Noções de Geografia e História Bíblica
Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os povos bíblicos, bem como a matéria de natureza geográfica, contida no texto bíblico, que de passagem se diga, é de fato, abundante.
A. A importância da Geografia Bíblica. É de muita importância o estudo da geografia bíblica como meio auxiliar no estudo e compreensão da Bíblia. Mensagens e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros tornam-se claros quando estudados à luz da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção de grande volume dessa matéria na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a cada passo, a Bíblia menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios, mares e fenômenos físicos da Natureza.
O porquê dessa importância:
2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentar os mesmos. Através dela, os acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as profecias mais expressivas. O ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil comunicação quando podemos apontar, mostrar e descrever os locais onde os fatos se desenrolaram. Exemplos: Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para Jericó"); Dt 1.7 (aí nós temos uma profunda aula de geografia da Terra Prometida.)
4. As nações vêm de Deus, logo o estudo deste assunto à luz da Bíblia é profícuo sob todos os pontos de vista. Ler Dt 32.8; At 17.26.
B. Fontes de estudo da geografia bíblica.
1. A Bíblia. É a fonte principal. Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos, acidentes geográficos, povos, nações, cidades. É evidente que isto merece um cuidadoso estudo. A Bíblia contém capítulos inteiros dedicados ao assunto. Exemplo Gn 10; Js 15-21; Nm 33,34; Ez 45-47. Somente cidades da Palestina Ocidental a Bíblia registra cerca de 600. Não registradas, há inúmeras outras como o prova a arqueologia.
Um problema com que se defronta o estudante nesse assunto, é o fato de grande número de países, cidades, regiões inteiras e outros elementos geográficos, terem atualmente novos nomes. Exemplos: a antiga Pérsia é hoje o Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo (II Tm 4.10) é hoje a Iugoslávia e assim por diante.
2. A Arqueologia Bíblica. Esta, tem prestado enorme contribuição para a elucidação de dificuldades bíblicas e trazido à tona a história de povos do passado, considerados como lendários, como o caso dos hititas, mitânios e hicsos. A arqueologia bíblica teve seu começo em 1811 com as atividades nesse sentido do cidadão inglês Claude James Rich, na Mesopotâmia, quando lá se encontrava cuidando de interesses ingleses.
3. A História Geral. Aqui é preciso certa cautela. Muitos manuais hoje em uso no estudo secular estão eivados de erros, por seus autores desconhecerem a Bíblia. Temos vários casos documentados.
4. A Cartografia. A ciência dos mapas. Certas editoras especializadas editam atlas e mapas bíblicos, apropriados ao estudo da Geografia Bíblica. Os mapas mais importantes do mundo bíblico são os quatro seguintes:
O profeta Ezequiel, por ordem divina traçou num tijolo a cidade de Jerusalém, Ez 4.1. Temos aqui uma noção de mapa bíblico.
C. A extensão do mundo bíblico. O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo. É ele o berço da raça humana. Mas precisamente a Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigre e Eufrates. Foi daqui que partiram as primeiras civilizações. Na dispersão das raças após o Dilúvio (Gn caps. 10 e 11), Sem povoou o sudoeste da Ásia. Cão povoou a África, Canaã e a península arábica. Jafé povoou a Europa e parte da Ásia.
Limites do mundo bíblico:
1. Mesopotâmia, Gn 24.10; At 2.9; Dt 23.4. Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral declaram: ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países:
Assíria, Gn 2.14; 10.11. É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 AC. A Oeste ficava o reino de Mari. Os Mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria.
2. Arábia. Capital: Petra (gr); Sela (heb.) Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Aí, Israel peregrinou em demanda de Canaã. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente aí, I Rs 9.28. A parte da península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada aí e o tabernáculo erigido a primeira vez.
3. Pérsia. Hoje parte do Irã. Capitais: teve as seguintes, pela ordem: Ecbátana, Pasárgada, Susã, Persópolis. Foi cenário do livro de Ester e parte do de Daniel. Aí, primeiramente floresceram os medos. Depois os persas assumiram a liderança. Ver At 2.9. A Média, quando na supremacia tinha por capital Hamadã (entre os gregos Ecbátana.)
