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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Messias no Antigo Testamento e a Cristologia atual

A grande parte da cristologia atual é um apelo para o regresso ao Jesus histórico, como distinto da figura mais abstrata que foi projetada pelas crenças tradicionais. Os cristãos que desejam a verdade devem hoje ter o cuidado ao lerem suas bíblias através das lentes dos Concílios da Igreja (Católica). Uma abordagem mais segura e mais sólida é situar Jesus em seu contexto próprio e judaico do primeiro século. Este sim é um retorno às raízes da fé. Qualquer estudo imparcial da história revelará as investidas dos homens cruéis que durante um período de tempo, nos diversos concílios eclesiásticos, intentaram modificar e omitir as palavras das escrituras, para apoiar suas doutrinas. Cito como exemplo o famoso 1 Concílio de Nicéia Ano 325 E.C, onde se começou a dar forma à “perversa” doutrina da Trindade, que despersonaliza Deus e o retira da sua posição de Soberano e Todo-Poderoso do Universo!! E vemos que, mesmo sendo combatido pelos nobres servos de Deus, esse falso ensino ainda perdura até hoje. No processo de transmissão do Novo Testamento, infelizmente alterações teologicamente motivadas foram feitas, mudando o sentido daquilo que realmente deveria ficar para os filhos de Deus poderem compreender. Como existiam vários grupos que se auto-intitulavam cristãos, mas com doutrinas diferentes, eles adulteravam a bíblia para apoiar suas doutrinas, ou fazer que a doutrina do grupo oposto não encontrasse apoio em determinados textos. O caso mais famoso dessas adulterações era o de Marcião, ele simplesmente “corrigia” os textos da bíblia retirando tudo que não apoiava as doutrinas dele, e até mesmo excluía cartas inteiras da bíblia. Portanto, depois de séculos e séculos de cópias feitas manualmente onde ocorriam erros e adulterações propositais e sem a disposição dos originais que já estavam perdidos, se desenvolveram milhares de cópias em diversas partes do mundo, podendo se dizer com certeza que nenhuma cópia é 100% igual à outra. Hoje temos quase 6 mil manuscritos da bíblia [NT], no idioma grego koiné nos quais os originais foram escritos e traduções do grego koiné para o latim, siríaco, copta e em menor número outras. Mas, graças ao Pai, assim creio eu, a Sua santa Palavra não perdeu a essência e podemos descobrir a verdade. Essas questões não deveriam ser ignoradas por nenhum estudante e conhecedor da bíblia, não é questão de polemizar, é questão de avançar na busca da verdade, que é a palavra de Deus. Se quisermos conhecer bem aquele com quem vamos morar aqui na terra, pois é assim que creio, como diz Daniel 2: 44, a pedra feriu a estátua nos pés e se fez um grande monte e encheu toda a terra, ou seja o último reino que não seria jamais destruído e que não passaria a outro povo, devemos então buscar compreender na bíblia (comparando o Novo Testamento com o Antigo [bíblia hebraica], que é a base), tirando nossas conclusões dela e eliminando todas as decisões humanas feitas nos concílios sobre Cristo.

Sendo assim, avançar na busca da verdade em minha opinião é não ter medo de mudar conceitos, de dar meia-volta, de fazer como os bereanos, conferir para ver se as coisas realmente são assim. É preciso coragem, será que teríamos esta coragem? Se alguém, simples ser humano, mostrasse algum ponto na bíblia que de fato, comprovadamente representa a crença verdadeira, a fé de Jesus, e constatando, fosse preciso mudar, você leitor, realmente mudaria? São perguntas que também faço a mim mesmo sempre!! Todos os dias!!

A Questão crucial que devemos contestar é esta: Sobre que bases declararam tanto a igreja primitiva e o próprio Jesus que Ele (Jesus) era realmente o Messias prometido? A resposta é clara, foi por afirmar que Ele havia cumprido perfeitamente tudo que havia sido predito sobre o Messias no Antigo Testamento. Teve que ser demonstrado que Jesus se encaixava perfeitamente na profecia hebraica. O próprio Mateus se deleita em citar as profecias como cumpridas nos fatos da vida e experiência de Jesus. (Mateus 1: 22, 23; 2: 4-6, 15). Marcos, Lucas, João e Pedro (nos primeiros capítulos de Atos) igualmente insistem que Jesus encaixa exatamente na descrição do Antigo Testamento acerca do Messias. Paulo passou muito tempo do seu ministério demonstrando a partir das escrituras hebraicas que Jesus era o Ungido (Atos 28: 23). A menos que a identidade de Jesus possa ser igualada com a descrição do Antigo Testamento, não há uma boa razão para crer que a afirmação sobre seu MESSIANISMO seja verdade!! Portanto, é essencial perguntar se o Antigo Testamento sugere em algum lugar que o Messias deva ser Deus co-igual ou um segundo ser não-criado, gerado, que abandona uma existência eterna nos céus para fazer-se homem na terra?

