quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Rudolf Koch: O Símbolo e o Mito.

A cruz constitui um capítulo à parte da simbologia gráfica. Símbolo extremamente antigo e de caráter universal, a cruz pode ser encontrada em um número muito grande de variações sobre seu tema. Mas o modelo básico é sempre a interseção de dois segmentos retos, um vertical e o outro horizontal.


O significado arquetipal do símbolo da cruz é sempre o da conjunção dos opostos: o eixo vertical (masculino) com o eixo horizontal (feminino); o positivo com o negativo; o homem com a mulher; o superior com o inferior; o tempo com o espaço; o ativo com o passivo; o Sol com a Lua; a vida com a morte; Espírito e matéria, etc.


A união dos opostos é a idéia central contida na simbologia da crucificação de Cristo, e a razão pela qual a cruz foi escolhida como emblema magno do cristianismo. O sentido básico da crucificação é o de experienciar a essência do antagonismo, uma idéia que reside na própria raiz da existência, já que tudo no universo (e no homem) nasce e se desenvolve a partir do choque doloroso de forças antagônicas.


A cruz tem um significado religioso e esotérico para povos tão distintos e tão distantes como os fenícios, persas, etruscos, romanos, egípcios, celtas, peruanos, mexicanos e os indígenas da América Central e do Norte.


A teosofia explica o sentido místico da cruz como sendo originário do dualismo andrógino presente em todas as manifestações da natureza. A cruz significa, assim, a idéia do homem regenerado, aquele que conseguiu integrar harmoniosamente as suas duas partes e que, "crucificado" como mortal, como homem de carne com suas paixões, renasce como imortal.


Na simbologia rosacruz, cruz ocupa posição proeminente. Aqui ela simboliza os quatro reinos da natureza. O reino mineral anima a todas as substâncias químicas, de maneira que a cruz feita de qualquer material é símbolo desse reino. O madeiro inferior da cruz representa o reino vegetal, porque, esotericamente, as correntes dos espíritos-grupos que dão vida às plantas provêm do centro da Terra. O madeiro superior simboliza o homem, porque as correntes vitais que animam o ser humano descem do Sol e impregnam o planeta Terra. O madeiro horizontal simboliza o reino animal, que se encontra entre os reinos vegetal e humano, com a sua coluna vertebral na posição horizontal.


O estudioso Cirlot, uma das maiores autoridades mundiais em símbolos, explica também que a cruz, como o símbolo da "Árvore da Vida", funciona como emblema do "eixo do mundo". Situada no centro ou coração místico do cosmos, a cruz transforma-se, simbolicamente, na ponte ou escada através da qual a alma pode chegar a Deus. A cruz afirma assim a relação básica entre o mundo celestial e o terreno. Em outras palavras, é através da experiência da crucificação (o conhecimento vivenciado dos opostos) que se chega ao centro de si mesmo (a iluminação).


Carl Jung comenta também que, em algumas tradições, a cruz é símbolo do fogo e dos sofrimentos da vida. Tal concepção parece ter origem no fato de que os dois eixos da cruz estão associados com os dois bastões de madeira que o homem primitivo usava para produzir o fogo, esfregando um no outro até produzir combustão. Um dos bastões era considerado masculino, e o outro, feminino.


CRUZ DE SANTO ANDRÉ:

Símbolo da união do mundo superior com o mundo inferior. Tem esse nome porque segundo a história Santo André foi martirizado numa cruz dessa forma.



CRUZ DE SANTO ANTONIO (TAU):

Reproduz o desenho da letra grega Tau, para os gauleses representa o martelo de Thor. Também com representação de um martelo com duas cabeças (símbolo daquele que se faz comprir( e também símbolo de São Francisco de Assis

CRUZ CRISTÃ:

Também chamado de Cruz Latina, é o mais exaltado dos emblemas da fé cristã. Os romanos utilizavam a cruz feita de duas madeiras como meio de execução de criminosos e inimigos do estado romano. Pela martirização de Jesus Cristo, ela se tornou o símbolo do Cristianismo no mundo religioso. Origem: Foram encontrados bem antes da era Cristã, sinais em formas de cruz, de diferentes formatos, em quase todas as partes do Velho Mundo. Índia, Síria, Pérsia, Egito, em todos foram encontrados inúmeros exemplos .O uso da cruz como símbolo religioso em tempos pré-cristãos e entre povos não-cristãos pode provavelmente ser tido como universal, e em muitos casos estava ligado com alguma forma de culto à natureza.

CRUZ DE ANU:

Os assírios e Caldeus esta cruz representa o céu de seu Deus Anu, para eles esse símbolo sugere a irradiação no espaço de sua poderosa energia em todas as direções.

CRUZ ANSATA:

Importantíssimo símbolo solar egípcio, trata-se da união de dois símbolos, a cruz Tau com um círculo, a cruz ansada na realidade é um hieróglifo, significando VIDA ou ATO DE VIVER e formando parte das palavras SAÚDE e FELICIDADE. Como símbolo gráfico, a cruz ansata expressa uma profunda idéia, o círculo como a vida (o espírito) colocando-se na superfície da matéria inerte para vivifica-lo. Também interpretada como O sol, céu e a terra (horizonte - Representado como o traço transversal). Também interpretada como o homem de braços aberto.

CRUZ SUÁSTICA (CRUZ GAMADA):

Um dos mais antigos símbolos da humanidade, a suástica representa a energia criativa do cosmos em movimento. Por isso ela pode ter dois sentidos: DESTRÓGIRO (Seus braços giram no sentido do relógio - para a direita) e SINISTRÓGIRO, no sentido inverso dos ponteiros do relógio - Para a esquerda. A destrógiro indica o sentido evolutivo do universo, do tempo. O inverso significa a dinâmica contrário, involutiva, o passado. A suástica adquiriu má reputação, devido ao uso simbólico do nazismo, escolhendo-o como símbolo político-ideológico.

CRUZ DE MALTA:

Também conhecida como cruz de São João, tem oito pontas, como símbolo místico significa as forças centrípetas do espírito, emblema da Ordem dos Cavaleiros de São João da Ilha de Malta. Também muito usada nas condecorações militares.

CRUZ PATRIARCAL:

Conhecida como Cruz que representava os Bispos, príncipes da igreja primitiva cristã.
De acordo com a cultura popular e influências diversas, a Cruz de Caravaca pode adquirir outros nomes: Santíssima Vera Cruz de Caravaca, Cruz das Missões, Cruz de Lorena, Cruz de Borgonha, Cruz de São Miguel, Cruz Missioneira, Wishing Cross (cultura afro-americana).
O significado é de proteção e devoção, ela é usada em forma de relíquia peitoral ou pedestal. Os dois braços representam a distinção arquiepiscopal ou patriarcal. Popularmente os dois braços significam fé redobrada.

CRUZ TEMPLÁRIA:

Um círculo com cortes, representando os machados, como símbolo de força, em defesa da fé cristã.

CRUZ DE JERUSALÉM:

Formada por um conjunto de cruzes, possui uma cruz principal ao centro, representando a lei do antigo testamento, e quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta lei no evangelho de cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a expansão do evangelho pelos quatro cantos da terra.

CRUZ DA PÁSCOA:

Chamada por alguns de Cruz Eslava, possui um "braço" superior representando a inscrição colocada durante a crucificação de cristo, e outro inferior e inclinado, que traz um significado dúbio, dos quais se destaca a crença de que um terremoto ocorrido durante a crucificação causou sua inclinação.

ROSACRUZ:

A cruz o corpo físico, a rosa o eu interior, o espírito. O homem com os braços abertos, saudando o sol, neste caso o Sol representa a LUZ MAIOR. A rosa bem no centro representa a unidade do homem com sua missão cósmica (mundo material e espiritual).

Outra interpretação é que a cruz significa a sabedoria do Salvador, o conhecimento perfeito. A rosa a purificação, o ascetismo que destrói os desejos carnais. A cruz simboliza a força masculina, a rosa a força feminina.

19.1.2 - O CÍRCULO:

O cosmo gira, as galáxias giram, o sistema planetária gira, a terra em seus movimentos de translação e rotação, todo o universo gira em círculos.

Símbolo da eternidade. Símbolo arquetipal da totalidade, integralidade, junto com a esfera significa proteção, significa o dinamismo psíquico, o mundo manifestado.

É o símbolo da perfeição, daquilo que começa e acaba em si mesmo, da unidade, do infinito e do absoluto. Em muitos casos, são atribuídos aos círculos certos poderes mágicos, de proteção contra os seres maléficos e as vibrações negativas. É utilizado em muitas práticas de magias e nos rituais de iniciação.


19.1.2.1 - MAÇONARIA:


O CÍRCULO
, com significado bem definido e aceito, tanto simples, ou "limpo", quanto com a inscrição de outras figuras no seu interior. Assim, pode-se considerar:

CÍRCULO - é o símbolo universal do infinito, do universo, do todo. Conhecido, também, como "o olho fechado de Deus".

CÍRCULO COM PONTO NO CENTRO - conhecido como "o olho aberto de Deus", é a representação simbólica da primeira manifestação divina, ou do princípio criador.

CÍRCULO COM TRIÂNGULO EM SEU INTERIOR - simboliza o ternário divino, ou o princípio espiritual dentro do todo, do universo (que é o círculo).


CÍRCULO COM QUADRADO EM SEU INTERIOR - simboliza o princípio material, ou quaternário, dentro da totalidade, do universo.


CÍRCULO COM CRUZ NO SEU INTERIOR - formado pelo círculo e por duas retas, uma vertical e outra horizontal, que se cruzam, dividindo o círculo em quatro partes iguais, é o símbolo do momento inicial da criação, quando o princípio masculino impregna o feminino.

CÍRCULO DIVIDIDO - formado pelo círculo, cortado, horizontalmente, por uma reta que o divide em duas partes iguais, simboliza a primeira divisão do princípio divino, em duas polaridades opostas e que se complementam: uma ativa (masculina) e outra passiva (feminina).

CÍRCULO MÁGICO - Dois círculos concêntricos, com desenhos geométricos, sinais, com uma estrela no meio mágicos, dentro do círculo, é uma ferramenta mágica de comunicação entre os dois planos, servindo como evocação, proteção e portal de acesso com o astral. Os pontos traçados da umbanda e do candomblé são exemplos típicos.

O círculo também está presente num importante símbolo da alquimia, o da Pedra Filosofal.
Nesse, há as figuras de um homem e de uma mulher --- representando a eternidade --- dentro de um círculo, inscrito num quadrado,que, por sua vez, se inscreve num triângulo, estando, todo o conjunto, incluído num círculo maior. O símbolo, para a alquimia oculta, simboliza a transmutação do quaternário inferior (quadrado) no ternário divino (triângulo), superior ao Homem.


Não se considera como um símbolo o chamado "Círculo Mágico", usado, obviamente, em operações de magia. Essa figura é formada por um círculo, no qual se inscrevem um triângulo, um quadrado e uma estrela de cinco pontas, sendo traçada no solo e tendo, como finalidade, proteger o evocador dos ataques das potências malignas invocadas.

Em Maçonaria, o Círculo é um símbolo muito importante e também representa o Universo, o Cosmo, a Totalidade. Mas, nela, existem as variações, ou as figuras compostas:

O Círculo entre Paralelas Tangenciais e Verticais é também importante símbolo maçônico e, como essas paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio, a figura mostra que o Sol não transpõe os trópicos e recorda, ao maçom, que as concepções metafísicas e a consciência religiosa de cada obreiro são de foro íntimo e, portanto, invioláveis.

O Círculo com Ponto do Meio, também é, como ensinamento maçônico, importantíssimo, pois o ponto no centro do círculo representa um local estático: quando uma roda (círculo) gira, todas as suas partes movem-se, com exceção do ponto central, que fica estático.
Ele é, assim, o local de menor turbulência, de menor agitação (alguns o assimilam, inclusive, à Câmara do Meio, o que é um raciocínio forçado). É o centro, onde a inteligência é iluminada pela Luz da Verdade e onde se encontram os verdadeiros Mestres, que, depois do estudo e da profunda meditação, podem melhor compreender os mistérios da Natureza.
Sendo o ponto de nula turbulência, onde, simbolicamente, não reinam as paixões humanas, é onde o Mestre tem a lucidez necessária para evitar os erros e as falhas humanas.

O Círculo com o Triângulo no centro, que simboliza o princípio espiritual dentro da totalidade, e o Círculo com o Quadrado no centro, simbolizando o princípio material dentro do todo, também podem ser encontrados em alguns Altos Graus maçônicos.

Deve-se considerar também o Círculo onde se inscreve o Triplo Tau, próprio do Real Arco do Emulation, onde alguns autores vêm o símbolo da cruz, segundo o esoterismo cristão.


OS CHAKRAS:

São rodas, girando, usinas energéticas, espirais, cônicas, em espirais. O espiral é o arquétipo do cosmo, da evolução, siginifica a evolução energética. Visto de cima uma espiral é um ponto que vai circulando se abrindo exteriorizando ou interiozando movimentos condutores de energia.


19.1.3 - TRIÂNGULO:

Nas escolas esotéricas o triângulo significa a trindade divina que é: harmonia, perfeição e sabedoria.


TRIÂNGULO EQUILÁTERO:

O triângulo tem uma grande significação espiritual. O Triângulo equilátero simboliza os ternários ou tríades sagradas, conceito comum à maioria das religiões (exemplo: Tríade Hindu, taoista, a trindade cristã (Pai, filho, espírito santo), na maçonaria, nas religiões, principalmente no judaismo, o triângulo positivo e negativo, formam a estrela de Salomão. O triângulo isolado, representa a neutralidade. Representa o equilíbrio de três forças divinas. Representa acima de tudo O trino, a TRINDADE.


TRIMURTI: Palavra sancrista que significa "três formas" ou "três faces". Designa essa trindade hindu constituída pelos deuses: Brahma, Shiva e Vishnu, que são 3 forças cósmicas: criação, conservação, destruição.


TRIÂNGULO ISÓSCELES POSITIVO:

O triângulo com dois lados iguais e o ápice agudo voltado para cima simboliza o ternário masculino evolutivo. Representa o anseio do espírito em se libertar da matéria.


TRIÂNGULO ISÓSCELES NEGATIVO:

Esse mesmo triângulo com a ápice voltada para baixo significa o ternário feminino, principio espiritual voltado para a matéria.

Em geral o triangulo negativo, tem uma significação correspondente ao que está com a ponta voltada para cima. Ou seja o que está embaixo é igual ao que está encima e vice-versa.

Porém o primeiro voltada para o espírito, o segundo voltado para a matéria.


OLHO QUE TUDO VÊ:

O Olho da Providência ou o Olho que Tudo Vê é um símbolo exibindo um olho cercado por raios de luz ou em glória, normalmente dentro de um triângulo. Costuma ser interpretado como a representação do olho de Deus observando a humanidade. Está estampada na nota de 1 dólar americano.


Origem
Na sua forma atual, o símbolo apareceu primeiro no oeste durante os século 17 e 18, mas representações do Olho que Tudo Vê pode ser encontrado já na Mitologia Egípcia, no Olho de Hórus. Em descrições do século XVII o Olho da Providência algumas vezes aparece rodeado de nuvens. A adição posterior de um triângulo normalmente é visto como uma referência mais explícita da Trindade de Deus, no cristianismo.


Também é um símbolo Maçon, evocação da idéia de Deus Representada pelo Triângulo, Delta Luminoso ou por Três . O Olho que Tudo vê aparece na torre da Catedral de Aachen.

19.1.4 - A ESTRELA:


ESTRELA DE DAVID:

Estrela de David (em português europeu) (em hebraico: מגן דוד, transl. Magen David), conhecida também como escudo supremo de Davi (David), é um símbolo em forma de estrela formada por dois triângulos mágicos sobrepostos, iguais, tendo um a ponta para cima e outro para baixo, utilizado pelo judaísmo e por seus adeptos. Outro nome dado a este símbolo é "Selo de Salomão".

A palavra magen significa escudo, broquel, defesa, governante, homem armado, escamas. O substantivo magen, refere-se a um objeto que proporciona cobertura e proteção ao corpo durante um combate.


Estrela de Belém, no qual os reis magos seguiram até chegar até o menino Jesus.


