sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Terrível "Pulsa Dinura" ou "Chicote de Fogo" em aramaico: O Satanismo dos Judeus

Quem tem medo da “Pulsa Dinura”?

Este artigo fala sobre a maldição cabalista que os satanistas judeus andam lançando contra o Premier de Israel.

O título do artigo é “Kabbalist Curse”, dizendo o seguinte:
"Sharon foi atingido com “maldição mortal”: Extremistas usaram ritual contra Rabin, um mês antes dele ser assassinado” (World NetDaily, 26/07/06).

Ativistas extremistas realizaram um ritual cabalista à meia noite, num antigo cemitério, convocando anjos da morte para matar o primeiro Ministro de Israel - Ariel Sharon e frustrar o seu plano da retirada de Gaza... Os ativistas disseram que haviam executado uma cerimônia cabalista - a “Pulsa Dinura”, na qual Deus é solicitado a amaldiçoar o pecador, geralmente um inimigo do povo judeu - e rezaram para que uma maldição mortal fosse colocada sobre Sharon. Eles argumentaram que a evacuação de Gaza por ordem de Sharon “destruirá Israel e o povo judeu” e ocasionará a morte de muitos judeus.

A “Pulsa Dinura” foi efetuada na noite de quinta feira, num antigo cemitério, na cidade de Rosh Pina. Ela foi executada por um cabalista, o qual recitou orações repetidas por 20 homens, os quais, de acordo com a tradição cabalista, tinham mais de 40 anos de idade, tendo antes se barbeado e purificado num banho ritual.

Descrevendo a cerimônia, o participante Baruch Ben Yosef, um advogado ativista, disse à WND: ‘Ela foi feita num belo cemitério, com uma espessa floresta ao redor, sob a lua cheia. Nós a executamos perto do túmulo de Shlomo Ben Yosef [o primeiro judeu enforcado na Palestina Britânica, após ter levado a efeito um ataque de vingança contra um ônibus árabe]. Houve um verdadeiro quorum das pessoas que repetiam a oração, à medida em que ia sendo lida. E foi expressa a esperança de que os anjos da Cabala irão evitar que Sharon continue destruindo o povo judeu e a terra de Israel... Dayan afirma ter arriscado sua vida, quando participava” :

"Se você amaldiçoa alguém que não o merece, essa maldição se transformará em bumerangue contra você’, disse ele; "Então, obviamente, temos certeza de que Sharon merece morrer".

Esta descrição do “Pulsa Dinura” descreve detalhadamente uma cerimônia comum chamada “Killing Ceremony”, muito típica da bruxaria da Magia Negra. Por favor, permitam-me relatar uma experiência narrada pelo ex-mago da Magia Negra, Doc Marquis:
“Logo após ter assumido a liderança de uma confraria na área de Nashua, New Hamphsire, Doc foi procurado por um dos seus vigorosos membros, o qual tinha um pedido: ele possuía um inimigo, o qual ele, ardorosamente, desejava matar, um homem que morava na vizinhança próxima. Este membro da confraria pediu que Doc executasse o ‘Ritual de Morte’, o que significava que um demônio é quem iria executar a morte; os departamentos policiais chegariam à conclusão de que esse tipo de assassinato é reconhecido como ‘assassinatos psíquicos”.

Doc resolveu executar o desejo do seu confrade, tendo convocado uma reunião especial a ser realizada na próxima lua nova, não numa clara noite de lua cheia, mas numa escura noite de lua nova.

À medida em que os membros da confraria iam chegando à cena, descobriram que Doc havia feito alguns arranjos. Ele havia desenhado um hexágono de seis pés no chão, com velas acesas em cada ponta. Um círculo do lado de fora, longe do hexágono, também foi desenhado no chão. Após cada membro ter pisado no meio do hexágono, Doc recitou fielmente o ‘Ritual de Morte’. Quando ele terminou o recitativo, apareceu um demônio dentro do círculo. Ele estava enfurecido, por ter sido convocado a esta dimensão terrena, por ordem de um mago humano e gritou: “Por que me chamaste aqui?”

Doc lhe disse que eles queriam que o demônio matasse um inimigo. Depois que o demônio indagou o nome e endereço da vítima, Doc atendeu. Repentinamente, o demônio irrompeu numa fúria que amedrontou terrivelmente os satanistas praticantes, que estavam agrupados dentro do hexágono. Após ter-se aquietado, o demônio pareceu confuso e falou: “Como vocês se atrevem a me pedir que mate esse homem? Ele é um cristão nascido de novo e não pode ser tocado” [1 João 5:18-b].

Dois terços dos membros da confraria abandonaram-na, naquela mesma noite, e nunca mais voltaram ali. A confiança de Doc foi de tal modo abalada que, três semanas mais tarde, ele se ajoelhou, para pedir perdão dos seus pecados em o Nome de Jesus. Naquele momento ele nasceu de novo.

Como vimos o tal “Ritual de Morte” é amplamente praticado dentro da Magia Negra e do Satanismo. E a notícia acima está correta noutro ponto. Se o demônio tenta executar a maldição e a vítima está poderosamente protegida, de modo que a tentativa fracasse, a pessoa que excuta o ritual é quem morre. A maldição se transforma em bumerangue.

Agora voltemos ao específico ritual de morte judaico, conhecido como “Pulsa Dinura”. Vamos à Enciclopédia Wikipedia. À medida em que forem lendo esta explanação, lembrem-se que os valores se voltam totalmente sobre as cabeças deles. Os cabalistas se consideram “santos” e consideram suas vítimas como “pecadores”.

“A origem dessa frase parece ter vindo do Talmude Babilônico...”
A Enciclopédia Wikipedia está totalmente correta. Este ritual ... e todo o sistema cabalista - foi criado pelos sacerdotes judeus apóstatas, durante os 70 anos de cativeiro na Babilônia, à qual Deus os levou cativos como castigo pelos seus muitos pecados, entre os quais o mais grave era a idolatria pagã.

Esses sacerdotes marginais aprenderam a tradicional bruxaria babilônica e em seguida “judaizaram-na”, isto é, mudaram a linguagem, as explicações e as ilustrações para as do Judaísmo dos tempos antigos. Modernamente, esse novo sistema judaico de Satanismo foi escrito, pois antes era totalmente uma tradição oral.

Quando terminou o cativeiro e os judeus tiveram permissão de regressar a Israel, alguns desses sacerdotes apóstatas voltaram para Jerusalém, levando com eles a sua tradição oral. Os fariseus e saduceus abraçaram entusiasticamente o misticismo judaico (bruxaria) e praticavam esse tipo de Satanismo durante o tempo do ministério de Jesus. Controlados por Satanás, os fariseus e saduceus confrontaram seriamente o Senhor Jesus, durante o Seu ministério três anos e meio, tendo conspirado para entregá-Lo à morte na cruz do Calvário.

A fim de se protegerem da acusação de praticar bruxaria, eles formaram um tipo de seita secreta, nos moldes da Babilônia, Jesus conhecia a verdadeira natureza dos fariseus e saduceus, é claro, e continuamente os vergastava, tendo-os chamado de vários nomes pejorativos:

João 8:44 - “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.

Mateus 23:13-15, 19, 23-24, 27, 29 - “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. [v. 13] Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo [v. 14]. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós [v. 15]. Insensatos e cegos! [v. 19]. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas [v. 23]. Condutores, que coais um mosquito e engolis um camelo [v. 24] Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia [v. 27] Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. [28] Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos [v. 29]. Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? [v. 33].

Nem uma única vez o Senhor Jesus demonstrou compaixão alguma por eles, mesmo que o tenha feito com todos os demais pecadores. Por que Jesus se postou tão claramente contra esses homens? Porque Ele sabia que eles estavam praticando secretamente o Satanismo na tradição oral, o qual foi mais tarde codificado (em cerca de 1100 d.C.) por escrito sob o nome de Cabala.
(Nota - Explicamos tudo isso detalhadamente em nossa série de fitas de áudio: “Secret Societies Killed Jesus Christ”.)

Uma vez que vocês entenderam esse conceito, algumas porções do Evangelho vão se tornar mais compreensíveis para vocês.

Voltemos agora à Wikipedia para um detalhe relevante. Vocês vão descobrir que as pessoas que praticam esse tipo de “Ritual de Morte” são pessoas repulsivas, quer sejam gentios ou judeus. Está claro que “Pulsa Dinura” é o nome da versão judaica:

Esta seção menciona 60 “Pulsas Dinura” a fim de disciplinar o Anjo Metraton. Uma “Pulsa Dinura” também é mencionada uma vez na seção 3:263c da Zohar Raya Mehemna, uma das obras clássicas da Cabala (misticismo judaico). Ali ela é descrita como um pesado castigo contra uma pessoa que não cumpre suas obrigações religiosas [Um exemplo moderno disso nas igrejas malaquianas e “com propósito” é disciplinar os membros que não dizimam - MS]

A frase aparece num pequeno número de outras passagens, no Talmude e no Zohar, mas não no contexto de “maldição mística”. Alguns adeptos da Cabala desenvolveram a idéia de invocar maldição contra um pecador, a qual foi chamada “Pulsa Dinura”. Esta é usada algumas vezes pelos judeus religiosos contra figuras por eles objetivadas. No início do século 20, agitados judeus Haredi recitaram essa maldição contra Eliezer Ben Yehuda. Tem havido exemplos desta maldição recitada contra arqueólogos e autores de livros. Tem havido rumores de que antes do assassinato do Primeiro Ministro israelita, Itzhak Rabin, essa maldição lhe foi dirigida pela ala de extrema direita.

Na noite de 06/10/1995, Avigdor Eskin, membro do Gush Emunin (bloco dos fiéis) recitou as seguintes maldições do “Pulsa Dinura”:

“Anjos da destruirão o matarão. Ele é amaldiçoado aonde quer que vá. Sua alma vai deixar imediatamente o corpo... e não sobreviverá um mês. Tenebroso será o seu caminho e o anjo de Deus irá caçá-lo. Um desastre que ele nunca experimentou vai alcançá-lo e todas as maldições conhecidas na Torah serão a ele aplicadas. A vós, anjos da ira, entrego Itzhak, filho de Rosa Rabin, para que vós o reduzais a um espectro, lançando-o no inferno, tirando a sua riqueza e amaldiçoando os seus pensamentos; e espalhando a sua mente, a fim de que ele seja firmemente enfraquecido, até chegar à morte. Que morra o amaldiçoado Itzhak. Que seja amaldiçoado, amaldiçoado, amaldiçoado!”

“Um mês depois, Rabin foi assassinado.”

Esses são homens detestáveis que se autodenominam judeus e que o mundo aceita como judeus. Porém não são judeus; eles são o tipo que Jesus predisse que iria existir no final dos tempos, conforme Apocalipse 3:9: “Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem...”

Esses detestáveis judeus pretensos são mascarados de judeus verdadeiros e o mundo os aceita como tais. Eles são cheios de ódio e os seus escritos talmúdicos têm sido usados pelos anti-semitas através da história para incitar os gentios a cometer genocídio contra todos os judeus. Esses homens são inescusáveis e o seu tipo de bruxaria não somente é poderosa como também indefensável.

Esses detestáveis judeus cabalistas são os Illuminati da alta estirpe. O Cabalismo é a pedra angular de todo o sistema ocultista na era moderna (1100 a 2006 d.C.), dos sistemas de magia negra, tanto dos judeus como dos gentios. Adolfo Hitler reverenciava a Cabala. É por demais irônico que o Holocausto Nazista, o qual assassinou 66% dos judeus que havia no mundo, tenha sido executado sobre a base da Cabala judaica.

Esses iluministas mundiais, que estão executando o Plano Global para eleger o seu cristo maçônico e programar o seu reinado de 1.000 anos, têm também como pedra angular a Cabala. Essa liderança global dos Illuminati é tanto gentílica como judaica. Esses pretensos judeus parecem ser judeus, mas são a “sinagoga de satanás” descrita por Jesus na passagem supra citada. (Apocalipse 3:9).

