Sendo assim, avançar na busca da verdade em minha opinião é não ter medo de mudar conceitos, de dar meia-volta, de fazer como os bereanos, conferir para ver se as coisas realmente são assim. É preciso coragem, será que teríamos esta coragem? Se alguém, simples ser humano, mostrasse algum ponto na bíblia que de fato, comprovadamente representa a crença verdadeira, a fé de Jesus, e constatando, fosse preciso mudar, você leitor, realmente mudaria? São perguntas que também faço a mim mesmo sempre!! Todos os dias!!
A Questão crucial que devemos contestar é esta: Sobre que bases declararam tanto a igreja primitiva e o próprio Jesus que Ele (Jesus) era realmente o Messias prometido? A resposta é clara, foi por afirmar que Ele havia cumprido perfeitamente tudo que havia sido predito sobre o Messias no Antigo Testamento. Teve que ser demonstrado que Jesus se encaixava perfeitamente na profecia hebraica. O próprio Mateus se deleita em citar as profecias como cumpridas nos fatos da vida e experiência de Jesus. (Mateus 1: 22, 23; 2: 4-6, 15). Marcos, Lucas, João e Pedro (nos primeiros capítulos de Atos) igualmente insistem que Jesus encaixa exatamente na descrição do Antigo Testamento acerca do Messias. Paulo passou muito tempo do seu ministério demonstrando a partir das escrituras hebraicas que Jesus era o Ungido (Atos 28: 23). A menos que a identidade de Jesus possa ser igualada com a descrição do Antigo Testamento, não há uma boa razão para crer que a afirmação sobre seu MESSIANISMO seja verdade!! Portanto, é essencial perguntar se o Antigo Testamento sugere em algum lugar que o Messias deva ser Deus co-igual ou um segundo ser não-criado, gerado, que abandona uma existência eterna nos céus para fazer-se homem na terra?
Se não se diz nada disto e recordemos que o Antigo Testamento dá detalhes acerca da vinda do Messias, temos que tratar como suspeitas às afirmações de qualquer que diga que Jesus é ambos – O Messias e uma segunda pessoa não criada na divindade, reclamando o título “Deus” no sentido pleno. Este tema é importante ser destacado, pois ficou esquecido pela cristandade. É a questão da natureza de Jesus e sua preexistência humana. Esquecido no sentido de não dar a ele o devido lugar de atenção e posicionamento bíblico que merece. A cristologia atual está muito mais baseada nas decisões dos concílios do que propriamente na palavra de Deus, até pelos evangélicos, que se dizem “contrários” ao posicionamento da igreja católica romana.
O centro do debate através dos séculos foi em torno dessa questão. A Ortodoxia tradicional era atormentada pela dificuldade de permitir a Jesus uma personalidade humana PLENA. A própria noção abstrata de “hipóstase” (Jesus foi “homem” sem ser de fato “um homem” - Divino e Humano ao mesmo tempo) foi desenvolvida justamente para preservar o conceito de que ele tinha preexistido como Segundo Membro da Trindade.
Muitos cristãos dedicados estão atualmente influenciados pelas tendências místicas e gnósticas que afetaram a igreja. Mas muitos não sabem que idéias filosóficas e místicas invadiram a igreja a partir do segundo século pelos “Pais da Igreja”, que foram mergulhados na filosofia pagã e nos alicerces dos credos que agora são chamados de “ortodoxos”.
Cristãos inteligentes precisam ser informados dessas corrupções e como elas estão atualmente “canonizadas” como Escritura por muitos. Discernimento significa aprender a diferença entre a verdade revelada e os ensinamentos filosóficos pagãos, que se originaram fora da Bíblia.
O leitor deve considerar os efeitos desastrosos de não prestar atenção às formas judaicas de pensar encontradas na Bíblia, que foi escrita (com exceção de Lucas) por judeus. É evidente que se os judeus não querem dizer o que entendemos por “preexistência”, estamos sujeitos a mal interpretá-los nas questões básicas sobre quem é Jesus. A filosofia grega acreditava num Deus de “segunda”, um intermediário não-humano entre o Criador e o mundo. O verdadeiro Jesus, porém, é o homem “Messias”, o único Mediador entre Deus e o homem (1Timóteo 2: 5).
Veja o que o famoso expositor Metodista Adam Clark sentiu a necessidade de dizer:
“A doutrina da filiação eterna de Cristo, é na minha opinião, anti-escritural e altamente perigosa. Eu não tenho sido capaz de encontrar qualquer declaração expressa disto nas Escrituras”. (Comentário de Lucas 1: 35).
A humanidade de Jesus, evidentemente retratada em todos os Evangelhos pode ser preservada, se deixar de lado à noção tradicional de preexistência. Nos Sinóticos não há dúvida de que Jesus veio a existir em sua concepção no ventre de Maria. (Lucas 1: 35 e Mateus 1: 18).
