terça-feira, 13 de junho de 2017

Transformação Total de Pais & Filhos: Meu Filho se Tornou o Contrário do que eu Queria

Palavra Amiga: Deus Não Faz Nada Imperfeito - 08/03/2017

Palavra Amiga: Está triste? Essa Mensagem é Para Você! - 22/03/2017

Palavra Amiga: A Quem Você Tem Servido? - 30/03/2017

Palavra Amiga: O que Há no seu Coração? - 11/04/2017

Palavra Amiga: Vencendo as Adversidades da Vida - 18/04/2017

Palavra Amiga: A Mágoa é como um Câncer no Coração - 23/05/2017

Palavra Amiga: O Domínio do Homem - 05/06/2017

Palavra Amiga: Qual o lugar de Deus na sua vida? 02/06/2017

Palavra Amiga: Volte-se hoje mesmo para Deus! - 08/06/2017

Palavra amiga: A ansiedade é um sintoma da fé enferma – 09/06/2017

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Visões de Jesus: uma avaliação crítica da hipótese da alucinação segundo Gerd Lüdeman e William Lane Craig



A provocadora hipótese de Gerd Lüdemann segundo a qual a crença cristã primitiva na ressurreição de Jesus se tratava do produto de experiências alucinatórias originalmente induzidas por complexos de culpa em Pedro e Paulo é avaliada e contrastada com a hipótese tradicional da ressurreição do ponto de vista dos padrões comuns de verificação de hipóteses: força explanatória, escopo explanatório, plausibilidade, adequação, concordância com crenças aceitas e superioridade a hipóteses rivais.


Gerd Lüdemann se tornou um dos críticos mais destacados e mordazes da historicidade da ressurreição de Jesus. Depois de produzir uma tempestade de controvérsias em sua terra natal, Alemanha, os escritos de Lüdemann cruzaram o Atlântico para acender o debate neste país também. Suas conclusões são importantes não apenas para a pesquisa neotestamentária, mas também para a teologia dogmática. Como já defendi previamente a credibilidade histórica do evento da ressurreição de Jesus, proponho neste artigo avaliar criticamente a reconstrução histórica de Lüdemann dos eventos pascais.

Antes de começar, talvez valha a pena mencionar que há inúmeras questões dogmáticas em que concordamos, sim, algo que merece ser destacado. Primeiro, concordo, nas palavras de Lüdemann, que “a ressurreição de Jesus é o ponto central da religião cristã”. Segundo, concordo que, se alguém perguntar: “O que realmente aconteceu?”, não bastará lhe dizer: “apenas creia”. Terceiro, concordo que a tarefa do historiador é muito parecida com a do advogado de tribunal: examinar as testemunhas a fim de reconstruir o mais provável curso de eventos. Quarto, concordo que, se uma pessoa não crê na ressurreição literal de Jesus, deve ser honesta e dizer que Jesus simplesmente se decompôs, sem ser perseguida por sua coragem em dizê-lo. Quinto, concordo que, se uma pessoa não crê na ressurreição literal de Jesus, deve ser honesta e dizer que não é cristã, assim como Lüdemann o fez. Por fim, em sexto lugar, concordo que, se a pessoa crê na ressurreição literal de Jesus, deve admitir que crê na intervenção milagrosa de Deus no mundo natural.

A despeito destas áreas de concordância, obviamente temos diferenças abrangentes também. Sustento que qualquer hipótese histórica sobre a ressurreição deva explicar quatro fatos: o sepultamento digno de Jesus, a descoberta de seu sepulcro vazio, suas aparições pós-morte e a origem da crença dos discípulos na ressurreição. Primeiramente, resumirei parte dos indícios para cada um desses fatos e, em seguida, examinarei a abordagem de Lüdemann a eles.

Os indícios indutivos

O sepultamento

Fato n. 1: Após sua crucificação, Jesus foi sepultado por José de Arimateia no sepulcro. Minha afirmação deste fato representa o cerne da narrativa do sepultamento. Não incluo detalhes secundários, como a devoção cristã de José. Tais detalhes circunstanciais não são essenciais à historicidade do sepultamento digno de Jesus. O fato do sepultamento digno de Jesus é muitíssimo importante, pois implica que o local do sepulcro de Jesus era conhecido em Jerusalém. No caso, é extremamente difícil enxergar como os discípulos poderiam ter anunciado a ressurreição de Jesus em Jerusalém, se o sepulcro não estivesse vazio.

Podemos resumir parte dos indícios favoráveis ao fato n. 1 como segue:


1. O sepultamento de Jesus é atestado na tradição muito antiga citada por Paulo em 1Coríntios 15.3-5.

2. O sepultamento é parte do material original muito antigo usado por Marcos ao redigir seu evangelho.

3. Como membro do Sinédrio, que condenou Jesus, é improvável que José de Arimateia tenha sido uma invenção cristã.

4. A própria história do sepultamento não dispõe de rastos de elaboração lendária.

5. Nenhuma outra história rival do sepultamento existe.

Com respeito à primeira linha de indícios favoráveis, sabemos que, na segunda linha da fórmula pré-paulina de 1Coríntios 15.3-5, o sepultamento de Jesus é mencionado. Lüdemann reconhece esta antiga prova do sepultamento, mas questiona se o sepultamento mencionado seria o mesmo evento que o sepultamento por José de Arimateia. Uma comparação da fórmula quadrilinear de Paulo com as narrativas evangélicas, de um lado, e os sermões em Atos dos Apóstolos, de outro lado, deixa bem clara a resposta:

1Co 15.3-5 

Atos 13.28-31 

Marcos 15.37—16.7

Cristo morreu … 

E, mesmo não encontrando nele nenhuma acusação digna de condenação à morte, pediram a Pilatos que ele fosse executado. 

Mas Jesus, dando um alto brado, expirou.


foi sepultado … 

tirando-o do madeiro, o puseram numa sepultura 

Este [José], comprando um pano de linho, tirou o corpo da cruz, envolveu-o no pano e colocou-o num sepulcro aberto na rocha.


ressuscitou … 

Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos ... 

“Ele ressuscitou! Não está aqui. Este é o lugar onde o puseram.”


apareceu … 

e ele apareceu durante muitos dias aos que haviam subido com ele da Galileia para Jerusalém, os quais agora são suas testemunhas para o povo. 

“Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia. Ali o vereis”


A correspondência notável de tradições independentes revela que a fórmula quadrilinear é um resumo em forma de esboço dos eventos básicos da paixão e ressurreição de Jesus, incluindo seu sepultamento no túmulo. Lüdemann sustenta que essa antiga fórmula remonta a apenas dois anos após a crucificação. Representa, assim, prova incrivelmente antiga do sepultamento digno de Jesus.

Com respeito à segunda linha de indícios favoráveis, tomo por certo que Marcos esteja trabalhando com uma narrativa pré-marcana da paixão e afirmo que o relato do sepultamento era parte daquela narrativa da paixão. Esta última afirmação é relativamente incontroversa, segundo penso, visto que o sepultamento é parte essencial daquele enredo, comum a todos os evangelhos, trazendo desfecho à narrativa da paixão. Mesmo que não postulemos uma narrativa pré-marcana completa da paixão, devemos, à luz da independência do evangelho de João em relação aos sinóticos, reconhecer uma tradição pré-marcana do sepultamento no enterro de Jesus por José de Arimateia. E, mesmo entre os sinóticos, a natureza esporádica e desigual das concordâncias verbais de Lucas e Mateus com Marcos, suas omissões de Marcos e suas numerosas concordâncias um com o outro, e não com Marcos, sugerem que a narrativa de Marcos não era sua única fonte, mas tinham fontes complementares para os relatos do sepultamento e do sepulcro vazio. A multiplicidade de fontes independentes é importante, porque, como explica Marcus Borg, “se uma tradição aparece em fonte antiga bem como em outra fonte independente, ela não apenas é antiga, mas é também improvável que tenha sido inventada”. É notável que, no caso do sepultamento, temos algumas das fontes mais antigas por trás do Novo Testamento (por exemplo, a fórmula pré-paulina e a história pré-marcana da paixão), além de inúmeras outras.

O terceiro ponto diz respeito à figura enigmática de José de Arimateia, que repentinamente aparece para oferecer a Jesus um sepultamento digno, em contraste com os dois criminosos crucificados consigo. Raymond Brown, já falecido, explicou este ponto vigorosamente em sua obra magistral The Death of the Messiah [A morte do Messias]:


Que o sepultamento tenha sido feito por José de Arimateia é muito provável, uma vez que criação ficcional cristã a partir do nada acerca de um membro do Sinédrio judaico que faz o que é certo é quase inexplicável, dada a hostilidade nos escritos cristãos antigos contra as autoridades judaicas responsáveis pela morte de Jesus... Conquanto alta probabilidade não seja certeza, não há nada no relato básico pré-evangélico do sepultamento de Jesus por José que não pudesse plausivelmente ser considerado histórico.