É contra esses iluministas pretendendo ser judeus que o “Cutting Edge” luta em árdua oposição. Atentem para o excerto do livro “Codex Mágica”, o qual faz uma distinção entre a Fé do Velho Testamento e a moderna “religião judaica”, a qual se baseia amplamente na Cabala. Desejo apenas que o leitor tenha feito essa distinção na primeira página:

“É inegável que o próprio Deus, em Apocalipse 11:8 declara que nos últimos dias, antes do retorno de Cristo, os lugares mais malignos da terra serão Jerusalém e Israel. Ele os chama de ‘Sodoma e Egito’. Por que Jerusalém e a nação de Israel são chamados ‘Sodoma e Egito?’ Creio que é porque a religião judaica será uma religião diametralmente oposta à fé do Velho Testamento, de Moisés, de Isaque, de Jacó e dos profetas” (p. 421) [Ver também Ezequiel 8].

Essa compreensão está absolutamente correta. Jesus procede da geração dos legítimos judeus do Velho Testamento “de Moisés, Isaque e Jacó e dos profetas”. Esses iluministas cabalistas formam a “sinagoga de satanás” e mentem, quando afirmam ser judeus.

“Cutting Edge” ama os judeus e ama Israel, mas não tolera a moderna liderança iluminista, em que os judeus místicos praticam a moderna religião judaica. Reconhecemos as verdades proféticas de que Deus vai julgar Israel durante o período da Tribulação de sete anos, refinando-o e separando-o, permitindo que o Anticristo assassine 66% deles, conquanto preservando 33% do Remanescente, conforme Zacarias 13:8-9: “E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus”.

Quando cada judeu deixado vivo formar o Remanescente, então ter-se-á cumprido a profecia de Paulo em Romanos 11:26, com todo o Israel sendo salvo. E também se cumprirá a profecia de Zacarias 12:10: “...e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. [E também a de Zacarias 14:1-4, 9: “EIS que vem o dia do SENHOR, em que teus despojos se repartirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade. E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha. E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul... E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome”.]

Deus ainda não proferiu a Sua última palavra sobre Israel. Enquanto isso não acontecer, estarei orando pela redenção de Israel, não pela nação que é hoje governada pelos Illuminati. Orarei pela redenção do judeu verdadeiro, não pelos praticantes do Judaísmo mágico, nem pelos que se juntam sob o hexagrama, como símbolo nacional. Lembrem-se que o hexagrama é o símbolo mais maligno do mundo inteiro e o seu uso como símbolo nacional de Israel mostra, a quem tem discernimento, que a liderança de Israel está praticando Satanismo, na versão iluminista altamente poderosa.

Falar a verdade sobre esses pretensos judeus e o seu desempenho no esforço global de edificar o Anticristo, não é ser anti-semita, nem é denegrir o nosso precioso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Nosso amado Jesus foi um rabino durante o Seu ministério, o qual veio da pura ascendência espiritual de Moisés, Abraão e os profetas. É a Ele que nós amamos e também amamos os judeus que praticam o Judaísmo historicamente puro.

Os cristãos maduros do mundo inteiro precisam fazer essa distinção; devem entender a diferença entre o verdadeiro judeu e o pretenso judeu. Jesus vai destruir os judeus cabalistas e iluministas, na segunda metade da Tribulação, depois que o Anticristo tiver entrado no Templo, para ali cometer a “Abominação da Desolação”, quando, então, Ele vai permitir que o mundo inteiro testemunhe a maior tentativa global de aniquilação dos judeus. Contudo, Deus vai proteger o seu Remanescente na base de 1/3.

Entrementes, ninguém é anti-semita por descrever as atividades dos judeus iluministas. Judeus e gentios estão trabalhando juntos para edificar a Nova Ordem Mundial, a.k.a., o governo mundial do Anticristo. A lista de figuras históricas que têm laborado a favor dos Illuminati é longa e contém muitos nomes de Judeus e gentios.

Contudo, os ex-satanistas Doc Marquis e Cisco Wheller registram que o líder principal dos Iluministas não é um judeu - mas um gentio. É o Príncipe Charles da Grã Bretanha. Não importa, portanto, quantos judeus pretensos tenham existido ou existam atualmente na liderança do aparato global, pois todos eles trabalham juntos para esse gentio do altíssimo escalão.

sábado, 5 de junho de 2010

Uma Reflexão por: O Caminho (duas vidas em uma ou uma vida em duas?)

Sim! Poderia estar usando este momento para registrar algo sobre o dia do meu aniversário. Quem sabe uma avaliação sobre mais um ano de vida, uma inquirição dos fatos (reações e omissões). Porém, o mais interessante é que são pouquíssimas às vezes em que me proponho a escrever sobre determinado assunto e tenho o mote desviado para outro contexto. Creio que é o Senhor me dirigindo, pois, hoje foi um dia “diferente”. Em verdade, alguns anos da minha vida têm sido “diferentes”. Tenho me sentido mais “sensível”. Para ser sincero: menos humano e mais cristão. Talvez, a afirmativa “menos humano e mais cristão” deva ser mais bem compreendida.

Faz algum tempo que, tenho orado a Deus para que Ele me conceda o dom de ser um ouvinte compreensivo, o oposto de Elifaz, Bildade, Zofar, e por último, Eliú. E muito menos, como a mulher de Jó que com apenas uma sentença disparou: Amaldiçoa o teu Deus, e morre.

Estava, hoje pela manhã, conversando com o meu irmão em Cristo, Antônio Roberto de Carvalho (acredito que tenha sido mais do que uma conversa foi uma terapia) e, em determinado momento, ele me disse uma frase que ouviu de um Pastor Os sonhos nos individualizam, porém, as lutas nos unem.

Encerrada a conversa dei Glória a Deus pela nossa fala e, especialmente, por esta frase tão simples, mas de tão grande valor naquele momento.

Senhor!
Faça-me ser um perfeito ouvinte, ainda que,
eu sinta o peso da emoção, da amargura, da dor,
da fraqueza.
Senhor!
faça-me ser um ombro amigo, ainda que,
eu sinta vontade de chorar,
a angústia aperte o meu peito.
Senhor!
Faça-me ser menos humano e mais cristão.
Senhor!
Faça-me estar mais unido pela luta dos meus irmãos (mais cristão)
E menos individualista pelos meus sonhos (menos humano).

É bem verdade que não é um texto muito apropriado para um dia natalício, mas, é um texto acertado para todo aquele que deseja ser parecido com o Mestre.

“Mas a si mesmo se esvaziou,
Tomando a forma de servo,
“Fazendo-se semelhante aos homens.”
Filipenses 2.7

Sempre serei grato a Ti Senhor pela Tua Grandeza e, jamais, por aquilo que podes querer cumprir em minha vida. Pois, em Ti, está tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.

Reparto as bênçãos dessa data com todos os meus familiares, em especial, meu filho Pedro, e a todos os meus amigos.


Amém!



sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Papa que mandou adulterar as escrituras.

A Confissão de Jerônimo!:

"Obrigas-me fazer de uma Obra antiga uma nova... da parte de quem deve por todos ser julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. Qual, de fato, o douto e mesmo o indouto que, desde que tiver nas mãos um exemplar, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros? (Meclamitans esse sacrilegum qui audeam aliquid in verteribus libris addere, mutare, corrigere). Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus".
(Obras de São Jerônimo, edição dos Beneditinos, 1693, t. It. Col. 1425).

Esta fala deveria ser uma das expressões verbais mais bombásticas e poderosas de todos os tempos. Deveria ser, também, a mais importante confissão de toda história da humanidade, pois é a fala de, ninguém menos, Jerônimo, o compilador da bíblia cristã, admitindo com sua própria boca e mãos (já que escreveu a confissão) que ADULTEROU a bíblia a mando do chefe maior da sua igreja, o Papa. Chamado a Roma pelo Papa Damaso, Jerônimo tornou-se secretário particular deste e recebeu do mesmo a incumbência de traduzir os escritos hebraicos e gregos que compunham o cânon bíblico para o latim. Até onde se sabe a intenção do Papa era, justamente, erigir uma única e universal versão dos textos bíblicos, dado o excesso de traduções populares e à diversidade de interpretações dos textos sagrados. Mas, pela fala de Jerônimo, o Papa foi um pouco mais além: criou a versão da sua conveniência. Em outras palavras, temos, então que, a bíblia cristã que conhecemos hoje e que reverenciamos como a Palavra de Deus revelada, recebeu uma “mãozinha” daquelas de Jerônimo a mando do Papa. O Deus cristão é, portanto, um deus católico.

Séculos mais tarde, o mundo religioso cristão entra em polvorosa por causa de outro Papa, Joseph Alois Ratzinger ou apenas Papa Bento XVI, que emitiu um documento afirmando que, até pode haver expressões religiosas que agradem a Deus, mas a única, exclusiva e verdadeira religião “de Deus”, é a católica e ponto final. Após publicar esse documento, o Papa Bento XVI fez tremer a base do cristianismo que hoje é ocupada por católicos, evangélicos e outras religiões não cristãs, mas que adotam o Cristo como coluna principal. Mas, para a ira de todas as religiões cristãs do mundo, o papa está coberto de razão.

Realmente, a única, verdadeira e exclusiva religião de Deus existente entre os homens é a religião católica e é ilógico até discutirmos o assunto, já que foi a igreja católica que criou o Deus cristão que conhecemos e não o contrário. Partindo do princípio que Jerônimo, o doutor da igreja e santo canonizado não mentiu, ele próprio fez uma tradução bíblica de acordo com as vontades, mandos e desmandos do seu chefe e chefe da sua igreja e não, em sintonia com a verdade real dos escritos hebraicos e gregos. Será mera coincidência que somente após as traduções bíblicas de Jerônimo a igreja instituiu os dois maiores e mais poderosos dogmas de fé para a leitura das escrituras: que as mesmas só podem ser lidas em seu estrito sentido literal e que todas as suas letras foram revelações do próprio deus? Aqui cabe uma pergunta: qual deus?

O fato é que, coincidência ou não, uma sentença divina que obriga os fiéis a uma estrita aceitação do que foi traduzido como a sagrada letra revelada de Deus sem um sopro de dúvida e o mínimo questionamento é mais uma das muitas “conveniências” que abundam no seio da “santa igreja de deus”. Seria mais ou menos a mesma coisa de alguém redigir, sozinho, a constituição de um país e depois alegar que a mesma jamais pode ser questionada, por ter sido escrita pelo próprio Deus e que todos, querendo ou não, são obrigados a aceitá-la sob pena de uma condenação eterna. Dá para acreditar em algo desse tipo? Pois foi bem isso que aconteceu.

Porém, o mais grave, sério, perigoso e lamentável é que hoje, cerca de mil e seiscentos anos depois desses fatos acontecidos e narrados pelo próprio Jerônimo, ainda existem pessoas que teimam em conceber o mundo, as pessoas, os costumes, os valores e as sociedades nos mesmos moldes da época de Jerônimo e tendo como base os mesmos escritos traduzidos por ele que, segundo a sua própria confissão, não foram tão fiéis assim ao original. Impressiona o grau de ridicularidade e de autoritarismo quando vemos pessoas que, tendo como princípio o livro de Jerônimo, condenam abertamente tudo e todos que não comungam com suas idéias em vida e pela eternidade em nome “do amor de deus”. Chega a ser risível vermos pessoas que, “em nome do amor de deus” e tendo como base o livro de Jerônimo, promovem o sectarismo e a intolerância religiosa. É debochadamente hilariante, mas perigoso, assistirmos pessoas que, “em nome do amor de deus” e tendo como base o livro de Jerônimo, vendem graças e desgraças do deus de Jerônimo nas redes de televisão e nas ondas do rádio (é a modernidade) e é insanamente cruel termos pessoas em pleno século vinte e um fazendo guerras pessoais, sociais, de classes e até de nações inteiras tendo como base o livro fraudulento de Jerônimo em nome do “amor de deus”. Aqui cabe outra pergunta: qual deus seria esse?

Jerônimo, pelo menos, teve a honradez de confessar seu feito e de mostrar para a humanidade que ele era um homem de caráter benevolente e ético. Mas, espanta como poucos dos seguidores do livro de Jerônimo seguem o exemplo do próprio Jerônimo. Entre terem como exemplo o Jerônimo verdadeiro, preferem como modelo a mentira de Jerônimo e assim, perpetuam desde os tempos de Jerônimo um deus que, segundo o próprio Jerônimo, nem é tão deus assim, já que está mais para o papado e para o catolicismo que para a sua própria divindade. Desse modo, instituímos para a humanidade, partindo do livro de Jerônimo, um deus partidário, religioso, sectário, intolerante e tão humanamente baixo que chega a ser difícil crer que haja verdade divina na divindade desse deus. Felizmente, como diz o próprio Jerônimo, “é impossível a verdade existir em coisas que divergem tanto” e é visível que entre o Cristo e as religiões cristãs as divergências são tão gritantes que não há como não perceber que a adulteração de Jerônimo faz-se viva e presente até os dias de hoje dentro de cada um dos cristãos em maior ou menor grau. Ou seja: grande parte dos cristãos, entre terem como exemplo o Cristo verdadeiro prefere como modelo a mentira construída pela igreja “em nome do amor de deus”. Aqui cabe mais uma pergunta: qual deus?