Esotericamente, TRIANGULO QUE APONTA PARA CIMA, é o Karma ativo, a luz parte da ponta, se abrindo em leque para baixo, na relação da UMBANDA está relacionada com duas mãos postas voltadas para cima, em oração aos senhores da luz, reproduz a elevação cósmica. O espiritual.

O triangulo voltado para baixo, significa a lei da execução, o karma passivo, na Kimbanda o triangulo negativo são mãos postas voltadas para baixo, em oração ao senhores da forma (plano concreto).


A união dos dois, resulta no HEXAGRAMA que é a Harmonia dos opostos. Simboliza o reencarnação do homem na terra, o RESGATE e a ASCENÇÃO, o espiritual e o carnal.


PENTAGRAMA:

A estrela de 5 Pontas, O pentagrama está entre os principais e mais conhecidos símbolos, pois possui diversas representações e significados, evoluindo ao longo da história. Passou de um símbolo cristão para a atual referência onipresente entre os neopagãos com vasta profundidade mágica.


Num dos mais antigos significados do pentagrama, os Hebreus designavam como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés).


Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As.

O pentagrama também é encontrado na cultura chinesa representando o ciclo da destruição, que é a base filosófica de sua medicina tradicional.


Neste caso, cada extremidade do pentagrama simboliza um elemento específico: Terra, Água, Fogo, Madeira e Metal. Cada elemento é gerado por outro, (a Madeira é gerada pela Terra), o que dará origem a um ciclo de geração ou criação. Para que exista equilíbrio é necessário um elemento inibidor, que neste caso é o oposto (a Água inibe o Fogo).


A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas por Pitágoras e posteriormente por seus seguidores, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como A Proporção Divina, que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos. Era um símbolo divino para os druidas. Para os celtas, representava a deusa Morrighan (deusa ligada ao Amor e a Guerra). Para os egípcios, era o útero da Terra, mantendo uma relação simbólica com as pirâmides.


Os primeiros cristãos tinham o pentagrama como um símbolo das cinco chagas de Cristo.


Os Templários foram dizimados pela mesquinhez da Igreja e pelo fanatismo religioso de Luis IX, em 1303. Iniciou-se assim a Idade das Trevas, onde se queimavam, torturavam e excomungavam qualquer um que se opusesse a Igreja. Durante esse longo tempo de Inquisição, a igreja mergulhou no próprio diabolismo ao qual se opunha. Nessa época o pentagrama simbolizou a cabeça de um bode ou do diabo, na forma de Baphomet, o mesmo que a Igreja acusou os Templários de adorar. Assim sendo, o pentagrama passou de um símbolo de segurança à representação do mal, sendo chamado de Pé da Bruxa. Assim, a perseguição da Igreja fez as religiões antigas se ocultarem na clandestinidade.


Ao fim da era das Trevas, as sociedades secretas começam novamente a realizar seus estudos sem o medo paranóico das punições da Igreja. Ressurge o Hermetismo, e outras ciências misturando filosofia e alquimia. Floresce então, o simbolismo gráfico e geométrico, emergindo a Renascença numa era de luz e desenvolvimento. O pentagrama agora, significa o Microcosmo, símbolo do Homem de Pitágoras representado através de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz (O Homem Individual). A mesma representação simboliza também o Macrocosmo, o Homem Universal, um símbolo de ordem e perfeição, a Verdade Divina. Agrippa (Henry Cornelius Von de Agrippa Nettesheim), mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo.


Posteriormente, o pentagrama também foi associado aos quatro elementos essenciais (terra, água, ar e fogo) mais o quinto, que simboliza o espírito (A Quinta Essência dos alquimistas e agnósticos).


Na Maçonaria, o Laço Infinito (como também era conhecido o pentagrama, por ser traçado com uma mesma linha) era o emblema da virtude e do dever. O homem microcósmico era associado ao Pentalpha (a estrela de cinco pontas), sendo o símbolo entrelaçado ao trono do mestre da Loja.


PENTAGRAMA INVERTIDO (SIMBOLO DAS FORÇAS DO MAL)


Com (Alphonse Louis Constant), o pentagrama pela primeira vez, através de uma ilustração, foi associado ao conceito do bem e do mal. Ele ilustra o pentagrama microcósmico ao lado de um pentagrama invertido (formando a cabeça do bode, Baphomet).

O pentagrama voltou a ser usado em rituais pagãos à partir de 1940 com Gerald Gardner. Sendo utilizado nos rituais simbolizando os três aspectos da deusa e os dois do deus, surgindo assim a nova religião Wicca. Desse modo, o pentagrama retoma sua força como poderoso talismã, ajudado pelo aumento do interesse popular pela bruxaria e Wicca, que à partir de 1960, torna-se cada vez mais disseminada e conhecida. Essa ascensão da Wicca, gera uma reação da Igreja da época, chegando ao extremo quando Anton LaVey adota o pentagrama invertido (em alusão a Baphomet de Levi), como emblema da sua Igreja de Satanás, e faz com que a Igreja Católica considere que o pentagrama (invertido ou não) seja sinônimo de símbolo do Diabo, difundindo esse conceito para os cristãos. Assim naquela época, os Wiccanos para se protegerem dos grupos religiosos radicais, chegaram a se opor ao uso do pentagrama.


Até hoje o pentagrama é um símbolo que indica ocultismo, proteção e perfeição. Independente do que tenha sido associado em seu passado, ele se configura como um dos principais e mais utilizados símbolos mágicos da cultura Universal.


19.1.5 - A ESPADA:

Espada é um símbolo medieval, místico, bélico, mágico pela sua força visual. Arma da justiça, da luta, da força e mortal. A espada está relacionado ao homem com coragem. Símbolo dos justiceiros, da ação e da vontade. A espada significa o exterminio físico, a destruição de um obstáculo, espiritualmente significa a determinação.

Segundo Zari "... a espada é o princípio ativo dentro de nós que desponta em nossa consciência e penetra vigorosamente até as profundezas da mente inferior, guerreando contra a nossa escuridão e a nossa ignorância, revolvendo e atraindo para o campo aberto da nossa consciência as partes adormecidas, inconscientes do nosso próprio ser, expondo-as ao exame impessoal da consciência.Ela é a força primordial da vontade criadora que penetra todo o espaço consciente em todos os seres vivos.

A presença da consciência ativa, que é o símbolo da espada em forma de vontade agente é primordial para a ativação da evolução de todos os seres. A Vontade (a espada) é sucedida pela compreensão (o candelabro) e pelo equilibro da ação (a balança) que por sua vez é sucedida pelo sentimento de auto-sacrifício e a oferta de si mesmo (a cruz) e pela sabedoria e conhecimento das leis da natureza (o cálice), o amor materno e instintivo da natureza criadora de todas as formas (a esfera) e por fim, o poder gerador e transformador de toda a natureza, o fogo (a verga).

A espada é o único princípio consciente em nossa natureza. Ele alimenta as faculdades inerentes do ser vivo e desperta nos outros símbolos o seu princípio ativo, isto é, com a consciência pode haver compreensão, equilíbrio, auto-sacrifício, acumulo de sabedoria, sentimento de amor manifestado e também o impulso criador e transformador...A Espada é o símbolo dos símbolos porque com a força da sua vontade cria e transforma qualquer aspecto do espírito, é a força do nada imanifestado agindo no todo como senhor da sua criação."


FLAVIO MARTINS PINTO ressalta em seu artigo que Muitos a tratam apenas como uma peça metálica e que só o oficial detém.

Entretanto, a cultura oriental nos revela uma expressiva sabedoria em relação a este símbolo militar.


Para compreendê-la, devemos concebê-la como uma trilha a ser percorrida, a exemplo das artes marciais, que possuem um caminho interno constituído na forma de uma senda espiritual.

Esta senda, dentro das artes guerreiras, é chamada de BUDO, e sua maior expressão é, sem dúvida, a conhecida pelos mestres como I AI DO. E esta é , dentre aquelas artes, a mais refinada e conservadora do espírito do BUDO. Utiliza-se a espada –Kataná- como arma cerimonial e seu treinamento e sua disciplina consistem em dominar o desembainhar, o corte e o embainhar dessa arma.


Manejar bem a espada é uma tarefa difícil, mas não só pelo aspecto técnico, que é exigido a níveis próximos da perfeição, como pelo equilíbrio e pela capacidade de discernimento do praticante. A espada é símbolo da vontade do espírito e deve ser tratada de modo especial. As katanás no Japão possuíam um tratamento singular desde sua forja, que era executada artesanalmente por monges que dedicavam toda sua vida a esse sagrado ofício.


A manufatura da espada japonesa não era um simples ato de fabricar um objeto para uma batalha ou utilização específica: o mestre-espadeiro colocava seu espírito em todas as fases da fabricação, chegando ao ponto de abster-se de sexo, bebidas, carne e da presença das pessoas comuns durante todo o processo. Seu ateliê era um santuário sagrado, sendo o aço dobrado sobre si próprio em operações de forjamento sucessivo. O sentimento colocado em cada martelada era um ato religioso que conferia um espírito à sua lâmina, nas imersões na água, nas passadas na pedra de afiar, e a deixava viva com a energia de seu criador.


Existe uma história que é relacionada ao espírito do artesão que era colocado nas fibras do aço: o mais famoso armeiro japonês- MASSAMUNÉ, conhecido pelo seu espírito bom, sempre que podia ajudava as pessoas de seu vilarejo, via suas obras como um objeto artístico e instrumento para a busca da paz. Seu melhor discípulo foi MURAMASA, que apesar de aprender toda a técnica da arte, possuía um espírito ruim,e devido a isso foi excluído do ateliê.


Conta-se que ao colocar-se duas espadas, uma de MASSAMUNÉ e outra de MURAMASA em um regato, quando folhas são jogadas na água, elas são atraídas e cortadas pela lâmina da segunda e repelidas pela primeira. Isto é relacionado pelos estudiosos ao sentimento ruim que Muramasa colocava em suas lâminas.


Ao conhecer esta arte marcial, a sublime arte de guerrear e de viver dos samurais, percebi sua semelhança com o ofício das armas e a destinação do oficial na estrutura militar de paz e de guerra.

Lembrei da espada do samurai, que deve sempre estar bem limpa, polida, pura e sem nódoas, pois representa sua alma, segundo o célebre Shogun TOKUGAWA IEYASU. A espada do oficial das Forças Armadas também.


De acordo com Helena Pietrova Blavatsky, na sua Doutrina Secreta, “ existe um outro aspecto em que ela simboliza:-... a luta que o homem deve conduzir contra os “Inimigos da Luz” e contrários à ordem e à Unidade de Deus. A “guerra” sempre estabeleceu o equilíbrio e a harmonia (ou justiça) e assim, proporcionou a unificação de certo modo, dos elementos em oposição entre si.

Segundo Sergio Pereira Alves a espada é o símbolo da virtude, bravura, bem como de sua função, o poder. O poder tem um duplo aspecto: o destruidor (embora essa destruição possa aplicar-se contra a injustiça, a maleficência e a ignorância e, por causa disso, tornar-se positiva); e o construtivo, pois estabelece e mantém a paz e a justiça. Ela é o emblema do rei. Quando associada à balança, ela se relaciona mais especialmente à justiça: separa o bem do mal, golpeia o culpado.

Símbolo guerreiro, a espada é também o símbolo da guerra que representa uma guerra interior, e esta pode ser igualmente a significação da espada trazida pelo Cristo (Mt 10, 34). Além do mais — sob seu duplo aspecto destruidor e criador — ela é um símbolo do verbo, da palavra.


A espada é também a luz e o relâmpago: a lâmina brilha; a espada sagrada japonesa deriva do relâmpago. A espada do sacrificador védico é o raio de Indra (o que identifica ao vajra).

Ela é, portanto, o fogo: os anjos que expulsaram Adão do Paraíso tinham espadas de fogo. Do mesmo modo, a espada do Vishnu, que é uma espada flamejante, é o símbolo do conhecimento puro e da destruição da ignorância.


EXCALIBUR

Já na Wikipédia que não cita a fonte Excalibur ou Caliburn é a lendária espada do Rei Arthur. Por vezes são atribuídas a ela poderes mágicos como cortar aço ou é associada a legítima soberania da Grande Britânia. Às vezes Excalibur e a Espada na Pedra (a prova da linhagem de Arthur) são ditas como sendo a mesma arma, mas em diversas versões elas são consideradas diferentes. Em galês, a espada é chamada Caledfwlch.


A Espada de Cesar (O mito do mito)

Os romanos, nunca foram criativos para criar símbolos míticos, prova disso, que copiaram a mitologia grega e seus Deuses na íntegra, apenas trocando os nomes (Júpiter = Zeus e por aí vai), também não tinham amuletos, objetos mágicos, isso não combina com a índole italiana nem tampouco com os velhos Romanos, portanto é um mito sem provas históricas, A ESPADA CESARS CALIBUR é só existe no filme “A última Legião”, portanto é uma invenção do seu criador Manfredi.

Mas já espalha-se na internet como um fato histórico:

” ... que a verdadeira espada Excalibur foi uma criação de Julio Cesar, General, Cônsul e Ditador de Roma. Quando César tomou o poder, mandou forjar uma espada com seu nome que se denominava "Cesars Calibur" e guardava essa espada como um grande tesouro. Quando foi morto, a espada junto com outros pertences foi levada e guardada em um local secreto. Quando a expedição de Ricardo Coração de Leão estava a caminho de Jerusalém, parou em um mosteiro para passar uma noite e lá Ricardo ganhou de presente uma espada que já estava guardada a anos”.


- Essa informação portanto não tem respaldo histórico, é apenas uma invenção cinematográfica, UM MITO do MITO.


19.1.6 - OUTROS:

19.1.6.1 - Outros Símbolos Geométricos:

Ponto: - Simboliza a origem, o principio da criação, a mônada, a primeira manifestação divina.

Quadrado: Simboliza a materialidade, a passividade, representa os elementos da natureza.

Traço Horizontal: Simboliza a terra, a matéria, o plano de vida física.

Traço Vertical: Significa a ascenção, o plano espiritual, o poder do espírito de penetrar a matéria, o masculino, ativo. Também o libertar-se voltar as origens.


19.1.6.2 - GLOSSÁRIO DE SÍMBOLOS:


A

Abelha: Símbolo da realeza, símbolo da organização e do trabalho, inteligência, trabalho operário, espiritualmente significa a emanação divina.

Abracadabra: Palavra de poder, de origem hebraica cabalística, está relacionada com Abraxas e com o Deus Solar Mitra. Geralmente inscrita.

dentro de um triângulo invertido na disposição.

Abraxas: Simboliza o supremo poder, que rege o sistema solar e concentra a potencia dos planetas.

Acácia: Símbolo maçônico, representa a busca do homem pelos mistérios da morte.

Adonai: Um dos 72 nomes que os antigos Magos davam ao Criador. Inclusive nas evocações em operações mágicas.

Agni: Deus do Fogo, na religião Védica, simboliza "Éter Luminífero" (Tejas Tattwa), o elemento básico da criação natural.

Água: Elemento da natureza. Símbolo do princípio feminino das emoções, inconsciente, está ligado a maternidade, útero, geração fertilidade, princípio da vida.

Águia: Símbolo da força, o poder, o sol, no cristianismo simboliza o mensageiro celestial, na idade média foi usada como símbolo da realeza, da glória majestade, na maçonaria o símbolo da audácia, capacidade de ver, investigar, equivale ao LEÃO NA TERRA.

Âncora: Símbolo da esperança, no cristianismo está associado a dois peixes.

Anel: Símbolo da União, do ciclo cósmico e metafísico, também simboliza a proteção, o poder concentrado.

Ar: Um dos símbolos da natureza, o ar é masculino, ativo, o ar está relacionado com o sopro da vida, dando-nos a idéia do principio criativo da criação. O fogo só existe diante do oxigênio, e está contido na água, portanto o ar tem esse poder de intercalar-se com os outros elementos.

Arca: Mito hebraico, a arca da aliança, simboliza em todas as doutrinas, o poder de preservar, guardar, ocultar, assegurar o renascimento.

Arco-Íris: Simboliza a união entre dois pólos, no caso espiritualista, seria o encontro da matéria com o espiritual, estrada em que os deuses descem a terra. Dentro das crendices no fim do arco-íris estaria um pote de ouro guardado por um duende. Na rosacruz, significa a união e do perdão divino.