Dada sua condição como membro do Sinédrio, que votou unanimemente, conforme relata Marcos, para condenar Jesus, José é a última pessoa que alguém esperaria para cuidar dignamente de Jesus. Ademais, sua associação com Arimateia, cidade obscura sem qualquer importância teológica ou histórica, dá ainda mais credibilidade histórica à figura de José. Em certo sentido, esta terceira linha de indícios para o sepultamento é exemplo da aplicação do critério de dessemelhança. Pois, dada a hostilidade na igreja primitiva contra os líderes judaicos, que, na ótica cristã, arquitetaram a injusta condenação à pena de morte de Jesus, a figura de José é surpreendentemente dessemelhante à atitude prevalente na igreja em relação ao Sinédrio. Por isso, é improvável que José tenha sido criação ficcional da igreja primitiva.

A quarta linha de indícios diz respeito à falta de quaisquer rastos de elaboração lendária na história do sepultamento conforme transmitida por Marcos. A narrativa do sepultamento não é nada extraordinária, é sucinta e desprovida de reflexão teológica. A simplicidade absoluta do relato marcano contrasta com o que se espera encontrar em relatos lendários posteriores (como no Evangelho de Pedro). Dada a antiguidade da história pré-marcana da paixão, é implausível encarar o relato de Marcos como se fosse lenda a-histórica, tampouco ela evidencia qualquer sinal de ser isso.

Por último, a quinta linha de indícios favoráveis ao relato do sepultamento é que não existe nenhuma outra história rival do sepultamento. Se o relato marcano é em sua essência uma ficção lendária, é estranho que não encontremos nenhum rasto de relatos lendários alternativos rivais, sem falar de pistas do que realmente tenha acontecido ao cadáver. No caso, valeria a pena contrastar os mitos/lendas rivais sobre o que aconteceu com os corpos de figuras pagãs, tais quais Osíris e Empédocles. Na ausência de qualquer verificação por fatos históricos, relatos lendários alternativos podem surgir simultânea e independentemente. Se a narrativa do sepultamento é puramente lendária, por que não há nenhum relato rival do sepultamento de Jesus, digamos, por algum(ns) discípulo(s) fiel(éis) de Jesus ou por sua família ou por romanos sob liderança de um solidário Pilatos? De onde procede a unanimidade da tradição na ausência de um cerne histórico? Sentindo o vigor desta questão, Lüdemann acha que conseguiu discernir uma tradição separada do sepultamento pelos judeus em João 19.31-37; Atos 13.29. Como Broer indica, porém, não podem se tratar da mesma coisa, pois em um caso se pede aos romanos que despachem os corpos e, nos outros, afirma-se que os judeus o fizeram. Mais fundamental ainda, a atribuição em Atos do sepultamento aos judeus é parte de uma tendência mais ampla de Lucas de polemizar contra as autoridades judaicas, o que o leva a atribuir até a crucificação de Jesus aos judeus (Atos 2.23; 2.36; 4.10)!

Em conjunto, estas linhas de indícios mutuamente corroborantes oferecem uma forte defesa prima facie a favor da aceitação da historicidade do sepultamento de Jesus por José de Arimateia no túmulo. Por estas e outras razões, a maioria dos críticos neotestamentários concorda com o já falecido John A. T. Robinson que o sepultamento digno de Jesus é “um dos fatos mais antigos e bem atestados sobre Jesus”.

Observe que princípios historiográficos contrários a milagres sequer entram em jogo na avaliação da historicidade do relato do sepultamento, pois ele é tão pé-no-chão quanto o relato da crucificação. Qualquer historiador, enquanto historiador, pode perguntar: “O que foi feito com o cadáver de Jesus?”, assim como pode perguntar bem diretamente: “Como Jesus de Nazaré morreu?”. Se, pois, Lüdemann quiser negar a força dos indícios cumulativos favoráveis ao sepultamento digno de Jesus, ele precisará ter no mínimo indícios igualmente convincentes do contrário.

Em resposta a estes indícios, Lüdemann admite que seria “ir longe demais” negar que José de Arimateia seja histórico, mas, diz ele, “não podemos mais saber onde José (ou judeus que nos são desconhecidos) colocou o corpo”. Seu principal motivo para negar que José tenha colocado o corpo de Jesus no sepulcro é que evangelhos posteriores tendem a exaltar José, chamando-o de “bom e justo” (Lucas 23.50) ou até mesmo “discípulo” (João 19.38). Mesmo que os evangelistas posteriores exibam essa tendência, no entanto, este não parece ser bom motivo para negar o fato histórico relatado na fonte pré-marcana do enterro, feito por José, de Jesus no sepulcro. De fato, no mínimo, serve principalmente para sublinhar o ponto (4) acima, o primitivismo do relato pré-marcano. De fato, se Lüdemann está disposto a aceitar a historicidade de José, como é que ele pode negar seu papel no sepultamento, uma vez que a principal prova de sua historicidade é precisamente que um relato ficcional do sepultamento não teria ligado o sepultamento digno de Jesus com um membro do Sinédrio? É precisamente sua ligação com o sepultamento de Jesus que torna a historicidade de José plausível. Assim, a tendência de evangelistas posteriores de exagerar a devoção de José a Jesus não levou a maioria dos estudiosos a negar a confiabilidade geral da história do sepultamento.

O sepulcro vazio

Fato n. 2: No domingo após a crucificação, um grupo de discípulas encontrou o sepulcro de Jesus vazio. Entre as razões que levaram a maioria dos estudiosos a esta conclusão, estão as seguintes:


1. A história do sepulcro vazio é parte do material original muito antigo usado por Marcos.

2. A tradição antiga citada por Paulo em 1Coríntios subentende o fato do sepulcro vazio.

3. A história é simples e não contém sinais de adornos lendários.

4. O fato de que o testemunho de mulheres era insignificante na Palestina do século I conta a favor do papel das mulheres na descoberta do sepulcro vazio.

5. A alegação judaica mais antiga segunda a qual os discípulos roubaram o corpo de Jesus mostra que o corpo de fato tinha desaparecido do sepulcro.

A primeira linha de indícios favoráveis refere-se mais uma vez à narrativa pré-marcana da paixão e afirma que o relato do sepulcro vazio foi incluído naquela narrativa. Isto descarta que a história seja uma lenda desenvolvida posteriormente. Lüdemann, no entanto, elenca quatro razões por que Marcos 16.1-8 é, em sua opinião, “insignificante” enquanto argumento para a historicidade do sepulcro vazio: (1) Tal argumento pressupõe que o local do sepultamento fosse conhecido, o que é muito de se duvidar. (2) O argumento pressupõe, contrariamente ao v. 8, que as mulheres disseram, sim, algo. (3) A passagem, estritamente falando, não relata a descoberta do sepulcro vazio, mas, sim, anuncia a ressurreição no sepulcro vazio. E (4) como se evitará a inferência de Kirsopp Lake de que as mulheres tenham ido ao sepulcro errado? Estas objeções não são tão significativas quanto Lüdemann parece pensar. Primeiro, vimos bons motivos para aceitar a historicidade do sepultamento digno de Jesus por José de Arimateia, de modo que, a menos que Lüdemann ofereça alguma razão para avaliar negativamente a presença das mulheres na crucificação e sepultamento — o que ele, até onde eu saiba, não fez —, não há motivo para pensar que as mulheres não pudessem ir no domingo de manhã ao local do sepultamento. O silêncio e terror das mulheres reflete um motivo marcano de reação humana estupefata à presença do divino, não tendo de forma alguma a intenção de ser entendidos como silêncio permanente; do contrário, Marcos não teria nenhuma história para contar! A terceira objeção de Lüdemann faz uma distinção inane, visto que o anúncio da ressurreição de Jesus no sepulcro vazio implica um sepulcro vazio. O anúncio do anjo, na realidade, chama atenção para o vazio do sepulcro: “Ele ressuscitou! Não está aqui. Este é o lugar onde o puseram” (Marcos 16.6). Quanto à teoria de Lake, um dos motivos por que quase não foi adotada é que sucumbe à objeção óbvia de que as autoridades judaicas teriam o maior prazer de apontar o erro das mulheres, uma vez que os discípulos começassem a pregar ressurreição. É difícil, pois, enxergar como, com base em tais equívocos, o veredicto de Lüdemann possa ser justificado ao dizer que a narrativa do sepulcro vazio em Marcos é historicamente insignificante.

Com respeito à segunda linha de indícios favoráveis, Lüdemann espera evitar a implicação do sepulcro vazio negando que o sepultamento seja um evento autônomo. O texto grego, porém, contradiz esta afirmação, pois cada linha é prefixada por um ὅτι, gramaticalmente desnecessário, que serve para distinguir e ordenar em série os eventos distintos. É fantasioso pensar que ou o ex-fariseu Paulo ou a comunidade antiga de Jerusalém da qual a fórmula adveio poderia ter afirmado que Cristo “foi sepultado e ressuscitou” e, ainda assim, pensar que seu cadáver ainda jazia no sepulcro. Ademais, ainda outra comparação da fórmula quadrilinear com as narrativas evangélicas, por um lado, e com os sermões em Atos, por outro lado, revela que a terceira linha é um resumo da narrativa do sepulcro vazio, com “e ressuscitou” e “Ele ressuscitou!” em paralelo.