Pelo menos Jerônimo existiu e sabia ler e escrever. Pelo menos, foi Jerônimo que fez a tradução da bíblia. Pelo menos Jerônimo sabia confessar e não tinha medo de confessar. Pelo menos Jerônimo confessou e por isso existe a confissão de Jerônimo. A confissão de Jerônimo é a confissão verdadeira de uma mentira que se põe em contraste com uma mentira vista como verdade absoluta e divinamente instituída. No meio disso tudo estão os cristãos que podem escolher entre uma verdade mentirosa ou uma mentira verdadeira, ou, como Jerônimo, escolherem as duas coisas se tiverem a mesma hombridade e a mesma honestidade do mesmo. Salve Jerônimo e salve a confissão de Jerônimo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O Pentateuco Em Questão

1. INTRODUÇÃO

Segundo a tradição rabínica, seguida pelo Cristianismo, Moisés é o autor de todo o Pentateuco. Alguns radicais, como Filo e Josefo, chegaram a declarar que teria escrito acerca da própria morte (Dt 34.5). Mas o Talmude reconhece ter Josué escrito este trecho.

Segundo uma tradição, aceita pelos pais da Igreja (apesar de reconhecerem a autoria mosaica), os rolos foram perdidos devido a um incêndio, e foram totalmente reescritos mediante inspiração do Espírito Santo por Esdras. Esta tradição está apoiada em um escrito apócrifo – 4 Esdras 14.21,22:

“Porque a tua lei foi queimada, de modo que ninguém sabe as coisas que foram feitas ou serão feitas por ti. Se tenho achado graça diante de ti, envia o Espírito Santo a mim, e escreverei tudo que tem acontecido no mundo desde o princípio, as coisas que foram escritas na tua lei, afim de que homens possam ser capazes de encontrar o caminho, e a fim de que aqueles que desejam viver nos últimos dias possam viver(1)”

Já nos primórdios da era cristã, alguns começaram a duvidar da autoria mosaica, tais como os nazarenos e os ebionitas. Mas as primeiras argumentações de peso começaram na Idade Média, com pensadores tais como Ibn Ezra. Isto prosseguiu na Idade Moderna, com Baruque Espinosa, Carlstadt e Andreas Masius.

A Teoria Documentária, segundo a qual várias fontes foram unidas para formar o Pentateuco – tornando-o um livro de vários autores – começou a ser delineada em 1753 pelo professor de Medicina em Paris, Jean Astruc. Observando a freqüência com que aparecem os nomes divinos Elohim e Yahweh, elaborou a tese de que foram usados dois documentos para a redação do Pentateuco.

Esta idéia evoluiu no final do século XIX para a “hipótese Graf-Wellhausen”, elaborada por Julius Wellhausen e Karl H. Graf, segundo a qual o Pentateuco era o resultado de quatro documentos: Javista (J, cerca de 950 a.C.), Eloísta (E, século VIII a.C.), Deuteronomista (D, século VII a.C.) e Sacerdotal (P, século V a.C.). Desde então, esta hipótese tem servido de base para a crítica literária do Antigo Testamento. Hoje ela está bastante elaborada, e muitas das vezes cada um desses documentos ou fontes é subdividido em documentos e/ou fontes menores. Vale salientar que muitos aceitam uma fonte G (do alemão Grundlage, “fundamento”), onde as tradições J e E estão de tal forma fundidas que é impossível separá-las. Isto seria indicado pelo uso feito em muitas passagens da combinação Yahweh Elohim – cerca de 417 vezes.

No presente trabalho, iremos detalhar acerca da fonte javista, que segundo muitos estudiosos é a mais antiga.

2. A FONTE JAVISTA: CARACTERÍSTICAS

Inicialmente, era tida como a fonte que utilizava exclusivamente o nome Yahweh. Hoje, essa tradição é assim conhecida pela preferência que dá em utilizar o nome Yahweh (Javé). Deste modo, muitas passagens que sequer utilizam o Tetragrama Sagrado são reputadas javistas, como o longo trecho de Gn 42 - 47. Ainda segundo esta tradição, o nome divino Yahweh é utilizado desde os tempos pré-diluvianos (Gn 4.26). Desconhece então a suposta revelação deste nome divino, feita somente na época de Moisés (Êx 3.14,15).

O estilo javista é vívido e colorido, numa forma cheia de imagens e com um modo de narrar realmente magistral. Combina simplicidade com grandeza; tradições simples e agrupamentos de tradições, solidez de enredo e depuração de estilo, economia de expressão e controle emocional. Prima pela explicação de etimologias: o homem (Adam) assim é denominado por ter sido formado do pó da terra (adamah); a mulher (ishah) por que foi tomado do homem (ish); a torre de Babel por que ali o Senhor confundiu (balal) a língua de toda a terra; e assim por diante.

Teologicamente, não está tão preocupado com uma declaração religiosa formal; antes, ela dá uma resposta profunda aos graves problemas que se apresentam a todo o homem, e as expressões humanas de que se serve para falar de Deus (antropomorfismo) encobrem um senso muito elevado do divino, destacando a proximidade de Deus e o seu íntimo relacionamento com o homem. Como prólogo à história dos antepassados de Israel, ela colocou um sumário da história da humanidade desde a criação do primeiro casal. Desta forma, ressalta a continuidade do propósito de Deus desde a criação, passando pelos patriarcas até o papel de Israel como seu povo. Exalta os grandes patriarcas, mas não esconde os erros destes, trazendo um retrato humano bastante realista: a embriaguez de Noé (Gn 9.18 – 27); a mentira de Abraão em contar que Sara era sua irmã, e não esposa (Gn 12.10 – 20); os enganos de Jacó, como em Gn 27; a violência de Moisés (Êx 2.11 – 23).

Esta tradição teve origem em Judá e talvez tenha sido escrita no reinado de Salomão, entre 950 e 850 a.C. O autor é desconhecido, mas provavelmente recebeu apoio governamental para elaborar uma espécie de “epopéia nacional”, como uma exaltação nacionalista do jovem reino de Davi e Salomão. Este ímpeto nacionalista leva o javista, por exemplo, a ignorar que Abraão tenha sido guiado por Deus a Canaã, e evita utilizar o nome cananeu El para Deus. A situação política no reinado salomônico era propícia: paz, prosperidade, e o reino na sua máxima expansão. Observe o texto de 1 Reis 3.20 – 28:

“Eram, pois, os de Judá e Israel muitos, como a areia que está ao pé do mar em multidão, comendo, e bebendo, e alegrando-se. E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, e até ao termo do Egito; os quais traziam presentes e serviram a Salomão todos os dias da sua vida. Era, pois, o provimento de Salomão, cada dia, trinta coros de flor de farinha e sessenta coros de farinha; dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados, e as cabras monteses, e os corços, e as aves cevadas. Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de cá do rio Eufrates, de Tifsa até Gaza, sobre todos os reis da banda de cá do rio; e tinha paz de todas as bandas em roda dele. Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão. Tinha também Salomão quarenta mil estrebarias de cavalos para os seus carros e doze mil cavaleiros. Proviam, pois, estes provedores, cada um no seu mês, ao rei Salomão e a todos quantos se chegavam à mesa do rei Salomão: coisa nenhuma deixavam faltar. E traziam a cevada e a palha para os cavalos e para os ginetes, para o lugar onde estava cada um, segundo o seu cargo”

A fonte javista está distribuída pelos livros de Gênesis, Êxodo e Números. Alguns alegam que Deuteronômio 34 e determinadas partes de Josué, Juízes e Samuel também receberam influência javista. No conjunto de textos que lhe são atribuídos, distingue-se às vezes uma corrente paralela que tem a mesma origem, mas que reflete concepções por vezes mais arcaicas e por vezes diferentes, designadas pelas siglas JI (javista primitiva), L (javista leiga) ou N (javista nômade).

Não existe concordância entre os estudiosos acerca de quais passagens são javistas. Isto porque há uma tentativa de reconstrução da ideologia e vocabulário específico que possa identificá-la, além da averiguação das passagens duplicadas. Abaixo fornecemos uma lista da tradição javista espalhada por Gênesis-Êxodo-Números, baseada na lista delineada por Norman K. Gottwald(2). Esta nos dá uma visão panorâmica de como a tradição javista auxiliou na elaboração das narrativas acerca da história primeva, da história patriarcal e da história mosaica.

GÊNESIS

História Primeva

Criação do Mundo e queda do Homem: 2.4 – 3.24 (o relato de 3.1 – 24 mesclado a tradições eloístas)

Caim e Abel: 4.1 - 26

Filhos de Deus e as filhas dos homens: 6.1 - 4

Dilúvio: 6.5 – 8; 7.1 – 5, 7 – 10, 12, 16b, 17, 22 – 23; 8.2b – 3a, 6, 7a, 8 – 12, 13b, 20 – 22

Noé e seus filhos: 9.18 – 27

Quadro de Nações: 10.8 - 19,21,24 – 30

A Torre de Babel: 11.1 – 9

História de Abraão

Abraão desposa Sarai: 11.28 – 30

Chamado e viagem até Canaã: 12.1 – 4a, 6 – 9

Abraão e Sarai no Egito: 12.10 – 20; 13.1

Abraão e Ló se separam: 13.2 – 5, 7 – 11a, 13 – 18

Vitória de Abraão (?): 14.1 - 24

Aliança de Yahweh com Abraão: 15.1,2,4,6,12, 17 – 21

Nascimento de Ismael e fuga de Agar: 16.1b, 2, 4 – 14

Sodoma e Gomorra: 18.1 – 23; 19.1 – 28, 30 – 38

Nascimento de Isaque: 21.1,2,7

Acréscimos javistas à narrativa eloísta da provação de Abraão: 22. 14 – 18

Descendentes de Naor: 22.20 – 24

Casamento de Isaque com Rebeca: 24.1 – 67

Descendentes com Cetura: 25.1 – 6,11b

História de Jacó
Nascimento de Esaú e Jacó: 25.21 - 26

Esaú renuncia a sua primogenitura: 25.27 - 34

Isaque e Rebeca em Gerara: 26.1 - 11

Pacto entre Isaque e Abimeleque: 26.12 – 33

Jacó rouba a bênção de Esaú: 27.1 – 45

Sonho de Jacó: 28.10 – 11a, 13 – 16, 19

Jacó desposa Lia e Raquel: 29.1 – 30

filhos de Jacó: 29.31 – 35; 30.4 – 5,7 – 16, 21, 24

Jacó ganha riqueza por fraude: 30.25, 43

Fuga de Jacó e pacto com Labão: 31. 1 – 3, 17, 19a, 20 – 23, 25b, 27, 30a, 31, 36a, 38 – 40, 46 – 49, 51 – 53a

Jacó prepara-se para reencontrar-se com Esaú: 32.3 – 11, 13a

Jacó luta com Deus: 32.22 - 32

Reencontro de Jacó com Esaú: 33.1 – 3, 12 - 17

História de Diná: 34.1 - 31

Incesto de Rúben: 35.21 – 22a

História de José
Sonho de José: 37.2b – 20, 25 – 27, 28b

Judá e Tamar: 38.1 - 30

Tentação e Prisão de José: 39.1 - 23

Primeira visita dos irmãos ao Egito: 42.4 – 5, 8 – 11a, 12, 26 – 28a, 38

Segunda visita dos irmãos ao Egito: 43.1 - 34

José põe à prova seus irmãos: 44.1 - 34

Reconciliação de José com seus irmãos: 45.1, 4, 5a, 16 - 28

Jacó instala-se no Egito: 46.28 – 34; 47.1 – 4, 6b

Política agrária de José: 47.13 - 26

Morte de Jacó: 47.29 - 31

Bênção de Jacó: 49.2 - 28

Sepultamento de Jacó: 50.1 – 11, 14


ÊXODO

Opressão de Israel no Egito: 1.8 – 12, 22

Nascimento de Moisés (?): 2.1 - 10

Moisés foge para Midiã: 2.11 – 23a

Chamado de Moisés e sua volta ao Egito: 3.2 – 4a, 5, 7, 8, 16 – 22; 4.1 – 12, 19, 20a, 22, 23

