Mostrando postagens com marcador RELIGIÕES DE MISTÉRIOS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador RELIGIÕES DE MISTÉRIOS. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mais um Round: "LENDAS" BÍBLICAS X "COMPROVAÇÕES" ARQUEOLÓGICAS

Descobertas arqueológicas indicam que as histórias narradas no livro sagrado estão mais para lendas do que para verdades históricas.A disputa entre ciência e religião pela posse da verdade é antiga. No Ocidente, começou no século XVI, quando Galileu defendeu a tese de que a Terra não era o centro do Universo. Essa primeira batalha foi vencida pela Igreja, que obrigou Galileu a negar suas idéias para não ser queimado vivo. Mas o futuro dessa disputa seria diferente: pouco a pouco, a religião perdeu a autoridade para explicar o mundo.

Quando, no século XIX, Darwin lançou sua teoria sobre a evolução das espécies, contra a idéia da criação divina, o fosso entre ciência e religião já era intransponível. Nas últimas décadas, a Bíblia passou a ser alvo de ciências como a filologia, a arqueologia e a história. E o que os cientistas estão provando é que o livro mais importante da história é, em sua maior parte, uma coleção de mitos, lendas e propaganda religiosa.Das três ciências que estudam a Bíblia, a arqueologia tem se mostrado a mais promissora. "Ela é a única que fornece dados novos", diz o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e autor do livro The Bible Unearthed (A Bíblia desenterrada), publicado em 2002. A obra causou um choque em estudiosos de arqueologia bíblica, porque reduz os relatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C.

A ciência também analisa os textos do Novo Testamento, embora o campo de batalha aqui esteja muito mais na filologia (ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica, a partir de documentos escritos) Leia mais aqui. A arqueologia, nesse caso, serve mais para compor um cenário para os fatos do que para resolver contendas entre as várias teorias.

Bíblia x Arqueologia

A libertação do Egito.
O que diz a Bíblia -
No Êxodo, Deus escolhe Moisés como libertador do povo hebreu, envia as Dez Pragas e divide as águas do Mar Vermelho. No Monte Sinai, já a caminho da Terra prometida, Moisés recebe as tábuas dos Dez Mandamentos.

O que diz a Arqueologia -
Não há qualquer registro da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. Aliás, boa parte dos reinos e locais citados na sua jornada também não existiam no século XIII a.C. e só surgiriam 500 anos depois. A escolha do lugar que passou a ser conhecido como Monte Sinai ocorreu entre os séculos IV e VI d.C. por monges bizantinos.

O Dilúvio universal.

O que diz a Bíblia -
Segundo o Gênesis, um grande dilúvio destruiu a Terra. Noé e sua família, avisados, construíram uma arca para salvar um casal de cada espécie animal.

O que diz a Arqueologia -
Ruínas achadas no Mar Negro, próximo da Turquia, mostram que houve uma enchente catastrófica por volta de 5600 a.C. O nível do Mar Mediterrâneo subiu e irrompeu pelo Estreito de Bósforo, inundando a planície onde hoje está localizado o Mar Negro. Na época, a região era uma planície de terras férteis, com um lago. Sobreviventes dessa catástrofe migraram para a Mesopotâmia. Assim teria surgido a história do dilúvio no texto sumério de Gilgamesh. Os hebreus conheceram a história quando estiveram cativos na Babilônia.

A conquista de Canaã.

O que diz a Bíblia -
Depois da libertação do Egito, Moisés conduziu os hebreus até a entrada da Terra Prometida. Ali, os israelitas enfrentam os nativos canaanitas com uma ajuda divina: ao toque de suas trombetas, as muralhas de Jericó desabam miraculosamente.

O que diz a Arqueologia -
Jericó nem tinha muralhas nesse período. Na verdade, a tomada de Canaã pelos hebreus acontece de forma gradual, quando as tribos hebraicas trocam o pastoreio pela agricultura dos vales férteis. A história da conquista foi escrita durante o século VII d.C., mais de 500 anos depois da chegada dos hebreus aos vales cananeus.

A saga do rei David.

O que diz a Bíblia -
Após derrotar Golias, David firma-se como rei dos hebreus, submetendo primeiro a tribo de Judá e, posteriormente, todas as 11 tribos israelitas.

O que diz a Arqueologia -
Em 1993 foi encontrado uma pedra de basalto datada do século IX a.C. com escritos que mencionam a existência de um rei hebreu chamado David. Mas não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia. David pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes vindos de camadas pobres dos cananeus que, nessa época, atacava as cidades do sul da Palestina.