A verdadeira CRISTOLOGIA deve ser “ascendente” – “de baixo para cima” - e ao mesmo tempo levar em conta todas as palavras relatadas nos evangelhos e cartas apostólicas, detalhe por detalhe, ensinadas por Jesus e os seus apóstolos, comparando sempre nas escrituras hebraicas. A cristologia “ascendente” objetiva mostrar O Cristo em sua forma concreta e humana, evidenciando o Seu Ser para os outros, O Seu Ser como representante de Deus entre os homens e dos homens diante de Deus. Esta cristologia, a meu ver, supera a idéia de preexistência, kenosis e encarnação, resultando no discurso sobre o homem Jesus e sua pessoa humana.
A concepção judaica e bíblica de preexistência é mais significativa para a compreensão de Jesus sobre si mesmo como o Filho do Homem do que a concepção trinitária.
Entender a questão da natureza de Jesus Cristo e conseqüentemente esta questão de preexistência é importante porque afeta a nossa crença e fé em sua obra de salvação. Esta crença é vista em 1João 4: 2, onde ele diz: “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: “Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”. João aqui está lutando contra algum tipo de erro que dizia que Jesus não tinha vindo em carne. Foi muito grave, porque ele diz assim no v.6: “Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro”.
O Filho do Homem não foi um anjo. Nenhum anjo jamais foi chamado de “Filho do Homem” – (membro da raça humana - e com razão este foi o título favorito de Jesus).
Chamar o Messias de anjo numa “suposta existência” anterior, seria uma contradição das duas categorias. Daí a razão de estudiosos relatarem que a idéia da preexistência do Messias antecedentes “ao seu nascimento em Belém é desconhecida no Judaísmo”. O Messias, de acordo com tudo o que é previsto por ele no Velho Testamento, em sua origem, pertence à raça humana.
Por este motivo, muitas questões foram levantadas ao longo das eras: Quem é Jesus? Foi e continua a ser uma pessoa humana? É totalmente Divino? É Divino e Humano ao mesmo tempo (união hipostática)? Foi um anjo ou arcanjo antes de encarnar e depois da ressurreição voltou a ser Filho de Deus? É Deus co-igual ao Pai e ao Espírito? O Novo Testamento mostra realmente que Jesus é Deus? Ou mostra justamente o contrário? A resposta a estas questões deve ser procurada unicamente na bíblia e não nas determinações dos concílios humanos! Portanto, poderíamos resumir a crença geral sobre Jesus conforme a tabela abaixo:
TRINITARIANOS
O Filho não tem começo; ele sempre existiu
O Filho teve um começo; ele foi criado antes do universo
Há quem tenha sugerido que durante a sua vida, a natureza de Cristo foi como a de Adão antes da queda. À parte da falta de evidência bíblica para esta visão, ela falha em considerar que Adão foi criado por Deus do pó, enquanto Jesus foi “gerado” (trazido à existência) por Deus no útero de Maria (GERAÇÃO HUMANA MIRACULOSA). Assim, embora Jesus não tivesse um pai humano, ele foi concebido e nasceu como nós em relação a tudo o mais. Muitas pessoas não podem aceitar que um homem com a nossa natureza pecadora pudesse ter um caráter perfeito. Este fato é um obstáculo à real fé em Cristo. Não é fácil acreditar que Jesus era da nossa natureza, mas não tinha pecado no seu caráter e sempre venceu suas tentações. Para chegar a um entendimento e fé firmes no Cristo verdadeiro é preciso muita reflexão sobre os relatos do Evangelho acerca da sua vida perfeita, associada a muitas passagens bíblicas que negam que ele era Deus. É muito mais fácil supor que ele era o próprio Deus, e por isso, automaticamente perfeito, embora esta visão reduza a grandeza da vitória que Jesus conquistou contra o pecado e a natureza humana.
Ele tinha natureza humana, ele compartilhou cada uma das nossas tendências pecaminosas (Hebreus 4: 15), no entanto, ele as venceu pela sua obediência aos caminhos de Deus e busca da Sua ajuda para vencer o pecado. Isto Deus deu de boa-vontade, a ponto de “Deus estar em Cristo, reconciliando consigo o mundo” através do seu próprio Filho (2Coríntios 5: 19).(DUNCAN HEASTER – www.biblebasicsonline.com/portuguese).
A trindade não é bíblica. Foi um erro inventado pela mente humana que foi tomando forma pelo início do segundo século em diante. Um erro que levou a outros três erros relacionados. Para “supostamente” dar coerência bíblica a esta doutrina foi necessário criar estes outros três erros, a saber: A PREEXISTÊNCIA, A KENOSIS e a ENCARNAÇÃO. Mesmo aqueles que não aceitam a doutrina trinitária, infelizmente caem presas destes três erros, que serão explicados no decorrer deste livro.
1º ERRO
Preesxistência
2º ERRO
Kenosis
3º ERRO
Encarnação