Yahweh tenta matar Moisés: 4.24 - 26

Encontro com Arão e o povo: 4.27 - 31

Moisés solicita adoração no Deserto: 5.1 – 6.1

Praga da água transformada em sangue: 7.14 – 18,20b, 21a, 23, 24

Praga das rãs: 7.25 – 8.4, 8 - 15

Praga das moscas: 8.20 - 32

Praga sobre o gado: 9.1 - 35

Praga da Saraiva: 9.13 - 35

Praga de Gafanhotos: 10.1 - 20

Praga das trevas: 10.21 - 29

Anúncio da Praga final: 11.1 - 8

Instituição da páscoa: 12.21 – 23, 27b

Praga a morte os primogênitos e libertação de Israel: 12.29 - 36

Saída do Egito: 12.37 – 39; 13.20 - 22

Os egípcios perseguem os israelitas: 14.5 – 7, 10 - 14

Israel atravessa o mar: 14.19b – 21b, 24, 25, 27b, 30, 31

Cântico de Moisés: 15.1 - 18

Israel em Mara e Elim: 15.22 – 25a, 27

Provisão do Maná: 16.4, 5, 28 – 31, 35b, 36

Água da Rocha: 17.2 – 7

Passagens mescladas com a tradição eloísta: 19.2b – 23.23; 24.1 – 15; 32 – 34

NÚMEROS

Moisés e Hobabe (Jetro?): 10.29 – 32

A arca portátil: 10.33 – 36

Espias enviados a Canaã: 13.17b – 20, 22 – 24, 27 - 33

Israel murmura contra Moisés e Yahweh: 14.1 – 4, 11, 25

Derrota de Israel em Horma: 14.39 – 45

Rebelião de Data e Abirão: 16.1b, 2a, 12 – 15, 25 – 32a, 33, 34

Edom recusa passagem a Israel: 20.19 – 20, 22a

Vitória na Batalha de Horma: 21.1 – 3

Serpente de Bronze: 21.4 – 9

Movimento de Israel através da Transjordânia: 21.10 – 20

Balaque chama Balaão para amaldiçoar Israel: 22.3b – 8, 13 – 19, 21 – 37, 39, 40

Oráculos de Balaão: 23.28 24.2 – 25

Apostasia de Israel em Peor: 25.1 – 5

Distribuição de terra na Transjordânia: 32.1, 16 – 19, 24, 33 – 42

1.A FONTE JAVISTA EM GÊNESIS

A fonte javista vai compor quase que na sua totalidade o livro de Gênesis. Conforme poderemos constatar, são poucos os trechos deste livro que receberam influência de outra fonte. Ela se preocupa em detalhar a história dos grandes patriarcas de Israel – Abraão, Jacó e José, colocando um prólogo acerca das origens da humanidade. Principalmente aqui em Gênesis, a pecaminosidade humana é ressaltada, o que influencia até mesmo os grandes patriarcas antepassados de Israel – estes apresentam falhas que não são ocultadas.

História Primeva

Segundo o ponto de vista javista, a razão de ser da criação do mundo foi o homem (2.4 – 3.24). É bem econômico em descrever o mundo criado que cerca o homem: toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava porque ainda não havia homem (2.5,9); o jardim no Éden com um rio o regando (2.10 – 15); os animais foram criados para tentar resolver o problema da solidão do homem (2.18 – 20); a mulher foi criada para ser seu complemento (2.21 – 25). Tudo é mostrado de tal forma a evidenciar que o homem é a obra prima de Deus (2.7): o homem foi moldado (yatsar, o mesmo verbo utilizado para o ofício do oleiro, e.g. em Jr 18.1 - 8) a partir do pó da terra. Deus criou um jardim no Éden, no qual colocou o homem, que se responsabilizaria por ele (2.8). Deus então é descrito como o amigo íntimo do homem. Mas, como qualquer amigo, não quer se sentir traído. A desobediência a uma estipulação sua põe em risco todo este carinho (2.16,17).

O javista deixa claro, então, que o homem foi criado para um estado de felicidade absoluta. Porém, desobedeceu a Deus (3.1 – 24). A desobediência trouxe a quebra de comunhão com este Deus que sempre colocou o homem como o centro de suas atenções – trouxe o pecado. Apesar da proximidade de Yahweh, o que revela uma relação bastante afetuosa, Yahweh reage de forma enérgica com relação à obstinação pecaminosa do homem. O relato a queda é bem dramático, demonstrando todas as conseqüências trágicas à humanidade. Por isso, não podemos entender os primórdios da humanidade sem entendermos a história do pecado na humanidade. O estado pecaminoso sempre coloca o homem em pé de guerra com Deus: Caim, o primeiro homicida, com uma descendência igualmente violenta (4.1 – 24); as filhas dos homens (6.1 –4); a violência se multiplicando na face da terra (6.5 – 6); a arrogância na construção da torre de Babel (11.1 – 9). Mas Deus sempre encontra, em meio a perversidade humana, aqueles que são sensíveis ao seu amor: Abel (4.4), Enos (4.26), Noé (6.8). Com a expressão “achar graça aos olhos do SENHOR” (6.8; Êx 34.9; Nm 11.11), entre outras, o javista contrapõe a pecaminosidade humana com a bondosa graça divina.

Um momento chave na história da humanidade é o dilúvio. A versão javista é esta: em meio a uma geração perversa, Noé achou graça aos olhos do Senhor (6. 5 – 8); convida-o, juntamente com sua família, a entrar em uma arca (sem especificar como esta foi construída), a fim de se salvarem do dilúvio que assolará a terra e durará quarenta dias (7.1 – 5). De todos animais, sete pares devem ser guardados dos animais limpos e dois dos imundos (7.2). O dilúvio começa após sete dias (7.7 – 10). Em quarenta dias, tudo na terra expira, exceto Noé e seus familiares (7.12, 16b, 17, 22, 23). Ao final de quarenta dias, cerram-se as fontes do abismo e as janelas do céu (8.2b – 3a). Para verificar se as águas já haviam secado de sobre a face da terra, solta um corvo e uma pomba (8. 6 – 13). Noé então sai da arca e oferece holocaustos em agradecimento ao Senhor (8.20 – 22).

Neste prólogo, o javista procura mostrar que o homem sempre esteve preocupado com o pecado e suas conseqüências em sua história. O remédio para a humanidade, então, está na criação de um povo especial, conforme delineado em Gn 12 – 50. Por isso, antes de mostrar a origem de um povo especial, detalha acerca da origem das diversas nações, conforme 11.1 – 9. Arrogantemente, os homens se uniram com um projeto audacioso: construir uma torre que alcançasse o topo dos céus, para que fizessem seus nomes notórios. Como castigo, eles que falavam uma mesma língua, são espalhados por toda a face da terra, com diferentes línguas. Esta é a versão javista, em contraposição à outra versão contida no capítulo 10 para a origem das nações (o javista, entretanto, irá inserir neste capítulo alguns versículos, 10.8 - 19,21,24 – 30).

História de Abraão

Para o javista, o momento chave para a humanidade é a chamada de Abrão, que dará origem ao povo de Israel (12.1 – 3), e por isso Pai da Nação do Senhor. Esta tradição usa o nome Abraão a partir de 18.6 sem explicar o porquê da mudança. Exceto em 12.10 – 20, Abraão é retratado como um verdadeiro exemplo de piedade: obediente à voz de Deus (12.1 – 4a), com uma fé firme (15.6), sempre adorando o Senhor com construção de altares (12.7,8; 13.4,18). Mais uma vez o ímpeto nacionalista é demonstrado: a simples existência do povo de Israel é causa de bênção a todos os povos (12.3). Era casado com Sarai, estéril (embora mais à frente o javista dê a entender que isto devido à sua avançada idade), e saiu de sua terra natal, Ur dos Caldeus, rumo à terra que o Senhor mostraria (11.28 – 30; 12.1). Esta terra não é especificada como Canaã. Seu sobrinho Ló o acompanhou (12.4a). Chegou então a Siquém, até o Carvalho de Moré, onde edificou um altar e o Senhor lhe apareceu prometendo dar à sua semente aquela terra (12.6,7). E, de lá, passou por Betel e o Neguebe (12.8,9).

Abrão mal chega à nova terra, enfrenta dificuldades: há uma fome na terra, e se vê obrigado a descer ao Egito, onde pede para Sarai dizer que é sua irmã, e não sua esposa (12.10 – 13.1), fazendo com que ela fosse tomada ao harém de Faraó; os seus pastores se desentendem com os pastores de seu sobrinho Ló, o que obriga a se separem um do outro (13.2 – 5, 7 – 9). Ló opta então por morar nas campinas do Jordão, onde estava Sodoma e Gomorra (13.10 – 11a), cidades conhecidas pela perversidade (13.13). O Senhor mais uma vez promete-lhe a posse da terra na qual se encontrava (13.14 – 18).

O relato encontrado em 14.1 – 24 é considerado por muitos javista, mas alguns supõem ser de uma fonte muito antiga e desconhecida. Refere-se a Abrão como o hebreu (14.13), não como um gentílico, mas possivelmente como a descrição de sua classe social (hebreu aqui seria uma referência àqueles que estão socialmente à margem). Usa para Deus o título El Elyion (o javista utiliza Elohim, mas evita o uso de El, provavelmente por ser uma referência ao El do panteão cananeu).

Abrão passa por outro momento de crise: o Senhor lhe prometera a posse da terra para seu descendente, mas seu único herdeiro parece ser o damasceno Eliezer (15.1,2). O Senhor o certifica que seu herdeiro será um que sairá de suas entranhas (15.4), e Abrão creu, e foi-lhe isto imputado por justiça (15.6). O Senhor ratifica com um pacto (15.12, 17 – 21). A serva egípcia de Sarai, Agar, fica grávida de Abrão (16.1b,2). Devido a desentendimentos com Sarai, foge para o deserto, onde um anjo lhe aparece fazendo promessas de que o filho que estava para gerar seria uma grande nação, e seu nome seria Ismael (16.4 – 14). A partir daí, o javista não fornece mais nenhuma informação acerca desse filho de Abrão. Porém, por um momento, parece que a promessa de um descendente feita no capitulo 15 falhara.

Para consolar Abrão, três varões (sendo que um era o Senhor! O antropomorfismo javista levado às ultimas conseqüências!) aparecem a Abraão (a mudança de nome pela primeira vez aparece – 18.1- 8), prometendo que a despeito da idade avançada de Sara (o nome de Sarai também é mudado, sem explicações) ela terá um filho, que cumprirá as promessas feitas pelo Senhor a Abraão (18.9 – 15). O Senhor revela então que destruirá Sodoma e Gomorra, devido à maldade dessas cidades (18.16 – 22). Mais uma demonstração do fervor antropomórfico do javista: em 18.22, ela declara que Yahweh ficou ainda em pé diante da face de Abraão! Algo chocante aos olhos do judaísmo posterior, até mesmo agressivo. Por isso, os escribas deliberadamente mudaram aqui o texto para “mas Abraão ficou ainda em pé diante da face do SENHOR”. Abraão, lembrando que lá está morando seu sobrinho Ló, pergunta ao Senhor se o justo seria destruído juntamente com o ímpio (18.23). Dois daqueles varões, que já haviam saído rumo a Sodoma e Gomorra (18.16,22), procuram então livrar Ló e seus familiares da destruição, mas somente Ló e duas de suas filhas conseguem se salvar (19.1- 28). O javista relata então como a partir do incesto das duas filhas de Ló com o próprio pai nasceram Ben-Ami e Moabe, antepassados dos amonitas e moabitas, respectivamente (19.30 – 38).