A terceira linha de indícios favoráveis refere-se mais uma vez à narrativa marcana do sepulcro vazio. Como o relato do sepultamento, é surpreendentemente direta e sem adornos de motivos teológicos ou apologéticos potencialmente característicos de relato lendário posterior. A própria ressurreição não é testemunhada ou descrita e não há nenhuma reflexão sobre o triunfo de Jesus sobre o pecado e a morte, nenhum uso de títulos cristológicos, nenhuma citação de profecia cumprida, nenhuma descrição do Senhor ressurreto. Mesmo que excluamos a figura angélica como se fosse, digamos, uma figura puramente literária que fornece a interpretação do sepulcro vago, temos uma narrativa que é ainda mais completa e sem adornos (cf. João 20.1-2). Isso sugere que a história não é em sua essência uma lenda. Para verificar como a narrativa de Marcos é contida, basta ler o relato no Evangelho de Pedro, que descreve a saída triunfante de Jesus do sepulcro, acompanhado de anjos, seguido de uma cruz falante, anunciado por uma voz do céu, e tudo isso testemunhado pela guarda romana, os líderes judaicos e uma multidão de espectadores!

A quarta linha de indícios favoráveis é essencialmente um apelo ao critério de constrangimento, de novo um dos importantes critérios de autenticidade. Dada a condição de segunda classe das mulheres na Palestina do século I e sua impossibilidade de servir de testemunhas em corte judaica, é incrível que elas apareçam aqui como as descobridoras e principais testemunhas do fato do sepulcro vazio de Jesus, pois uma testemunha assim sem qualquer confiabilidade seria um constrangimento ao anúncio cristão. Qualquer relato lendário posterior faria que discípulos do sexo masculino descobrissem o sepulcro vazio. De fato, críticos com frequência enxergam a história da inspeção de Pedro do sepulcro vazio (com outro discípulo) exatamente como uma progressão lendária desse tipo. O fato de que mulheres, cujo testemunho era insignificante, e não homens, que, logo no começo da narrativa, sejam identificadas como as descobridoras do sepulcro vazio é melhor explicado pelo fato de que a tradição aqui é confiável.

Por fim, temos indícios da polêmica judaica mais antiga contra a ressurreição, mencionada na história da guarda em Mateus, como prova do sepulcro vazio. Lüdemann admite que a polêmica judaica mostra, sim, crença judaica no sepulcro vazio, mas desconsidera os indícios porque, conforme ele afirma, os judeus vieram a crer que o sepulcro estava vazio somente por meio da tradição cristã. Podemos excluir a sugestão de que soubessem do sepulcro vazio enquanto fato histórico, afirma ele, porque Jesus não teve um sepultamento comum e, portanto, ninguém sabia o que ocorrera ao cadáver. Porém, sem considerar o fato de que temos boas razões para aceitar o sepultamento digno de Jesus, permanece a ideia de que, mesmo que o relato do sepultamento fosse uma lenda e ninguém soubesse o que ocorrera ao cadáver de Jesus, quando os discípulos começaram a anunciar em Jerusalém: “Ele ressuscitou dos mortos” (Mateus 27.64), seus antagonistas judaicos não teriam inventado para os cristãos o sepulcro vazio dizendo que o corpo fora roubado. Lüdemann tem de explicar por que, se ninguém soubesse onde o corpo fora colocado, os oponentes judaicos dos cristãos teriam alegado que o corpo fora roubado. Quanto à afirmação de que os judeus conheciam apenas a tradição cristã do sepulcro vazio, ela é incapaz de explicar a história da tradição subjacente à história de Mateus. Que a história não é criação fictícia mateana fica claro pelos diversos traços linguísticos não-mateanos na narrativa. Por trás da história, evidentemente se encontra um padrão em desenvolvimento de alegação e contra-alegação:


Cristão: “Ele ressuscitou dentre os mortos!”

Judeu: “Não, seus discípulos roubaram seu corpo”.

Cristão: “A guarda no sepulcro teria evitado um roubo desses”.

Judeu: “Não, a guarda caiu no sono”.

Cristão: “Os principais sacerdotes subornaram a guarda para dizer isso”.

Este padrão provavelmente remonta a controvérsias em Jerusalém após os discípulos anunciarem a ressurreição, pois, conforme observa John Meier, “os primeiros conflitos sobre a pessoa de Jesus que se travaram entre judeus comuns e judeus cristãos após a Páscoa centravam-se nas alegações cristãs de que um criminoso crucificado fosse o Messias, que Deus o tinha ressuscitado dentre os mortos...”. O vocabulário não-mateano e a evidente história da tradição por trás da controvérsia torna plausível esse pressuposto. Se Jerusalém, porém, é a fonte dessa controvérsia em andamento, a pergunta que não quer calar é por que os oponentes judaicos do caminho cristão, confrontados com alegações espúrias sobre um sepulcro vazio, teriam, em vez de denunciado tal ficção, afirmado, pelo contrário, que os discípulos tinham roubado o corpo de um sepulcro que não existia e que ninguém poderia averiguar.

Temos, pois, um argumento prima facie muito forte para aceitar a confiabilidade fundamental do relato do sepulcro vazio. Assim, nas palavras de Jacob Kremer, “de longe, a maioria dos exegetas se apega firmemente à confiabilidade das afirmações bíblicas relacionadas ao sepulcro vazio”. Lüdemann, entretanto, considera a história uma “lenda apologética”. Até onde consigo ver, porém, ele não fornece nenhuma informação positiva para tal afirmação. Deveras, é difícil enxergar como se pode sustentar uma hipótese dessas, tendo em vista a atestação independente e múltipla de que a narrativa do sepulcro vazio dispõe. Antes, o ceticismo de Lüdemann se fundamenta em quatro pressupostos, cada um deles me surpreendendo por ser muito dúbio. (1) Ele pressupõe que a única fonte primária que temos para o sepulcro vazio é o evangelho de Marcos, o que, porém, com quase toda certeza está errado. Pelo menos Mateus e João possuem fontes independentes sobre o sepulcro vazio; também é mencionado nos sermões em Atos dos Apóstolos (2.29; 13.36) e subentendido por Paulo (1Coríntios 15.4). De acordo com Klaus Berger, “os relatos do sepulcro vazio são feitos por todos os quatro evangelhos (e outros escritos do cristianismo antigo) independentemente uns dos outros... temos grande abundância de relatos transmitidos separadamente”. (2) Lüdemann pressupõe que, quando Jesus foi preso, os discípulos fugiram de volta para a Galileia; é por isso que mulheres aparecem como descobridoras do sepulcro vazio. A fuga dos discípulos, contudo, é descartada com razão pelo historiador Hans von Campenhausen como uma ficção acadêmica. Não apenas inexistem indícios para essa pressuposição, por si só inerentemente implausível, mas a própria teoria de Lüdemann contradiz a pressuposição, visto que é crucial para sua teoria que ao menos Pedro tenha permanecido em Jerusalém, onde ele negou Jesus. De todo modo, se a história da descoberta das mulheres do sepulcro vazio é pura lenda, por que não poderíamos ter um relato puramente lendário da descoberta do sepulcro vazio por discípulos do sexo masculino? (3) Lüdemann pressupõe que as autoridades judaicas, que, segundo ele entende, descartaram o cadáver de Jesus, sofreram uma espécie de amnésia coletiva sobre o que fizeram com o corpo de Jesus. Mesmo que José (ou as autoridades judaicas) tivessem oferecido apenas um sepultamento indigno, por que não indicaram seu local de sepultamento como a resposta mais fácil ao anúncio dos discípulos sobre a ressurreição? Lüdemann admite: “Os judeus mostraram interesse no local onde o cadáver de Jesus fora colocado e, obviamente, a proclamação de Jesus como o ressurreto... provocou questionamentos sobre seu corpo por parte de oponentes e descrentes”. Por que, então, quando os discípulos começaram a pregar a ressurreição de Jesus, as autoridades judaicas não disseram onde tinham colocado o corpo de Jesus?

A resposta de Lüdemann: eles esqueceram! Mais uma vez, isso está longe de ser convincente. (4) Por último, Lüdemann pressupõe que a crença no sepulcro vazio surgiu como inferência da crença de que Jesus ressuscitara dentre os mortos. Embora Lüdemann esteja bem certo, penso eu, em reconhecer, em contraste com estudiosos que sustentam que a crença na ressurreição de Jesus entre judeus ou cristãos do século I não subentendia que algo ocorrera ao cadáver, sua sugestão mesmo assim não pode ser a história toda, pois deixa sem explicar a inferência de que o cadáver de Jesus, contrariamente ao costume, tenha sido colocado em um sepulcro. A crença na ressurreição subentenderia, deveras, que o cadáver não estava mais por perto, mas isso não levaria, sem mais nem menos, à inferência de que havia um sepulcro vazio que o demonstrasse. Assim, Lüdemann ainda não explicou a crença no sepulcro vazio.