4. Elam. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã, Gn 14.1; At 2.9.
5. Armênia ou Arará: Cap. 6 de Gênesis.
6. Síria. Mesmo que Arã. (Não confundir com Haran.) Capital: Damasco, Is 7.8. Seu território não é o mesmo da Síria moderna, At 11.26: Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina, Lc 2.2. A capital dessa província era Antioquia. A Síria era na época governada por um legado romano.
7. Fenícia. Hoje: Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Navegantes famosos. Primitivos exploradores. Fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Tunis.) Nosso alfabeto vem dos fenícios, cerca de 1500 AC. Ver Mt 15.21; 11.22; I Rs 9.26-28.
8. Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hb seu nome é Mizraim, Gn 10.6. Teve, várias capitais nos templos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ez 29.15. Fica ao Norte da África.
9. Etiópia. Fica ao Sul do Egito. Segundo Gn 2.13, existia outra Etiópia na região Norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hb). A profecia de Sl 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de At 8.26-39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália.
10. Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cirene - cidade da Líbia, Mt 27.32. Igualmente, no dia de Pentecoste estavam cireneus em Jerusalém, At 2.10.
11. Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos nada tinha com o atual continente asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia menor ou Anatólia. Ler At 6.9; 19.22; 27.2; I Pe 1.1; Ap 1.4,11. Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia.
12. Grécia ou Hélade, At 20.2. No Antigo Testamento, em hebraico, é Javan ou Iônia, Gn 10.4,5. A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de Acaia (At 18.12), nome esse derivado dos Aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era constituída de Estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano.
13. Macedônia, At 19.21. Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia, sul da Bulgária, Iugoslávia, e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella.
14. Ilírico, Rm 15.19. Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de II Tm 4.10.
15. Itália, At 27.1; Hb 13.24. País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 AC, que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro.
16. Espanha, Rm 15.24,28. Paulo manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Tarsis mencionada em Jn 1.3; 4.2, ficava ao sul da Espanha, sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição.
17. Palestina ou Canaã. Deixamos a Palestina por último porque dela nos ocuparemos mais demoradamente. É a mais importante terra bíblica por várias razões:
a. Alguns fatos sobre a Palestina:
Foi prometida por Deus aos hebreus, Gn 15.18; Êx 23.31. É, sob o ponto de vista Divino, o centro geográfico da terra, Ez 5.5; 38. 12b.
Melhor terra do mundo, Ez 20.6,15; Jr 3.19; Am 6.1. Se atualmente isto parece contraditório, a palavra profética assegura a sua restauração e esplendor no futuro.
Os judeus seriam um povo destacado dos demais, Lv 20.24; Dt 33.28; Mq 7.14; Nm 23.9; Jr 49.31.
Para que Deus chamou e elegeu a nação israelita: Gn 3.15; Êx 19.6; Dt 7.6; Rm 3.2; 9.4,5. Em suma: trazer o Messias ao mundo; produzir e preservar as Escrituras; ser um povo sacerdotal; e difundir o conhecimento do Senhor entre as nações.
Não há modernamente nenhum país chamado Palestina. O antigo país deste nome está hoje dividido entre a Jordânia e o moderno Israel.
c. Limites da Palestina.
Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia. (el Arish é o "rio do Egito" mencionado em Gn 15.18.)
Limite norte: Síria e Fenícia.
Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2.
Limite leste: Síria e Arábia.
e. Clima. O tipo de relevo do solo da Palestina resulta numa superfície muito variada, com muitas regiões elevadas e baixas, originando por isso toda espécie de climas, desde o tropical, no Jordão, até o de intenso frio no Hermom, a 2.815 metros de altitude. A faixa litorânea tem uma temperatura média de 21 graus C. No vale do Jordão a temperatura vai a 40 graus. A temperatura média de Jerusalém é de 22 graus. Janeiro é a época mais fria do ano, quando o termômetro. chega a 4 graus. É por essa variedade de climas que a Palestina presta-se a toda espécie de culturas.
f. Divisão política da Palestina. No Antigo Testamento foi a Palestina dividia entre as 12 tribos de Israel. Três tribos ficaram a leste do Jordão: Manassés (parcialmente), Gade, Rúben. Cinco ficaram na área litorânea: Aser, Manassés (em parte), Efraim, Dã (em parte), Judá. Quatro se estabeleceram na região central: Naftali, Zebulom, Issacar, Benjamim. Duas ficaram nas extremidades Norte-Sul: Dã (Norte), Simeão (Sul).