Finalmente a promessa é cumprida: nasce o filho de Abraão com Sara (21.1,2,7). Sem explicar a origem do nome, em 24.4 revela que o nome deste filho é Isaque. Embora a prova que Deus impõe a Abraão em 22.1 – 18 seja proveniente de outra fonte, esta possui acréscimos javistas: o nome Moriá em 22.2, e o trecho de 22.14 – 18, explicando a origem do nome Yahweh Yireh. O javista acrescenta a lista dos descendentes de Naor (22.20 – 24), mostrando então o nascimento de Rebeca e preparando a longa historieta acerca do seu casamento com Isaque (24.1 – 67). O javista interrompe abruptamente a história de Abraão com a lista dos seus filhos com Cetura (25.1 – 6), sem explicar sua morte (isto fica subentendido em 24.1 – 9, 65), e a menção de onde Isaque passou a habitar (24.11b), preparando a história de Jacó.

História de Jacó

Percebemos que o javista dá muita pouca atenção a Isaque. Exceto em 26.1 – 33, este sempre está ou em conexão com Abraão (e.g., 24.1 – 67) ou com seu filho Jacó (e.g., 27.1 – 45). Isto apesar de ser o cumprimento das promessas de Deus! Enfrentou o mesmo problema da esterilidade de sua mulher (25.21), a fome na terra (26.1 – 5), e também mentiu dizendo que sua esposa era sua irmã (26.6 – 11). Seguiu bem de perto as pisadas de seu pai Abraão. Mas Jacó receberá uma atenção especial, pois através da sua mudança de nome para Israel (32.22 – 32) nomeou toda uma nação.

Mas apesar de sua importância dentro do plano divino de constituição de um povo, ele é o extremo oposto de Abraão. Sempre está envolvido em trapaças: já por ocasião de seu nascimento engana o próprio irmão gêmeo, Esaú, segurando-o pelo calcanhar, tentando já conseguir a primogenitura, recebendo por isso o nome de Jacó (Yaaqov, um trocadilho com a palavra aqev, calcanhar: 25.21 – 26); aproveitando-se que seu irmão chegara cansado do campo, astutamente troca um prato de guisado pelo direito à primogenitura deste (25.27 – 34); auxiliado pela própria mãe, e aproveitando-se que Isaque está no leito de morte, rouba de Esaú a bênção que lhe estava reservada como primogênito (27.1 – 40).

Com medo da vingança de seu irmão, prometida após o período de luto de Isaque, foge para junto de seu tio Labão (27.40 – 45). Parte então de Berseba e dirige-se a Harã, onde seu tio mora (28.10; e não Padã-Arã, como em 28.2). No caminho, o Senhor lhe parece em um sonho, fazendo promessas (28.11a, 13 – 16, 19). Chegando a seu tio, enamora-se por Raquel, por quem decide trabalhar sete anos em vistas ao casamento; mas é enganado por Labão, que lhe dá sua outra filha Lia, e deste modo desposa as duas irmãs mediante o trabalho de mais sete anos (29.1 – 30). Nascem doze filhos e uma filha (29.31 – 35; 30.4 – 5,7 – 16, 21, 24). Como Jacó ama mais a Raquel, e em face da esterilidade desta (29.30,31), há uma rivalidade muito grande entre ela e Raquel (30.1). Repetindo o episódio de Sarai com Agar, tanto Lia quanto Raquel usam servas: Raquel, por causa e sua esterilidade, usa Bila (30.1 – 8), e Lia, quando cessa de conceber, utiliza Zilpa (30.9 – 13)

Jacó enriquecer-se, mais uma vez usando de engano (30.25 – 43). Labão e seus filhos, percebendo, já não são amistosos, e o Senhor ordena a Jacó que volte a terra de seus pais (31.1- 3). Prontamente se foi com suas mulheres e seus filhos (31.17). Fugiu, esquivando-se de Labão, que ao saber o perseguiu (31.19a, 20 – 23: o javista desconhece o episódio do furto dos ídolos). Alcançando-o nas montanhas de Gileade, replica por que aquela fuga em oculto (31.25b, 27, 30a). Jacó revelou temer que lhe tomasse as esposas (31.31). Jacó então contendeu com Labão, mostrando como foi seu procedimento nos vinte anos que esteve com ele (31.36a, 38 – 40). Resolvem então fazer um pacto de reconciliação (31.46 – 49; 51 – 53a).

Ao voltar à sua terra, teme reencontrar seu irmão Esaú. Toma então providências com relação à sua família, ao saber que Esaú vem a seu encontro com quatrocentos homens, e clama intensamente ao Senhor (32.3 – 11). Passando ali a noite, após fazer atravessar sua família e bens pelo vau de Jaboque (32.13a, 22, 23), ocorre o episódio da luta de Jacó com um varão até a subida da alva. No desenrolar da história, fica claro que este varão é o próprio Senhor (32.24 - 29). É a mais extraordinária narrativa antropomórfica do javista, levada às últimas conseqüências. Um homem, lutando com o próprio Senhor, como quem luta com um mortal? A partir de 32.28, o javista deixa de usar o nome Jacó para este neto de Abraão e passa a utilizar o nome Israel, “aquele que lutou com Deus e com os homens e prevaleceu” (provavelmente mais uma explicação popular da etimologia deste nome, que é incerta). Ainda explica a etimologia do nome Peniel e do suposto costume de não comer o nervo da juntura da coxa (32.30 – 32).

O grande momento do reencontro com Esaú chega, cheio de suspense (33.1 – 3). A tradição javista não mostra uma cena emocionada de reconciliação; antes, mostra que Esaú o convida para Seir, o qual a princípio Jacó concorda, mas desconfiado das reais intenções de seu irmão, desvia-se e parte para Sucote (33.12 – 17). Aqui o javista acrescenta então o relato do estupro de Diná por Siquém, o pacto realizado com Jacó e como de forma violenta Simeão e Levi violaram o mesmo (34.1 – 31); e o relato do incesto de Rúbem (35.21,22a). Provavelmente, estes dois relatos procuram explicar de que forma Judá veio a ter ascendência, uma vez que Rúbem, Simeão e Levi eram os irmãos mais velhos, e preteridos com relação à primogenitura.

História de José

A história de José passa a ser contada para explicar de que maneira os filhos de Israel alojaram-se no Egito, onde encontraram a escravidão. O javista não reconhece que José tenha sido um perito intérprete de sonhos, nem que tenha alcançado por isto um posto tão elevado como o de governador do Egito, o segundo após Faraó (40 – 41). Tão pouco reconhece os relatos dos seus filhos, e de como Jacó teria abençoado Efraim (48). Se assim procedesse, estaria comprometendo a excelência de Judá – lembremos que a tribo de Efraim, filho de José, liderou a revolta que provocou o cisma político-religioso no reinado salomônico (1 Rs 11.26 – 12.33). Por isso, defendendo a tribo de Judá, mostra a sua origem (38.1 – 30), e como interveio a favor de José (37.22,26) e se torna responsável pelo retorno de Benjamin (43.8,9), e de como Jacó lhe reserva uma bênção especial (49.8 – 12). É uma narrativa que parece ter pouca contribuição javista, ou muitas adaptações da mesma: torna-se notório que o antropomorfismo e o relacionamento direto de Deus com o homem, conversando com o mesmo como se fosse face a face, tão típicos do javista, desaparecem totalmente nesta narrativa.

Israel ama José mais do que seus outros filhos, o que provoca ciúmes ardentes neles (37.2b – 4). Os ciúmes desenvolveram-se para ódio, quando José lhes relata dois sonhos, que dava a entender que todos lhe seriam submissos (37.5 – 11). Seus próprios irmãos então pretendem matá-lo (37.12 – 20). Vêem uma caravana de ismaelitas passando em direção ao Egito (37.25). Judá então intervém, dizendo que seria melhor vender José àquela caravana do que matá-lo (37.26,27). José então é vendido por vinte moedas de prata e levado ao Egito (37.28b).

No Egito foi vendido a Potifar, eunuco de Faraó, onde alcançou destaque pela habilidade demonstrada para os negócios, pois o Senhor era com ele (39.1 – 6). Mas foi seduzido pela esposa de Potifar (39.7 – 12). Como a mulher de Potifar inverteu a situação, dizendo que ela é que tinha sofrido tentativa de sedução (39.13 – 18), Potifar o mandou para a prisão real (39.19,20). Porém, novamente ali o Senhor o fez prosperar, onde alcançou o mesmo destaque que possuía na casa de Potifar (39.21 – 23). Por ocasião do primeiro encontro com seus irmãos (42.4 – 5, 8 – 11a, 12, 26 – 28a, 38), entendemos que na visão do javista José chegou-se a Faraó e alcançou notoriedade por conta desta bem sucedida empreitada na prisão real. Tornou-se então um regente – moshel, 45.8,26, e não um shalit, como em 42.6.

Os irmãos de José, exceto Benjamin, descem ao Egito à procura de alimentos que estavam escassos em Canaã (42.4,5). José os encontra, reconhece-os – embora não seja reconhecido pelos seus irmãos – e também lembra dos seus sonhos que motivaram sua venda até àquela terra (42.8 – 9a). Motivado pelo rancor, acusa seus próprios irmãos e espiões (42.9b). Estes tentam se defender da acusação, apesar da reticência de José (42.10 – 12). A despeito desta discussão, conseguem levar trigo, e antes de chegarem a Canaã, descobrem o dinheiro devolvido dentro de seus sacos (42.26 – 28). Percebendo que precisarão voltar, Israel adverte a não levarem Benjamin (42.38).

Os temores de Israel mostram-se verdadeiros. A fome continua gravíssima, e os mantimentos novamente acabam, obrigando um retorno ao Egito (43.1,2). Judá então revela que o varão egípcio (José) os advertira que, se não trouxessem o filho mais novo, Benjamin, não poderiam comerciar naquela terra (43.3 – 5). Há relutância da parte de Israel, que cede quando Judá se compromete a protegê-lo por todos os meios possíveis (43.6 – 10). Encaminham-se então ao Egito, levando provisões em dobro, para devolverem o dinheiro que anteriormente haviam encontrado e comprarem mais alimentos (43.11 – 25: certamente El Shaddai em 43.14 é uma glosa proveniente de outra fonte, pois o javista não reconhece o epíteto cananeu El). José, ao encontrar Benjamin, muito se emociona, e promove um banquete com todos os irmãos (43.26 – 34). Parece que o desejo de vingança equilibra-se entre o de ficar junto ao seu irmão mais novo Benjamin, o qual não se envolveu na sua venda como escravo. Arma então um estratagema: manda seus servos colocarem seu copo de prata na boca do saco de Benjamin (44.1 – 2). Isto dá ocasião que sejam perseguidos antes que saiam da terra, e o veredicto de que Benjamin permaneceria como prisioneiro, enquanto os demais estariam livres (44.3 – 17). Judá então faz um emocionado apelo, que ele ficasse como refém no lugar de Benjamin, a fim de não matar de desgosto o pai (44.18 – 34).

José comove-se com as palavras de Judá, e então revela-se aos irmãos, e resolve reconciliar-se com eles (45.1,4,5a). Isto é relatado à casa de Faraó, que decide então convidar Israel e toda a sua parentela a descer ao Egito, onde usufruirão o melhor (45.16 – 28). Escreve então o emocionado reencontro de Israel e José (46.28 – 30), e como se instala na terra de Gósen (46.31 – 34; 47.1 – 4, 6b).

O javista ainda acrescenta a política agrária de José, colocando-o como o criador da lei que estabelecia Faraó como o proprietário de todas as terras no Egito (47.13 – 26). Omite qualquer detalhe acerca da morte de José: antes, prefere relatar a morte de Israel (47.29 – 31), a bênção que teria dado aos seus doze filhos antes de morrer (49.2 – 28; embora tudo indique que esta porção esteja ligada a outra fonte mais antiga e desconhecida) e seu sepultamento (50.1 – 11, 14).

2. A FONTE JAVISTA EM ÊXODO

O Êxodo foi um evento paradigmático para o povo de Israel. A experiência da saída do país da escravidão pela força de Iahweh, o Deus que se revela e age na história, era motivo de memória em festas, celebrações e mesmo em momento de afastamento dos desígnios salvíficos. A teologia de cunho latino-americano soube fazer uma releitura do Êxodo a partir de sua realidade de continente periférico e oprimido, recuperando a importância de tal evento na História da Salvação.

