorre no psiquismo do ser humano.

Quando um líder poderoso e onipotente toma as rédeas de um clã, de um povo, se identifica com o deus que cria e a religião está em seu nascedouro. Ela corresponde a uma necessidade interna de se sentir seguro, protegido e amado. A mesma necessidade que tínhamos no início de nossas vidas e que continuamos a ter.

Assim, penso eu, a religião deve ser entendida como uma necessidade do plano emocional que encontra na ilusão uma relativa satisfação e segurança, pois, inclusive "consegue explicar" muitas interrogações até então sem resposta, tais como a nossa origem e nosso futuro, por exemplo.

Podemos comparar a necessidade da religião – e aqui vamos nos arriscar à uma analogia - com a necessidade de uma prótese. Ela funciona como funcionam os óculos, a bengala, a muleta para os que deles necessitam. Não há porque criticá-la ou depreciá-la. Na psicoterapia, seja ela de base analítica ou não, ela deve ser tratada como devem ser tratadas todas as inúmeras faces dos problemas vivenciais humanos. Ela deve ser examinada e compreendida mas nunca depreciada ou combatida. Tentar tirar a religião de quem dela necessita é condenar o crente à orfandade.

Além de uma sensação de segurança as religiões criam códigos de comportamento tentando estimular o que há de bom dentro e fora do homem e, assim levá-lo a fugir do mal, do demônio, exorcizando-o.

As religiões auxiliam o processo civilizatório criando obrigações e proibições procurando coibir os impulsos homicidas, os incestuosos, os canibalísticos, etc, com o fim de proporcionar uma vida em sociedade mais tolerável.

Na religião mosaica, por exemplo, base das outras duas maiores religiões do mundo ocidental atual, a cristã e a maometana, nota-se esse cuidado através dos mandamentos. Neles, o que não é proibido é obrigatório. A religião mosaica obriga o crente a cultuar um só deus, guardando o seu dia, e banir tudo que é mau: proíbe adorar outros deuses que não o considerado "único e verdadeiro", não nomeá-lo, a fim de não banalizá-lo. Ordena honrar pai e mãe com vistas à restrição do incesto. Proíbe fazer imagens e adorá-las, levantar falso testemunho, matar, roubar, cobiçar o que é de outrem e cometer adultério.

O homem, ao projetar na figura de um deus suas boas qualidades, também projeta sua onipotência infantil da qual, narcisisticamente, conserva boa dose pelo correr da vida.

O chefe do clã é o deus primitivo, já que se sente tão identificado com ele que fala em seu nome e se comporta frente aos liderados como um onipotente e todo poderoso deus. Assim também eram e são os profetas.

Vejamos o mito da origem do monoteísmo hebreu: Abrahão, patriarca da religião monoteísta, vem de uma cultura politeísta, na baixa Mesopotâmia, onde seu pai Taré era fabricante de ídolos. Abrahão liderava um clã de pastores nômades, e tinha poderes que iam até, se quisesse, matar seu próprio filho, oferecendo-o em holocausto aos deuses , como era usual entre os povos politeístas da região. Era ele o poderoso deus de seu clã. Em suas andanças pelo fértil crescente, rodeado de desertos, teve sua cobiça aguçada, manifestando seu desejo de ter para si e para os seus aquelas férteis terras pertencentes aos cananeus, cineus, ceneseus, cedmoneus, heteus, fereseus, refaim, amorreus, gergeseus e gebuseus. Expressou sua vontade de possuir essas terras, através de "um pacto com seu deus¨ (YHWH, Javé, El Shadai, Eloim, Adonai), mediante o qual a terra desses povos lhe é "prometida" por esse deus. (Gn.15-12-21). Sua parte no pacto era tomar esse deus como único e verdadeiro, banindo os outros deuses através da destruição de suas imagens, seus templos e inclusive de seus fiéis. Lembramos que pacto semelhante fez Constantino, quando adotou a fé e a cruz cristãs ("In hoc signo vinces"), ao receber a "graça" de derrotar Maxêncio, tornando-se senhor do Ocidente.

Voltemos a Abrahão: como selo desse pacto seu deus exigia a circuncisão de todo o macho de sua casa, dali por diante.