A guerra assíria.

O que diz a Bíblia -
Por volta de 700 a.C., o rei Ezequias, de Judá, revolta-se contra os assírios. Judá é atacada e a cidade de Lachish é completamente destruída.

O que diz a Arqueologia -
Os fatos são narrados com precisão histórica. Achados arqueológicos permitiram reconstruir o cenário da batalha descrita na Bíblia. Além disso, a destruição de Lachish pelos assírios foi expressa num relevo em Nínive, a capital assíria, e as imagens batem com a narrativa bíblica.

Império de Salomão.

O que diz a Bíblia -
Salomão sucedeu a seu pai, David, fez alianças com reinos vizinhos e construiu o Templo de Jerusalém. Em seu reinado, os israelitas alcançaram opulência e poder. Salomão construiu palácios e fortalezas em Jerusalém, Megiddo, Hazon e Gezer.

O que diz a Arqueologia -
Não há sinal de arquitetura monumental em Jerusalém ou em qualquer das outras cidades citadas. Tudo leva a crer que Salomão, como David, eram apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo.

Desastre ecológico no Mundo Antigo?
As dez pragas que Deus teria enviado para salvar os judeus da escravidão no Egito podem ser um eco fantasiado de uma catástrofe ecológica que realmente aconteceu no Egito. Veja abaixo quais são as pestes e como a ciência explica cada uma delas.

1. As águas do Nilo se tingem de sangue.
Uma mudança climática repentina esquenta a água do Nilo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas com sangue.

2. Rãs cobrem a terra.
A intoxicação das águas faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a região.

3. Mosquitos atormentam homens e animais.
A morte dos sapos produz uma superpopulação de insetos, inclusive do terrível maruim, um pequeno mosquito de picada dolorida.

4. Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais.
Outro tipo de inseto, a mosca dos estábulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.

5. Uma peste atinge os animais.
A peste eqüina africana e a peste da língua azul são doenças transmitidas pelo maruim e que atingem mamíferos.

6. Pústulas cobrem homens e animais.
O mormo, uma doença eqüina que também ataca o homem, é transmitida pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.

7. Chuva de granizo destrói plantações.
O granizo pode cair nas regiões desérticas do Mediterrâneo, embora seja um fenômeno relativamente raro.

8. Nuvem de gafanhotos ataca plantações.
Os gafanhotos também são uma praga conhecida na região.

9. Escuridão encobre o Sol por três dias.
Uma tempestade de areia pode durar dias e é capaz de encobrir completamente a luz do Sol.

10. Os primogênitos de homens e animais morrem.
Cereais guardados em celeiros ainda úmidos podem desenvolver um bolor altamente tóxico. Como no Egito antigo os primogênitos (tanto humanos quanto dos animais) tinham a precedência na alimentação, em tempos de escassez eles foram os primeiros a ser fatalmente intoxicados pelo bolor.

Sobre Jesus.
Pescador de homens.
O que diz a Bíblia -
Depois de ser batizado por João Batista e sofrer as tentações no deserto, Jesus foi para a Galiléia, onde recrutou seus primeiros discípulos entre os pescadores do lago Tiberíades. Escolheu viver com seus seguidores em Cafarnaum, uma pequena vila de pescadores.

O que diz a Arqueologia -
Cafarnaum existiu e era um povoado com cerca de 1 500 moradores na época em que Jesus viveu. Escavações encontraram os restos de uma casa que pode ter sido de um dos discípulos, provavelmente de Simão Pedro, o primeiro a ser recrutado por Jesus.

Infância desconhecida.

O que diz a Bíblia -
Não há quase nada sobre a infância e a adolescência de Jesus, com exceção de uma passagem em que, aos 12 anos, numa visita ao Templo de Jerusalém durante a Páscoa, seus pais o encontram discutindo teologia com os sábios nas escadarias do templo de Jerusalém.

O que diz a Arqueologia -
Escavações recentes revelaram que, ao mesmo tempo em que Jesus crescia em Nazaré, bem próximo era construída a monumental cidade de Séfores, idealizada pelo rei hebreu Herodes Antibas para ser a capital da Galiléia. Séfores estava a uma hora a pé de Nazaré e é muito provável que José e Jesus tenham trabalhado como carpinteiros em sua construção. Em Séfores, Jesus teria visto a família real, a opulência das famílias dos sacerdotes do Templo de Jerusalém e, provavelmente, teve contato com a cultura dos hebreus helenizados.