A divisão política da Palestina mudou com o correr dos tempos e dos governos. Nos tempos do Novo Testamento a divisão política constava de cinco regiões: Judéia, Samaria, Galiléia, Ituréia, Peréia. O estudante deve ver isso no respectivo mapa. Durante o ministério de Jesus, seus governantes eram:
Judéía e Sarnaria: Pôncio Pilatos (26-36 AD.) Pilatos era procurador romano. Sua capital política era Cesaréia; à beira-mar. A capital religiosa: Jerusalém.
Galiléia e Peréia: Herodes Antipas (4 AC a 39 AD.) Era filho de Herodes, o Grande. Jesus passou a maior parte de Sua vida no território sob a jurisdição desse Herodes. Às vezes, todo o leste do Jordão era chamado Peréia (Mt 4.25; Mc 3.8). O vocábulo Peréia significa literalmente "região além", isto é, além dó Jordão, Mt 4.15; 19.1; Jo 10.40.
Ituréia e outros distritos menores: Herodes Felipe II (4 AC a 34 AD.) O moderno território de Golã, em parte ora ocupado por Israel, integrava essa jurisdição (a antiga Gaulanites, Dt 4.43; Js 20.8.) É mencionada apenas uma vez no NT, em Lc 3.1.
A Iduméia, no extremo sul do pais, integrava a jurisdição da Judéia. É mencionada apenas uma vez no Novo Testamento: Mc 3.8.
g. Mares.
Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2; Nm 34.7. Outros nomes: Mar Ocidental (Dt 11.24; Jl 2.20) e Mar dos Filisteus, Êx 23.31.
Mar da Galiléía, Mt 4.18; Mc 7.31. Outros nomes: Mar de Quinerete (Nm 34.11), palavra essa que originou Genezarete, outro nome desse mar, Lc 5.1. Também Mar de Tiberíades, Jo 6.1. É mar interior, de água doce.
Mar Morto, Ez 47.8 ARA. Aparece com vários nomes no Antigo Testamento: Mar Salgado (Gn 14.3); Mar de Arabá (Dt 3.17); Mar da Planície (II Rs 14.25); Mar Oriental (Ez 47.18; Zc 14.8); Mar da Campina, Js 12.3. Fica situado a 395 metros abaixo do nível do mar. Evaporação média diária: 8 milhões de metros cúbicos de água! É 25% mais salgado que qualquer outro mar.
h. Rios. Todos os cursos d'água da Palestina (com exceção do Jordão) são de pouca expressão.
Cedron. Corre a leste de Jerusalém. É também uádi.
Jaboque, Gn 32.22; Js 12.2. Afluente do Jordão, margem oriental.
Iarmuque. Afluente do Jordão, margem oriental. Não mencionado na Bíblia. Deságua 6 km ao sul do Mar da Galiléia.
i. Montes. São de muita importância na Bíblia, Js 11.21.
Gilboa, I Sm 31.8; II Sm 21.12. Fica em Samaria. Altitude: 543 metros.
Carmelo, I Rs 18.20. Fica em Samaria. Ponto culminante: 575 metros. Fica no prolongamento que forma a baía de Acre, onde se localiza a moderna cidade de Haifa.
Ebal e Gerizim, Dt 11.29; 27.1-13. Dois montes de Samaria.
Moriá, Gn 22.2; II Cr 3.1. Fica em Jerusalém. Aí Abraão ia sacrificar Isaque. Nele Salomão construiu o templo de Deus.
Sião. Em Jerusalém. Altitude: cerca de 800 metros. O local e o termo Sião são usados de modo diverso na Bíblia. No Sl 133.36 Jerusalém. Em Hb 12.22 e Ap 14.1 é uma referência ao céu.
Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco. Ver Lc 23.33. Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em aramaico é Gólgota - crânio, caveira, Mt 27.33; Jo 19.17. No local acima, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo.
j. A Capital da Palestina: Teve várias capitais, a saber:
Gilgal. No tempo de Josué, Js 10.15.
Siló. No tempo dos juizes, I Sm 1.24.
Gibeá. No tempo do rei Saul, I Sm 15.34; 22.6.