Árvore: Ver matéria abaixo.

B

Batismo: Símbolo da purificação do espírito encarnado, junto o com o elemento água, significa a escolha do homem matéria, pelo purificação do seu espírito, encaminhando-se dessa forma como um aliado do bem. Iniciado.

Borboleta: Significa a alma do ser humano, a libertação do cazulo, o vôo da liberdade. Símbolo do renascimento.

C

Caduceu: Cetro, Bengala especial, Vara entrelaçada de duas Serpentes. O caduceu simboliza um cetro que é a coluna vertebral e as duas serpentes seriam a energia sexual que sobe com duas energias positiva e negativa (duas serpentes), essa energia chama-se Kundalini.

Símbolo do Deus grego Hermes (Mercúrio romano), emblema do equilíbrio moral e da boa conduta.

Candelabro: Suporte da luz, o candelabro seria o símbolo da luz espiritual.

Cão: Símbolo da fidelidade, na umbanda é o símbolo da cura, como o orixá obaluaiê, do candomblé e umbanda.

Cavalo: Presente em todos as mitologias, até por ser um elemento parceiro do homem, do guerreiro. Está associado a força e ao desejo material, a força sexual. Também mitologicamente o Centauro é a união desses elementos O HOMEM (força espiritual, inteligência), CAVALO (força material).

Caveira: Símbolo do caráter transitório, da morte e do tempo pré-determinado da existência humana no planeta terra. É o elemento básico da mudança, da transmutação, seria a caveira o:" Recipiente da transformação".

Caverna: Simboliza o inconsciente.Também pode ser o coração humano, o centro espiritual dos sentimentos e emoções.Lugar escuro, secreto.

Céu: Significa o estado de beatitude, morada dos anjos, paraíso, lugar alcançado pelos justos. Esotericamente significa a consciência desperta.

Círculo Mágico: são desenhos geométricos, (círculo, estrela, sinais), usado tanto na magia negra, como na magia branca. Na umbanda são chamados de pontos traçados.

Chave: Símbolo da iniciação, do principio, daquele que guarda o segredo. Simboliza a conquista do iniciado, no caminho da espiritualidade. A chave contém o segredo, abre o portal do caminho.

Chumbo: Emblema da Prudência, austeridade, simboliza o isolamento, a segregação, negativamente representa o egoísmo, a preguiça e o temor. Está relacionado ao planeta Saturno.

Cisne: Na mitologia clássica, era o animal consagrado ao Deus Apolo e também a Deusa Afrodite (Vênus). No cristianismo evoca a pureza. Símbolo místico e ocultista dos maçons. Também significa o masculino e feminino, já que seu pescoço longo é um símbolo fálico masculino, e o corpo com delineação circulares e formas arredondadas, e sua graciosidade lembra o corpo de uma mulher.

Cobre: Metal de Vênus, significa em seu aspecto positivo o amor, a fecundidade e a capacidade criadora. Em seu aspecto negativo a luxúria.

Coelho: Significa a fertilidade, No Antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antigüidade consideravam o coelho como o símbolo da Lua, portanto, é possível que ele tenha se tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. O certo é que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução, e geram grandes ninhadas, e a Páscoa marca a ressurreição, vida nova, tanto entre os judeus quanto entre os cristãos. Existe também a lenda de que uma mulher pobre coloriu alguns ovos de galinha e os escondeu, para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos, um coelho passou correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é que havia trazido os ovos.

Colar: Símbolo de proteção. O colar tem o poder de criar um escudo nos chakras Cardíaco e Laringeo. Sua estrutura varia de acordo com a proteção solicitada, é comum o colar carregar um amuleto pendurado, muito comum uso de pedras preciosas. Imagens de santos, os escapulários católicos.

Coluna: Símbolo da firmeza, da sustentação: Sabedoria, força e beleza.

Compasso: Símbolo maçon, representa a precisão, a medida, e o caráter de justiça, com o qual o homem deve medir e ser medido.

Cores: Símbolo visual das sintonias vibracionais, a cor está relacionado ao sentido visual, sentido nobre dos animais, principalmente no reino hominal. Mas as flores são usadas pelo reino mineral, escalonando uma hierarquia nobre, no reino vegetal (cores atrativas das flores), para atrair e conseguir seus objetivos de reprodução.Vermelho: - Matéria, virilidade, valentia, ousadia, calor, paixão. Azul: - Bondade, lealdade, glória, caridade. Verde: - Esperança, força, juventude, regeneração, cura. Violeta: - Prudência, modéstia, penitência. Amarelo, Alaranjado: - intuição, confiança, sabedoria, intelecto. Branco: - Pureza, alegria, neutralidade. - Negro: inconsciência, ignorância, segredo, mistério, luto, recolhimento, angustia, medo, chamada como "noite escura da alma".

Coração: Um símbolo universal. A maioria das escolas iniciáticas considera a existência de 3 centros vitais e espirituais do ser humano: O cérebro, o coração e o sexo. Justamente a tríade chakriana: Chakra coronário (superior), chakra cardíaco (médio), Chakra Kundalinico (Inferior). Símbolo do amor, da felicidade, da bondade, é o regulador maior da emoção humana. O coração era única víscera deixada no interior da múmia no antigo egito.

Corno: Os chifres, são armas naturais dos animais que precisam lutar e conquistar território, grupos. Simboliza a força, a potência, a elevação do poder e da dignidade, perseverança, a fertilidade. Pela parte negativo, a teimosia, impotência. Também atributo dos demônios, como símbolo da crueldade e da maldade. A abertura do chakra coronário, e de dois chakras laterais ao coronário de nível grande, para os videntes, parece cornos vistos de frente, isso explica porque Moisés é transfigurado em uma imagem com cornos. ( a cabeça tem cinco chakras grandes no centro o magno coronário).

Coruja: Símbolo dúbio. Por ser uma ave noturna, que a tudo observa, simboliza o mau agouro em algumas situações, símbolo da morte. Como enxerga nas trevas, simboliza também o conhecimento, por estar sempre em vigília, também trás consigo grande sabedoria

D

Diamante: Símbolo da iluminação, da luz própria, o diamante está vinculado ao sol. Tem o poder de concentrar energias. É considerada uma das nobrezas do reino mineral. Por isso tem um alto significado divino no seu uso.

Dragão: O dragão tem atributos da serpente, garras de leão, e manipula o elemento FOGO.Simboliza os instintos primitivos, a animalidade, a força etérica, densa, por isso a luta do homem em matar os dragões que moram em cavernas (seria o DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA).

E

Escada: Significa a caminhada, a evolução a ascenção ou involução. a ESCADA DE JACÓ, a conquista de etapas, das virtudes. Também significa a passagem de um plano para outro. Cruzar embaixo de escada é sinal de azar, uma superstição ainda viva nos dias de hoje por muitas pessoas.

Escaravelho: Símbolo espiritual e mitológico egípcio, venerado pelos mesmos, por este possuir a capacidade de sobrevivencia, também de carregar o disco solar, que é um atributo desses insetos de fazer uma esfera maior que ele, com lama, terra, e rolar estas por longas distancias. Com o nome de Kepri, é um emblema do Deus Solar.

Esfinge: Representa o DESAFIO. Esfinge é uma imagem icônica de um leão estendido com a cabeça de um falcão ou de uma pessoa, inventada pelos egípcios do império antigo, mas uma cultura importada da mitologia grega. Tem como finalidade ser guardiã da pirâmide.Havia uma única esfinge na mitologia grega, um demônio exclusivo de destruição e má sorte, de acordo com Hesíodo uma filha da Quimera e de Ortro ou, de acordo com outros, de Tifão e de Equídina— todas destas figuras ctônicas. Ela era representada em pintura de vaso e baixos-relevos mais freqüentemente assentada ereta de preferência do que estendida, como um leão alado com uma cabeça de mulher; ou ela foi uma mulher com as patas, garras e peitos de um leão, uma cauda de serpente e asas de águia. Hera ou Ares mandaram a esfinge de sua casa na Etiópia (os gregos lembraram a origem estrangeira da esfinge) para Tebas e, em Édipo Rei de Sófocles, pergunta a todos que passam o quebra-cabeça mais famoso da história, conhecido como o enigma da esfinge, decifra-me ou devoro-te:
"Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três? " - Ela estrangulava qualquer inábil a responder, dai a origem do nome esfinge, que deriva do grego sphingo, querendo dizer estrangular.
Édipo resolveu o quebra-cabeça: O homem — engatinha como bebê, anda sobre dois pés na idade adulta, e usa um arrimo (bengala) quando é ancião. Furiosa com tal resposta, a esfinge teria cometido suicídio, atirando-se de um precipício.

Espelho: Símbolo do pensamento ou da consciência inferior, por sua capacidade de reproduzir as imagens a sua frente. Muito usado por bruxas, magos, o espelho também aparece como um portal para uma outra dimensão. Símbolo feminina do tipo lunar.

Espinho: No cristianismo, é o símbolo da libertação espiritual (Coroa de espinhos). Também símbolo da provação carnal. A rosa e seus espinhos. Simboliza o raio luminoso.

Espiral: Símbolo arquetipal do cosmo, símbolo do processo evolutivo do universo. Na concepção egípcia, denota formas cósmicas em movimento. Dentro do microcosmo, que é o próprio macrocosmo, temos a representação dos centros de forças do homem, os chakras são espirais vorticianas em constantes movimentos.

Estanho: Metal correspondente ao planeta Júpiter. Simboliza a benevolência e a justiça. Em seus aspectos negativos corresponde a gula e a cobiça, vícios.

F

Falcão: Ave sagrada dos egípcios, consagrada ao Deus Hórus, análogo a águia. O falcão simboliza a ALMA.

Falo: Órgão sexual masculino, símbolo universal da fertilidade. Sem conotação obscena o oriente cultua o falo com símbolo da continuação da espécie humana.

Fenix: Ave mitológica da ave, que arde em sua chama e renasce da própria cinza. Simboliza a imortalidade da alma. Alguns alegam a própria reencarnação.

Ferro: Metal correspondente ao planeta Marte, simboliza a força, a atividade construtiva.

Flauta: Instrumento musical consagrado ao Deus grego Dionísio (baco romano), símbolo fálico, portanto uma flauta de prata, libera emoções relacionada aos mistérios lunares, princípio feminino. Reza a lenda que Platão, não recomendava o uso da flauta por essa perturbar a tranquilidade da alma. Associa-se o som da flauta ao encantamento hipnótico, na Índia encanta-se a serpente Naja com a flauta. O flautista de Hamelin que encantou todos os ratos da cidade.

Flor: A flor é um receptáculo sexual. A função da flor é assegurar a reprodução. Depois da fertilização do óvulo, o ovário transforma-se num fruto, que contém as sementes que irão dar origem a novas plantas da mesma espécie. Símbolo da beleza, a flor está associado ao aroma, perfume. A flor representa os centros de forças de um ser humano, os chakras. No taoismo a flor de ouro é símbolo da vitória do espírito sobre a carne. Da consciência sobre a inconsciência. A flor quanto mais brilhante, mais desperta se mostra a consciência.

Fogo: Elemento básico da natureza. O fogo está em todos os rituais, como a chama, a luz. O fogo representa a própria vida. O fogo está em todos os níveis da evolução, desde o inferno católico sendo a chama que queima pela eternidade os espíritos dos injustos, como nas luzes do céu búdico, atmico. O fogo das paixões, é o mesmo da vida e do corpo com espírito, pois ambos se consomem em si. Fênix que renasce das cinzas, o fogo destrói, mas também constrói, através do calor inicial, que vai multiplicando as células e criando o ser, a energia vital. O fogo também simboliza a purificação. A ascenção (fogo da kundalini), o bafo do dragão. O fogo está associado ao cosmo.

G

Galo: Na grécia antiga o galo era uma ave consagrada a Esculápio, a Deus Hermes e Atena (Mercúrio e Minerva romanos), divindades do intelecto e da sabedoria. O galo simboliza a vigília, está relacionado com a Morte e a Ressurreição, considerada uma ave magnética e sensível.

Gato: É um dos animais mais místicos, está vinculado aos poderes sobrenaturais. É um animal vinculado ao ocultismo. O gato preto, o gato da bruxa. No Egito o gato é um símbolo importante dentro do contexto, como as Deusas Ísis e Bast, com corpo de mulher e cabeça de gato. O gato é considerado um vitalizador, um doador magnético, ao ser humano. Outras fontes alegam que o gato limpa os locais densos (detritos energéticos). Também alertas de intrusos sutis de nível etéricos e astrais, seriam guardiões dos locais contra seres maléficos. Gato Preto: É sinal de mau agouro.

Graal: Santo Graal, é considerado uma lenda, porém é um objeto misterioso, associado a última ceia, sendo o cálice em que Jesus Cristo institui a Eucaristia. Na mitologia Celta (inglesa), está associada ao mito do Rei Arthur e o cavaleiros da Távola Redonda e também sociedades secretas como a Ordem dos Templários e o catarismo. A busca por esse lendário objeto, foi discórdia, foi motivo de lutas. Mas simbolicamente a busca do Santo Graal, representa toda a epopéia humana na sua escala evolutiva.

Grifo: Animal mítico, com cabeça de águia, corpo de leão e cauda de serpente. Pertence a mitologia babilônica, é um animal benéfico que se encontra no caminho da iniciação, segundo a mitologia ele é um guardião protetor.

Guardião: O guardião do portal, guardião do templo, são seres, que segundo escolas iniciáticas, guardam a entrada de determinados lugares, só podendo entrar, quem passar por esses guardas, seres misteriosos, que velam segredos do universo. Esses seres podem ser elementais artificiais criados somente para esse fim, bem como ao longo da história de seres diversos que cuidam jóias, tesouros, e neste imenso cabedal lendário, temos as serpentes, dragões, tubarões, jacarés, leões, seres mitológicos, duendes, ciclopes, gigantes, fantasmas, etc.

H

Harpa: Símbolo sonoro, da passagem, da ponte entre dois planos. Em sua forma portátil, a LIRA está associado ao Deus Apolo e Orfeu. Instrumento predileto de Platão.

Herói: É o justiceiro, aquele que luta por um ideal. É um virtuoso, defensor de uma causa, um ser dotado de coragem, preparo e força. Criação típica das histórias e lendas bélicas, levando-se em conta que o homem tem duas guerras. A externa e a interna. Dessa forma esotericamente o verdadeiro herói é aquele que vence a si mesmo, na guerra interna, o homem vence ao vilão, que é a sua própria ignorância. O ser primitivo, carregado de sentimentos grotescos e animalescos, precisa ser vencido. Vide São Jorge matando o dragão.

I

Incenso: A queima de essências aromáticas produzindo uma fumaça perfumada que impregna o ambiente, segundo os teósofos, ocultistas, a função do incenso, é de purificar. A fumaça tem uma grande importância nos rituais primitivos. Acredita-se que a fumaça está muito próxima do plano etérico.

Inferno: Lugar destinado ao suplício, daqueles que ofenderam as leis divinas, os PECADORES.

I.N.R.I: Abreviatura de Iesu Nazarenus Rex Iudeorum (Jesus de Nazareno reis dos judeus), inscrição de Pilátos afixado na cruz de Jesus Cristo. Na simbologia rosa cruz, quer dizer: Igni Natura Renovatur Integra ("A natureza é completamente renovada pelo fogo").

J

Jade: Pedra semipreciosa, muito usada no oriente, para a fabricação de amuletos e imagens de divindade. Símbolo da imortalidade.

Jóia: Representa um armazenador de energias positivas, significa na simbologia o conhecimento. Uma jóia associado a um guardião como o dragão zelando por ela, significa a luta do homem em busca do conhecimento.

K

Kailash:Montanha da cordilheira do Himalaia, é um dos lugares mais sagrados para os Hindus, budistas tibetanos, Considera-se ali morada de um Deus Shiva.

Kundalini:Centro de força, chakra rádico, básico.