Em suma, temos bons motivos para acreditar que um grupo de discípulas encontrou o sepulcro de Jesus vazio.

As aparições pós-morte

Fato n. 3: Em múltiplas ocasiões e diversas circunstâncias, diferentes indivíduos e grupos de pessoas experimentaram aparições de Jesus vivo depois de morto. Este fato é quase universalmente aceito entre os estudiosos de Novo Testamento, pelas seguintes razões:


1. A lista de testemunhas oculares das aparições da ressurreição de Jesus citada por Paulo em 1Coríntios 15.5-7 garante que tais aparições tenham ocorrido.

2. As tradições da aparição nos evangelhos fornecem atestação independente e múltipla de tais aparições.

Com respeito à primeira linha de indícios favoráveis, é universalmente aceito com base na data antiga da tradição de Paulo bem como na relação pessoal do apóstolo com muitas das pessoas elencadas que os discípulos experimentaram, sim, aparições pós-morte de Cristo. Entre as testemunhas das aparições da ressurreição estão Pedro, o círculo imediato dos discípulos conhecido como “os Doze”, um agrupamento de 500 cristãos (muitos dos quais Paulo obviamente conhecia, uma vez que sabia que alguns já tinham morrido quando ele escrevia a esse respeito), Tiago, irmão mais novo de Jesus, e um grupo mais amplo de apóstolos. “E, depois de todos”, diz Paulo, “apareceu também a mim, como a um nascido fora do tempo certo” (1Coríntios 15.8).

A segunda linha de indícios favoráveis apela novamente ao critério de atestação múltipla. Os evangelhos atestam independentemente aparições pós-morte de Jesus, até mesmo algumas das mesmas aparições encontradas na lista de Paulo. Wolfgang Trilling explica:


A partir da lista em 1Coríntios 15, os relatos específicos dos evangelhos devem agora ser interpretados. Pode ser útil o que já falamos sobre os milagres de Jesus. É impossível “provar” historicamente um milagre específico, mas a totalidade dos relatos de milagres não permite nenhuma dúvida razoável de que Jesus tenha de fato realizado “milagres”. Isso se mantém analogamente nos relatos de aparições. Não é possível assegurar historicamente o evento específico, mas a totalidade de relatos de aparições não permite nenhuma dúvida razoável de que Jesus de fato testemunhou de si mesmo dessa maneira.

A aparição a Pedro é atestada independentemente por Paulo e Lucas (1Coríntios 15.5; Lucas 24.34), a aparição aos Doze, por Paulo, Lucas e João (1 Coríntios 15.5; Lucas 24:36-43; João 20.19-20), a aparição às discípulas, por Mateus e João (Mateus 28.9-10; João 20.11-17), e aparições aos discípulos na Galileia, por Marcos, Mateus e João (Marcos 16.7; Mateus 28.16-17; João 21). Tomadas sequencialmente, as aparições seguem o padrão de Jerusalém-Galileia-Jerusalém, correspondendo às peregrinações festivas dos discípulos, à medida que voltavam à Galileia após a Páscoa/festa dos pães asmos e viajavam novamente a Jerusalém dois meses mais tarde para o Pentecoste.

O próprio Lüdemann conclui: “Pode-se ter por historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências após a morte de Jesus em que Jesus lhes apareceu como o Cristo ressurreto”. Estamos, assim, em concordância essencial de que, após a crucificação de Jesus, diversos indivíduos e grupos de pessoas experimentaram aparições de Cristo vivo depois de morto. O verdadeiro pomo de discórdia será como se deve explicar essas experiências.

A origem do caminho cristão

Fato n. 4: Os discípulos originais criam que Jesus ressuscitara dentre os mortos, a despeito de quase toda predisposição contrária. Três aspectos da disposição dos discípulos após a crucificação de Jesus colocam um ponto de interrogação na fé e esperança que depositaram em Jesus:


1. Jesus estava morto, e os judeus não esperavam por um Messias que morresse, muito menos ressuscitasse.

2. Conforme a lei judaica, a execução de Jesus como criminoso o expôs como herege, um homem literalmente sob a maldição divina.

3. As crenças judaicas sobre o além descartavam que alguém ressuscitasse dentre os mortos antes da ressurreição escatológica geral dos mortos.

É importante considerar, com respeito ao primeiro aspecto da situação deles, que, na expectativa judaica, o Messias conquistaria os inimigos de Israel e restauraria o trono de Davi, e não seria vergonhosamente executado por eles. A ignominiosa execução de Jesus nas mãos de Roma foi a refutação mais decisiva possível para um judeu do século I de que Jesus não fosse o Messias esperado de Israel, mas mais um pretendente fracassado. Movimentos messiânicos fracassados não eram nada novos no Judaísmo e deixavam seus seguidores com basicamente duas alternativas: voltar para casa ou encontrar um novo Messias. Sem dúvida, eram escolhas difíceis, mas, não obstante, eram as escolhas diante da pessoa. Depois de fazer um levantamento desses movimentos messiânicos fracassados antes e depois de Jesus, N. T. Wright observou:


Até onde sabemos, todos os seguidores desses movimentos messiânicos do século I estavam comprometidos fanaticamente com sua causa. Seria esperado que eles, dentre todas as pessoas, sofreriam com essa bendita doença do século XX chamada de “dissonância cognitiva”, quando suas expectativas não pudessem se materializar. Em nenhum caso, porém, por todo um século antes de Jesus e no século depois dele, ouvimos de algum grupo judaico dizendo que seu líder executado fora ressuscitado dentre os mortos e era, afinal, o Messias.

Wright suscita a interessante pergunta: se os discípulos não queriam simplesmente voltar para casa, por que, então, não escolher outra pessoa, como Tiago, para ser o Messias? Enquanto irmão mais novo de Jesus, ele seria a escolha natural. Embora Tiago, enfim, tenha se levantado como o líder mais forte na igreja de Jerusalém, ele nunca foi chamado de Messias. Quando Josefo se refere a ele, chama-o simplesmente de “o irmão do suposto Messias” (Antiguidades dos judeus 20.200). Com base na experiência típica de movimentos messiânicos fracassados, é de esperar que os discípulos tivessem voltado para casa ou se apegado a outra pessoa, mas sabemos que eles não o fizeram, o que exige uma explicação.

Quanto ao segundo ponto, a lei do Antigo Testamento ditava que quem quer que fosse executado pendurado no madeiro estava sob maldição divina (Deuteronômio 21.23), e os judeus aplicavam tal veredicto a quem fosse executado por crucificação também. Assim, vista pelos olhos de um seguidor judaico de Jesus do século I, a crucificação significava muito mais do que a morte do mestre querido, análoga à morte de Sócrates. Antes, tratava-se de uma catástrofe, pois significava que, longe de ser o ungido de Deus, Jesus de Nazaré fora, na realidade, amaldiçoado por Deus. Os discípulos seguiram um homem que Deus rejeitara da maneira mais categórica.

Por fim, a esperança judaica na ressurreição dos mortos era, invariavelmente, esperança coletiva e escatológica. A ressurreição de todos os justos mortos ocorreria depois que Deus tivesse encerrado com o mundo. Ao sondar a literatura judaica, Joachim Jeremias concluiu:


O judaísmo antigo não conhecia uma ressurreição antecipada como evento da história. Em lugar algum se encontra na literatura algo comparável à ressurreição de Jesus. Certamente, ressurreições dos mortos eram conhecidas, mas sempre diziam respeito a ressuscitações, o retorno à vida terrena. Em nenhum lugar na literatura judaica posterior se refere à ressurreição à δόξα como evento da histórico.

Mesmo que a fé dos discípulos tivesse de algum modo sobrevivido à crucificação, no máximo ficariam aguardando reunir-se novamente com ele na ressurreição final e teriam talvez preservado seu túmulo como santuário onde os ossos de Jesus jazeriam até a ressurreição escatológica. Era essa a esperança judaica.

Nós sabemos, porém, que não foi isso que aconteceu. Apesar de terem quase toda predisposição contrária, é fato indisputável que os primeiros discípulos repentina e sinceramente passaram a crer que Jesus ressuscitara Jesus de Nazaré dentre os mortos. O próprio Lüdemann declara que a análise histórica leva à “origem abrupta da fé pascal dos discípulos”. Qualquer historiador responsável desejoso de explicar a origem do cristianismo deve dar conta da origem dessa crença por parte daqueles que conheceram e seguiram Jesus. Quase todos concordarão com Luke Johnson, quando escreve: “Algum tipo de poderosa experiência transformadora é necessário para gerar o tipo de movimento que o cristianismo primitivo foi e o tipo de literatura que o Novo Testamento é”. A pergunta é como melhor explicar aquela experiência, pela ressurreição de Jesus ou por alucinações por parte dos discípulos.