Se não se diz nada disto e recordemos que o Antigo Testamento dá detalhes acerca da vinda do Messias, temos que tratar como suspeitas às afirmações de qualquer que diga que Jesus é ambos – O Messias e uma segunda pessoa não criada na divindade, reclamando o título “Deus” no sentido pleno. Este tema é importante ser destacado, pois ficou esquecido pela cristandade. É a questão da natureza de Jesus e sua preexistência humana. Esquecido no sentido de não dar a ele o devido lugar de atenção e posicionamento bíblico que merece. A cristologia atual está muito mais baseada nas decisões dos concílios do que propriamente na palavra de Deus, até pelos evangélicos, que se dizem “contrários” ao posicionamento da igreja católica romana.

O centro do debate através dos séculos foi em torno dessa questão. A Ortodoxia tradicional era atormentada pela dificuldade de permitir a Jesus uma personalidade humana PLENA. A própria noção abstrata de “hipóstase” (Jesus foi “homem” sem ser de fato “um homem” - Divino e Humano ao mesmo tempo) foi desenvolvida justamente para preservar o conceito de que ele tinha preexistido como Segundo Membro da Trindade.

Muitos cristãos dedicados estão atualmente influenciados pelas tendências místicas e gnósticas que afetaram a igreja. Mas muitos não sabem que idéias filosóficas e místicas invadiram a igreja a partir do segundo século pelos “Pais da Igreja”, que foram mergulhados na filosofia pagã e nos alicerces dos credos que agora são chamados de “ortodoxos”.

Cristãos inteligentes precisam ser informados dessas corrupções e como elas estão atualmente “canonizadas” como Escritura por muitos. Discernimento significa aprender a diferença entre a verdade revelada e os ensinamentos filosóficos pagãos, que se originaram fora da Bíblia.

O leitor deve considerar os efeitos desastrosos de não prestar atenção às formas judaicas de pensar encontradas na Bíblia, que foi escrita (com exceção de Lucas) por judeus. É evidente que se os judeus não querem dizer o que entendemos por “preexistência”, estamos sujeitos a mal interpretá-los nas questões básicas sobre quem é Jesus. A filosofia grega acreditava num Deus de “segunda”, um intermediário não-humano entre o Criador e o mundo. O verdadeiro Jesus, porém, é o homem “Messias”, o único Mediador entre Deus e o homem (1Timóteo 2: 5).

Veja o que o famoso expositor Metodista Adam Clark sentiu a necessidade de dizer:

“A doutrina da filiação eterna de Cristo, é na minha opinião, anti-escritural e altamente perigosa. Eu não tenho sido capaz de encontrar qualquer declaração expressa disto nas Escrituras”. (Comentário de Lucas 1: 35).

A humanidade de Jesus, evidentemente retratada em todos os Evangelhos pode ser preservada, se deixar de lado à noção tradicional de preexistência. Nos Sinóticos não há dúvida de que Jesus veio a existir em sua concepção no ventre de Maria. (Lucas 1: 35 e Mateus 1: 18).

A verdadeira CRISTOLOGIA deve ser “ascendente” – “de baixo para cima” - e ao mesmo tempo levar em conta todas as palavras relatadas nos evangelhos e cartas apostólicas, detalhe por detalhe, ensinadas por Jesus e os seus apóstolos, comparando sempre nas escrituras hebraicas. A cristologia “ascendente” objetiva mostrar O Cristo em sua forma concreta e humana, evidenciando o Seu Ser para os outros, O Seu Ser como representante de Deus entre os homens e dos homens diante de Deus. Esta cristologia, a meu ver, supera a idéia de preexistência, kenosis e encarnação, resultando no discurso sobre o homem Jesus e sua pessoa humana.