L

Labirinto: Simboliza a vida humana e seus percalços, se perder num labirinto, retornar a lugares já visitados, não encontrar a saída, são as vivencias do ser em seus corpos, e cair nos mesmo vícios, nas mesmas armadilhas, se perder no caminho. Lendariamente, temos a lenda do Minotauro, onde Teseu cai num labirinto cavernoso em Creta, e tem que lutar ou fugir com o monstro, um ser medonho com cabeça de touro. Simbolicamente, Teseu luta contra si mesmo, o monstro figura suas paixões, a caverna o inconsciente, o labirinto toda a caminhada. Ariadne, a moça que lhe ajudou a sair do labirinto dando-lhe um novela de lã, é a inteligência do instinto, a intuição.

Lâmpada:Símbolo da inteligência, em suas diversificadas formas, a lâmpada de Aladim, que contém o Gênio que atende o pedido do seu amo, significa a inteligência humana guardada dentro do homem, do herói que busca a solução.

Leão:Símbolo Solar, considerado o rei dos animais da terra, como a água dos ares. Símbolo da força ativa, positiva, masculina, está ligado ao elemento terra e o Leão alado ao elemento fogo. Seu ponto fraco vem da água.

Leto:O rio do esquecimento na mitologia grega "Rio dos Infernos", diz a lenda que após passarem um tempo no Hades, quem saísse desse teria que beber a água do rio para esquecerem o passado. Simboliza e explica mitologicamente porque as pessoas não se lembram de suas vidas anteriores no processo reencarnatório. Também simboliza o momento de superação da personalidade quando seleciona lembranças da vida, ou faz com que traumas, momentos negativos sejam absorvidos com naturalidade.

Letras: Símbolo da eternização, da memória, da capacidade de guardar e passar para futuras gerações as lições, leis dos antepassados. Símbolo de sacralidade, os sinais, são marcas mágicas.

Lilith: Na tradição hebraica, no Talmud, Lilith foi a primeira mulher de Adão, mãe de demônios e gigantes. Por não se sujeitar ao marido, abandonou-o. Simboliza os instintos animais, sexuais, lunares e todo o primitivismo. Está relacionado com os mistérios do inconsciente

Lira: Instrumento que simboliza a união de forças cósmicas, a lira de sete cordas, simboliza os sete planetas. Instrumento de Apolo e Orfeu. Ponte dos Planos espirituais. Mitologicamente Orfeu desceu aos infernos em busca de sua amada, tocando sua Lira.

Lótus: Planta sagrada no oriente. Os egípcios relacionam ela ao sol. No budismo símbolo da pureza total. A semente de Lótus contém em seu interior uma perfeita miniatura da futura planta, tal como um protótipo espiritual de todas coisas que existem nos mundos imateriais antes de manifestarem-se no plano material. Lótus enfia suas raízes na lama e dali tira todo o seu sustento, com sua esplendorosa beleza. Analogicamente as raízes enterradas na terra, representa o corpo físico. As folhas flutuantes no elemento água significam as emoções. A flor inserida no elemento ar significa o intelecto.

Lúcifer: O porta-luz (Portador da Luz), o mais belo dos anjos, se rebela contra Deus e cai para as profundezas abissais do inferno. Junto a si outros se juntam para formarem a Legião do Mal. Porém simbolicamente, ele significa a RACIONALIDADE HUMANA, a insatisfação humana em buscar o auto-conhecimento, retirando-se assim o estado mítico da inocência simbolizado pela paz incondicional do paraíso.

Louro: Simboliza a glória, o triunfo, planta consagrada ao Deus Apolo. Esotericamente simboliza uma coroa posta no chakra coronário mostrando a gloria do autoconhecimento.

Luz: Símbolo da iluminação, do conhecimento, sabedoria, da intelectualidade, da irradiação. Simboliza o grau de consciência conforme o grau de luminosidade. Símbolo máximo da espiritualização, no cristianismo, Jesus sentencia: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não caminhará na escuridão e terá a luz da vida" - João 8,12.

M

Macrocosmo: O cosmo, o grande universo, o todo.

Mandala: Mandala é a palavra sânscrita que significa círculo, uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. A mandala como simbolismo do centro do mundo dá forma não apenas as cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também a mais modesta habitação humana. A morada das populações primitivas é comumente edificada a partir de um poste central e coloca seus habitantes em contato com os três níveis da existência: inferior, médio e superior. A habitação para ele não é apenas um abrigo, mas a criação do mundo que ele, imitando os gestos divinos, deve manter e renovar. Assim, a mandala representa para o homem o seu abrigo interior onde se permite um reencontro com Deus.

Marfim: Símbolo da Sabedoria, a pureza, por isso é um material muito procurado para confeccionar amuletos.

Mar Vermelho: Significa os Obstáculos do caminho, no processo evolutiva, na alquimia os perigos nas etapas da transmutação.

Mefistófeles: Nome de um espírito maléfico. O diabo. Mefistófeles é uma personagem-chave em todas as versões de Fausto, sendo a mais popular destas, a do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe. Mefistófeles aparece ao Dr. Fausto, um velho cientista, cansado da vida e frustrado por não possuir os conhecimentos tão vastos como gostaria de ter, e este decide entregar-lhe a sua alma em troca de alcançar o grau máximo da sabedoria, ser rejuvenescido e obter o amor de uma bela donzela.

Mel: Simboliza a sabedoria, a preservação, considerado junto ao leite pela igreja cristã primitiva como um alimento espiritual. O mel era usado como conservante na antiguidade.

Metal: Os metais também possuem uma hierarquia em valor. Essa escala começa em: Chumbo = Saturno; Estanho = Júpiter; Ferro = Marte; Cobre = Vênus; Mercúrio = Mercúrio; Prata = Lua; Ouro = Sol. Os metais são captadores e armazenadores de energias, funcionam como baterias, solidificação energética segundo alquímicos. Dentro desse raciocínio os alquimistas buscando extrair a quintessência do metais e transmutá-lo no mais nobre dos metais: OURO.

Melquisedeque: Personagem misterioso bíblico, quem se diz não ter pai nem mãe. Era rei de Salem e Sacerdote. Personagem esotérico antigo que dominavam as tribos sendo Sacerdotes e reis ao mesmo tempo.

Meteoro:Para o homem primitivo os meteoros, e meteoritos (estrelas cadentes), são sinais dos deuses, fogo cósmico e estão relacionados em todas as culturas, mitologia ao longo dos séculos. Revelações, mensagens, aviso de anjos e deuses.

Microcosmo: O pequeno universo. O ser humano.

Minarete: É uma torre. Obrigatórios nos tempos muçulmanos, nas mesquitas, constitui a iluminação espiritual, como uma antena captando a energia cósmico de Allah. Sinal de vigília, observação de que tudo sabe.

Mirto: Arbusto sagrado na antiga Grécia. Tem o mesmo significado da Lótus para os egípcios.

Montanha: Símbolo universal da elevação espiritual e da meditação. A forma piramidal de uma montanha simboliza a espiritualidade, a busca e a busca pelo despertamento espiritual, mãos postas dedos unidos formam um pirâmide, o homem sentado em lótus, forma uma pirâmide., o nariz que recebe o prana tem o formato de uma pirâmide. Escalar uma montanha simboliza a caminhada de uma vida em busca do autoconhecimento e do autodomínio.

Mudra: Em sancristo é complexo sistema de gestos, muito usado em danças sagradas. Na umbanda, nas danças indianas, nas artes marciais, no reiki, etc. O polegar representa a alma universal, o dedo indicador a alma individual, o dedo médio a pureza, o anular a paixão, o mínimo a matéria. Noutro sistema o Polegar representa o éter, o indicador o ar, o médio o fogo, o anular a água, o mínimo a terra.

N

Narciso: A personificação da vaidade em excesso, da auto idolatria. Narciso é o jovem grego que ao ver sua imagem refletida no rio, se apaixona por si mesmo, ao ponto de perder a consciência para o mundo externo. Retrata simbolicamente o instrospecção, introversão, visto pela lado negativo, já que a admiração é pelo ser físico. O cultuamento da beleza do corpo, esquecendo o lado espiritual, a orgasmolatria, a gerontofobia, medo de envelhecer, toda essa gama de imaturidade e de aceitação que o tempo passa para tudo, que o plano físico é assim, tudo isso caracteriza o narcisismo.

Negro: Esotericamente o negro está relacionado ao obscuro, com a noite, inconsciente, a paixão, ao instinto. Jung explica na psicologia onírica que ao sonhar com um ser humano negro, este sonho está relacionado com desejos e impulsos profundos do inconsciente.

Ninfa: A ninfa está associada a jovialidade, e tem relação com a água. Córregos, riachos, pequenas quedas dáguas, fontes, lagos, cursos faceiros de água que atravessa as matas fazendo um barulho da água rápida por entre pedras. Está ligado ao nascimento, a fertilidade. As ninfas são mulheres, meninas, garotas.

Néctar: Bebida dos Deuses do Olimpo na mitologia grega. Simboliza a eternidade.

Noite:.A noite está relacionada a LUA, feminina, principio passivo e com o inconsciente. A noite é a mãe dos deuses, pois os antigos acreditam que a escuridão caótica do principio de tudo era uma escuridão total. Símbolo da fertilidade, fecundidade, germinação, da semente que no escuro busca a luz, o principio de tudo, a noite MARCHA inexoravelmente para um NOVO DIA, a luz, a luminosidade.

O

Olho:O filósofo romano Plotino, "nenhum olho está capacitado para ver o Sol enquanto ele não for o Sol". O olho é a vigília, ver representa aprender, ter experiência, experimentar, por isso está relacionado ao conhecimento.

Olho de Hórus: Os antigos egípcios usavam um sistema de frações baseado em caracteres distintos, tipo 1/2 era um símbolo, 3/4 era outro, etc, mas tinham alguma regra geral. Em particular, as frações do tipo 1/2^n (que seriam tipo 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32...) tinham símbolos especiais, e, adivinham, a associação desses símbolos, do 1/2 até o 1/64 é o olho de Hórus.
1/2 representa o olfato.
1/4 representa a visão.
1/8 representa o pensamento, que seria a sobrancelha.
1/16 representa a audição.
1/32 representa o paladar, uma linguinha bem comprida, e não um rabo como eu imaginava.
1/64 representa o tato, que seriam as duas perninhas em contato com o mundo embaixo.
Hoje em dia, o Olho de Hórus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde.

Obelisco: Simboliza os raios de sol, já pela substancia representa a pedra, por isso significa a luz do espírito penetrante.

Oliveira:Árvore consagrada a Atena, Palas e ao poderoso Zeus. Emblema de prosperidade e da proteção dos Deuses, anjos, entidades superiores. Tem função semelhante do ocidente o ramo de arruda.

Orixá:São forças da natureza, ligado aos cultos primitivos, vinculado a Umbanda, Candomblé, Quimbanda. Cada um deles personaliza uma virtude manifestada. Oxalá (mesmo Zeus, ou Júpiter) é o pai dos Orixás como Zeus o Deus dos Deuses, símbolo da magnitude do Deus criador, do chefe, da perfeição, da pureza. Ogum, o Deus da guerra, é o marte dos romanos, o Hermes dos Gregos, simboliza a força viril. Omolu ou Obaluaiê, deus da cura, equivalente ao esculápio. Oxossi, deus da caça, equivale a Apolo e Diana. Oxum, Deus das águas doce, equivale a Poseidon ou Netuno, dentro do seu mundo, representa a feminilidade, fertilidade, amor maternal. Xangô Deus do raio e do Trovão, equivale ao Thor da mitologia Nórdica. Yemanjá orixá da água do mar, símbolo da beleza e do encanto feminino. Nanã Buruku, símbolo das fertilidade. Ifá símbolo das artes e adivinhação.

Ouro: Símbolo da nobreza, realeza, na escala é o metal mais nobre, símbolo do sol, positivo, ativo, dignidade, elevação, principio espiritual. Em seu aspecto negativo representa a arrogância, idolatria, fanatismo e a vaidade.

Ouroboros: A cobra que morde o próprio rabo, símbolo da continuidade da vida, significa o movimento perpétuo do cosmo. Significa que todo começo contém em si o fim e todo fim contém em si o começo.

Ovo: Símbolo da origem da vida, toda a forma ovóide significa a forma primordial de cada coisa manifestada, desde o átomo até os globos planetários. O ovo cósmico é o mundo e seus planos na concepção indiana. Os chineses acreditavam que o primeiro homem nasceu de um ovo. O OVO de páscoa é um emblema da fertilidade que sintetiza o espírito dessa crença.

P

Pã: Entidade grega, campestre, metade homem, metade bode. Entidade jovial, brincalhona, gostava de pregar peças, assustar, com similaridades do Saci Pererê no jeito de ser a agir. Em sua representação com cornos na cabeça estava associado ao diabo na idade média. Dentro da espiritualidade pertence ao reino etérico, sendo um elemental do reino vegetal, simbolizava também os instintos primitivos. associados a volúpia, desejo, a fecundidade.

Pacto: Trato, contrato. Entre as lendas dos pactos, convênio expresso ou tácito com o demônio na troca de favores além das forças naturais. Veja Mefistofeles e Fausto. Pacto de Sangue: Troca de favores com o Diabo no qual além da honra da palavra dada é praxe assinar com o próprio sangue.

Paraíso: Nome mítico do Jardim de Éden dos hebreus, dos Campos Elíseos dos gregos, é o sinônimo de Céu, lugar de paz, felicidade, dos justos. Dentro da espiritualidade esotérica, é a integralidade do ser, harmonicamente consigo mesmo.

Pássaro: Em todas as culturas a ave tem uma forte simbologia. Águia, falcão, Hórus, Íbis, Fenix, Ícaro, Pégasso (cavalo voador). Emblema da alma humana, buscando a liberdade, ou mesmo a precipitação para a terra, pois os pássaros tem a capacidade de viver nos dois planos, na terra e nos ares. Considerados os mensageiros, intermediários dos dois planos, significa a mediunidade presente no ser humano.

Páscoa: Símbolo da Ressurreição da natureza da entrada da primavera, início de um novo ciclo existencial e natural. Renascer.

Pavão: Simbologia com várias interpretações em culturas diferentes. Pela beleza, por trocar de plumagem todos os anos, o Pavão na Índia é a ave nacional, apoteótica, por sua cauda chamativa, simboliza a totalidade, entre os cristãos, simboliza a ressurreição (voltei, cheguei), sua coroa na cabeça simboliza os sete raios, também lhe é conferida o símbolo do conhecimento oculto.

Pedra: Símbolo mais antigo, a pedra é o símbolo da unidade, do principio, da força, da materialidade, da durabilidade, da resistência. A Pedra Bruta na maçonaria, tem o significado do homem primitivo, sem cultura, sem instrução e a Pedra Bruta deve ser polido com cinzel (vontade) e o martelo (vontade).

Pedra Filosofal: É uma substancia legendária, no qual os alquimistas desejavam transmutar em ouro os metais vulgares.

Pelicano: É sempre representado no momento em que se abre as suas entranhas para alimentar seus filhotes, sempre em números considerados sagrados: 3-5-7. A Maçonaria vê no Pelicano o DEUS alimentando o seu Cosmos com a própria substância.

Perfume: Os aromas extraídos de substancias tem uma grande significação na espiritualidade, desde os tempos remotos. A cabala mística, revela nesta frase: "Nada provoca estados mentais ou estimula a consciência psíquica mais efetivamente do que os odores". - A rosa, o cravo, flores em geral, possuem aromas no qual são associados a virtudes.

Pilar: Simboliza o eixo do mundo, sustentação, coluna vertebral. O pilar representa a firmeza de uma estrutura.

Pinheiro: Símbolo da vida, da eternidade, junto com o cipreste, devido a resistência de sua madeira.

Ponte: Símbolo da transição, do contato entre dois planos, da comunicação, desejo inconsciente de mudança. Mediunidade. Aquilo que está no outro lado.

Prata: Símbolo da lua, da feminilidade, passivo, a lua simboliza a fertilidade, elemento água. Pureza, castidade, Em seu aspecto negativo as paixões desenfreadas, ciúmes doentios, crimes passionais, avareza.

Príncipe: Seria o sol nascente, o futuro rei, uma forma menor do maior. Simboliza o Herói, o justiceiro, aquele que arrebata, com sua coragem e senso de justiça que sobe para as alturas, vencendo a batalha. Intuição, jovialidade.