Jerusalém. Da época de Davi em diante, II Sm 5.6-9. Seu primitivo nome foi Salém, Gn 14.18, depois Jebus, Js 18.28 e por fim Jerusalém, Jz 19.10. Nos dias do Novo Testamento a capital política da Judéia era Cesaréia, não Jerusalém, como já mostramos.
Tiberíades. Foi outra capital da Palestina. Isso, após a revolta de Bar-Cócheba, em 135 AD.
1. Outras cidades da Palestina.
Cidades visitadas por Jesus: Nazaré, Lc 4.16; Betânia, Jo 1.28; Caná, Jo 2.1; Sicar, Jo 4.5; Naim, Lc 7.11; Capernaum, Jo 6.59; Betsaida, Jo 12.21; Corazim, Mt 11.21; Tiro e Sidom, Mt 15.21; Cesaréia de Filipe, Mt 16.13; Jericó, Lc 19.1; Betânia, Jo 11; Emaús, Lc 24.13,14.
18. Resumo histórico da Palestina até o tempo premente.
Conquistada pelos israelitas sob Josué em 1451-1445 AC.
Governada por Juízes: 1445-1110 AC.
Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 AC.
Sob os babilônicos: 606-536 AC.
Sob os romanos 63 AC a 634 AD.
Sob os árabes: 634-1517 AD.
Período das Cruzadas: 1095-1187. As Cruzadas foram tentativas do "Cristianismo" para libertar a Palestina das mãos dos muçulmanos árabes.
Sob os turcos (Império Otomano): 1517-1914. Os turcos são também muçulmanos, apenas com mais influência oriental.
Sob os ingleses, como protetorado, por delegação da Liga das Nações: 1922-1948.
Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9.14,15.
Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os povos bíblicos, bem como a matéria de natureza geográfica, contida no texto bíblico, que de passagem se diga, é de fato, abundante.
A. A importância da Geografia Bíblica. É de muita importância o estudo da geografia bíblica como meio auxiliar no estudo e compreensão da Bíblia. Mensagens e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros tornam-se claros quando estudados à luz da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção de grande volume dessa matéria na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a cada passo, a Bíblia menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios, mares e fenômenos físicos da Natureza.
O porquê dessa importância:
1. A Geografia é o palco terreno e humano da revelação Divina. É ela que juntamente com a cronologia, situa a mensagem no tempo e no espaço, quando for o caso.
2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentar os mesmos. Através dela, os acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as profecias mais expressivas. O ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil comunicação quando podemos apontar, mostrar e descrever os locais onde os fatos se desenrolaram. Exemplos: Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para Jericó"); Dt 1.7 (aí nós temos uma profunda aula de geografia da Terra Prometida.)
3. O estudo da geografia bíblica da Palestina e nações circunvizinhas esclarece muitos fatos e ensinos constantes das Escrituras.
4. As nações vêm de Deus, logo o estudo deste assunto à luz da Bíblia é profícuo sob todos os pontos de vista. Ler Dt 32.8; At 17.26.
B. Fontes de estudo da geografia bíblica.
1. A Bíblia. É a fonte principal. Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos, acidentes geográficos, povos, nações, cidades. É evidente que isto merece um cuidadoso estudo. A Bíblia contém capítulos inteiros dedicados ao assunto. Exemplo Gn 10; Js 15-21; Nm 33,34; Ez 45-47. Somente cidades da Palestina Ocidental a Bíblia registra cerca de 600. Não registradas, há inúmeras outras como o prova a arqueologia.
Um problema com que se defronta o estudante nesse assunto, é o fato de grande número de países, cidades, regiões inteiras e outros elementos geográficos, terem atualmente novos nomes. Exemplos: a antiga Pérsia é hoje o Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo (II Tm 4.10) é hoje a Iugoslávia e assim por diante.
2. A Arqueologia Bíblica. Esta, tem prestado enorme contribuição para a elucidação de dificuldades bíblicas e trazido à tona a história de povos do passado, considerados como lendários, como o caso dos hititas, mitânios e hicsos. A arqueologia bíblica teve seu começo em 1811 com as atividades nesse sentido do cidadão inglês Claude James Rich, na Mesopotâmia, quando lá se encontrava cuidando de interesses ingleses.
3. A História Geral. Aqui é preciso certa cautela. Muitos manuais hoje em uso no estudo secular estão eivados de erros, por seus autores desconhecerem a Bíblia. Temos vários casos documentados.