Em suma, então, existem quatro fatos que qualquer hipótese histórica relacionada ao destino de Jesus deva explicar: seu sepultamento digno, a descoberta do sepulcro vazio, suas aparições pós-morte e a origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.

A melhor explicação

Qual hipótese melhor explica os dados históricos relacionados ao destino de Jesus? Em seu livro, Justifying Historical Descriptions [Justificando descrições históricas], o historiador C. B. McCullagh elenca seis critérios que os historiadores utilizam para averiguar descrições históricas: escopo explanatório, força explanatória, plausibilidade, adequação, concordância com crenças aceitas e superioridade a hipóteses rivais. Ora, temos diante de nós duas hipóteses rivais, que chamarei de “Hipótese da Ressurreição” e “Hipótese da Alucinação”, respectivamente.

A Hipótese da Alucinação

Segundo Lüdemann, Pedro, ao negar Cristo, estava tão consumido com a culpa que encontrou um escape psicológico ao projetar uma visão de Jesus, o que o levou a crer que Jesus ressuscitara dentre os mortos: “Sob a impressão da proclamação e morte de Jesus, enfim despertou em Pedro o ‘E ainda assim...’ da fé. Por isso, o Jesus crucificado mostrou-se ser o Jesus vivo, de modo que Pedro pudesse novamente aplicar a si mesmo e a seu tempo com profunda clareza a palavra divina de perdão presente na obra de Jesus”. A experiência de Pedro foi contagiante na comunidade cristã primitiva e em breve ainda outros, que não partilhavam do trauma de Pedro, também viram alucinações do Senhor ressurreto. Quando oponentes judaicos objetaram e perguntaram onde estava o corpo, “poderia ser imediatamente relatado que as mulheres tinham encontrado o sepulcro vazio e, depois, que Jesus tinha até aparecido às mulheres no sepulcro”. Muito depois, surgiu a lenda da descoberta do sepulcro vazio de Jesus. Nesse ínterim, Saulo de Tarso lutava internamente com a culpa enquanto labutava sob jugo da lei, sendo seu zelo de perseguir cristãos uma manifestação de atração interior secreta à mensagem cristã. De acordo com Lüdemann, “... se alguém pudesse ter avaliado Paulo antes de sua visão de Damasco, a análise teria provavelmente mostrado uma forte inclinação a Cristo em seu subconsciente; deveras, a pressuposição de que ele era inconscientemente cristão não parece mais, então, tão forçada”. No caminho de Damasco, o conflito reprimido irrompeu em uma alucinação de Jesus, resultando na conversão total de Paulo à fé que outrora perseguira. “O complexo de culpa que surgira com a perseguição foi solucionado mediante a certeza de estar em Cristo”.

Examinemos como esta hipótese se sustenta enquanto explicação dos fatos, quando avaliada pelos seis critérios de McCullagh.

Critério 1: escopo explanatório. Esta é a falha central da Hipótese da Alucinação. Proposta apenas como uma forma de explicar as aparições pós-morte de Jesus, seu escopo explanatório é estreito demais, porque nada propõe como explicação do sepulcro vazio. A fim de explicar o sepulcro vazio, é preciso unir alguma hipótese independente à Hipótese da Alucinação. Pois bem, obviamente Lüdemann nega o fato do sepulcro vazio, mas isso é uma questão de estabelecer a própria base de dados indutiva, e vimos em nossa discussão que o tratamento que Lüdemann dá ao sepultamento e sepulcro vazio é menos que convincente. Em certo sentido, sua negação do sepultamento e sepulcro vazio de Jesus nasce da necessidade, pois, uma vez que se admitam esses fatos, o escopo explanatório inadequado da Hipótese da Alucinação se torna patente e a teoria fica em apuros. Por esse motivo, Lüdemann se encontra na estranha posição de negar um fato tão banal quanto o sepultamento digno de Jesus, reconhecido pela maioria dos estudiosos como histórico.

Critério 2: força explanatória. Aqui concedemos, para efeitos argumentativos, que Pedro teve, sim, uma alucinação de Jesus após sua morte, em razão dos fatores psicológicos postulados por Lüdemann. A questão, então, é se esta explicação tem força suficiente para explicar as aparições pós-morte e a origem da crença dos discípulos na ressurreição de Jesus. Existem duas razões para pensar que estes fatos não sejam bem explicados pela Hipótese da Alucinação.

Primeiro, com relação às aparições, a diversidade das aparições não é bem explicada por meio de tais visões. As aparições foram experimentadas muitas vezes diferentes, por diferentes indivíduos, por grupos, em diversos locais e em diversas circunstâncias, não somente por crentes, mas também por descrentes, como Tiago, irmão de Jesus, e o fariseu Saulo de Tarso.

Esta diversidade é muito difícil de explicar recorrendo a alucinações, pois alucinações exigem um estado psicológico especial por parte do perceptor. No entanto, como um complexo de culpa ex hypothesi se deu apenas em Pedro e Paulo, a diversidade de aparições pós-morte deve ser explicada como uma espécie de contágio, uma reação em cadeia. Lüdemann, porém, não consegue fornecer nenhum exemplo disso. É importante ter em mente que é a diversidade que está em jogo aqui, e não simplesmente incidentes individuais. Mesmo que se pudesse compilar dos livros de exemplos um amálgama consistindo de histórias de alucinações ao longe de um período de tempo (como as visões em Medjugorje), alucinações em massa (como em Lurdes), alucinações a diversos indivíduos e assim por diante, permanece o fato de que não há nem um único caso nos livros de exemplos que apresente a diversidade envolvida nas aparições pós-morte de Jesus. É somente compilando casos independentes que se pode elaborar algo análogo.

Pode-se mencionar três casos específicos que não são bem explicados pela Hipótese da Alucinação:


•Tiago: o irmão de Jesus não cria que seu irmão mais velho fosse o Messias ou mesmo alguém especial durante sua vida (Marcos 3.21, 31-35; 6.3; João 7.1-10). Supreendentemente, porém, encontramos os irmãos de Jesus entre aqueles reunidos no cenáculo em culto cristão após as aparições da ressurreição (Atos 1.14), e com o passar do tempo Tiago se levanta como líder na igreja de Jerusalém (Atos 12.17; Gálatas 1.19). Sabemos por Josefo que Tiago foi, enfim, martirizado por sua fé em Jesus Cristo durante um lapso no governo civil em meados de 60. Essa notável transformação se deve, com toda probabilidade, ao fato, registrado por Paulo, de que “depois apareceu a Tiago” (1Coríntios 15.7). O próprio Lüdemann chega ao ponto de dizer que é “certo” que Tiago tenha experimentado uma aparição da ressurreição de Jesus, mas fica estranhamente calado quando se trata de explicar como sua teoria dá conta daquela experiência. A Hipótese da Alucinação tem força explanatória débil com relação a essa aparição, visto ser improvável que Tiago, enquanto descrente e não participante da comunidade cristã, experimentasse uma “visão secundária” do Jesus ressurreto.

• Os 500 irmãos. A maioria dessas pessoas ainda estava viva em 55 d.C., quando Paulo escreveu 1Coríntios, e poderia ser questionada sobre a experiência. Lüdemann explica esta aparição como referência lendária ao evento de Pentecoste, que ele representa como uma experiência de “êxtase em massa”. Uma explicação dessas é fraca não apenas porque as testemunhas oculares ainda estavam presentes, mas porque o evento de Pentecoste foi fundamentalmente diferente de uma aparição da ressurreição. Como escreve Hans Kessler em sua crítica à sugestão de Lüdemann,

Equiparar essa aparição com o evento de Pentecoste é mais do que questionável, principalmente porque, em Atos 2.1-13, faltam todas as características de uma narrativa pascal (sobretudo, a aparição de Cristo) e, em contrapartida, nos primeiros textos pascais o Espírito não desempenha nenhum papel.

Seria muitíssimo implausível que um evento como Pentecoste (que, presume-se, deve ter sido preservado com mais ou menos precisão na tradição cristã encontrada em Atos 2) tivesse evoluído numa aparição da ressurreição, dado que o evento não tinha nenhum dos elementos básicos de uma aparição, especialmente a aparição de Cristo! Novamente, vale a pena sublinhar que, embora alucinações coletivas ocorram raramente, é a diversidade de todos esses diferentes tipos de aparições que esgota a força explanatória da Hipótese da Alucinação.