O javista começa narrando a opressão de Israel no Egito; onde o javista desconhece a narrativa das parteiras (1.8-12,22). Logo após, narra o nascimento de Moisés (2.1-10, embora existam dúvidas se é J, E, ou outra fonte documental). Êx 3,1-15 é considerado um relato em que J e E se encaixam um no outro. Podemos encontrar estas características misturadas com J no texto em questão, mas principalmente em expressões em que Deus não tem um encontro direto com Moisés mas o chama; Moisés cobre o rosto por temor a Ele (Êx 3,6). Êx 3,13-15, a revelação do nome divino, também é considerado E . É possível fazer uma distinção entre as fontes J e E no nosso texto a partir da figura de Moisés.

No relato J Moisés apareceu em todos os acontecimentos numa posição secundária: é Iahweh quem age, quem tira o povo da escravidão (cf. Êx 3,7-9). O narrador J atribui a Moisés um papel exíguo; sua vocação teria somente a finalidade de informar Israel sobre as intenções salvíficas de Iahweh. No entanto, na tradição E, a missão de Moisés tem maior relevo: é Moisés quem vai tirar o povo do Egito (Êx 3,10-15); Moisés é instrumento de Deus que opera os milagres intervém com o seu bastão. Elohim é um Deus transcendente que precisa de um mediador, Moisés, e deste ao povo um outro mediador, Arão (cf. Êx 4, 16). A seguir, vemos rapidamente o desenrolar dos acontecimentos:
5.1-6.1. Moisés solicita adoração no deserto.

6.9-12. 2ª objeção de Moisés. Determinação pessoal?

Soberania de Deus sobre os deuses egípcios

7.14-18,20b,21a, 23, 24. Água transformada em sangue

7.25-8.4,8-15. Praga das rãs

8.20-32. Praga das moscas.

9.1-35. Praga sobre o gado.

Soberania de Deus sobre

A natureza

9.13-35. Praga da Saraiva.

10.1-20. Praga de gafanhotos

11.1-8. Praga final.

12.21-23,27b. Instituição da Páscoa.

12.29-36. Praga. A morte dos primogênitos e libertação de Israel.

12.37-39; 13.20-22. Saída do Egito.

14.5-7,10-14. Os egípicios perseguem os israelitas.

14.19b-21b,24,25,27b, 30, 31. Israel atravessa o mar.

15.1-18. Cântico de Moisés.

15.22-25a, 27. Israel em Mara e Elim.

16.4,5,28-31, 35b,36. Provisão do maná.

17.2-7. Água da rocha.

O contexto sócio-histórico se depreende da situação histórica das fontes. A fonte J, surgida na corte salomônica, faz uma retrospectiva do passado para justificar e ratificar a monarquia, preservar a tradição e fornecer um senso de identidade e foco de unidade à liga tribal.

O Êxodo, como fato histórico e salvífico, foi um acontecimento fundamental para Israel, constituindo-se num evento radical, profundíssimo, no qual tanto Israel como nós devemos interpretar Deus e a nós mesmos. O Êxodo se converte em uma “reserva-de-sentido” inesgotável, e como tal, é acontecimento fundante de acontecimentos derivados que lhe enriquecem o significado, de modo que tem mais importância na época do último relato escrito (sacerdotal, séc. V a.C.) do que quando aconteceu historicamente (séc. XIII a.C.), e por isso torna-se mensagem: “Não se trata de um fato isolado que aconteceu por volta do séc. XIII a.C., mas de um fato refletido, aprofundado, explorado pela fé e captado em todas as suas projeções. Daí se deduz que a narração do livro do Êxodo ‘diz’ muito mais do que aconteceu naquela época”(CROATTO, 1981, p.39).

As tribos hebréias oprimidas no Egito fizeram a descoberta da presença de Deus por trás de fatos históricos. A escravidão a que eram submetidos produzia-lhes uma tal alienação que os tornava incapazes de esperar salvação (cf. Êx. 6, 9), como acontece com nosso povo latino- americano, aceitando passivamente a realidade que vive. É interessante observar que a opressão a que israel está submetido é de ordem político-social, e Deus veio ao seu encontro para libertá-lo e salvá-lo na sua totalidade, não só e nem primeiramente em nível espiritual. Deus se revela primeiramente como salvação e libertação em ordem política e social. Tal constatação tem conseqüências hermenêuticas graves para uma releitura da mensagem do Êxodo em nossa América Latina atual. Êxodo 3.7-9 fala do gemido e clamor do povo israelita. Porem, tal relato é claro, posterior ao acontecimento; provavelmente o povo nem gemer o fazia, pois o alienado não tem consciência do que pode ser e fazer, mas aceita que as coisas são como estão. O acontecimento do êxodo engendrará a consciência de liberdade do povo. No entanto, a este clamor ou alienação silenciosa dos israelitas Deus responde chamando e enviando Moisés e revelando o seu nome, Yahweh, “o-que-há-de-existir”, nome dinâmico que muito posteriormente foi entendido ontologicamente. A manifestação de Deus conscientiza o ser humano de sua vocação à liberdade como desígnio salvífico ao qual não pode recusar-se. As objeções de Moisés(êx.3.11-13; 4.1,10-13) são projeções das dúvidas e desconfianças do povo prostrado e alienado. Diante de tal desígnio, o opressor endurece-se e oprime ainda mais.

Visão Teológica

Durante todo o processo de libertação, cuja ação foi atribuída ao Deus Javé, principalmente depois da saída do Egito, a consciência do povo foi clareando e, assim, foi se formando uma identificação entre Deus e o povo. Desse modo, para este povo, Deus é aquele que foi se revelando como alguém presente nas lutas, e que passa a fazer parte de sua história. É aquele que age através das pessoas, como no caso de Moisés. Deus é aquele age para libertar. Foi assim que aconteceu quando da vitória do enfrentamento com o destacamento do exército do faraó, o que permitiu a saída do Egito.

Toda esta experiência vivida por Moisés e seu grupo os preparou para descobrir Javé como Deus Libertador. Mais tarde, veio a tornar-se o Deus das tribos de Israel na "terra prometida" de Canaã.

Quem é Javé para esse povo?
Javé foi reconhecido pelo grupo de Moisés e por algumas tribos, chegando a se tornar o Deus principal das tribos da confederação de Israel na época dos Juizes.

Javé é aquele que escuta o clamor do seu povo oprimido e o liberta. Não está ligado a sistemas opressores dos reis e faraós, como o do Egito. Pelo contrário, ele está no deserto e na montanha (Sinai, e não Horebe) agindo no meio de seu povo, pobre, camponês e pastor. É o Deus que fez uma aliança com o povo.

O povo vê em Javé o Deus que protegia os seus antepassados, o Deus e Abraão, Isaac e Jacó. Ele é o Deus de Libertação

Dimensão Ideológica

O Estado, representado pela autoridade máxima do faraó, com todo o seu aparato: corte, exército, sábios, sacerdotes e capatazes, não podia admitir que estes hebreus fossem reivindicar seus direitos. Mas, ao contrário do que se pensava, na resistência contra a dominação do Faraó, forjou-se a unidade dos que se propunham a fugir.

O grupo reunido em torno de Moisés ainda não conhecia o Deus chamado Javé. E quando este se revelou a ele, disse ser o Deus de seus antepassados.

O Deus Javé se revelou a Moisés, mostrando-se ser aquele que teve compaixão do sofrimento do seu povo e que desceu para libertá-lo. Ele chama Moisés para ajudar nesta missão. Daí, Moisés seria, então, uma espécie de líder, capaz de ajudar o povo a sair da escravidão do Egito e forjar um novo sistema social numa nova terra, "a terra onde corre leite e mel", ou seja, onde o povo viria a ser livre. Assim, Javé se tornou o Deus de todo povo de Israel, pois tudo o que tinha acontecido no processo de libertação foi por obra dele.

Desse modo, o acontecimento do Êxodo marcou profundamente não só a Moisés e o povo como também toda a fundação das tribos que surgiram posteriormente. É daí que esse acontecimento tornou-se o fato fundamental da história do povo, grande foi seu significado para a fé das tribos.

E o povo passou a cantar a vitória, como conta o capítulo 15 do Livro do Êxodo, reconhecendo a ação de Deus na sua vida.

3. A FONTE JAVISTA EM NÚMEROS

Todo o início do livro de números até 10.28 pertence à tradição “sacerdotal”. Reencontramos a tradição “Javista” no cap. 10.29 do livro de números, que vai até o fim do cap. 14 uma combinação com elementos “Eloístas”.

Acredita-se que os capítulos 10, 33-36, 11; 17.24-30; 12 seria sem dúvida uma tradição Eloísta. Nos capítulos 13-14, esta tradição complexa é combinada com a tradição “Sacerdotal”.

Números 10.29-32 ® Moisés e Hobab (Jetro?). Israel tinha necessidade de guias para atravessar o deserto. Para isto, Moisés dirige-se aos midianitas, tribo do deserto à qual estava ligado por sua mulher Siporá. – O texto não é bem claro, pois não se sabe se Hobab (Jz 1, 16; 4, 11) ou Reuel (Ex 2, 18) é o sogro de Moisés, tanto mais que EX 18, 1 lhe dá o nome de litrô. Há várias tradições divergentes que aliam Moisés seja aos gentios (Hobab é gentia), seja aos midianitas (Reuel, litrô). A primeira parece ter suplantado a segunda quando a hostilidade entre Midian e Israel se desenvolveu (25, 17-18; 31, 1-18). Há possibilidade de esclarecer o texto supondo que Reuel é nome de tribo, o que daria Hobab, o reuelita, ou então dando a hotên, “sogro”, o sentido mais amplo que ele às vezes tem: “parente por aliança”.

A expressão “Javista”: “tu serás nossos olhos”; veio expirar uma expressão corrente entre os nômades ou beduínos até o dia de hoje: “o olho da caravana”.

Números 10.33-36 ® A arca portátil. Javista ou Eloísta? Na edição “massorética” do texto hebraico um sinal especial indica que os vv 35 e 36 não estão em seu lugar. Efetivamente, estão pouco ligados ao contexto; o grego transpõe o vv 34 para depois do vv 36, o que seria lógico.

Números 13.17b – 20, 22-24, 27-33 ® No vv 17b, a montanha designa os montes da Judéia. Vê-se pelo vv 22 que, na perspectiva “Javista”, a exploração se limitou ao sul deste maciço, ao passo que para a tradição “sacerdotal” ela se estende a todo o futuro território de Israel.

O retrato “sacerdotal” faz os exploradores percorrerem a terra de ponta a ponta, o que representa um trajeto de 600 km. No relato “javista” (v 22), ele não ultrapassam Hebrom, a 120 km de Qadesh.

No versículo 26 Qadesh está no deserto de Sin (20,1; 33,36), temos aqui a junção de dois relatos, o “sacerdotal” que situa o povo no deserto de Paran e o “javista” que o situa em Qadesh.

No versículo 29 trata-se do Mediterrâneo. Temos aqui, na pena do “javista”, a descrição precisa em todo Bíblia das populações palestinas.

Números 14.1-4, 11, 25 ® Israel murmura contra Moisés e Yahweh.

Números 14.39-45 ® Derrota de Israel em Horma.

Números 16.1b, 2a, 12-15, 25-32a, 33, 34 ® Esta passagem resulta da fusão de dois relatos: o “Javista” – “Eloísta” (revolta de Datan e Abrirâm contra Moisés) e o “sacerdotal” (revolta de Qôrah contra Aarão).

Números 20.19-20, 22a ® Edom recusa passagem a Israel.
Números 21.1-3 ® Vitória na batalha de Horma. Esta narrativa de tradição antiga, mas é encontrada, aqui, fora do seu contexto. Horma foi tomada pelos simonitas, que subiram diretamente do sul (Jz 1, 16-17). A derrota de Horma, de Nm 14,39, é posterior.

Números 21.4-9 ® Serpente de bronze. A tradição Javista nos leva a relacionar esta história com as minas de cobre da Arabá, onde o metal já era explorado no Século XIII a.C. Acharam-se em Meneyeh (hoje timna) diversas pequenas serpentes de cobre que sem dúvida eram utilizadas, com a de Moisés, para se proteger contra as serpentes venenosas. Esta região mineira da Arabá se encontra no caminho de Cades a Ácaba (cf. v 47).

Números 21.10-20 ® Movimento de Israel através da transjordânia. Esta narrativa é continuação da fonte “Javista”, interrompido desde 20.22a.