4. A Cartografia. A ciência dos mapas. Certas editoras especializadas editam atlas e mapas bíblicos, apropriados ao estudo da Geografia Bíblica. Os mapas mais importantes do mundo bíblico são os quatro seguintes:
O profeta Ezequiel, por ordem divina traçou num tijolo a cidade de Jerusalém, Ez 4.1. Temos aqui uma noção de mapa bíblico.
C. A extensão do mundo bíblico. O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo. É ele o berço da raça humana. Mas precisamente a Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigre e Eufrates. Foi daqui que partiram as primeiras civilizações. Na dispersão das raças após o Dilúvio (Gn caps. 10 e 11), Sem povoou o sudoeste da Ásia. Cão povoou a África, Canaã e a península arábica. Jafé povoou a Europa e parte da Ásia.
Limites do mundo bíblico:
Ao Norte: Da Espanha ao Mar Cáspio
A Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico (Oceano Indico)
Ao Sul: Do Mar Arábico á Líbia.
A Oeste: Da Líbia à Espanha.
A Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico (Oceano Indico)
Ao Sul: Do Mar Arábico á Líbia.
A Oeste: Da Líbia à Espanha.
D. Regiões, áreas e países do mundo bíblico. Acidentes naturais. Citaremos apenas alguns casos, dado o limitado espaço que temos para isso.
1. Mesopotâmia, Gn 24.10; At 2.9; Dt 23.4. Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral declaram: ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países:
Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11.24); Sinear (Gn 14.1); Súmer. É o sul da Mesopotamia.
Assíria, Gn 2.14; 10.11. É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 AC. A Oeste ficava o reino de Mari. Os Mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria.
2. Arábia. Capital: Petra (gr); Sela (heb.) Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Aí, Israel peregrinou em demanda de Canaã. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente aí, I Rs 9.28. A parte da península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada aí e o tabernáculo erigido a primeira vez.
3. Pérsia. Hoje parte do Irã. Capitais: teve as seguintes, pela ordem: Ecbátana, Pasárgada, Susã, Persópolis. Foi cenário do livro de Ester e parte do de Daniel. Aí, primeiramente floresceram os medos. Depois os persas assumiram a liderança. Ver At 2.9. A Média, quando na supremacia tinha por capital Hamadã (entre os gregos Ecbátana.)
4. Elam. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã, Gn 14.1; At 2.9.
5. Armênia ou Arará: Cap. 6 de Gênesis.
6. Síria. Mesmo que Arã. (Não confundir com Haran.) Capital: Damasco, Is 7.8. Seu território não é o mesmo da Síria moderna, At 11.26: Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina, Lc 2.2. A capital dessa província era Antioquia. A Síria era na época governada por um legado romano.
7. Fenícia. Hoje: Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Navegantes famosos. Primitivos exploradores. Fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Tunis.) Nosso alfabeto vem dos fenícios, cerca de 1500 AC. Ver Mt 15.21; 11.22; I Rs 9.26-28.
8. Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hb seu nome é Mizraim, Gn 10.6. Teve, várias capitais nos templos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ez 29.15. Fica ao Norte da África.
9. Etiópia. Fica ao Sul do Egito. Segundo Gn 2.13, existia outra Etiópia na região Norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hb). A profecia de Sl 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de At 8.26-39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália.
10. Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cirene - cidade da Líbia, Mt 27.32. Igualmente, no dia de Pentecoste estavam cireneus em Jerusalém, At 2.10.
11. Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos nada tinha com o atual continente asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia menor ou Anatólia. Ler At 6.9; 19.22; 27.2; I Pe 1.1; Ap 1.4,11. Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia.
12. Grécia ou Hélade, At 20.2. No Antigo Testamento, em hebraico, é Javan ou Iônia, Gn 10.4,5. A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de Acaia (At 18.12), nome esse derivado dos Aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era constituída de Estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano.
13. Macedônia, At 19.21. Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia, sul da Bulgária, Iugoslávia, e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella.
14. Ilírico, Rm 15.19. Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de II Tm 4.10.
15. Itália, At 27.1; Hb 13.24. País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 AC, que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro.
16. Espanha, Rm 15.24,28. Paulo manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Tarsis mencionada em Jn 1.3; 4.2, ficava ao sul da Espanha, sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição.