• As mulheres. Que mulheres tenham sido as primeiras receptoras de uma aparição pós-morte de Jesus é tanto atestado multiplamente quando estabelecido pelo critério de constrangimento. Por essa razão, conforme relata Kremer, existe uma tendência crescente na pesquisa recente de considerar essa aparição como “ancorada na história”. O próprio Lüdemann a chama de “historicamente certa”, embora sua teoria o force a gratuitamente negar sua primazia. Em lugar algum no Novo Testamento, contudo, nem mesmo em 1Coríntios 15.5, é dito que Pedro foi o primeiro a ver uma aparição da ressurreição de Cristo, a despeito do pressuposto comum de sua prioridade cronológica. Antes, as mulheres têm prioridade. Sem dúvida, são omitidas da lista em 1Coríntios 15.5-7, pois designá-las como testemunhas teria sido pior do que nada numa cultura patriarcal. Isto, porém, é fatal para a hipótese de Lüdemann, uma vez que a experiência das mulheres não pode ser considerada uma “visão secundária” provocada pela experiência de Pedro. Como não partilhavam da culpa de Pedro, por terem permanecido excepcionalmente fiéis a Jesus até o fim, faltava a elas as condições psicológicas especiais que levassem a alucinações de Jesus. Assim, a hipótese de Lüdemann não tem nenhuma força explanatória com relação a esta aparição.

Em suma, a Hipótese da Alucinação não tem força explanatória sólida com relação à diversidade das aparições da ressurreição.

Em segundo lugar, a Hipótese da Alucinação tem força explanatória débil com relação à origem da fé dos discípulos na ressurreição de Jesus. Visões subjetivas ou alucinações não têm correlatos extramentais, mas se tratam de projeções do cérebro do próprio perceptor. Assim, se, em surto de consciência culpada, Paulo ou Pedro tivessem de projetar visões de Jesus vivo, eles o teriam visualizado no Paraíso, onde os justos já falecidos aguardariam a ressurreição escatológica. Tais visões exaltadas de Cristo, porém, deixam sem explicação a crença deles em sua ressurreição. A inferência: “Ele ressuscitou dentre os mortos”, tão natural aos nossos ouvidos, seria totalmente antinatural a um judeu do século I. No pensamento judaico, já havia uma categoria perfeitamente adequada para descrever a experiência postulada de Pedro: Jesus fora assunto ao céu. Ascensão é categoria totalmente diferente de ressurreição. Inferir a partir de visões celestiais de Jesus que ele fora ressuscitado vai de encontro ao pensamento judaico em dois aspectos fundamentais, como vimos, ao passo que a ascensão de Jesus ao céu teria sido a conclusão natural. Até onde eu saiba, Lüdemann não toca em lugar algum na questão de por que as alucinações, caso tivessem ocorrido, teriam levado à conclusão de que Jesus ressuscitara dentre os mortos.

Assim, a teoria da alucinação tem força explanatória débil tanto por não poder explicar a diversidade das aparições quanto por não poder explicar a origem da crença dos discípulos na ressurreição.

Critério 3: plausibilidade. Há pelo menos dois aspectos em que a Hipótese da Alucinação segundo Lüdemann é implausível.

Primeiro, há pouca plausibilidade na psicanálise que Lüdemann faz de Pedro e Paulo. Dois pontos podem ser mencionados:


(a) Os dados são insuficientes para fazer uma psicanálise de Pedro e Paulo. Tudo que temos de Paulo são poucas passagens autobiográficas em suas cartas, enquanto que as informações sobre a psique de Pedro são, como o próprio Lüdemann admite, “incomparavelmente piores”. Não temos no Novo Testamento nenhuma narrativa da experiência de Pedro vendo Jesus, mas simplesmente um par de referências epigramáticas: “e apareceu a Cefas” (1Coríntios 15.5); “É verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão” (Lucas 24.34). Toda a teoria de Lüdemann se baseia em conjecturas fantasiosas sobre o estado psicológico de Pedro, a respeito do qual não sabemos quase nada. A psicanálise é sabidamente difícil, mesmo com o paciente sentado bem diante de si no divã, mas é praticamente impossível com figuras históricas. É por isso que o gênero de psicobiografia é rejeitado por historiadores. Martin Hengel conclui acertadamente: “Lüdemann... não reconhece esses limites ao historiador. No caso, ele entra na esfera de explicações psicológicas, para as quais nenhuma verificação é realmente possível... as fontes são limitadas demais para tais análises psicologizantes”.

(b) Os indícios que temos sugerem que a psicanálise que Lüdemann faz de Pedro e Paulo está errada. Em primeiro lugar, a reconstrução fantasiosa que Lüdemann faz do estado emocional de Pedro após suas negações e a crucificação de Jesus não é capaz de diagnosticar o verdadeiro problema que Pedro encarava. Não era tanto que ele frustrara seu Senhor, mas que seu Senhor o frustrara! Lüdemann, pois, é incapaz de entrar na mentalidade de um judeu do século I que seguira um pretendente messiânico frustrado. Como Grass enfatizou em sua crítica incisiva da hipótese da visão subjetiva, uma das maiores fraquezas da teoria é que não pode levar realmente a sério a catástrofe que a crucificação foi para a fé dos discípulos em Jesus.  Ao ignorar o desastre da cruz, Lüdemann imagina sem a mínima prova um Pedro preocupado consigo mesmo em conflito com sua própria culpa e vergonha, e não em uma luta com expectativas messiânicas arrasadas. E, para que não se diga que tais expectativas estraçalhadas tenham levado Pedro a alucinar Jesus vivo dentre os mortos, permitam-me simplesmente recordar que nenhuma esperança desse tipo existia em Israel, seja com relação ao Messias, seja com relação à ressurreição final. Ligar estes dois conceitos é a consequência, e não a causa, da experiência dos discípulos.

Quanto a Paulo, os indícios que temos indicam que Paulo não lutou com complexo de culpa sob a lei judaica. Aproximadamente quarenta anos atrás, Krister Stendahl apontou que leitores ocidentais têm a tendência de interpretar Paulo à luz dos conflitos de Martinho Lutero com a culpa e o pecado, mas o fariseu Paulo não experimentou tais conflitos. Stendahl escreve:


Compare Paulo, judeu muito feliz e bem-sucedido, alguém que pode... dizer...: “quanto à justiça que há na lei, eu era irrepreensível” (Filipenses 3.6). É isto que ele fala. Ele não experimenta nenhuma dificuldade, nenhum problema, nenhum remorso da consciência. Ele é aluno virtuoso, do tipo que consegue a bolsa de pós-graduação de milhares de dólares no Seminário de Gamaliel... Em lugar algum nos escritos de Paulo, ocorre qualquer indicação... de que psicologicamente Paulo tivesse algum problema de consciência...

Lüdemann afirma que, em Romanos 7.7-25, a experiência paulina pré-cristã carregada de culpa sob a lei nos é revelada. Deve-se dizer, porém, que a interpretação autobiográfica de Romanos 7.7-25 do ponto de vista da experiência paulina pré-cristã versus cristã é esmagadoramente rejeitada por intérpretes e comentaristas paulinos contemporâneos. O uso paulino do pronome da primeira pessoa do singular e de verbos no passado não se trata de indicadores de reflexão autobiográfica; antes, o “eu” é o ego representativo pressuposto por Paulo (cf. Romanos 3.7; 1Coríntios 6.15; 10.29-30; 13.1-3; Gálatas 2.18-19) e os verbos no passado ligam sua exposição com a história do pecado no mundo descrita anteriormente (Romanos 5.12-14). Postular uma divisão pré- e pós-conversão significa criar uma falsa dicotomia no capítulo, pois a transição para o tempo presente no v. 14 não é acompanhada de mudança na atitude do falante (cf. v. 25). Assim, nas palavras de Kessler, “quase todos os expositores” de Romanos 7 desde a década de 1920 abandonaram a interpretação autobiográfica adotada por Lüdemann. Quando nos voltamos para passagens genuinamente autobiográficas nas cartas de Paulo relacionadas a sua experiência pré-cristã (Filipenses 3.4-14), então, conforme penso, encontramos um quadro bem diferente.

O procedimento de Lüdemann nesse quesito é clássico. Em resposta à objeção de que o próprio testemunho de Paulo indica que ele estava satisfeito enquanto judeu e não sentia nenhum conflito com a culpa, Lüdemann redargui que o conflito de Paulo era inconsciente. Esta típica jogada freudiana torna a psicanálise de Lüdemann infalsificável, visto que qualquer prova contra si é simplesmente interpretada do ponto de vista da própria teoria. A hipótese, portanto, revela-se estéril.

Assim, tanto por sua falta de dados quanto por sua interpretação errônea da experiência de Pedro e Paulo, a tentativa de Lüdemann de fazer psicobiografia tem pouca plausibilidade.