Prometeu: Por alguns é considerado o mesmo Lúcifer dos Hebreus, foi um Titã (anjo hebreu) que roubou o fogo do Olimpo (morada dos Deuses), e foi condenado e preso no monte Cáucaso, como castigo eterno uma águia lhe comia uma parte do seu fígado todos os dias. Foi libertado por Hércules. Simbolicamente significa o despertar da consciência humana, a busca do autoconhecimento. A descoberta dos pecados (a caixa de Pandora).

Pulseira: Símbolo da proteção, tem a mesma função do Colar.

Purgatório: O purgare é uma invenção da igreja católica Romana, já reconhecida como uma invenção por parte da igreja atual. Seria um estado intermediário entre o Céu e o inferno.

R

Rã:Por ser anfíbio a rã simboliza a transição entre dois estados, no caso os elementos terra e água. Tem caráter lunar.

Raio: Símbolo do poder, de uma arma poderosa par aniquilar, usada pelos Deuses. Moisés usou conforme descrição bíblica. O raio era manipulada pelos Deuses Zeus (grego), Thor (Nórdico), Orixá Xangô (Mitologia Afro), Tupã (mitologia americana), Parabrahman (hindu). Personifica o fogo celeste, o raio criador e destruidor.

Rato: Animal associado a morte, a doença, a miséria, a fome. Animal ligado as entidades maléficas, no egito as epidemias.

Roda: Roda da vida, relaciona a reencarnação e a Samsara do Budismo dos renascimentos (Lei Karma)

Rosa: Símbolo Ocidental, representa o espírito, pureza, fecundidade, o amor.

Rosário: Símbolo cristão, contador de orações, e de penitencias, também é usada com o mesmo fim no budismo, hinduismo, jainismo, muçulmanos.

Ruína: Significa literalmente a destruição, desolação, a morte. Porém como a tapera, que insiste em sobreviver como elemento marcante, a ruína deve ser superada, por significar uma mutilação e que deve ser absorvida na paisagem, não como uma saudade sem fim, uma dor insuperável.

S

Salamandra: Símbolo mitológico do fogo, é um elemental etérico. Simboliza os impulsos, a força ígnea. Tanto constrói como destrói para reconstruir, o fogo é o responsável pelo calor da terra.

Sandália Alada: Pertence ao mensageiro Deus romano Mercúrio (Deus grego Hermes), simboliza o voo, a rapidez, a ação imediata.

Sapo: Animal usado pelos magos, bruxos, é o lado oposto da Rã, é um dos elementos cruciais dos feiticeiros devido ao veneno poderoso que estes bratáquios contém.

Sarcófago: Urna, caixão, representa o fim de uma etapa, o principio de outra. É o barco da transmutação o OVO FILOSOFAL.

Sátiro: São gênios dos bosques gregos, caracterizado pela sensualidade, seres primitivos, elementais, séquitos do Deus do vinho Dionísio.Segundo a mitologia greco-romana, o Fauno é um deus romano cultuado no monte Palatino, sendo o deus protetor dos pastores e rebanhos, porém com o tempo acabou por perder tal caráter divino e passou a ser tido como divindades do campo, que protegiam as culturas de trigo e cuidavam dos rebanhos. Normalmente eram-lhes consagrados o pinho e a oliveira e apesar de serem divinos, não eram imortais.

Serpente: Símbolo universal da energia ou da força, a cobra se molda ao terreno com sua capacidade de adaptação, convivendo entre todos os elementos (água, terra, ar (serpente alada, dragão), fogo (salamandra)). Capacidade de percepção através das vibrações, a cobra representa o guardião dos grandes tesouros, como Kundalini, nas lendas guarda relíquias, segredos, portais, passagens. Seu movimento é o mesmo das energias cósmicas, das marés, dos ventos, com fluxo e refluxo. A serpente é o simbolo da sabedoria oculta, profunda. Símbolo da sagacidade, prudência, paciência do estar alerta a qualquer movimento. A cobra percebe um rato caminhando.

Sibila: Vidente da grécia antiga, seria o mesmo que as pitonisas. Videntes dos templos de apolo. Representa a mulher com o dom da adivinhação seria nos dias de hoje os médiuns ativos.

Sino: Símbolo do chamamento, por ser um sinal emitido sonoramente, o sino tem a capacidade de ser usado como meio de comunicação. Esotericamente o sino pode ser usada como uma nota mântrica de ligação com o divino. Principio meditativo.

Sol: Centro, ponto do círculo, Rei, Deus. Espiritualmente o Eu superior de cada um. Masculino, positivo, ativo. O sol representa a LUZ DIVINA.

Sombra: Representa o ID, o subego, o lado primitivo, instintivo de cada ser. Dentro do esoterismo está ligado a trevas, escuridão, negro, representa a caverna escura, o INCONSCIENTE.

T

Tambor: Um dos mais antigos instrumentos musicais e de comunicações dos povos primitivos. O tambor simboliza o som primordial. Significa as pulsações cíclicas do cosmo. Coração, sangue, rotação da terra, respiração, produzem sons cíclicos contínuos.

Tartaruga: Símbolo da paciência, da cosmo, da longevidade, porém no egito é o símbolo da morte e das trevas.

Távola Redonda: Conta a lenda que os templários, cavaleiros do Rei Arthur, era uma Ordem Secreta composta por grandes guerreiros. A távola redonda era uma grande mesa no qual os cavaleiros sentavam a sua volta. Representando o Sol e os planetas, o átomo, o macro e microcosmo.

Templo de Salomão: construído pelo rei hebreu, cerca de 1000 anos antes de Cristo, transformou-se num importante símbolo esotérico, e cabalístico, representa o cosmo e também o corpo humano.

Torre: Simboliza a fortaleza, a prisão ou ponto de libertação, elevação espiritual. Torre de babel é um exemplo da busca humana em se elevar aos céus.

Totem: Totem é qualquer objeto, animal ou planta que seja cultuado como Deus ou equivalente por uma sociedade organizada em torno de um símbolo ou por uma religião, a qual é denominada totemismo. Totem é uma palavra dos Peles Vermelhas e designa simplesmente o “Brasão” ou as “Armas” que a família o traz. O “Brasão” era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário. As famílias dos Peles Vermelhas da América mandavam esculpir os seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes de cedro admiravelmente trabalhados. O “Brasão” ficava no elmo e em geral era um animal selvagem, ave ou peixe. Os índios tinham-no como talismã e acreditavam que velava por eles e os protegia.

Tocha: Tem o mesmo significado das velas. A luz, a revelação, o despertar. A tocha está associada ao homem caminhando no escuro, com a luz reveladora do caminho. Representa um apêndice Solar.

Trevas: Antes da luz, o caos, a escuridão, então Deus disse: Fiat Lux, e a luz se fez presente. As trevas são mais profundas que as sombras, pois ela é o PRINCIPIO de tudo, e contém em si tudo. É o útero passivo feminino de todo o universo, porém representa o pai e mãe da criação e luz seria o filho.

Trevo: As folhas dessa planta possui a trindade, pois o trevo possui tres folhas, o trevo está associado a um amuleto de sorte, principalmente encontrado um com quatro folhas.

Treze: Na última ceia 13 eram as pessoas reunidas. O 13 representa a eterna escalada de Sísifo com o rochedo em direção ao alto da montanha, que voltava a rolar para baixo. É a Décima terceira carta do Tarot: - A Morte. O número 13 é negativo e fatalista para alguns; para outros, é um número de sorte.

Trimurti: Palavra sanscrita que significa "três formas" ou "três faces". No hinduismo está associado a três divindades: Deus Brahma, Shiva e Vishnu. Também representa os tres poderes cósmicos no qual vive a realidade: Criação, Conservação e Destruição.

Trono: O trono é um assento real, é símbolo de unidade, síntese e estabilidade. Significa o equilíbrio, a justiça, o ordem e o poder. Também está associado a segurança.

U

Unicórnio: Animal fabuloso, presente na mitologia de vários povos, tanto no oriente como no ocidente. É representado por um cavalo branco com um corno na testa, simboliza a pureza, símbolo da virgindade, castidade, sexualidade sublimada. Tem como significa esotérico no corno sua maior defesa, humanamente o despertar da terceira visão, o corno reto mas com estrias espiraladas representa na ponta fina um feixe de luz que entra pelo chakra coronário.

Ureus: Serpente grega com dois cornos, que representa a clarividência, simboliza a energia Kundalini que subiu pela coluna.

Urna: Receptáculo que representa o depósito de um tesouro. No catolicismo a urna em ouro ou prata, decorada em lírio branco é um dos emblemas para representar a Virgem Maria na iconografia religiosa. No budismo a urna representa a boa sorte, também a suprema inteligência que triunfa sobre o nascimento e a morte. O fim de uma missão o começo de outra.

Uva: Fruta do Deus Dionísio, o Baco grego, simboliza a fertilidade.

V

Vaca: Símbolo geral da Mãe universal, da força geradora da natureza, a vaca é o mais sagrado de todos os animais da região hinduista.

Vjara: Cetro do Deus Hindu. Em sanscrito significa diamante.

Vale: Espaço entre duas montanhas, ou caminho abaixo do horizonte entre dois abismos, os vales estão na parte baixa, envolvidos e cercados por elevações. Geralmente nos vale existe a fertilidade, corre rios, riachos, existe muita vida, simboliza o começo da vida, a origem, o principio.

Vampiro: Demônio das trevas, é um termo de origem eslava. Está relatada em muitas culturas, principalmente na Romênia de onde surgiu a lenda do Conde Drácula. Leadbeater, relata que o Vampiro é uma criatura etérica, que mantinha uma sobre vida do duplo etérico associado ao espírito através do sangue quente sugado, que mantinha a existência noturna desses seres.

Varinha Mágica (Varinha de Condão): Instrumento mítico, utilizado segundo a tradição européia, pelas fadas, magos, feitceiros para efetuar encantos, feitiços e operações mágicas.

Vela: A vela simboliza a luz espiritual, o alívio, a oração em forma de luz, Deus. Usa-se a vela como meio de espantar seres trevosos, na proteção dos velórios, usa-se duas na cabeceira do caixão e duas nos pés.

Verbo:.Sinônimo de LOGOS. Na teologia cristã, é o filho a segunda pessoa da trindade divina.

Véu: Segredo, esotérico com S, arte de ocultar. A palavra reVElar, é o antônimo, porque o véu oculta, esconde.

X

Y

Yang-Yung: Símbolo chinês da distribuição dual das forças universais, é o princípio do ativo e passivo; positivo e negativo; masculino(Yang) e feminino (Ying); ao lado a figura mostra o círculo mostrando a divisão de um círculo com uma linha única sem dobraduras mas ao mesmo tempo sem ser reta. A parte clara representa o Yang e a escura o Ying. Os pontos no centro significam o germe do principio contrário já que possuem cores opostas. Não existe luz sem os polos negativos e positivos, não existe coração trabalhando sem a sístole e diástole, não existe movimento no mar sem o fluxo e refluxo das marés. A vida só move-se por ondas como mostra a figura, e o côncavo e convexo se complementam.

Yoni: Palavra sanscrita que simboliza o órgão sexual feminino, representado por um triangulo invertido no hinduismo com uma pequena depressão na superfície. Assim como o Lingam (órgão masculino) o principio feminino tem aspecto passivo na natureza

Z

Zodíaco: Símbolo popular e universal, o horóscopo, é dividido em 12 signos, cada signo corresponde a um planeta, cada um tem uma personalidade, um símbolo, segundo alguns estudos o Zodíaco teria surgido de uma religião totêmica.


10.1.10 - ÁRVORE

Tema simbólico mais rico e mais difundido. Símbolo da vida, em perpétua evolução e em ascensão para o céu, ela evoca todo o simbolismo da verticalidade.

Árvore põe igualmente em comunicação os três níveis do cosmo: o subterrâneo, através de suas raízes sempre a explorar as profundezas onde se enterram; a superfície da terra, através de seu tronco e de seus galhos inferiores; as alturas, por meio de seus galhos superiores e de seu cimo, atraídos pela luz do céu.

Simbólica: raízes (terra); galhos (céu) — universalmente considerada como símbolo das relações que se estabelecem entre a Terra e o Céu. (1)

FIGUEIRA

Assim como a oliveira e a videira, é uma das árvores que simbolizam a abundância. Também ela, porém, tem seu aspecto negativo: quando seca, torna-se a árvore do mal e, na simbólica cristã, representa a Sinagoga que, por não ter reconhecido o Messias da Nova Aliança, já não tem frutos; do mesmo modo representará particularmente as Igrejas cujos ramos tiverem sido dessecados pela heresia.

A figueira simboliza a ciência religiosa.

Jesus amaldiçoa a figueira. Deve-se notar que Jesus se dirige à figueira, ou seja, à ciência que essa árvore representa. (1)

CARVALHO

O Carvalho, em todos os tempos e por toda a parte, é sinônimo de força: e essa é claramente a impressão que dá a árvore na idade adulta. Aliás, carvalho e força exprimem-se pela mesma palavra latina: robur, que simboliza tanto a força moral como a força física.

De acordo com certa passagem da obra de Plínio, o Velho, que se apóia sobre a analogia do grego (drus), o nome dos druídas está em relação etimológica com o nome de carvalho; daí resulta a tradução homens de carvalho, que conseguiu se introduzir até mesmo nas obras eruditas modernas.

O nome druida é, etimologicamente, o da ciência (dru [u] idos muitos sábios) e há uma primeira equivalência semântica com o nome do bosque e da árvore (-vid). Mas a árvore é, também, um símbolo de força, e os druidas celtas têm direito à sabedoria e à força. (1)

VIDEIRA

Nas religiões que cercavam a antiga Israel, a videira passava por ser uma árvore sagrada, até mesmo divina, e seu produto, o vinho, como bebida dos deuses. Encontramos um vago eco dessas crenças no Antigo Testamento (Juízes, 9, 13; Deuteronômio, 32, 37 s.).

Desde a sua origem o simbolismo da videira adquire um aspecto eminentemente positivo.

A videira é, antes de tudo, a propriedade e, assim, a garantia da vida e o que lhe dá o seu valor: um dos bens mais preciosos do homem (1 Reis, 21, 1 s.). Uma boa esposa é para o marido como uma videira fecunda (Salmos, 128, 3).

Jesus proclama que ele é a verdadeira cepa e que os homens não podem pretender ser a videira de Deus se não permanecerem nele. De outra forma, não passam de galhos secos que só servem para ser lançados ao fogo (João, 15, 1).

Em Mateus, 21, 28-46 a videira, na parábola dos vinhateiros homicidas, designa o reino de Deus que, inicialmente confiado aos judeus, será passado a outros.

O simbolismo da videira estende-se a cada alma humana. Deus é o vinhateiro que pede a seu filho que visita a vinha (Marcos, 12, 6). E, substituindo Israel, o Cristo tornar-se-á, por sua vez, comparável a uma videira, sendo o seu sangue o vinho da Nova Aliança. (1)


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Helmut Koster, Martin Hengel: Cristianismo, Judaísmo e Helenismo nunca formaram blocos monolíticos e imutáveis




Em primeiro lugar, deveremos considerar as categorias “Cristianismo”, “Judaísmo” e “Helenismo” não como blocos monolíticos e absolutamente imutáveis; uma vez que o seu desenvolvimento e dinâmica situam-se no dinamismo e na dialética da história. Segundo André Chevitarese e Gabriele Cornelli “o judaísmo, o cristianismo e o politeísmo grego nunca existiram, enquanto formas culturais autônomas e independentes, fora das simplificações manualísticas ou das identificações ideológicas posteriores”.


Para Chevitarese e Cornelli, “ao nos referirmos às culturas judaicas, cristãs e politeístas, estamos admitindo o uso de um conceito que estabelece a todo o momento, em termos individuais ou coletivos, um diálogo constante entre o presente e o passado...”.


a. Judaísmo

O judaísmo monoteísta se fundamenta na fé em Deus e na obediência às Leis. Nisso consiste sua pertência à Deus e aqui se fundamenta a apologia. A relação fé/Lei torna-se uma peculiaridade para os judeus, por causa de seu caminho de vida. Nessa adesão, os judeus como povo eleitos de Deus, torna-se a base de toda a apologia. A Toráh pode ser identicada com a lei da natureza e da humanidade. Os gentios politeístas eram adoradores da criação mais que do Criador. Adoravam as coisas, matérias do universo. Os judeus respondiam às calunias concernentes às suas origens recitando a história da criação e seu contexto na história do povo; referindo-se às Leis.