17. Palestina ou Canaã. Deixamos a Palestina por último porque dela nos ocuparemos mais demoradamente. É a mais importante terra bíblica por várias razões:
a. Alguns fatos sobre a Palestina:
Foi prometida por Deus aos hebreus, Gn 15.18; Êx 23.31. É, sob o ponto de vista Divino, o centro geográfico da terra, Ez 5.5; 38. 12b.
Melhor terra do mundo, Ez 20.6,15; Jr 3.19; Am 6.1. Se atualmente isto parece contraditório, a palavra profética assegura a sua restauração e esplendor no futuro.
Os judeus seriam um povo destacado dos demais, Lv 20.24; Dt 33.28; Mq 7.14; Nm 23.9; Jr 49.31.
Para que Deus chamou e elegeu a nação israelita: Gn 3.15; Êx 19.6; Dt 7.6; Rm 3.2; 9.4,5. Em suma: trazer o Messias ao mundo; produzir e preservar as Escrituras; ser um povo sacerdotal; e difundir o conhecimento do Senhor entre as nações.
Canaã, Gn 13.12.
Terra dos Hebreus, Gn 40.15.
Terra do Senhor, Os 9.3.
Terra de Israel, I Sm 13.19; Mt 2.20; II Rs 5.2.
Terra de Judá, Judéia, Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39.
Terra Formosa, Dn 8.9.
Terra Gloriosa, Dn 11.41.
Terra da Promessa, Hb 11.9.
Terra Santa, Zc 2.12; Sl 78.54 ARA.
Israel (modernamente.)
Terra dos Hebreus, Gn 40.15.
Terra do Senhor, Os 9.3.
Terra de Israel, I Sm 13.19; Mt 2.20; II Rs 5.2.
Terra de Judá, Judéia, Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39.
Terra Formosa, Dn 8.9.
Terra Gloriosa, Dn 11.41.
Terra da Promessa, Hb 11.9.
Terra Santa, Zc 2.12; Sl 78.54 ARA.
Israel (modernamente.)
Não há modernamente nenhum país chamado Palestina. O antigo país deste nome está hoje dividido entre a Jordânia e o moderno Israel.
c. Limites da Palestina.
Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia. (el Arish é o "rio do Egito" mencionado em Gn 15.18.)
Limite norte: Síria e Fenícia.
Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2.
Limite leste: Síria e Arábia.
d. Superfície da Palestina. Mais ou menos como a do nosso Estado de Alagoas. Comprimento: cerca de 250 km, de Dã a Berseba. Hoje: 416 km. Largura: 88 km (a maior). Hoje: 100 km. Essa extensão variou com as épocas e situações de sua história. Por exemplo: na época das 12 tribos - 26.400 km². A extensão atual é de cerca de 156.000 km².
e. Clima. O tipo de relevo do solo da Palestina resulta numa superfície muito variada, com muitas regiões elevadas e baixas, originando por isso toda espécie de climas, desde o tropical, no Jordão, até o de intenso frio no Hermom, a 2.815 metros de altitude. A faixa litorânea tem uma temperatura média de 21 graus C. No vale do Jordão a temperatura vai a 40 graus. A temperatura média de Jerusalém é de 22 graus. Janeiro é a época mais fria do ano, quando o termômetro. chega a 4 graus. É por essa variedade de climas que a Palestina presta-se a toda espécie de culturas.
f. Divisão política da Palestina. No Antigo Testamento foi a Palestina dividia entre as 12 tribos de Israel. Três tribos ficaram a leste do Jordão: Manassés (parcialmente), Gade, Rúben. Cinco ficaram na área litorânea: Aser, Manassés (em parte), Efraim, Dã (em parte), Judá. Quatro se estabeleceram na região central: Naftali, Zebulom, Issacar, Benjamim. Duas ficaram nas extremidades Norte-Sul: Dã (Norte), Simeão (Sul).
A divisão política da Palestina mudou com o correr dos tempos e dos governos. Nos tempos do Novo Testamento a divisão política constava de cinco regiões: Judéia, Samaria, Galiléia, Ituréia, Peréia. O estudante deve ver isso no respectivo mapa. Durante o ministério de Jesus, seus governantes eram:
Judéía e Sarnaria: Pôncio Pilatos (26-36 AD.) Pilatos era procurador romano. Sua capital política era Cesaréia; à beira-mar. A capital religiosa: Jerusalém.