Segundo, existe também pouca plausibilidade na alegação de Lüdemann de que as aparições da ressurreição tenham sido meramente experiências visionárias. Novamente, pode-se mencionar dois pontos:


(a) A alegação de Lüdemann se baseia no pressuposto implausível de que a experiência de Paulo no caminho de Damasco seja paradigmática para todas as demais aparições pós-morte. Lüdemann admite que sua interpretação das aparições pós-morte como visões alucinatórias dependa do pressuposto de que aquilo que Paulo experimentou no caminho de Damasco tenha sido o mesmo que aquilo que todos os demais discípulos experimentaram. A hipótese de Lüdemann é, portanto, como uma pirâmide se equilibrando em sua ponta, pois, se esse pressuposto for falso, não haverá nenhuma razão para pensar que as experiências dos discípulos tenham sido visionárias, de modo que toda a teoria desmorona. No caso, não há nenhuma garantia para o pressuposto. John Dominic Crossan observa corretamente: “Paulo precisa em 1Coríntios 15 equiparar sua própria experiência àquela dos apóstolos precedentes. Equiparar, sim, sua validade e legitimidade, mas não necessariamente seu modo e maneira. Jesus foi-lhes revelado a todos, mas não se deve presumir que a própria revelação arrebatadora de Paulo sirva de modelo a todas as demais”. É de surpreender que o próprio Lüdemann reconheça que Paulo, em 1Coríntios 15, “não está preocupado em oferecer um relato preciso... de como foram suas aparições da ressurreição... A única coisa importante para Paulo... era que tinham ocorrido”. Uma vez, pois, que percebamos que a preocupação de Paulo em 1Coríntios 15.3-8 é com o fato da aparição de Cristo, e não com seu modo, e observemos a forte motivação de Paulo em seu contexto histórico para acrescentar seu nome à lista de testemunhas, não resta sequer uma razão para pensar que o testemunho de Paulo implique que todas as aparições pós-morte tenham sido como o encontro paulino pós-ascensão. Assim que a pressuposição se vai, simplesmente não há nenhuma razão para reduzir todas essas experiências a experiências visionárias.

(b) O Novo Testamento diferencia coerentemente entre uma visão de Cristo e uma aparição da ressurreição de Cristo. Paulo estava familiarizado com “visões e revelações do Senhor” (2Coríntios 12.1). Ainda assim, Paulo, como o restante do Novo Testamento, não equipara tais visões de Cristo a aparições da ressurreição. As aparições foram a um círculo limitado de testemunhas no nascimento do movimento cristão e logo cessaram, sendo a experiência paulina fora do tempo certo, “depois de todos” (1Coríntios 15.8). Visões do Senhor exaltado, todavia, continuaram a ser experimentadas por toda a igreja. A pergunta que não quer calar: qual diferença essencial existe entre uma visão de Cristo e uma aparição da ressurreição de Cristo? A resposta no Novo Testamento parece clara: uma aparição da ressurreição era evento extramental, ao passo que uma visão se passava meramente na mente do perceptor. Dizer que determinado fenômeno foi visionário não significa dizer que foi ilusório. Biblistas acharam necessário distinguir entre o que às vezes se denomina “visões objetivas” e “visões subjetivas”. Uma visão objetiva, ou de modo a causar menos equívocos, uma visão verídica, é visão causada por Deus. Uma visão subjetiva ou inverídica é produto da imaginação do perceptor. Visão verídica envolve ver uma realidade objetiva sem os processos normais da percepção sensorial. Visão inverídica não tem nenhum correlato extramental e é, portanto, alucinatória. Pois bem, visões do Cristo exaltado, como a de Estêvão (Atos 7.55-56), Paulo (Atos 22.17-21) ou João (Apocalipse 1.10-18), não foram consideradas alucinatórias, mas tampouco contavam entre as aparições da ressurreição de Cristo. Por que não? Porque aparições de Jesus, em contraste com visões verídicas de Jesus, envolviam realidade extramental que qualquer um presente poderia experimentar. Mesmo a experiência de Paulo no caminho de Damasco, que foi de natureza semivisionária, poderia contar como aparição real, pois a luz e a voz foram experimentadas pelos parceiros de viagem de Paulo (embora não tenham sido experimentadas por eles como revelação de Cristo). Conforme penso, isso parece a resposta coerente em todo o Novo Testamento à pergunta da diferença que havia entre uma visão e uma aparição de Jesus. E tal resposta é de caráter inteiramente judaico: os rabinos igualmente distinguiam entre uma visão angélica e uma aparição angélica com base, por exemplo, no fato de que alimento que fora visto sendo consumido pelo anjo tenha, na realidade, desaparecido quando a aparição tivesse cessado.

Pois então, se isso estiver correto, é devastador para a afirmação de que as aparições pós-morte de Cristo tenham sido experiências visionárias. Pois, assim, a distinção ao longo de todo o Novo Testamento entre uma visão de Cristo e uma aparição da ressurreição de Cristo se torna inexplicável. Lüdemann admite que a maioria dos exegetas reconhece essa distinção, mas, como ele se vê em apuros para explicá-la, simplesmente tem de negá-la.

Por isso, a alegação de Lüdemann de que as aparições da ressurreição de Jesus tenham sido eventos visionários é duplamente implausível, tanto em seu pressuposto de que todas as aparições se conformassem ao modelo da experiência de Paulo quanto em sua incapacidade de explicar a distinção neotestamentária entre uma aparição e uma visão de Jesus. Não apenas isso, mas também vimos que sua psicanálise de Pedro e Paulo tem, em diversos aspectos, pouca plausibilidade. A Hipótese da Alucinação, portanto, não se sustenta, quando avaliada pelo terceiro critério.

Critério 4: concordância com crenças aceitas. De acordo com este critério, a melhor hipótese é aquela que nos força a abandonar o mínimo de crenças geralmente aceitas. A hipótese de Lüdemann, contudo, caso aceita, nos obrigaria a abandonar inúmeras crenças geralmente aceitas por estudiosos de Novo Testamento. Por exemplo, as crenças que:


(i) Jesus teve um sepultamento digno (por José de Arimateia).

(ii) O sepulcro de Jesus foi achado vazio por algumas de suas discípulas.

(iii) Psicanálise de figuras históricas é inviável.

(iv) Paulo estava basicamente contente com sua vida sob a lei judaica.

(v) A aparição aos 500 irmãos foi distinta do evento em Pentecoste.

(vi) O Novo Testamento faz distinção entre uma visão de Cristo e uma aparição da ressurreição de Cristo.

Todas as afirmações acima são conclusões geralmente aceitas por estudiosos de Novo Testamento; todavia, para adotar a hipótese de Lüdemann, deveríamos rejeitá-las todas, o que pesa contra pelo menos a versão de Lüdemann da Hipótese da Alucinação.

Critério 5: adequação. Uma teoria se torna cada vez mais inadequada ou forçada, à proporção do número de pressuposições complementares que ela requer que adotemos. A Hipótese da Alucinação segundo Lüdemann envolve muitas pressuposições complementares desse tipo:


(i) Os discípulos fugiram de volta à Galileia na noite da prisão de Jesus. Lüdemann precisa desta pressuposição para separar os discípulos do local da sepultura de Jesus. Do contrário, fica difícil explicar por que não investigaram o sepulcro. Esta pressuposição, contudo, não tem a mínima prova a seu favor e, diante disso, é implausível ao extremo.

(ii) Pedro estava tão obcecado com a culpa que projetou uma alucinação de Jesus. Os relatos não nos dizem nada acerca do estado mental de Pedro após sua negação de Jesus. Não temos nenhuma razão para pensar que a preocupação primária de Pedro diante da execução de Jesus tenha sido sua incapacidade de ficar ao lado de Jesus, em vez da ruína total das pretensões messiânicas de Jesus.

(iii) O demais discípulos perderam tanto o controle que também alucinaram visões de Jesus. Não temos nenhum indício de que os outros discípulos, que presumivelmente não tinham o complexo de culpa de Pedro, estivessem emocionalmente preparados para alucinar visões de Jesus vivo. Simplesmente somos obrigados a pressupor isto.

(iv) Paulo tinha um conflito inconsciente com a lei judaica e uma atração secreta ao cristianismo. Uma vez que, segundo se diz, a luta era insconsciente e a luta, secreta, esta pressuposição resiste ao apoio mediante provas. É completamente inadequada e forçada.

Estas são apenas algumas das pressuposições complementares que devem ser adotadas para aceitar a Hipótese da Alucinação segundo Lüdemann. Assim, sua teoria tem um quê de artificialidade.

Critério 6: superioridade a hipóteses rivais. A Hipótese da Alucinação é coisa antiga na teologia alemã, já tendo sido celebremente exposta por Emmanuel Hirsch na década de 1920; a maioria dos críticos, porém, continua a não aceitá-la. Berger lamenta que o livro de Lüdemann seja composto quase exclusivamente de posições requentadas que dominam a escola de Bultmann por mais de 50 anos. Penso que podemos dizer com segurança que a Hipótese da Alucinação não conseguiu demonstrar sua visível superioridade a teorias rivais, incluindo a Hipótese da Ressurreição.