Em base na Bíblia, os judeus foram capazes de levar em frente sua cronografia como um contraposto alternativo, que era plausível para eles mesmos e para os demais. A prova da antiguidade dos judeus (cronografia) pode ser determinada assim: ‘Moisés precede Orpheos e a filosofia grega. Moisés era a figura principal, porém outros serão incluídos no argumento, como Abraão, que nos textos apologéticos veio a ser o inventor. A cronologia judaica se dá em três fases: a. Fora da cronologia bíblica; b. Mistura de dados bíblicos com mitologia extra-bíblica; c. os eventos bíblicos como parte da cronologia universal da história do mundo.


O que melhor concerne ao judaísmo, quando eles iniciam sua residência na terra, foi com a instituição cúltica. E a instituição cúltica incluia especialmente o particular caminho judaico para a vida, expressa em termos de doutrina grega de virtudes (Catálogo de virtudes) – como era delineado antes por Moisés.


A relação entre religião e nação na constituição do judaísmo pós-exílico era muito visível e seu desenvolvimento muito dependeria das ações proféticas, fortalecendo assim uma identidade voltada ao nacionalismo e à plena observância aos preceitos religiosos estabelecidos. “Desde sua instalação na Palestina até o cativeiro, e a despeito da pressão de vizinho muitíssimo mais forte, os israelitas haviam conseguido manter uma relativa independência nacional nos limites do reino que fundaram, mais tarde cindido em dois pelo cisma. Com base nesse quadro nacional, cujos marcos geográficos eram formados pelas fronteiras da Palestina, praticavam a religião que desde o início se caracterizava pelo acentuado cunho étnico. Em virtude do pacto do Sinai, que os unira a Deus, os hebreus consideravam-se o povo eleito. Havia perfeita correspondência entre nação e religião.


O esforço dos profetas visou preservar o patrimônio religioso de Israel contra quaisquer influências estrangeiras e defendê-lo de toda contaminação oriunda do substrato cananeu. É suficientemente verdadeira que, a literatura apologética judaica era uma reação ao antisemitismo.


Mas não há evidência de escritos anti-semíticos antes do tempo dos Macabeus. Após o Exílio da Babilônia (587 a.C.), desde as “leis” e o “Templo” (centro da vida religiosa judaica), a constituição da identidade judaica foi se consolidando a partir das diversidades étnicas e socioculturais dos povos mobilizados, com forte acento em uma “nação judaica” restaurada e definida desde “o Projeto do Segundo Templo (Ex 25-40)”, porém acentuando o caráter étnico.


Sendo assim, o movimento de migração das diásporas judaicas no contexto da consolidação do “judaísmo” possibilitou um pluralismo de matizes étnicas e culturais ao interior da construção do mesmo. “No judaísmo helenístico era possível fazer uso de uma mistura de elementos do judaísmo e da sabedoria grega”.


Para Simon e Benoit, “no interior ou fora de sua pátria, os judeus experimentaram contato permanente e direto com diferentes civilizações (egípcia, mesopotâmica, persa e, sobretudo, a grega, em seguida a romana). Mesmo com muitas precauções, entretanto, não chegaram a impedir a atuação das influências externas. À medida que se dava a instalação definitiva do reino da lei, percebe-se que também se formava no judaísmo um corpo de doutrina, parcialmente constituído de elementos estrangeiros tomados de empréstimo, em especial do Irã e da Grécia”.


O judaísmo, em sua mobilização, vai se situar num campo mais complexo com o início da helenização, tanto na Palestina como em outros territórios onde se fará presente; contudo, sem que imaginemos que se tratara de um processo homogêneo para todo o domínio grego e, posteriormente, romano. “Edward Ullendorff diz que, Conti Rossini (1895) já havia sugerido que o judaísmo professado pela guarnição militar divergia consideravelmente das formas judaicas como era preservada na Etiópia”.


No que concerne à constituição da identidade judaica, no contexto da helenização, observa-se enfaticamente seu caráter de conflito, tensão e fluidez.


Entre o período de Antíoco IV Epifânio (175-164.a.C.) e a ascensão dos Asmoneus houve um conglomerado de ocorrências como a imposição de valores culturais e religiosos gregos à Palestina, como também a todo o dominio greco-romano. A respeito da comunidade judaica da Palestina e das diásporas judaicas fez-se necessário o consentimento parcial judaico a respeito da recepção da oferta grega, não obstante a resistência e oponência radical dos Macabeus, conferindo à identidade judaica seu caráter de fluidez, de conflitos, dinamismo entre as fronteiras étnicas e de reconhecimento da demarcação de sua identidade. Segundo Helmut Koster a rebelião dos Macabeus havia começado devido a tentativa de facer de Jerusalém uma cidade helénica. O pensamento mesmo de um pluralismo cultural e religioso era necessariamente inadmisivel a respeito de Jerusalém.


Desde a perspectiva da fé judaica tradicional, a continuidade lógica da rebelião consistía no retorno de todo o país a fé no Dios de Israel. Por isso quase todas as cidades gregas de território palestino foram conquistadas pelos Asmoneos. A população era expulsa ou obrigada a se converter ao judaísmo, e outros foram incorporados ao imperio asmoneo sem seus direitos cívicos. Enquanto que ao princípio das guerras macabeias pela independência predominava o componente ideológico de liberar o templo, a cidade e o país dos horrores pagãos, depois a religião se converteu nas mãos dos asmoneos como um meio para ligar todos os habitantes com Jerusalém, onde o soberano era ao mesmo tempo o sumo sacerdote.


Foi conquistada a capital samaritana, Siquém, se destruiu o templo de Monte Garizim, sendo obrigados os samaritanos a reconhecer a supremacia religiosa de Jerusalém. Porém, torna-se prematuro afirmar uma supremacía judaica desde Jerusalém pelos asmoneus, com incidência a todo judaísmo das diásporas. Na suposição de que Jerusalém tivesse uma autoridade sobre las comunidades da diáspora, esta seria de caráter ideal e não institucional. Em nenhum momento as autoridades de templo tiveram direitos judiciales e poder policial sobre os judeus que viviam fora dos limites políticos dominados por Jerusalém. Por regra geral a diáspora procurava se manter à margem das questões políticas de Palestina, ainda que somente fosse por motivos de subsistência e de obediência à autoridade política correspondente, que teinha poder sobre ela. Esta atitude básica a adotaram mais tarde muitas comunidades cristãs (cf. Rm 13,1ss.; 1 Pe 2,13).


O judaísmo no período greco-romano vai se desenvolvendo a partir de um caráter pluri-étnico, abrangendo realidades socioculturais distintas, porém sem deixar de considerar no seu processo de interação entre fronteiras étnicas a alteridade presente em suas origens e as diversidades presentes em seu dinamismo histórico.


b. Helenismo

No que se refere ao Helenismo, abre-se um novo período na história do judaísmo, isto é, a “helenização”, que antecede a Antioco IV Epifânio (175-164 a.C.). A história helenista veio a ser uma história universal. Esse foi um esquema que penetrou no judaísmo. O estabelecimento de uma era universalmente válida. Uma universalidade aceitável, datando de eventos que transcenderá os sistemas locais. Assim como o judaísmo vai se definindo por meio do caráter plural do processo de interação com outras culturas e povos, preservando sua autonomia com seus valores étnicos e religiosos, o helenismo também se apresenta como categoria de pensamento na órbita das diversidades, não isento das correntes de resistências, como também de consentimentos, porém com certas especificidades no que se refere à filosofia e às religiões. André Chevitarese e Gabriele Cornelli14, a partir das concepções de Werner Jeager (1991) e L. I. Levine (1998), apresentam duas definições de helenismo: Werner Jeager demonstra que o termo ‘helenismo’ sofreu um processo de interpretações variadas na Antiguidade. De imediato, com Teofrasto no quarto século a.C., esta palavra adquire o sentido do uso gramaticalmente correto da língua grega, o grego livre de barbarismos e solecismos.


Posteriormente, porém, o helenismo vai caracterizar a adoção das maneiras gregas, do modo de vida grego, em especial fora da Hélade, onde a cultura grega tornara-se moda. L. I. Levine define o helenismo como um meio cultural, largamente grego dos períodos helenísticos, romano e uma extensão mais limitada do bizantino, enquanto que, por helenização, Levine chama o processo de adoção e adaptação desta cultura em nível local.


Consideramos que nas duas concepções estão presentes elementos como “maneiras gregas e sua expressão na linguagem”, assim como sua adaptação e assimilação em novos meios locais, onde também se situam as comunidades judaicas e outros povos judaizados. É o caso do Egito, que desde a Alexandria desenvolveu fortemente uma literatura marcada pela cultura helenística. “Cerca de trezentos anos antes de Cristo, o Egito foi conquistado por Alexandre Magno (332 a.C.). O país dos Faraós foi então aberto à intensa colonização dos gregos, chamada helenizaçao (Helenos – Gregos). A língua e a cultura grega não se restringiram aos muitos comerciantes gregos que se estabeleceram em Alexandria e outras cidades, mas foram aceitos praticamente por toda a população urbana”.


O processo de helenização em várias nações não foi motivo para a abdicação da língua nacional e suas representações simbólicas, mesmo que houvesse o consentimento ou aceitação do processo dentro de um consenso coletivo ou parcial, não isentando, porém, as nações onde tal fenômeno de fato ocorreu. Segundo Helmut Köester “na Babilônia e Palestina, a maioria dos judeus falava o arameu, enquanto que na diáspora do Egito, de Ásia Menor e do Ocidente se havia imposto a língua grega”. Essa realidade não nega outras conseqüências menos ou mais drásticas geradas no interior das culturas e dos povos helenizados. Como conseqüência geral da helenização, considera-se que, como processo histórico-cultural, esta afetava a todos os judeus da Palestina e da diáspora.


O processo de romanização que se segue às categorias de pensamento grego vai ampliar, no âmbito universalista que caracterizava o império romano desde Pompeu (65 a.C.) até Constantino (século IV d.C.), as já mencionadas categorias do Judaísmo e Helenismo. Para uma melhor compreensão dessa ampliação e ao mesmo tempo das influências greco-romanas na concepção judaica do mundo, recorremos a James M. Scott.


Este apresenta “o quadro das nações do rei Agripa e a discrição da soberania universal do Império Romano, enquanto Flavio Josefo o coloca como sendo Agripa II, com o início da guerra (Bj 2.345-401). Agripa inclui um impressionado quadro das nações sob o controle romano, isto é, gregos e macedônios, como os miríades de outras nações, incluindo as quinhentas cidades da província da Ásia e outras nações da Ásia Menor, os tracianos, os gauleses, os ibéricos, os germanos, os bretões, os partos, os cirenaicos, numerosas nações do continente africano e Egito.


c. Cristianismo

A construção das identidades dos povos oriundos de diversas nações e geografias irão apresentar uma constituição flexível, não isento os conflitos e tensão no seu processo de interação com outros povos e culturas, porém com autonomia quando se refere ao consenso de identificar seu passado e seu presente na história. Dessa forma, “a pertença étnica não pode ser determinada senão em relação a uma linha de demarcação entre os membros e os não membros. Para que a noção de grupo étnico tenha sentido, é preciso que os atores possam se dar conta das fronteiras que marcam o sistema social ao qual acham que pertencem e para além dos quais eles identificam outros atores implicados em um outro sistema social”.


O cristianismo, procedendo do judaísmo, implantou-se e desenvolveu-se em ambientes greco-romanos, assimilando, integrando, interagindo e reinterpretando muitos elementos socioculturais e categorias de pensamentos neles encontrados, especificamente de cunho religioso, culto de mistérios, hermetismos e gnoses pagãs. Para Martin Hengel “O cristianismo primitivo é uma religião sincrética com várias raízes. O judaísmo não foi o único berço do Cristianismo primitivo, mas havia diversas outras correntes como o gnosticismo, religiões mistéricas gregas e orientais, magias, astrologia, politeísmo pagão, histórias de homens divinos (theioi andres) e seus milagres, filosofia helenista popular com a influência do culto pagão e não judeu, e também influência da imaginação e linguagem religiosa helenista na diáspora”.


O processo de interação étnico-cultural entre os povos e nações, e a constituição do Cristianismo primitivo estão inseridos no movimento das Diásporas e das Sinagogas, como mediações judaicas, helênicas e de inserção cristã. “Enquanto o acesso ao Templo era rigorosamente vedado aos pagãos, o culto sinagogal estava aberto a todos. Por nele se usar normalmente a língua comum, e devido também ao lugar capital que nele se reservava à instrução, esse culto prestou-se com grande eficácia à difusão do judaísmo”. De acordo com os decretos conferidos por César aos judeus, a sinagoga ocupava um “lugar central”, ou seja, um espaço aglutinador dos costumes e das tradições judaicas. A sinagoga garante aos judeus o espaço para as assembléias, para guardar o sábado, a Torá e todas as prescrições que norteiam suas vidas individuais e coletivas; religiosas e culturais. Segundo E. P. Sanders, os decretos em favor dos judeus na Diáspora consistiam nos seguintes pontos: “O direito para assembléia ou para fazer um lugar de assembléia: 5 tempos; o direito para guardar o sábado: 5 tempos; o direito para fazer suas comidas ancestrais: 3 tempos; o direito para resolver seus assuntos pessoais: 2 tempos; o direito para a contribuição monetária: 2 tempos”. Isso tudo era fundamental para a vida judaica.


Porém, no contexto greco-romano essa realidade não era passível de críticas e oposições, uma vez que “os judeus insistiam em reclamar para si um status especial que lhes garantissem a prática de sua religião, o desfrute de alguns privilégios fiscais, o envio a Jerusalém do tributo do templo e, ao mesmo tempo, depreciavam aos deuses dessas cidades”.


É notória a presença de antigas sinagogas no contexto das Diásporas, e essa realidade é testemunhada por fontes literárias como também pela arqueologia. O prefácio da obra editada por Steven Fine apresenta um mapeamento das sinagogas na Palestina e nas diásporas. Aponta a localização das mesmas nas geografias de Egito, África e Gaza. “Na região do Egito (entre Alexandria, Atribes e Crocodilopolis) encontramos, pelas fontes literárias três sinagogas. Em Naro (território africano) encontramos, pelas evidências arqueológicas, uma sinagoga. Em Gaza, situada mais ou menos a 100 km ao sudoeste de Jerusalém, encontramos, pelas evidências arqueológicas, uma sinagoga”.


Porém, qual seria a concepção de sinagoga, a partir da prática judaica da Palestina e das diásporas no contexto do Cristianismo do primeiro século? Tratar-se-ia de espaços informais e comuns de encontros e assembléias, mas não de estruturas já consolidadas. Paulo, em Antioquia, participa de uma sunagwgh/j (“assembléia, reunião”) de judeus e prosélitos (At 13,43).


Para Pieter W. van der Horst, “apenas depois da queda do Templo, para resistir, numa atitude de solidariedade fundamental para a preservação da identidade judaica, que sinagoga veio a ser um termo para a casa da assembléia de adoração. Nas fontes judaicas, porém, até o terceiro século d.C., a palavra sinagoga é usada apenas como ‘assembléia’ ou ‘congregação’, em concordância com o significado original da palavra e com o uso grego, e não para um lugar de assembléia ou a construção. Para o lugar da assembléia, as fontes primitivas sempre usam proseuchê, literalmente (lugar de) oração. Os lugares de reuniões eram meramente partes privadas da casa. Isto se aplica igualmente para Palestina e para a Diáspora. Nas passagens do Novo Testamento; nos Evangelhos e no livro de Atos, sinagoga refere-se à congregação judaica ou à reunião informal de crenças judaicas.


Como considerações provisórias Alguns conflitos e desafios inerentes ao processo da construção da identidade do Cristianismo primitivo


O processo da construção da identidade do Cristianismo primitivo não esteve isento de conflitos e tensão. Como vimos anteriormente, o seu processo interacional entre fronteiras étnicas e geográficas está impregnado de fatores de diferenciação e aproximação que irá construir um tecido identitário plural e diversificado. Segundo Martim Hengel, no tempo de Antíoco IV, o judaísmo helenístico tinha ameaçado a exclusividade do judaísmo monoteísta com seu esforço pela secularização do templo e integração entre a nação do mundo (O templo, o culto, a famosa Jerusalém das perigrinações teve a marca da cultura helenista no tempo dos asmoneus e Herodes; diferentemente do helenismo de Alexandria e de outras geografias helenizadas).


