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quinta-feira, 24 de junho de 2010

João "o Batista" e Jesus "o Cristo", dois candidatos messiânicos.

Marcos, o primeiro dos evangelhos, engrandece a presença de Jesus perante o Batista, numa afirmação que o batizador aguardava sem dúvidas o início do ministério de Jesus:

“Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, ao qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas alparcas” – Marcos 1: 7.

No evangelho João 1:29-30 e seguintes, diz que João Batista reconhece o Cristo em Jesus, e o aponta a dois dos seus discípulos, André e João, como o esperado para a libertação de Israel; os condiscípulos tornam-se apóstolos de Jesus (João 1:35-41).

Mateus 11 e referências atestam que o batizador não estava nada convicto disso: “És tu aquele que haveria de vir, ou esperamos outro?

Os demais evangelistas igualmente diminuem a importância de João Batista diante de Jesus. João, todavia, não abandona seu ministério, João 3:23, como seria de se esperar; ao reconhecer a superioridade do ministério de Jesus, de imediato deveria cessar o seu, o que evidentemente não veio a fazer.

Apesar de todas tentativas dos copistas e tradutores evangelistas em contrário, Jesus foi seguidor do Batista por um bom período de tempo, João 3:26, a ponto de receber influências daquele em seus primeiros discursos.

O discurso de João (Mateus 3:2): “E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”, é igual ao de Jesus no início de seu ministério: “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” conforme Mateus 4:17.

Jesus herdou de João Batista também a prática do batismo (João 3:22 e 26). O mesmo evangelho de João (4:2), no entanto diz que Jesus não batizava e sim seus discípulos, o que parece não ter importância alguma, mesmo que uma situação venha contraditar outra; o texto referido evidencia que Jesus e Batista concorreram entre si (versos 22 e 23 de João 3).

Entre os discípulos de Jesus e João as disputas parecem constantes, sobre quem fazia mais seguidores, celeuma que viria prolongar-se por todo primeiro século.

Há indícios bíblicos que Jesus separou-se de João por questões doutrinárias, acerca da purificação (João 3:25) e do jejum (Mateus 9:14). Também a omissão do Batista em identificar-se como Messias, ou mesmo um dos profetas, trouxe-lhe queda de popularidade agravada sobremaneira com a prisão, o que facultou a ascensão de Jesus, sem dúvidas carismático e bom pregador, dono de um magnetismo bastante influidor junto às massas.

As curas de Jesus são sobre necessitados psicossomáticos e de outras doenças psicológicos – histeria, esquizofrenia, etc. Parece ser isto o mínimo que se esperava de um pegador (Mateus 15:27), embora o Batista jamais tenha curado alguém, segundo narrações.

Se João Batista não renunciou seu ministério em favor de Jesus, isto implica em não reconhece-lo Messias; mesmo preso e apesar da fama crescente de Jesus, João Batista não o aceita como Messias, nem libera seus discípulos para segui-lo.

O Batista encontrou a morte sem jamais haver reconhecido messianismo algum em Jesus, mas certamente a entender que seu antigo discípulo, fora bem mais longe que imaginara, com aquela de exercer ministério ambulante, indo às pessoas onde estas se encontrassem, enquanto o dele, João, era fixo, o povo interessado tinha que deslocar-se até ele, algo muito mais complicador.

As andanças do grupo de Jesus tiveram início a partir da prisão de João Batista, o que implica dizer que o medo [da prisão e morte] foi a razão maior para aquela opção que resultou num tremendo êxito.

Outra razão do sucesso de Jesus sem dúvidas foram os milagres, que João jamais soubera ou não quis fazer.

Jesus tentou ganhar adeptos do Batista com a morte deste, além dos que conquistara quando o batizador em vida, louvando suas qualidades de profeta, e que dos nascidos de mulher não havia nenhum maior que ele, João Batista [Mateus 11:11]. Tão próximos eram os ministérios de Jesus e João, que para muitos, inclusive Herodes, Jesus era o João Batista ressuscitado (Marcos 3:14-16 e referências).

Também Jesus ofereceu aos seus seguidores iniciais, compensações terrenas (Marcos 10:29 e 30). O sentido espiritual atribuído à sua obra somente viria ocorrer nos séculos III e IV, com Orígenes, Jerônimo e outros grandes nomes da Igreja, quando lhe foi dado o papel de Messias sofredor e seus milagres enquadrados em Isaias 35 e citações, por referências, nos evangelhos.

Os apóstolos e discípulos também esperavam compensações terrenas mais a libertação pátria. A passagem bíblica dos dois discípulos no caminho de Emaús, reflete o pensamento dos messianistas [seguidores de Jesus]: “E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel” – Lucas 24:21.

Atos 1:6, não deixa dúvida daquilo que pretendiam os discípulos: “És tu que restaurarás o trono em Israel?”, da mesma maneira que Jesus deixa bastante claro (Marcos 10:29 e 30) que estaria ainda a oferecer-lhes compensações materiais.

O messianismo encarnado por Jesus, não só caracterizava-se de libertação quanto terreno, com a restauração do trono de Israel. É impossível acreditar que qualquer judeano ou estrangeiro que fosse, em Israel na época de Jesus, concebesse a libertação de Israel, expulsão dos inimigos e instalação do reino de Yavé, como algo espiritual, inteiramente ou apenas em parte; também era impossível a admissão de um Messias Libertador, que viesse agir apenas com intervenção de Deus.

Jesus não ignorava nada disso, assim como seus seguidores, todos portanto envolvidos numa campanha político-religiosa, que não poderia ser diferente, em se tratando de Israel.

Nos seus últimos dias, ainda no auge do sucesso quando a campanha mostrava-se possivelmente vitoriosa, com adesão totalitária das massas populares, Jesus começou ter conflitos com seus seguidores mais íntimos.

A razão da discórdia era simples: Jesus havia se sustentado durante quase um ano de ministério ambulante (Mateus, Marcos e Lucas, enquanto por João, três anos), às custas dos pobres e colaborações secretas de pessoas de posses, pelas suas mulheres e alforriados (Lucas 8:1-3), pois que era rejeitado em público pelos ricos; todavia quando a campanha estava prestes sair-se vitoriosa, Jesus foi procurado e voltou-se justamente para aqueles ricos, aceitando-os agora em sua companhia, numa descarada negociação político-financeira [ou aceitação de colaboradores adesistas de ultima hora].

Historicamente é impossível comprovar a existência de algum homem deus, deus humanizado ou situações do gênero, na face da terra. Jesus Cristo a exemplo de outros tantos divinizados, também não tem historicidade comprovada, sem dúvidas tratando-se de personagem mítica.

O estudo em pauta [e subdivisões] fundamenta-se tão somente nas escrituras cristãs, em torno de uma figura materializada que os credos insistem torna-la espiritual. Apenas pelas Escrituras fundamentamos historicidade de Cristo e seus seguidores mais próximos.

Nenhum dos apóstolos de Jesus teve melhores condutas que Judas; todos que se aproximaram do mestre, aqueles de primeira linha e chamados, o fizeram tão somente por interesses materiais e de poder político.