A concepção judaica e bíblica de preexistência é mais significativa para a compreensão de Jesus sobre si mesmo como o Filho do Homem do que a concepção trinitária.

Entender a questão da natureza de Jesus Cristo e conseqüentemente esta questão de preexistência é importante porque afeta a nossa crença e fé em sua obra de salvação. Esta crença é vista em 1João 4: 2, onde ele diz: “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: “Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”. João aqui está lutando contra algum tipo de erro que dizia que Jesus não tinha vindo em carne. Foi muito grave, porque ele diz assim no v.6: “Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro”.

O Filho do Homem não foi um anjo. Nenhum anjo jamais foi chamado de “Filho do Homem” – (membro da raça humana - e com razão este foi o título favorito de Jesus).

Chamar o Messias de anjo numa “suposta existência” anterior, seria uma contradição das duas categorias. Daí a razão de estudiosos relatarem que a idéia da preexistência do Messias antecedentes “ao seu nascimento em Belém é desconhecida no Judaísmo”. O Messias, de acordo com tudo o que é previsto por ele no Velho Testamento, em sua origem, pertence à raça humana.

Por este motivo, muitas questões foram levantadas ao longo das eras: Quem é Jesus? Foi e continua a ser uma pessoa humana? É totalmente Divino? É Divino e Humano ao mesmo tempo (união hipostática)? Foi um anjo ou arcanjo antes de encarnar e depois da ressurreição voltou a ser Filho de Deus? É Deus co-igual ao Pai e ao Espírito? O Novo Testamento mostra realmente que Jesus é Deus? Ou mostra justamente o contrário? A resposta a estas questões deve ser procurada unicamente na bíblia e não nas determinações dos concílios humanos! Portanto, poderíamos resumir a crença geral sobre Jesus conforme a tabela abaixo:

TRINITARIANOS
O Filho não tem começo; ele sempre existiu

ARIANOS
O Filho teve um começo; ele foi criado antes do universo

UNITARIOS

O Filho foi trazido à existência no ventre de Maria

Há quem tenha sugerido que durante a sua vida, a natureza de Cristo foi como a de Adão antes da queda. À parte da falta de evidência bíblica para esta visão, ela falha em considerar que Adão foi criado por Deus do pó, enquanto Jesus foi “gerado” (trazido à existência) por Deus no útero de Maria (GERAÇÃO HUMANA MIRACULOSA). Assim, embora Jesus não tivesse um pai humano, ele foi concebido e nasceu como nós em relação a tudo o mais. Muitas pessoas não podem aceitar que um homem com a nossa natureza pecadora pudesse ter um caráter perfeito. Este fato é um obstáculo à real fé em Cristo. Não é fácil acreditar que Jesus era da nossa natureza, mas não tinha pecado no seu caráter e sempre venceu suas tentações. Para chegar a um entendimento e fé firmes no Cristo verdadeiro é preciso muita reflexão sobre os relatos do Evangelho acerca da sua vida perfeita, associada a muitas passagens bíblicas que negam que ele era Deus. É muito mais fácil supor que ele era o próprio Deus, e por isso, automaticamente perfeito, embora esta visão reduza a grandeza da vitória que Jesus conquistou contra o pecado e a natureza humana.

Ele tinha natureza humana, ele compartilhou cada uma das nossas tendências pecaminosas (Hebreus 4: 15), no entanto, ele as venceu pela sua obediência aos caminhos de Deus e busca da Sua ajuda para vencer o pecado. Isto Deus deu de boa-vontade, a ponto de “Deus estar em Cristo, reconciliando consigo o mundo” através do seu próprio Filho (2Coríntios 5: 19).(DUNCAN HEASTER – www.biblebasicsonline.com/portuguese).

A trindade não é bíblica. Foi um erro inventado pela mente humana que foi tomando forma pelo início do segundo século em diante. Um erro que levou a outros três erros relacionados. Para “supostamente” dar coerência bíblica a esta doutrina foi necessário criar estes outros três erros, a saber: A PREEXISTÊNCIA, A KENOSIS e a ENCARNAÇÃO. Mesmo aqueles que não aceitam a doutrina trinitária, infelizmente caem presas destes três erros, que serão explicados no decorrer deste livro.

1º ERRO

Preesxistência

2º ERRO

Kenosis

3º ERRO

Encarnação