Porém, isso não era tão problemático para o judaísmo quanto à eminência da vinda do Reinado de Deus e a proclamação da escatologia realizada da profecia do A. T. O significado do templo e da Toráh foi diretamente colocado em questão. Da fé e obediência à Lei, como foi dado para Israel no Sinai, passa para uma pessoa messiânica, um mediador, com quem a oração de Isaias (64,1) era certamente atualizada: Deus vem para seu povo em forma de ser humano. Há um verdadeiro Deus, chamado Deus de Israel que em breve envia um Salvador. Cristo é o fim da lei e a luz de todos os que creem26. Aqui reside um conflito entre o judaísmo normativo e o novo movimento messiânico. Já não é Moisés e a Lei os intermediários entre Deus e a humanidade, mas sim o Messias, o que traz o novo pacto. Para Hengel é o começo de uma nova religião tanto para Israel como para o mundo. A eminente chegada do Reinado de Deus e a parusia de Jesus de Nazaré, o Messias crucificado de Israel, o Filho de Deus.


No desenvolvimento do Cristianismo primitivo, estão presentes outros acontecimentos históricos como a Guerra Judaica (64 d.C.), a morte de Pedro, Paulo, João (43 a.C.), a iliminação de vários grupos sociais e religiosos, a expulsão dos cristãos da sinagoga, a formação das diásporas cristãs helênicas e a consolidação do judaísmo rabínico. Aqui reside um outro conflito entre o judaísmo normativo e o movimento cristão.


A partir desses conflitos apresentam-se os desafios para dar passos na direção da separação. Martins Hengel afirma que segundo o descrito por Lucas no contexto da missão de Paulo, foi o fato de que os judeus messiânicos e seus pagãos, seguindo entre os tementes a Deus, foram expelidos das ordenadas sinagogas/comunidades, que foram finalmente distinguidos pelo termino ekklesia. Como uma nova seita escatológica, uma nova assembléia sinagogal, muito familiar, onde se lia a antiga Escritura, mas com novo entusiasmo; com uma oração confiante, mas também no “nome de Cristo”. Com hinos cristológicos, uma vivência segundo a ordem ética das escrituras e no amor (agape); contra a idolatria e vicios dos pagãos. O domingo, a liturgia, a eucaristia, as leituras litúrgicas eram formas dos cristãos se distinguirem da tradição mosaica. Assim como os judeus-cristãos, predominantementes comunidades cristãs gentílicas da Diáspora no Império romano, na segunda metade do primeiro século, não observavam a circuncisão, sábado, leis de dietas, dias de festas e festas anuais.


No contexto do desenvolvimento do Cristianismo predominantemente vemos a carta que Plínio descreve a respeito do cristianismo, em uma carta à Trajano, como degenerado e extravagante. Sutônio chama o movimento cristão como uma nova e maléfica superstição e magia. Tácito descreve o Cristianismo como detestável superstição, assim como em Atos dos Apóstolos 24,5; 24,15; 26,28; 26,5; 28,22.


Sendo assim, o Cristianismo primitivo abre-se às diversidades e às múltiplas experiências na construção de sua identidade. É nesse contexto de mobilidade dos povos e culturas, no horizonte de suas fronteiras étnicas e geográficas, no seu processo de interação e assimilação, conflitos e desafios, nos espaços das sinagogas ou sobre as influências das mesmas, que o Cristianismo vai se desenvolver.


O Logotipos se faz carne (Lógos-sarx); e o homem é assumido pelo Logotipos (Lógos-ánthropos).


O Cristianismo nasceu em um entorno presidido pela diversidade. Tratava-se de uma seita judaica sem qualquer unicidade: havia cristãos mais rigorosos com respeito à observância da Lei Mosaica, enquanto havia outros mais permissivos, chamados de "cristãos helenistas", que viam a observância da Lei como um peso, e aceitavam novos batizados de origem pagã.

Porém, os problemas de divergência doutrinária e de ideologia foram aumentando com os séculos, à medida que a seita crescia e se formava a Igreja. Foi nesse contexto histórico que as vozes discordantes em relação a ortodoxia – a qual se proclamava a herdeira da tradição apostólica - foram cada vez mais estridentes, até provocar grandes cismas e heresias. A seguir oferecemos um catálogo das principais heresias da Antigüidade, até o século VI, com a condenação do Orígenes por parte do imperador Justiniano.

Nas primeiras décadas de existência do cristianismo, o próprio apóstolo Paulo teve que lutar com cristãos que não viam com bons olhos o batismo e aceitação, nas primeiras comunidades cristãs, de pagãos que não seguiam os ritos próprios da Lei mosaica, e em especial da circuncisão. Existia, pois, desde o início e sobretudo em Jerusalém, uma corrente que representava a vertente mais tradicionalmente judia, matriz de que procedia a nova comunidade espiritual. Existiram vários tipos de cristãos judaizantes no século II, como os Ebionitas, os Nazarenos, e correntes que tinham sua origem em idéias judaizantes, como o Milenarismo e os Elcasaítas.

Os Ebionitas foram a facção mais radical, partidários de uma estrita observância da Lei mosaica, que consideravam Jesus como um homem que chegou a ser "Cristo" (o Messias ou o Ungido, o que era sinônimo do Rei do Israel) por sua fidelidade à Lei. Os Ebionitas dispunham de um próprio Evangelho, que tinha ao Evangelho de Mateus como referência. Entretanto, omitia o relato da infância do Jesus, pois os Ebionitas negavam o nascimento virginal, sendo que, para eles, a união de Jesus com o Espírito se produziu no batismo. O Evangelho dos Ebionitas foi composto na primeira metade do século II.

Em princípios do século II também foi composto o Evangelho dos Nazarenos, que fora escrito em aramaico ou siríaco, muito próximo a escrita do Evangelho de Mateus. Este evangelho era utilizado por uma comunidade judaizante de fala aramaica, na região da Ásia. Desta época é o Evangelho dos Hebreus, que também tinha conotações judaizantes, mas de uma comunidade egípcia.

Entre as idéias judaizantes dos dois primeiros séculos do Cristianismo, encontramos o Milenarismo ou Quiliasta, baseado no Apocalipse. Muitos cristãos acreditavam na iminente restauração messiânica do Reino dos mil anos, que Cristo presidiria, com o correspondente julgamento final. Estas idéias se plasmaram no Apocalipse sírio do Baruc e no livro de IV Esdras, mas também aparecem com mais ou menos intensidade entre muitos autores e escritos mais ortodoxos, como por exemplo, na Epístola do Barnabé, ou nas obras de Justino ou Irineu.

Uma seita milenarista que se estendeu a Roma nos princípios do século II foi a dos Elcasaítas, seguidores do Alcibíades da Apaméia, que pregava a mensagem contida no Livro do Elcasai, um profeta palestino que propunha um batismo muito complexo e certas penitências, que lhe tinha sido revelado através de uma visão. O Elcasítismo tinha também alguns componentes pagãos, de tipo fundamentalmente ritual.

Desde o começo, o Cristianismo carecia de uma opinião unânime sobre a natureza do Jesus, pois a idéia de sua divindade se associava com dificuldade com as idéias mais judaizantes sobre o Deus único, ainda que fosse de mais fácil aceitação pelos pagãos conversos. Já nos próprios Evangelhos não se encontra uma unidade clara de critério sobre a divindade de Jesus.

O Evangelho de João e o de Marcos não nos falam da infância do Jesus, e tudo parece indicar que foi partir do batismo que se produziu a união entre o Espírito e o homem Jesus. Esta última tese é a que aceitavam os Adocionistas, corrente que mantinha que no batismo, Deus tinha adotado Jesus como seu Filho. Outra corrente, conhecida como Docetismo, considerava que o corpo do Jesus não era real, mas somente aparente. Essa seita foi rebatida nas Epístolas de João, que afirma: "quem não confessa que Jesus veio em carne é o espírito do anticristo". Esta corrente considerava que Jesus gozava de um corpo aparente, pois sua divindade lhe impedia de mesclar-se com o perecível.

No século II apareceram vários autores que defenderam teses docetistas, subordinacionistas e adocionistas, como Noeto da Esmirna, que não podia aceitar que o Pai e o Filho fossem pessoas diferentes, e por isso em Cristo se encarnava o próprio Deus, mas só como projeção. Práxeas defendeu uma tese conhecida como Monarquianismo, pois Deus é monarca único, e é quem se encarnou no Filho. Desse modo, foi o próprio Deus quem sofreu paixão e morte na cruz. Uma idéia oposta, mas apoiada igualmente na unidade de Deus, é o Adocionismo de Teódoto e Artemón, que mantinham que Jesus foi um homem adotado por Deus como instrumento de salvação, já que Deus não podia relacionar-se com a carne. Sabélio foi o continuador de Noeto em Roma, pois para ele Pai e Filho não são mais que modos ou aspectos de uma mesma personalidade, pois Deus se manifesta como Pai na Criação e como Filho em seu papel de salvador. O bispo de Roma condenou a Sabélio e a seus seguidores, chamados de "Modalistas", como hereges. A disputa não fou resolvida até a implantação de uma fórmula intermédia: o Concílio de Nicéia determinou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram uma única substância e três pessoas (um homoousion e três hipóstasis).

Havia na Samaria um profeta ao que chamavam "Simão o Mago", de que falam os Atos dos Apóstolos 8.9-24, e de que dizia que tinha redimido a sua companheira, uma ex-prostituta, encarnação da Sophia. Os Simonianos e os Bardesianos, seguidores do Bardesanes, filósofo aramaico, aproximam-se da grande heresia do século II, o Gnosticismo.

O Gnosticismo se trata de um complexo vigamento de mitos e crenças, de que participaram distintas Escolas, e que tinham como comum denominador uma Gnosis. Os Gnósticos se opunha radicalmente à entidade divina do Antigo Testamento, e por isso representam o pólo oposto ao cristianismo judaizante, sendo que representavam uma opção culta e helenizada dentro do Cristianismo. Tal tipo de Cristianismo se aproxima dos Mistérios pagãos e, sobretudo, do sincretismo filosófico da época. Simonianos, Bardesianos e Fibionitas foram três seitas, próximas ao Gnosticismo, que mantiveram complexas cosmologias e certo componente gnostico, como via de salvação.

O Maniqueísmo, por sua vez, foi criado pelo profeta persa Mani no século III. Esse autor escreveu seus próprios textos, e teve grande difusão desde a Pérsia ao Extremo Oriente, e também ao Ocidente, chegando até a Espanha e a Gália. De forte influência zoroástrica, Mani falava de dois princípios antagônicos, a Luz e as Trevas; no Cosmos se mesclam ambos os princípios, que também se encontram no homem, e por isso este deve despertar à Luz, por meio de uma certa gnosis e um determinado comportamento de vida.

O Montanismo é a última grande heresia dos séculos II e III; Montano, de origem frigia, fundou junto a duas profetisas, Prisca e Maximilla, um movimento profético, que se propõe a realizar uma renovação no Cristianismo frente ao iminente fim do mundo. Propunha uma vida ascética apoiada em jejuns e abstinência sexual, convidando seus ouvintes a uma resignada disposição para o martírio. O Montanismo se estendeu por todo o Norte da África, e conquistou para suas filas a Tertuliano, um dos grandes Pais da Igreja. Sua rigorosidade terminou por gerar uma importante disputa sobre a impossibilidade de redenção dos pecados depois do batismo, que terminou afastando o Montanismo do cristianismo ortodoxo.

O século IV começa com a grande disputa trinitária, quando surgiram grandes heresias orientais sobre a questão cristológica. Ário foi o promotor da primeira grande disputa. Desenvolveu uma teologia trinitária subordinacionista, segundo a qual, Deus, único e indivisível, não pode compartilhar sua essência (ousía) com outra pessoa, e por isso o Filho não pode ser da mesma substância que o Pai. Para Ário, Deus é princípio (arché) e Cristo, o Logotipos, sendo engendrado, a primeira e superior das criaturas, criado fora do tempo, de absoluta perfeição, mas não compartilhando nem da eternidade nem da essência do Pai. O Espírito é a primeira criatura engendrada pelo Filho. Desse modo, essa vertente discordava da ordem de hierarquia entre as três entidades divinas, que formam a Trindade.

As teses de Ário foram condenadas no primeiro Concílio Ecumênico, celebrado em Nicéia no ano 325, sob a presidência do Imperador Constantino. Em dito Concílio se estabelece o Símbolo da Nicéia, que ainda se reza como o Credo católico, no que se afirma que há um só Deus, Pai, e o Filho, da mesma natureza que o Pai (homooúsios).

O Arianismo teve uma grande difusão, e não desapareceu depois do Concílio da Nicéia, pois o Imperador Constâncio favoreceu a esse segmento, tendo inclusive nomeando a um deles, Eusébio da Nicomédia, Patriarca de Constantinopla. O problema era a aceitação do termo homooúsios, o qual foi o responsável por uma disputa que ainda durou alguns anos. Ainda assim, o Arianismo conseguiu estender-se entre as monarquias góticas européias. Foram os três grandes teólogos capadócios: Basílio de Cesárea, Gregório Nacianceno e Gregório de Nisa, quem pôs fim a essa disputa, e conseguiram impor a formula "uma natureza, três pessoas" (una ousía treîs hypostáseis). Teodésio o Grande convocou o I Concilio Ecumênico de Constantinopla, onde se confirmou o credo da Nicéia, condenando definitivamente o Arianismo e as heresias afins.

Outras duas grandes controvérsias trinitárias foram: o Macedonismo, promovida por Macedônio, bispo de Constantinopla, que negava a divindade do Espírito Santo de forma subordinacionista. Foi condenada no Concílio de Constantinopla, onde foi confirmada a divindade do Espírito Santo; e o Apolinarismo, que seguia as tese de Apolinário de Laodicéia, teólogo inimigo das teses arianas e defensor da divindade de Cristo; esta heresia introduz a questão cristológica, que será debatida nos próximos Concílios Ecumênicos, contra o Nestorianismo e o Monofisismo. Para Apolinário, o Logotipos se encarna em um corpo e uma alma humana, mas sem a parte racional, sendo que no homem Jesus haveria uma inteligência e vontade divina; esta tese foi defendida pela Escola da Alexandria, representada por Cirilo e mais tarde pelos Monofisistas. Teodoro da Mopsuéstia e João Crisóstomo, representantes da Escola de Antioquia, opuseram-se ao Apolinarismo, no I Concílio de Constantinopla. Aqui começava a batalha entre as duas grandes Escolas Catequéticas da Alexandria e Antioquia.

A disputa sobre a natureza do Cristo enfrentava duas visões distintas sobre a alma humana, uma visão platônica sobre as três classes de almas encerradas em um corpo, e uma visão aristotélica segundo a qual a alma é a substância do corpo. Estes dois pontos de vista permitiam interpretar a encarnação do Logotipos de duas maneiras distintas: a primeira uma cristologia descendente, em que o Logotipos se faz carne (Lógos-sarx); e a segunda uma cristologia ascendente, onde o homem é assumido pelo Logotipos (Lógos-ánthropos). A Escola da Alexandria assumiu a cristologia descendente, que finalmente acabou se impondo, enquanto que a Escola da Antioquia, com o Teodoro da Mopsuéstia à cabeça, mantinha que a união entre o Logotipos e homem é uma conjunção (sináfeia), o que deixava claro que não havia mescla de naturezas. No ano 428, o imperador Teodosio II nomeia ao Nestório Patriarca de Constantinopla. Nestório, orador ardente, combateu do púlpito a popular concepção da Maria como "mãe de Deus" (theotocos); da teologia antioquena, Maria só podia ser mãe de Cristo, não do Logotipos que lhe é anterior. Cirilo de Alexandria, apoiando-se em teses próximas ao apolinarismo, mantinha que Cristo tinha uma única natureza, porém também tendo corpo e alma humanos - tese que conseguiu se impor e predominar no Concílio de Éfeso do ano 431, o que custou a condenação e deposição de Nestório.
A polêmica continuou uma geração mais tarde, mas dessa vez a ameaça de heterodoxia provinha da Alexandria, que tinha aceito a interpretação radical do Eutiques das fórmulas do Cirilo, e afirmava que em Cristo só havia uma única natureza, e que da união do Logotipos e o homem, fundiam-se e mesclavam as duas naturezas em uma só. Eutiques foi condenado pelo Patriarca Flaviano de Constantinopla.