Números 22.3b-8,13-19, 21-37, 39, 40 ® Balaque chama Balaão para amaldiçoar Israel. A história de Balaão, sem vínculo determinado com a narrativa da marcha para Canaã, foi objeto de, ao menos, dois relatos distintos, entremeados ao longo dos capítulos 22.24. Segundo um deles (“Eloísta”?), Balaão era um adivinho arameu ou emorita, adorador do Senhor, de quem recebia a própria inspiração, ele não cedeu às instâncias do rei Moab, antes de ter sido expressamente autorizado por Deus a fazê-lo. De acordo com o outro relato (“Javista”?), ele era midianita (cf. 31,8); pôs-se a caminho para atender ao apelo de Balaque sem a permissão de Deus, barrado pelo anjo, teve que retornar, e Balaque, em pessoa, teve de ir procurá-lo.

Os dois relatos derivam de uma tradição muito antiga, segundo a qual Balaão era um mago de temível poder (cf. v 6). Esta tradição atesta a antiga concepção de bençãos e maldições: Uma vez pronunciadas, eram irreversíveis. O Senhor só podia preservar seu povo das maldições de Balaão impedindo o adivinho de proferi-las. Trata-se, de uma tradição estranha a Israel, que os relatos “Javista” e “Eloísta” assimilaram, apresentando Balaão como projeta do Senhor (apesar das resistências dele, conforme um dos relatos). Mas a Bíblia também conservou a imagem primitiva de um Balaão hostil a Israel: Nm 31.8, 16, Dt 23.5; Is 13.22; 24.9; II Pe 2.15-16; Ap 2.14.

Números 23.28, 24.2 ® Oráculos de Balaão.
Os dois poemas do capítulo 23 pertencem à tradição “Eloísta” e sem dúvida prolongam o primeiro relato do capítulo 22. Os poemas do capítulo 24 são capítulo e se relacionam com o segundo relato do capítulo 22. No texto “Javista” primitivo, 23.29 devia seguir 22.40. Os versículos 27 e 28 foram acrescentados para assegurar uma transição entre os dois conjuntos.

Neste relato “Javista” mostra Balaão sob o efeito de uma súbita inspiração (cf. ii Rs 3.15), ao passo que no capítulo 23 recebia a mensagem antecipadamente e tinha tempo para refletir sobre ela. Aqui ele é apresentado como uma “vidente” que emprega uma linguagem muito figurada.

Números 25.1-5 ® Apostasia de Israel em Peor. Este capítulo é formado por dois relatos, um dos quais (“Javista”) fala das filhas de Moab, e o outro (“sacerdotal”) de uma midianita (vv 6-18). O relato Javista não cita Finéias.

Números 32.1, 16-19, 24, 33-42 ® Distribuição de terra na transjordânia. Este capítulo de estilo deuteronomizante, com marcas de redação sacerdotal, usa uma fonte antiga (javista) vv 1-4, 16-19.

4.CONCLUSÃO: MENSAGEM QUERIGMÁTICA

O querigma javista em Gênesis enfatiza o homem cercado de privilégios, não tendo motivo algum para se rebelar contra Yahweh, e se afastando cada vez mais dele, embora Yahweh sempre esteja bem próximo do homem. Por isso, ressalta-se o papel de Israel não com propósitos estritamente nacionalistas, mas também em vista da humanidade decaída e carente da graça divina. Se o homem não pode escapar da justa ira divina, a qual Yahweh executa sobre o pecado, o homem sempre teve à sua disposição a graça amorosa divina. Se os mais afamados heróis da fé, como Abraão, nem por isso escaparam de cometer erros, isso não gera desculpas para que procedamos da mesma forma. Ao contrário: o convite é a evitarmos tais procedimentos, não por constrangimento ou pressão, antes movidos pelo amor de Yahweh – amor este demonstrado desde o início, na criação de todas as coisas.

O querigma da liberdade que o êxodo anuncia nos leva a refletir sobre quatro temas, entre outros:
salvação e libertação. A experiência salvífica do êxodo se deu como libertação política e social, na descoberta de Deus/Yahweh que se revela e atua na história. Esta é também a experiência que os povos latino-americanos tem feito, a partir de uma reflexão teológica contextualizada.

A revelação do líder. Deus não salva diretamente, mas se serve de mediadores humanos para fazer-se presente na história. É através de pessoas e acontecimentos, mesmo aparentemente desvinculado de uma perspectiva religiosa, que Deus se revela. Será que percebemos estas novas formas da presença de Deus em nossa história, os novos Moisés que são instrumentos de libertação do nosso povo?

Uma consciência de liberdade. O êxodo se constituiu para os israelitas numa experiência de sua vocação à liberdade o que se tornou mensagem para todo ser humano. Sendo a liberdade um valor intrínseco do ser humano, tal deve ser a bandeira de nossa práxis cristã enquanto igreja instituição e carisma.

Violência. O contrário de amor não é violência, mas o ódio. Assim, amor e violência podem se encontrar numa situação de injustiça generalizada. É o que nos relata o êxodo: Deus age com energia, usa de força para libertar o povo depois do endurecimento do Faraó diante do pedido pacífico de Moisés (Êx. 3.18ss). O recurso é o uso da força, uma vez que a opressão é intolerável. “a injustiça é um bem radical que reclama do amor (ainda que pareça paradoxal) uma situação violenta”. Nossa ação como cristãos deve considerar tudo isso para não incorrer no risco de tornar-se ópio do povo.

O querigma javista em Números ressalta o binômio constância divina X inconstância humana. Enquanto o homem se mantém inconstante em relação a Yahweh, murmurando a despeito de suas bênçãos demonstradas, Yahweh sempre está disposto a perdoar e a abençoar o povo. Basta verificar o episódio de Balaão (22 – 24) com a apostasia de Israel em Peor. O javista aqui nos convida a meditar: existe razão real para murmurarmos?

sábado, 29 de maio de 2010

A Maravilhosa Geografia Bíblica

Noções de Geografia e História Bíblica

Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os povos bíblicos, bem como a matéria de natureza geográfica, contida no texto bíblico, que de passagem se diga, é de fato, abundante.

A. A importância da Geografia Bíblica. É de muita importância o estudo da geografia bíblica como meio auxiliar no estudo e compreensão da Bíblia. Mensagens e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros tornam-se claros quando estudados à luz da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção de grande volume dessa matéria na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a cada passo, a Bíblia menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios, mares e fenômenos físicos da Natureza.

O porquê dessa importância:

1. A Geografia é o palco terreno e humano da revelação Divina. É ela que juntamente com a cronologia, situa a mensagem no tempo e no espaço, quando for o caso.

2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentar os mesmos. Através dela, os acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as profecias mais expressivas. O ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil comunicação quando podemos apontar, mostrar e descrever os locais onde os fatos se desenrolaram. Exemplos: Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para Jericó"); Dt 1.7 (aí nós temos uma profunda aula de geografia da Terra Prometida.)

3. O estudo da geografia bíblica da Palestina e nações circunvizinhas esclarece muitos fatos e ensinos constantes das Escrituras.

4. As nações vêm de Deus, logo o estudo deste assunto à luz da Bíblia é profícuo sob todos os pontos de vista. Ler Dt 32.8; At 17.26.

B. Fontes de estudo da geografia bíblica.

1. A Bíblia. É a fonte principal. Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos, acidentes geográficos, povos, nações, cidades. É evidente que isto merece um cuidadoso estudo. A Bíblia contém capítulos inteiros dedicados ao assunto. Exemplo Gn 10; Js 15-21; Nm 33,34; Ez 45-47. Somente cidades da Palestina Ocidental a Bíblia registra cerca de 600. Não registradas, há inúmeras outras como o prova a arqueologia.

Um problema com que se defronta o estudante nesse assunto, é o fato de grande número de países, cidades, regiões inteiras e outros elementos geográficos, terem atualmente novos nomes. Exemplos: a antiga Pérsia é hoje o Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo (II Tm 4.10) é hoje a Iugoslávia e assim por diante.

2. A Arqueologia Bíblica. Esta, tem prestado enorme contribuição para a elucidação de dificuldades bíblicas e trazido à tona a história de povos do passado, considerados como lendários, como o caso dos hititas, mitânios e hicsos. A arqueologia bíblica teve seu começo em 1811 com as atividades nesse sentido do cidadão inglês Claude James Rich, na Mesopotâmia, quando lá se encontrava cuidando de interesses ingleses.

3. A História Geral. Aqui é preciso certa cautela. Muitos manuais hoje em uso no estudo secular estão eivados de erros, por seus autores desconhecerem a Bíblia. Temos vários casos documentados.

4. A Cartografia. A ciência dos mapas. Certas editoras especializadas editam atlas e mapas bíblicos, apropriados ao estudo da Geografia Bíblica. Os mapas mais importantes do mundo bíblico são os quatro seguintes:

Mundo Bíblico do AT;
Mundo Bíblico do NT;
A Palestina do AT;
A Palestina do NT. (Ver mapas)

O profeta Ezequiel, por ordem divina traçou num tijolo a cidade de Jerusalém, Ez 4.1. Temos aqui uma noção de mapa bíblico.

C. A extensão do mundo bíblico. O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo. É ele o berço da raça humana. Mas precisamente a Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigre e Eufrates. Foi daqui que partiram as primeiras civilizações. Na dispersão das raças após o Dilúvio (Gn caps. 10 e 11), Sem povoou o sudoeste da Ásia. Cão povoou a África, Canaã e a península arábica. Jafé povoou a Europa e parte da Ásia.

Limites do mundo bíblico:
Ao Norte: Da Espanha ao Mar Cáspio
A Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico (Oceano Indico)
Ao Sul: Do Mar Arábico á Líbia.
A Oeste: Da Líbia à Espanha.

D. Regiões, áreas e países do mundo bíblico. Acidentes naturais. Citaremos apenas alguns casos, dado o limitado espaço que temos para isso.

1. Mesopotâmia, Gn 24.10; At 2.9; Dt 23.4. Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral declaram: ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países:

Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11.24); Sinear (Gn 14.1); Súmer. É o sul da Mesopotamia.

Assíria, Gn 2.14; 10.11. É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 AC. A Oeste ficava o reino de Mari. Os Mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria.

2. Arábia. Capital: Petra (gr); Sela (heb.) Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Aí, Israel peregrinou em demanda de Canaã. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente aí, I Rs 9.28. A parte da península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada aí e o tabernáculo erigido a primeira vez.

3. Pérsia. Hoje parte do Irã. Capitais: teve as seguintes, pela ordem: Ecbátana, Pasárgada, Susã, Persópolis. Foi cenário do livro de Ester e parte do de Daniel. Aí, primeiramente floresceram os medos. Depois os persas assumiram a liderança. Ver At 2.9. A Média, quando na supremacia tinha por capital Hamadã (entre os gregos Ecbátana.)

4. Elam. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã, Gn 14.1; At 2.9.

5. Armênia ou Arará: Cap. 6 de Gênesis.

6. Síria. Mesmo que Arã. (Não confundir com Haran.) Capital: Damasco, Is 7.8. Seu território não é o mesmo da Síria moderna, At 11.26: Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina, Lc 2.2. A capital dessa província era Antioquia. A Síria era na época governada por um legado romano.

7. Fenícia. Hoje: Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Navegantes famosos. Primitivos exploradores. Fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Tunis.) Nosso alfabeto vem dos fenícios, cerca de 1500 AC. Ver Mt 15.21; 11.22; I Rs 9.26-28.

8. Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hb seu nome é Mizraim, Gn 10.6. Teve, várias capitais nos templos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ez 29.15. Fica ao Norte da África.

9. Etiópia. Fica ao Sul do Egito. Segundo Gn 2.13, existia outra Etiópia na região Norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hb). A profecia de Sl 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de At 8.26-39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália.

10. Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cirene - cidade da Líbia, Mt 27.32. Igualmente, no dia de Pentecoste estavam cireneus em Jerusalém, At 2.10.

11. Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos nada tinha com o atual continente asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia menor ou Anatólia. Ler At 6.9; 19.22; 27.2; I Pe 1.1; Ap 1.4,11. Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia.

12. Grécia ou Hélade, At 20.2. No Antigo Testamento, em hebraico, é Javan ou Iônia, Gn 10.4,5. A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de Acaia (At 18.12), nome esse derivado dos Aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era constituída de Estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano.

13. Macedônia, At 19.21. Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia, sul da Bulgária, Iugoslávia, e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella.

14. Ilírico, Rm 15.19. Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de II Tm 4.10.

15. Itália, At 27.1; Hb 13.24. País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 AC, que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro.