A religião entre os cananeus exigia o sacrifício das primícias, ou seja, aos deuses as primeiras colheitas, as primeiras crias do gado e também o primeiro filho homem. Na troca do politeísmo pelo deus único Javé, está incluído no pacto, embora não explicitado, que dali por diante o sacrifício humano seria substituído pela circuncisão, um sacrifício de sangue, mas bem menor. O que foi, indiscutivelmente, um avanço. Mas o monoteísmo se mostrou mais narcísicamente intransigente e despótico contra os outros deuses ordenando sua destruição. Deveriam ser destruídos não só as imagens como os templos dos que passaram a ser chamados ímpios, idólatras, -– como pejorativo — góis ou gentios. Os adoradores de outros deuses também deveriam ser destruídos.

Atitude semelhante e anterior ao monoteísmo hebreu foi a do faraó egípcio da XVIII dinastia, Amenophis IV (Akhnaton) ao tentar impor o monoteísmo a seu povo. Pretendendo substituir Amon, o deus maior entre os Egípcios e o séqüito de outros deuses menores, por Aton, ordenou eliminar todas as marcas dos deuses anteriores, destruindo tudo que os lembrasse.

Assim se apresentam os monoteísmos: ditatoriais e prepotentes em relação ao politeísmo que tolera os deuses alheios. Mesmo em relação aos outros monoteísmos, a intolerância é gritante. O meu monoteísmo é o único e verdadeiro. O teu é falso e merece ser eliminado. Como se pode notar, o monoteísta, por seus traços narcisistas acentuados ¨é o dono da verdade¨.

A construção dos deuses, se assim podemos dizer, segue um esquema bastante humano: lutam os deuses pela supremacia, pelo poder máximo que no monoteísmo fica nas mãos de um só. E este é truculento e despótico com todos os demais destruindo-os na medida do possível.

O deus único dos judeus, Javé, o deus de Abrahão, agora nos derivados, Cristianismo e Islamismo, passa a ser denominado simplesmente Deus, pelos primeiros, e Allah (Alá) pelos segundos.

O uso que o crente faz da religião depende mais dele próprio do que da religião que ele diz professar. Nas mãos de uns e outros o inicialmente mesmo deus torna os três grupos inimigos entre si. Como os chefes guerreiros e políticos na disputa pelo poder.

Na verdade, a representação de deus é diferente segundo o crente. Se o religioso é uma pessoa tolerante, indulgente e amorosa, assim ele vê seu deus. O deus do intolerante, despótico e arrogante tem as características do devoto. E, diga-se de passagem, esta é a imagem das figuras paterna e materna que cada um internalizou através de introjeções e projeções.

Na hierarquia celestial nota-se claramente a projeção dos humanos. O deus tem o seu séqüito de deuses menores, os santos, reliquat do politeísmo, que chefiam certos setores: os que intermediam graças, os que estão mais próximos ou distantes do poder. Enfim, uma organização à imagem das humanas. Isto reforça a idéia de que seja a projeção o mecanismo primordial da organização celestial.

Uma das preocupações do ser humano, causa de muitas angústias, é com a morte. Ela vem sempre como o inevitável fim de todo o fenômeno vital.

O ser humano dificilmente aceita para si essa seqüência como natural, a vida seguida da morte. O medo do fim nos faz buscar uma fuga através da negação da morte: deve haver uma outra vida, uma imortalidade ! Aí também vem em nosso socorro a religião. Algumas religiões prometem também a imortalidade da alma, a ressurreição do corpo, a vida eterna, a reencarnação neste ou em outros planetas. Algumas, a possibilidade de comunicação com os nossos queridos que morreram, o que, indiscutivelmente, é sedutor. Via de regra tudo está conectado com recompensas ou castigos pela conduta que tivermos em nosso período de vida na terra. Novamente, um esquema "divino", mas muito humano.