Galiléia e Peréia: Herodes Antipas (4 AC a 39 AD.) Era filho de Herodes, o Grande. Jesus passou a maior parte de Sua vida no território sob a jurisdição desse Herodes. Às vezes, todo o leste do Jordão era chamado Peréia (Mt 4.25; Mc 3.8). O vocábulo Peréia significa literalmente "região além", isto é, além dó Jordão, Mt 4.15; 19.1; Jo 10.40.
Ituréia e outros distritos menores: Herodes Felipe II (4 AC a 34 AD.) O moderno território de Golã, em parte ora ocupado por Israel, integrava essa jurisdição (a antiga Gaulanites, Dt 4.43; Js 20.8.) É mencionada apenas uma vez no NT, em Lc 3.1.
A Iduméia, no extremo sul do pais, integrava a jurisdição da Judéia. É mencionada apenas uma vez no Novo Testamento: Mc 3.8.
g. Mares.
Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7.2; Nm 34.7. Outros nomes: Mar Ocidental (Dt 11.24; Jl 2.20) e Mar dos Filisteus, Êx 23.31.
Mar da Galiléía, Mt 4.18; Mc 7.31. Outros nomes: Mar de Quinerete (Nm 34.11), palavra essa que originou Genezarete, outro nome desse mar, Lc 5.1. Também Mar de Tiberíades, Jo 6.1. É mar interior, de água doce.
Mar Morto, Ez 47.8 ARA. Aparece com vários nomes no Antigo Testamento: Mar Salgado (Gn 14.3); Mar de Arabá (Dt 3.17); Mar da Planície (II Rs 14.25); Mar Oriental (Ez 47.18; Zc 14.8); Mar da Campina, Js 12.3. Fica situado a 395 metros abaixo do nível do mar. Evaporação média diária: 8 milhões de metros cúbicos de água! É 25% mais salgado que qualquer outro mar.
h. Rios. Todos os cursos d'água da Palestina (com exceção do Jordão) são de pouca expressão.
Jordão. Corre no sentido norte-sul. Nasce no Monte Hermom e deságua no Mar Morto.
Querite. Desemboca no Jordão, margem oriental, defronte a Samaria. É um uádi, rio temporão.
Cedron. Corre a leste de Jerusalém. É também uádi.
Jaboque, Gn 32.22; Js 12.2. Afluente do Jordão, margem oriental.
Iarmuque. Afluente do Jordão, margem oriental. Não mencionado na Bíblia. Deságua 6 km ao sul do Mar da Galiléia.
Arnom, Nm 21.13; Js 12.2. É hoje o Mojib. Deságua no Mar Morto, margem oriental. Era o limite sul da Palestina, na frente oriental.
Quisom, I Rs 18.40. Deságua no Mar Mediterrâneo, Monte Carmelo.
i. Montes. São de muita importância na Bíblia, Js 11.21.
Tabor, Jz 4.6; 8.18. Fica na Galiléia. Altitude: 615 metros. Crê-se que aí ocorreu a transfiguração de Jesus (Mt 17.1,2.)
Gilboa, I Sm 31.8; II Sm 21.12. Fica em Samaria. Altitude: 543 metros.
Carmelo, I Rs 18.20. Fica em Samaria. Ponto culminante: 575 metros. Fica no prolongamento que forma a baía de Acre, onde se localiza a moderna cidade de Haifa.
Ebal e Gerizim, Dt 11.29; 27.1-13. Dois montes de Samaria.
Moriá, Gn 22.2; II Cr 3.1. Fica em Jerusalém. Aí Abraão ia sacrificar Isaque. Nele Salomão construiu o templo de Deus.
Sião. Em Jerusalém. Altitude: cerca de 800 metros. O local e o termo Sião são usados de modo diverso na Bíblia. No Sl 133.36 Jerusalém. Em Hb 12.22 e Ap 14.1 é uma referência ao céu.
Monte das Oliveiras. Em Jerusalém, Mt 24.3; Zc 14.4; At 1.13. Aí, Jesus orou sob grande agonia na noite em que foi traído. Sobre esse monte Jesus descerá quando vier em glória para julgar as nações.
Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco. Ver Lc 23.33. Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em aramaico é Gólgota - crânio, caveira, Mt 27.33; Jo 19.17. No local acima, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo.
j. A Capital da Palestina: Teve várias capitais, a saber:
Gilgal. No tempo de Josué, Js 10.15.
Siló. No tempo dos juizes, I Sm 1.24.
Gibeá. No tempo do rei Saul, I Sm 15.34; 22.6.
Jerusalém. Da época de Davi em diante, II Sm 5.6-9. Seu primitivo nome foi Salém, Gn 14.18, depois Jebus, Js 18.28 e por fim Jerusalém, Jz 19.10. Nos dias do Novo Testamento a capital política da Judéia era Cesaréia, não Jerusalém, como já mostramos.
Mispá, Jr 40.8. Por pouco tempo foi capital, durante o cativeiro babilônico.
Tiberíades. Foi outra capital da Palestina. Isso, após a revolta de Bar-Cócheba, em 135 AD.
Detalhes complementares sobre Jerusalém como capital da Palestina. Fundada pelos hititas, Ez 16.3; Nm 13.29. Fica a 21 km a oeste do Mar Morto, e a 51 a leste do Mar Mediterrâneo. Nos tempos bíblicos tinha cinco zonas ou bairros: Ofel, a sudeste; Moriá, a leste; Bezeta, ao norte; Acra, a noroeste; Sião, a sudoeste. Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território de Benjamim, Js 18.28. Foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim, Jz 1.8,21. Tinha povo de Judá e Benjamim, Js 15.63. Não ficava no território de Judá (Is 15.8.) É chamada Santa Cidade, em Ne 11.1; Mt 4.5.
A cidade de Jerusalém saindo do jugo romano, caiu em poder dos árabes em 637 AD, e, salvo uns 100 anos durante as Cruzadas, foi sempre cidade muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em 1917, os britânicos assumiram o controle, ficando a Palestina depois sob seu mandato por delegação da então Liga das Nações. A partir de 1948 passou a ser cidade soberana (isto é, o setor novo), porém, na Guerra dos Seis Dias em 1967, foi reconquistada aos árabes, os quais dela tinham se assenhorado na guerra de 1948.
Reedificada sempre sobre suas próprias ruínas, Jerusalém (não Roma) permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém que se há de estabelecer na consumação dos séculos. Jerusalém será então metrópole mundial. Isso, durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor, Is 2.3; Zc 8.22; Jr 31.38. Nesse tempo Israel estará à testa das nações.
Na Jerusalém de hoje nada pode ver-se da Jerusalém de Davi, de Salomão, de Ezequias, de Neemias e de Herodes. Tudo se acha sepultado sob os escombros de muitos séculos, sob metros e metros de entulho.
1. Outras cidades da Palestina.
Outras cidades importantes: Jericó, Hebrom, Jope, Siquém, Samaria, Nazaré, Cesaréia, Cesaréia de Filipe, Tiberíades, Capernaum (Cafarnaum).
Cidades visitadas por Jesus: Nazaré, Lc 4.16; Betânia, Jo 1.28; Caná, Jo 2.1; Sicar, Jo 4.5; Naim, Lc 7.11; Capernaum, Jo 6.59; Betsaida, Jo 12.21; Corazim, Mt 11.21; Tiro e Sidom, Mt 15.21; Cesaréia de Filipe, Mt 16.13; Jericó, Lc 19.1; Betânia, Jo 11; Emaús, Lc 24.13,14.
18. Resumo histórico da Palestina até o tempo premente.
Governada por Juízes: 1445-1110 AC.
Monarquia: 1053-933 AC.
Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 AC.
Sob os babilônicos: 606-536 AC.
Sob os persas: 536-331 AC.
Sob os gregos: 331-167 AC.
Independente sob os Macabeus: 167-63 AC.
Sob os romanos 63 AC a 634 AD.
Sob os árabes: 634-1517 AD.
Período das Cruzadas: 1095-1187. As Cruzadas foram tentativas do "Cristianismo" para libertar a Palestina das mãos dos muçulmanos árabes.
Sob os turcos (Império Otomano): 1517-1914. Os turcos são também muçulmanos, apenas com mais influência oriental.
Sob os ingleses, como protetorado, por delegação da Liga das Nações: 1922-1948.
Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9.14,15.
Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9.14,15.
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