16. Espanha, Rm 15.24,28. Paulo manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Tarsis mencionada em Jn 1.3; 4.2, ficava ao sul da Espanha, sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição.

17. Palestina ou Canaã. Deixamos a Palestina por último porque dela nos ocuparemos mais demoradamente. É a mais importante terra bíblica por várias razões:

a. Alguns fatos sobre a Palestina:

Foi prometida por Deus aos hebreus, Gn 15.18; Êx 23.31. É, sob o ponto de vista Divino, o centro geográfico da terra, Ez 5.5; 38. 12b.

Melhor terra do mundo, Ez 20.6,15; Jr 3.19; Am 6.1. Se atualmente isto parece contraditório, a palavra profética assegura a sua restauração e esplendor no futuro.

Os judeus seriam um povo destacado dos demais, Lv 20.24; Dt 33.28; Mq 7.14; Nm 23.9; Jr 49.31.

Para que Deus chamou e elegeu a nação israelita: Gn 3.15; Êx 19.6; Dt 7.6; Rm 3.2; 9.4,5. Em suma: trazer o Messias ao mundo; produzir e preservar as Escrituras; ser um povo sacerdotal; e difundir o conhecimento do Senhor entre as nações.

Canaã, Gn 13.12.
Terra dos Hebreus, Gn 40.15.
Terra do Senhor, Os 9.3.
Terra de Israel, I Sm 13.19; Mt 2.20; II Rs 5.2.
Terra de Judá, Judéia, Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39.
Terra Formosa, Dn 8.9.
Terra Gloriosa, Dn 11.41.
Terra da Promessa, Hb 11.9.
Terra Santa, Zc 2.12; Sl 78.54 ARA.
Israel (modernamente.)

Não há modernamente nenhum país chamado Palestina. O antigo país deste nome está hoje dividido entre a Jordânia e o moderno Israel.

c. Limites da Palestina.

Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia. (el Arish é o "rio do Egito" mencionado em Gn 15.18.)
Limite norte: Síria e Fenícia.
Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2.
Limite leste: Síria e Arábia.

d. Superfície da Palestina. Mais ou menos como a do nosso Estado de Alagoas. Comprimento: cerca de 250 km, de Dã a Berseba. Hoje: 416 km. Largura: 88 km (a maior). Hoje: 100 km. Essa extensão variou com as épocas e situações de sua história. Por exemplo: na época das 12 tribos - 26.400 km². A extensão atual é de cerca de 156.000 km².

e. Clima. O tipo de relevo do solo da Palestina resulta numa superfície muito variada, com muitas regiões elevadas e baixas, originando por isso toda espécie de climas, desde o tropical, no Jordão, até o de intenso frio no Hermom, a 2.815 metros de altitude. A faixa litorânea tem uma temperatura média de 21 graus C. No vale do Jordão a temperatura vai a 40 graus. A temperatura média de Jerusalém é de 22 graus. Janeiro é a época mais fria do ano, quando o termômetro. chega a 4 graus. É por essa variedade de climas que a Palestina presta-se a toda espécie de culturas.

f. Divisão política da Palestina. No Antigo Testamento foi a Palestina dividia entre as 12 tribos de Israel. Três tribos ficaram a leste do Jordão: Manassés (parcialmente), Gade, Rúben. Cinco ficaram na área litorânea: Aser, Manassés (em parte), Efraim, Dã (em parte), Judá. Quatro se estabeleceram na região central: Naftali, Zebulom, Issacar, Benjamim. Duas ficaram nas extremidades Norte-Sul: Dã (Norte), Simeão (Sul).

A divisão política da Palestina mudou com o correr dos tempos e dos governos. Nos tempos do Novo Testamento a divisão política constava de cinco regiões: Judéia, Samaria, Galiléia, Ituréia, Peréia. O estudante deve ver isso no respectivo mapa. Durante o ministério de Jesus, seus governantes eram:

Judéía e Sarnaria: Pôncio Pilatos (26-36 AD.) Pilatos era procurador romano. Sua capital política era Cesaréia; à beira-mar. A capital religiosa: Jerusalém.

Galiléia e Peréia: Herodes Antipas (4 AC a 39 AD.) Era filho de Herodes, o Grande. Jesus passou a maior parte de Sua vida no território sob a jurisdição desse Herodes. Às vezes, todo o leste do Jordão era chamado Peréia (Mt 4.25; Mc 3.8). O vocábulo Peréia significa literalmente "região além", isto é, além dó Jordão, Mt 4.15; 19.1; Jo 10.40.

Ituréia e outros distritos menores: Herodes Felipe II (4 AC a 34 AD.) O moderno território de Golã, em parte ora ocupado por Israel, integrava essa jurisdição (a antiga Gaulanites, Dt 4.43; Js 20.8.) É mencionada apenas uma vez no NT, em Lc 3.1.

A Iduméia, no extremo sul do pais, integrava a jurisdição da Judéia. É mencionada apenas uma vez no Novo Testamento: Mc 3.8.

g. Mares.

Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2; Nm 34.7. Outros nomes: Mar Ocidental (Dt 11.24; Jl 2.20) e Mar dos Filisteus, Êx 23.31.

Mar da Galiléía, Mt 4.18; Mc 7.31. Outros nomes: Mar de Quinerete (Nm 34.11), palavra essa que originou Genezarete, outro nome desse mar, Lc 5.1. Também Mar de Tiberíades, Jo 6.1. É mar interior, de água doce.

Mar Morto, Ez 47.8 ARA. Aparece com vários nomes no Antigo Testamento: Mar Salgado (Gn 14.3); Mar de Arabá (Dt 3.17); Mar da Planície (II Rs 14.25); Mar Oriental (Ez 47.18; Zc 14.8); Mar da Campina, Js 12.3. Fica situado a 395 metros abaixo do nível do mar. Evaporação média diária: 8 milhões de metros cúbicos de água! É 25% mais salgado que qualquer outro mar.

h. Rios. Todos os cursos d'água da Palestina (com exceção do Jordão) são de pouca expressão.

Jordão. Corre no sentido norte-sul. Nasce no Monte Hermom e deságua no Mar Morto.

Querite. Desemboca no Jordão, margem oriental, defronte a Samaria. É um uádi, rio temporão.

Cedron. Corre a leste de Jerusalém. É também uádi.

Jaboque, Gn 32.22; Js 12.2. Afluente do Jordão, margem oriental.

Iarmuque. Afluente do Jordão, margem oriental. Não mencionado na Bíblia. Deságua 6 km ao sul do Mar da Galiléia.

Arnom, Nm 21.13; Js 12.2. É hoje o Mojib. Deságua no Mar Morto, margem oriental. Era o limite sul da Palestina, na frente oriental.

Quisom, I Rs 18.40. Deságua no Mar Mediterrâneo, Monte Carmelo.

i. Montes. São de muita importância na Bíblia, Js 11.21.

Tabor, Jz 4.6; 8.18. Fica na Galiléia. Altitude: 615 metros. Crê-se que aí ocorreu a transfiguração de Jesus (Mt 17.1,2.)

Gilboa, I Sm 31.8; II Sm 21.12. Fica em Samaria. Altitude: 543 metros.

Carmelo, I Rs 18.20. Fica em Samaria. Ponto culminante: 575 metros. Fica no prolongamento que forma a baía de Acre, onde se localiza a moderna cidade de Haifa.

Ebal e Gerizim, Dt 11.29; 27.1-13. Dois montes de Samaria.

Moriá, Gn 22.2; II Cr 3.1. Fica em Jerusalém. Aí Abraão ia sacrificar Isaque. Nele Salomão construiu o templo de Deus.

Sião. Em Jerusalém. Altitude: cerca de 800 metros. O local e o termo Sião são usados de modo diverso na Bíblia. No Sl 133.36 Jerusalém. Em Hb 12.22 e Ap 14.1 é uma referência ao céu.

Monte das Oliveiras. Em Jerusalém, Mt 24.3; Zc 14.4; At 1.13. Aí, Jesus orou sob grande agonia na noite em que foi traído. Sobre esse monte Jesus descerá quando vier em glória para julgar as nações.

Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco. Ver Lc 23.33. Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em aramaico é Gólgota - crânio, caveira, Mt 27.33; Jo 19.17. No local acima, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo.

j. A Capital da Palestina: Teve várias capitais, a saber:

Gilgal. No tempo de Josué, Js 10.15.

Siló. No tempo dos juizes, I Sm 1.24.

Gibeá. No tempo do rei Saul, I Sm 15.34; 22.6.

Jerusalém. Da época de Davi em diante, II Sm 5.6-9. Seu primitivo nome foi Salém, Gn 14.18, depois Jebus, Js 18.28 e por fim Jerusalém, Jz 19.10. Nos dias do Novo Testamento a capital política da Judéia era Cesaréia, não Jerusalém, como já mostramos.

Mispá, Jr 40.8. Por pouco tempo foi capital, durante o cativeiro babilônico.

Tiberíades. Foi outra capital da Palestina. Isso, após a revolta de Bar-Cócheba, em 135 AD.

Detalhes complementares sobre Jerusalém como capital da Palestina. Fundada pelos hititas, Ez 16.3; Nm 13.29. Fica a 21 km a oeste do Mar Morto, e a 51 a leste do Mar Mediterrâneo. Nos tempos bíblicos tinha cinco zonas ou bairros: Ofel, a sudeste; Moriá, a leste; Bezeta, ao norte; Acra, a noroeste; Sião, a sudoeste. Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território de Benjamim, Js 18.28. Foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim, Jz 1.8,21. Tinha povo de Judá e Benjamim, Js 15.63. Não ficava no território de Judá (Is 15.8.) É chamada Santa Cidade, em Ne 11.1; Mt 4.5.

A cidade de Jerusalém saindo do jugo romano, caiu em poder dos árabes em 637 AD, e, salvo uns 100 anos durante as Cruzadas, foi sempre cidade muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em 1917, os britânicos assumiram o controle, ficando a Palestina depois sob seu mandato por delegação da então Liga das Nações. A partir de 1948 passou a ser cidade soberana (isto é, o setor novo), porém, na Guerra dos Seis Dias em 1967, foi reconquistada aos árabes, os quais dela tinham se assenhorado na guerra de 1948.

Reedificada sempre sobre suas próprias ruínas, Jerusalém (não Roma) permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém que se há de estabelecer na consumação dos séculos. Jerusalém será então metrópole mundial. Isso, durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor, Is 2.3; Zc 8.22; Jr 31.38. Nesse tempo Israel estará à testa das nações.

Na Jerusalém de hoje nada pode ver-se da Jerusalém de Davi, de Salomão, de Ezequias, de Neemias e de Herodes. Tudo se acha sepultado sob os escombros de muitos séculos, sob metros e metros de entulho.

1. Outras cidades da Palestina.
Outras cidades importantes: Jericó, Hebrom, Jope, Siquém, Samaria, Nazaré, Cesaréia, Cesaréia de Filipe, Tiberíades, Capernaum (Cafarnaum).

Cidades visitadas por Jesus: Nazaré, Lc 4.16; Betânia, Jo 1.28; Caná, Jo 2.1; Sicar, Jo 4.5; Naim, Lc 7.11; Capernaum, Jo 6.59; Betsaida, Jo 12.21; Corazim, Mt 11.21; Tiro e Sidom, Mt 15.21; Cesaréia de Filipe, Mt 16.13; Jericó, Lc 19.1; Betânia, Jo 11; Emaús, Lc 24.13,14.

18. Resumo histórico da Palestina até o tempo premente.

Conquistada pelos israelitas sob Josué em 1451-1445 AC.

Governada por Juízes: 1445-1110 AC.
Monarquia: 1053-933 AC.

Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 AC.

Sob os babilônicos: 606-536 AC.

Sob os persas: 536-331 AC.

Sob os gregos: 331-167 AC.

Independente sob os Macabeus: 167-63 AC.

Sob os romanos 63 AC a 634 AD.

Sob os árabes: 634-1517 AD.

Período das Cruzadas: 1095-1187. As Cruzadas foram tentativas do "Cristianismo" para libertar a Palestina das mãos dos muçulmanos árabes.

Sob os turcos (Império Otomano): 1517-1914. Os turcos são também muçulmanos, apenas com mais influência oriental.

Sob os ingleses, como protetorado, por delegação da Liga das Nações: 1922-1948.

Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9.14,15.

Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9.14,15.