Dificilmente alguém deixa de levar em conta a religião, mesmo se apercebendo do quão ilusório é o que ela nos oferece. Tudo vai depender da fé, e ela é irracional. A fé é exigida e cobrada do crente. Ele deve aceitar os ditames de uma crença sem questioná-la, como aceitava e obedecia as ordens dos pais. Aquele que põe em dúvida artigos de fé é banido, excomungado, como na infância era punido pelos pais despóticos. Não há tolerância para com o incrédulo. Há períodos na História em que a intolerância vai a extremos de matar o incrédulo. O Judaísmo fez isso, quando tinha poder para fazê-lo. Fez com seus próprios irmãos como Moisés (Ex: XXXII 1 a 28) ao descer do Sinai e surpreender os adoradores do Bezerro de Ouro. Fez com os seguidores de Yoshua Ben Joseph, que eram mortos a pedradas, e com os ¨idólatras¨ com quem disputavam e continuam a disputar as terras da Palestina.

O Cristianismo assim procedeu durante a Inquisição e as Cruzadas, contrariando o que Cristo pregou: amor, perdão, misericórdia. E o Islamismo também matou e mata em nome de seu deus que também prega o amor e a paz.

O não-crente ou o crente que desobedece é considerado um pecador.

Quanto à posição do Psiquiatra, do Psicoterapeuta com relação ao pecado, podemos dizer que, já que pecado é uma infração, uma transgressão da lei de deus ou dos deuses, é portanto uma noção puramente religiosa. Os pecados poderão ocorrer no plano do pensamento, da palavra ou de atos praticados. A psicoterapia se relaciona a esse conceito na medida em que trata dos sentimentos de culpa do paciente que se sente um pecador.

O não saber, a ignorância, nos deixa à mercê de crendices várias. Na medida em que evoluímos, que progredimos no desvendar os mistérios do mundo, teoricamente, deveriam as ¨crenças¨ se atenuar. Freud comparava a religião a uma neurose infantil que seria superada como a criança supera sua neurose. "A humanidade conseguirá superar essa fase neurótica", afirma ele em "O Futuro de uma Ilusão". Peço permissão para divergir do prognóstico otimista do mestre. E não esqueçamos que ele era visto como um pessimista.

Já sabemos que a terra não é plana, nem o centro do universo; já sabemos que somos produto de uma evolução dos seres vivos e mesmo sabendo que não somos tão donos de nós mesmos - pois há um psiquismo inconsciente que nos maneja bem mais do que o nosso "livre arbítrio" gostaria -, devido ‘a ignorância frente aos mistérios de onde viemos, o que ocorrerá conosco nesta vida e a morte a nos aterrorizar, somos levados ao encontro da religião que nos promete respostas tranqüilizadoras. Isto se deve a que todo o ser humano, que facilmente se adapta aos progressos científicos e tecnológicos, parte emocionalmente e invariavelmente de um ponto zero, ao nascer. Continuamos com essa "criança desvalida interna" que todos temos desde o nascimento. Nosso amadurecimento emocional avança muito lentamente, isto quando avança, deixando ilhotas não resolvidas no decorrer da vida.

As religiões são produto humano, tanto é assim que os deuses podem ser usados para o bem como para o mal. Em nome de um mesmo deus são abençoados antagônicos exércitos que partem para a destruição e para a morte. Tudo dependendo do homem que evoca o nome de seu deus na ocasião. A religião pode até tentar, mas dificilmente consegue o que se propõe: o amor e a paz entre os homens.

Posso parecer pessimista, mas me classificaria mais como realista. Basta olharmos em nosso redor para vermos os estupendos progressos tecnológicos e científicos ao lado do maior primitivismo. Ainda vemos naáfrica tribos mutilando e escravizando outras e negociando-as como escravos como faziam há séculos, quando vendiam seus irmãos derrotados para os brancos ou para outras tribos. Vemos, nos dias de hoje ,em nome de um deus, um ataque cruento e destrutivo e o revide igualmente feroz e bárbaro em nome de outro deus, como nas Cruzadas e na Inquisição.

O progresso tecnológico utilizado e direcionado à destruição deixa a capacidade agressiva do passado, restrita às flechas, lanças, porras, espadas e cimitarras, parecer brinquedos de crianças.

Um avião "invisível" de vários milhões de dólares, um míssil de um milhão de dólares e a possibilidade de utilizarmos gazes, bactérias, vírus ou mesmo bombas atômicas, torna a guerra eminente e a civilização à beira da destruição.

Sintetizando, sou de opinião que a religiosidade deve ser respeitada como qualquer sintoma e como tal deve ser tratada.
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Dr. Sérgio Paulo Annes é Membro Didata da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre – SPPA.