No ano 451 se celebrou o Concílio da Calcedônia, que pretendia pôr paz entre as duas tendências radicais: o nestorianismo antioqueno e o monofisismo alexandrino, confirmando o Símbolo da Nicéia, e estabelecendo que em Cristo havia duas naturezas completas, sem confusão, sem mescla, e sem que a diferença de naturezas desaparecesse pela união. A Fórmula da Calcedônia foi aceita como dogma oficial, e o Nestorianismo e Monofisismo foram condenados. Entretanto, nem todos os imperadores foram partidários das teses da Calcedônia, o que permitiu uma certa expansão sobretudo do Monofisismo. Os Nestorianos se transladaram a Pérsia, onde constituíram uma igreja independente.

O imperador Hereclio I (610-641) interessou-se pela unidade da Igreja, e tentou encontrar uma fórmula que pudesse ser aceita por calcedonianos e monofisistas, fórmula que se denominou "Monotelismo", reconhecendo que em Cristo houve uma só vontade. Essa doutrina, que se impôs durante algum tempo, foi retificada pelo III Concílio de Constantinopla, ainda que, durante o reinado do imperador Constantino IV Pogonato, tenha se condenado o Monotelismo, declarando que em Cristo havia duas naturezas e duas vontades, sempre concordantes, no sentido de que a vontade humana seguia à divina.

Enquanto no Oriente se debatiam as questões trinitárias e cristológicas, no Ocidente se suscitavam também outras importantes disputa contra duas grandes heresias: o Pelagianismo e o Donatismo, combatidas por Agostinho de Hipona. Cabe citar também a heresia Priscilianista, que se baseava nos ensinamentos do primeiro mártir da heterodoxia: Prisciliano. Pelágio, natural da Britânia, pregou suas doutrinas pelo Norte da África, no feudo de Agostinho da Hipona, opondo-se às doutrinas deste, especialmente a aquelas que se referiam ao pecado original, que tanto preocupava ao Agostinho. Pelágio e Agostinho mantiveram uma polêmica sobre o pecado original, em duas obras: Sobre a Natureza, de Pelágio, e Sobre a Natureza e a Graça, do Agostinho. O juiz dessa polêmica foi um Papa, que resolveu excomungar ao Pelágio, e Agostinho venceu a disputa.

O Donatismo, por sua vez, foi um movimento de renovação cismático, que mantinha uma estrita e austera concepção do pecado e sua impossibilidade de redenção depois do batismo. Donato foi bispo de Cartago, onde combateu todos os cristãos que tinham apostatado da fé para evitar o martírio, e mantinha a impossibilidade de que estes repartissem sacramentos. Nesse contexto, Agostinho da Hipona criou a fórmula que se impôs de modo predominante no pensamento cristão da época: o sacramento tem valor "ex opere operato" (pela ação mesma), e não "ex opere operantis" (pela ação de quem o reparte).

O Priscilianismo é também um movimento de reforma, que basicamente propunha o retiro da vida mundana, para uma vida mais ascética e contemplativa; tratava-se de voltar para um cristianismo original, incluindo práticas como continência, jejum e pobreza. O Priscilianismo foi visto como uma ameaça para a Igreja predominante, pois pregava a perda do poder, sobretudo eclesiástico, que na época era enorme. Com falsas acusações e por razões de oportunidade política, Prisciliano foi acusado de herege e julgado, sendo o primeiro mártir da heterodoxia cristã.

Por fim, é curioso salientar a condenação, no ano 543, de Orígenes e de seu Origenismo. Foi o imperador Justiniano, que tinha fechado a Academia de Atenas e tinha proibido aos pagãos ensinar filosofia, promulgando um decreto em que enumerava os enganos do grande teólogo cristão Orígenes, para pôr fim a certas disputas e especulações de alguns monges ilustrados.

John P. Meier, Geza Vermes e John Dominic Crossan: Por que Jesus foi detido? Do que foi acusado? Como o condenaram? Quem o matou?


A Acusação: Blasfêmia

A Galiléia da época de Jesus vivia um período de extrema pobreza. “A região, ao norte da Judéia, sempre havia sido pobre. Mas não miserável, como durante a dominação romana”, escreveu John Dominic Crossan, professor da DePaul University, de Chicago, Estados Unidos e autor de O Jesus Histórico, a Vida de um Camponês no Mediterrâneo. Segundo ele, os camponeses tinham de pagar impostos ao Império Romano, que havia tomado Jerusalém em 63 a.C., aos sacerdotes do Templo em Jerusalém, e ao rei Herodes Antipas. Isso deveria consumir pelo menos dois terços de toda a produção, segundo os cálculos de Crossan. Como resultado de tripla tributação, a população empobrecia e perdia a esperança em tempos melhores.

Também havia uma crescente desconfiança em relação aos sacerdotes do templo. “Em várias passagens dos evangelhos, Jesus critica duramente os sacerdotes por desprezarem os pobres e darem importância excessiva ao ouro”, diz o teólogo Fernando Altemeyer, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Esse descontentamento geral explodiria na guerra dos judeus contra Roma, que durou do ano 66 ao 70. Uma das primeiras ações dos rebeldes foi invadir o templo e rasgar todas as listas de devedores, os maus pagadores de impostos, que ficavam guardadas no local. Roma acabaria vencendo, e o templo foi destruído. “Mas o fato mostra que a revolta contra a cobrança de impostos e a política da elite sacerdotal era imensa”, diz André Chevitarese.

Era o cenário propício para que líderes como Jesus fossem ouvidos. A visão mais aceita hoje em dia é que Jesus, que vinha da parte mais afastada do Império Romano, era mais um entre tantos pregadores. Essa interpretação é sustentada por estudiosos como o padre católico John P. Meier, autor de Um Judeu Marginal, Repensando o Jesus Histórico, e professor da Universidade Católica da América, em Washington, Estados Unidos. “É um fato que na época de Jesus devia haver pelo menos outras cinco ou seis pessoas que se diziam o Messias”, afirma Antônio Manzatto.

O poder local, formado por uma aliança entre a elite judaica e os romanos, via esse movimento de líderes messiânicos com desconfiança. “O discurso era revolucionário, o que poderia abalar as estruturas do poder”, diz André. O de Jesus era seguramente bombástico. Ele pregava a igualdade, o respeito aos pobres, o amor.

Mas se Jesus era apenas um dentre tantos pregadores messiânicos, tudo mudou quando ele chegou a Jerusalém, pouco antes da Páscoa judaica, por volta do ano 30. Naquela época, Jerusalém triplicava de tamanho. Apesar de não ser a capital romana do território ocupado (os romanos preferiam governar de Haifa, de frente para o mar Mediterrãneo), lá ficava o Sinédrio, instituição judaica que funcionava como tribunal e poder legislativo, além do palácio de Pôncio Pilatos, a casa de Herodes Antipas, o rei e, é claro, o Templo Sagrado.

Segundo os evangelhos, Jesus já era conhecido na Galiléia por suas pregações, seus milagres e pela cura de enfermos quando chegou a Jerusalém. De acordo com as leis e tradições judaicas, isso bastava para ser considerado um blasfemo. A cura, na época, era um monopólio divino. No entanto, sua chegada a Jerusalém foi ainda mais recheada de provocações à ordem. Ao entrar na cidade a uma semana da Páscoa, sentado em um jumento, ele comparou-se ao Messias, invocando deliberadamente a profecia do livro de Zacarias sobre a sua chegada (“Aí vem o teu rei, justo e salvador, montado num burrinho”). A ofensa final, no entanto, foi invadir o templo e expulsar fariseus e saduceus. Se isso tiver ocorrido como dizem os evangelhos, ele acabava de comprar uma briga e tanto.

Os juízes: Judeus ou Romanos?

Segundo a Bíblia, Jesus estava reunido com seus seguidores no Monte das Oliveiras, em Jerusalém, quando foi preso, à noite, depois de ser traído por Judas. Jesus teria sido detido pelos guardas do templo, por ordem do Sinédrio – o conselho formado pela elite judaica que controlava o santuário. Mas há controvérsias. Segundo o próprio evangelho de Mateus, a população da cidade estranhou uma patrulha àquela hora na rua. De fato, isso seria pouco comum. “Para operar além das paredes do templo, os guardas devem ter contado com o apoio de soldados romanos”, diz a historiadora Norma Musgo Mendes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Os evangelistas discordam quando relatam os fatos após a prisão de Jesus. Em comum, eles trazem a versão de que os sacerdotes do templo decidem não condená-lo à pena capital. Se fosse sentenciado à morte pelo Sinédrio, provavelmente seria apedrejado. O prisioneiro é então enviado para a autoridade suprema local, o procurador romano na Palestina, Pôncio Pilatos, a quem cabia julgar questões de interesse do Império.

Aqui, começa outra grande polêmica sobre a narração bíblica. Não haveria nenhuma razão para Jesus não ser condenado sumariamente por Pilatos, mas os evangelhos, única fonte escrita do processo, contam que o governador teria hesitado em sentenciar Jesus e tentado libertá-lo pelo menos duas vezes. Numa, após interrogar Jesus e, tendo-o considerado inocente, resolveu soltá-lo, mas voltou atrás quando foi vaiado pelo povo que acompanhava o julgamento. Em outra, teria pedido que o povo escolhesse entre Jesus e Barrabás, um criminoso conhecido, para que ele soltasse um deles, em um perdão especial devido à Páscoa. O povo teria escolhido Barrabás para ser salvo. No fim, Pilatos teria lavado as mãos, para simbolizar sua inocência em relação ao veredicto. Segundo um dos evangelhos, o de Lucas, o governador ainda teria mandado Jesus para o rei Herodes, mas esse não aceitou julgá-lo e o enviou de volta.

Para alguns historiadores, todo o julgamento é inverossímil, distante das práticas das autoridades romanas na Palestina. “Jesus não era uma pessoa importante na época, era mais um pregador que vinha da distante Galiléia. O mais provável é que ele nem sequer tenha sido julgado, mas, em vez disso, condenado sumariamente à morte”, afirma Gabriele Cornelli. Segundo ele, a passagem do julgamento no Novo Testamento foi escrita com o propósito de orientar os primeiros cristãos a como se portar diante dos sacerdotes e dos romanos.

André Chevitarese concorda. “Os evangelhos devem ser lidos não como uma reportagem, mas como um programa teológico com fundo histórico”, diz. Ele defende que os autores dos evangelhos, que foram escritos entre 40 e 80 anos após a morte de Jesus (e, portanto, depois que os romanos destruíram Jerusalém), utilizaram a narração do julgamento de Jesus para reforçar a cisão entre cristãos e judeus. “Isso era fundamental para afirmar os preceitos da nova religião, e, ao mesmo tempo, não cutucar o Império Romano, com o qual o cristianismo teria de conviver”, afirma André.

Essa análise dos relatos explicaria porque Pilatos é retratado de modo tão brando nos quatro evangelhos. “Até a mulher dele, Cláudia, tenta influenciar o julgamento, a favor de Jesus. Tudo para construir a imagem de um Pilatos bonzinho e não o típico governante romano que estava lá para fazer valer a lei e a ordem”, diz André. No entanto, Filão, o Judeu, historiador que viveu entre 20 a.C e o ano 50 menciona a crueldade de Pilatos e seu autoritarismo em centenas de casos de julgamentos de rebeldes e escravos (aliás, Filão também não se refere a Jesus).

O teólogo Paul Winter, autor de Sobre o Processo de Jesus, aponta outras passagens conflitantes. Para ele, a cena em que o povo escolhe Jesus para morrer no lugar de Barrabás não faz sentido do ponto de vista histórico. Primeiro, havia quatro prisioneiros para serem julgados, incluindo os dois ladrões que morreram na cruz ao lado de Jesus. Nesse caso, de acordo com Winter, não faria sentido o povo escolher um entre dois prisioneiros, e não entre quatro. Em segundo lugar, o hábito de se libertar um preso na Páscoa era raro, e não um fato comum como fazem crer os textos bíblicos.

O veredicto: Cupaldo de Sedição

Outro dedo a apontar para Pilatos e os romanos, quando se procura um culpado pela morte de Jesus, é o debate sobre por qual crime, afinal, ele foi condenado. Vimos que, segundo os evangelhos, os judeus do templo de Jerusalém o acusaram de blasfêmia, mas o historiador Geza Vermes, da Universidade de Oxford, Inglaterra, duvida disso. “Casos de pessoas que se autoproclamavam messias eram comuns naquela época e não espantavam mais ninguém”, afirma. “Jesus foi levado à morte por crime de sedição, de rebeldia política contra os interesses romanos. Só isso justificaria o fato de ter sido julgado por Pilatos e condenado à crucificação.”

Para a historiadora Norma Mendes, é possível que tenha havido uma aliança entre os sacerdotes judeus e os romanos para que Jesus fosse condenado à morte. Aí faria sentido que o Sinédrio o acusasse de blasfêmia e o apresentasse a Pilatos como agitador político, para que fosse morto sem a participação direta da elite judaica.

A pena: Crucificação

“Uma vez que Jesus foi condenado por Pilatos, como aparece na Bíblia, a pena podia ser uma só: crucificação, precedida de açoitamento”, diz o historiador e arqueólogo Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo. Essa era uma pena bastante comum nos territórios ocupados pelos romanos. No ano que Jesus nasceu, por exemplo, mais de 2 mil condenados foram mortos dessa forma. A crucificação era considerada a mais degradante e brutal pena capital. Primeiro, o condenado era violentamente espancado, chicoteado e flagelado. Depois disso, uma pesada tora de madeira era colocada sobre suas costas e seus braços presos às extremidades. Assim ele carregava sua cruz até o local onde seria erguida. O condenado podia ter o calcanhar preso com pregos à madeira, ou as mãos, se não fossem amarradas com cordas.

O teólogo Antônio Manzatto acredita que o sofrimento de Jesus descrito na Bíblia seja fiel ao que realmente ocorria em casos de crucificação. Para ele, não haveria interesse dos evengelistas de exagerar na narrativa dos sofrimentos de Jesus. “O mais importante naquele momento era ressaltar a mensagem do fundador da nova religião. Jesus deve ter sofrido como todos que eram crucificados. Nem mais, nem menos”, afirma.

Segundo Pedro Paulo Funari, a morte na cruz advinha da sede e da asfixia causada pela posição em que o corpo ficava pendurado. O suplício poderia levar dias. No caso de Jesus que, segundo os evangelhos, morreu em poucas horas, isso poderia ser explicado pela perda excessiva de sangue, já que ele teve as mãos pregadas à cruz. Guardas romanos tomavam conta o tempo todo do lugar, não permitindo que dessem água ao condenado ou o tirassem da cruz. A agonia era assistida por familiares e a população em geral.

A falta de sepulturas para os milhares de crucificados daquela época levou os historiadores e arqueólogos a uma conclusão surpreendente: os corpos crucificados não eram retirados da cruz, mas deixados expostos aos elementos até serem devorados pelos abutres e cães. “É a única explicação plausível. O que teria sido feito dos restos mortais dos condenados crucificados que jamais foram encontrados?”, diz o historiador Gabriele Cornelli. Segundo ele, fazia parte da pena a humilhação pública, mesmo depois da morte.

No caso dos familiares de Jesus, é possível que tenham obtido autorização para levar seu corpo. “Os romanos concediam essas autorizações às vezes”, afirma Norma Mendes. Três dias depois que Maria recolheu os restos mortais de seu filho, tem início o maior relato de fé até então conhecido, a ressureição. Está para nascer não só o Cristo (o ungido, em grego), mas uma religião que abraçaria todo o mundo ocidental a ponto de hoje, dois milênios após os fatos analisados nesta reportagem, o cristianismo ser o credo de mais de 2 bilhões de pessoas e influenciar o modo de pensar e agir de grande parte da humanidade. “Direitos humanos, amor ao próximo, perdão, são todos preceitos morais que regem a vida da maioria das pessoas, sejam elas cristãs ou não”, diz o teólogo Antônio Manzatto. “Faz todo o sentido que sua vida seja objeto de tantos estudos e polêmicas.”