Muitas vezes, a avaliação de hipóteses históricas é difícil, pois uma hipótese pode ser forte em relação a certos critérios, mas fraca em relação a outros. A perícia do historiador envolve avaliar o peso relativo desses pontos fortes e fracos. A Hipótese da Alucinação, todavia, não se sustenta quando avaliada por nenhum de nossos critérios. Seu escopo explanatório é muito estreito, sua força explanatória é muito débil para dar conta dos fenômenos que ela busca explicar, ela é implausível em certos aspectos importantes, contradiz inúmeras crenças aceitas, é inadequada e forçada e não supera seus rivais em atender aos critérios acima. A única esperança que resta aos proponentes da Hipótese da Alucinação é que a Hipótese da Ressurreição fracasse ainda mais desgraçadamente em atender aos mesmos critérios, de modo que a Hipótese da Alucinação se levante vitoriosa.

A Hipótese da Ressurreição

A Hipótese da Ressurreição afirma que “Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos”. Conquanto a maioria dos estudiosos de Novo Testamento concorde com a base de dados indutiva esboçada acima, muitos, se não quase todos, terão sérias reservas quanto à Hipótese da Ressurreição conforme eu a formulei, pois, como historiadores, creem que não podem propor explicações sobrenaturais dos fatos. Fico incomodado com isso, porque, para começo de conversa, a questão do naturalismo metodológico, na história como nas ciências, é uma questão filosófica, fora do campo de competência de estudiosos do Novo Testamento. E há um bom número de filósofos de primeira linha que argumentam que o naturalismo metodológico é injustificado, principalmente para quem é teísta. Em segundo lugar, não tenho nenhum problema em admitir, se necessário por uma questão argumentativa, que minha hipótese não se trate de conclusão “estritamente histórica”. Podemos chamá-la de hipótese teológica, se assim quisermos. Mesmo que o historiador, enquanto historiador, seja impedido por algum obstáculo metodológico de tirar essa conclusão, não significa que nós (ou o historiador fora do horário de serviço) não possamos, enquanto homens e mulheres em busca da descoberta da verdade sobre a vida e o mundo, tirá-la. Proponho a hipótese teológica como a melhor explicação dos fatos e estou disposto a submetê-la aos mesmos critérios empregados para avaliar qualquer hipótese histórica. A Hipótese da Ressurreição parece, sim, atender com êxito aos critérios de McCullagh.


1. Tem grande escopo explanatório: explica por que o sepulcro foi encontrado vazio, por que os discípulos viram aparições pós-morte de Jesus e por que a fé cristã passou a existir.

2. Tem grande força explanatória: explica por que o corpo de Jesus desapareceu, por que pessoas viram repetidamente Jesus vivo, a despeito de sua execução pública anterior, e assim por diante.

3. É plausível: dado o contexto histórico da própria vida e afirmações sem paralelo de Jesus, a ressurreição serve como confirmação divina de tais afirmações radicais.

4. Não é excessivamente inadequada ou forçada: requer apenas uma hipótese complementar, a de que Deus existe. E mesmo isso não precisa ser uma hipótese complementar, caso já se creia na existência de Deus, como Lüdemann e eu o fazemos.

5. Está em concordância com crenças aceitas. A hipótese: “Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos” não entra de forma alguma em conflito com a crença aceita de que as pessoas não ressuscitam naturalmente dentre os mortos. O cristão aceita tal crença tão incondicionalmente como aceita a hipótese de que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos.

6. Em muito ultrapassa qualquer de suas teorias rivais em atender às condições (1) e (5). Ao longo de toda a história, diversas explicações alternativas dos fatos foram propostas — por exemplo, a teoria da conspiração, a teoria da morte aparente, a teoria da alucinação e assim por diante. Tais hipóteses são quase universalmente rejeitadas pela pesquisa contemporânea. Nenhuma hipótese naturalista atraiu um grande número de estudiosos.

Assim, a Hipótese da Ressurreição se dá muito bem quando avaliada pelos critérios convencionais empregados para averiguar descrições históricas. Sua maior fraqueza é que força necessariamente que pressuponhamos que Deus existe. Para quem é teísta, porém, não se trata de problema insuperável.

Por que, então, podemos perguntar, Lüdemann rejeita a Hipótese da Ressurreição? A resposta é muito simples: a ressurreição é um milagre e Lüdemann nega a admissibilidade de milagres. Ele afirma: “A crítica histórica... não conta com a intervenção de Deus na história”. Por isso, a ressurreição não pode ser histórica; é jogada pela janela antes mesmo de você se sentar à mesma para analisar os indícios.

O problema no caso pode ser melhor entendido, segundo penso, como uma discordância sobre qual tipo de explicação constitui opção viável para melhor explicação dos fatos. De acordo com o padrão de raciocínio indutivo conhecido como inferência à melhor explicação, ao explicar um conjunto de dados, primeiramente reunimos um grupo de opções viáveis e, então, escolhemos desse grupo, com base em determinados critérios, aquela explicação que, se verdadeira, melhor explique os dados. O problema em jogo é que naturalistas científicos não permitirão que explicações sobrenaturais sequer estejam no grupo de opções viáveis. Em contrapartida, sou aberto a explicações científicas naturalistas no sentido de que incluo explicações naturalistas no grupo de opções viáveis, pois avalio tais explicações empregando os critérios convencionais para a melhor explicação, em vez de descartar de cara tais hipóteses. Lüdemann, no entanto, tem tanta certeza de que explicações sobrenaturais estejam erradas que se acha justificado ao não estar mais aberto a elas: não podem sequer ser permitidas no grupo de opções viáveis. Obviamente, se apenas explicações naturalistas são permitidas no grupo de opções viáveis, a afirmação ou prova de que a Hipótese da Alucinação seja a melhor explicação é vazia, pois eu poderia muito bem admitir que, de todas as explicações naturalistas à disposição, a melhor explicação naturalista é a Hipótese da Alucinação. Obviamente, a questão não é se a Hipótese da Alucinação se trata da melhor explicação naturalista, mas se ela é verdadeira. Afinal, estamos todos interessados em veracidade, e não ortodoxia (seja ela naturalista ou sobrenaturalista). Assim, para assegurar que não está excluindo a teoria verdadeira nem mesmo de consideração, é melhor que Lüdemann tenha razões muito boas para limitar o grupo de opções viáveis a explicações naturalistas.

Qual justificativa, então, o doutor Lüdemann oferece para esse pressuposto crucial da inadmissibilidade de milagres? Tudo que propõe é uma ou outra alusão proverbial a Hume e Kant. Ele diz: “Hume... demonstrou que um milagre é definido de tal maneira que ‘nenhum testemunho é suficiente para estabelecê-lo’”. O conceito milagroso da ressurreição, diz ele, pressupõe “um realismo filosófico insustentável desde Kant”. Ora, no caso, o procedimento de Lüdemann de simplesmente citar nomes de filósofos famosos é típico demais entre teólogos. O filósofo Thomas Morris comenta o seguinte em seu livro Philosophy and the Christian Faith [A filosofia e a fé cristã]:


O que é de particular interesse nas referências que teólogos fazem a Kant ou Hume é que, na maior parte das vezes, encontramos simplesmente a menção ao filósofo..., mas raramente — ou nunca — vemos uma explicação de quais de seus argumentos precisamente conseguiram causar a suposta demolição... De fato, devo confessar que nunca vi nos escritos de nenhum teólogo contemporâneo a exposição de um único argumento, seja de Hume, seja de Kant, ou então de que qualquer outra figura histórica, que chegue sequer um pouco perto de demolir... a doutrina cristã histórica ou... o realismo teológico...

O argumento de Hume contra os milagres já fora refutado no século XVIII por Paley, Less e Campbell, e a maioria dos filósofos contemporâneos também o rejeita como falacioso, incluindo filósofos tão destacados quanto Richard Swinburne e John Earman e filósofos analíticos como George Mavrodes e William Alston. Até mesmo o filósofo Antony Flew, ele próprio especialista em Hume, admite que o argumento de Hume é falho em sua forma existente. Quanto ao realismo filosófico, esta é, na realidade, a visão dominante entre os filósofos atuais, ao menos na tradição analítica. Assim, se Lüdemann deseja rejeitar a historicidade de milagres com base em Hume e Kant, tem muito a se explicar. Do contrário, sua rejeição da Hipótese da Ressurreição se baseia em pressuposto infundado. Rejeite o pressuposto, e fica muito difícil negar que a ressurreição de Jesus se trate da melhor explicação dos fatos.

Conclusão

Para concluir, então, vimos, primeiro, que qualquer hipótese histórica adequada no que diz respeito ao destino de Jesus deva explicar quatro fatos estabelecidos: o sepultamento digno de Jesus, a descoberta de seu sepulcro vazio, suas aparições pós-morte e a origem da crença dos discípulos na ressurreição. Segundo, quando avaliada pelos critérios convencionais empregados para averiguar descrições históricas, a Hipótese da Alucinação segundo Lüdemann aparenta ter escopo explanatório estreito, ter força explanatória débil, ser implausível, ser inadequadamente forçado, contradizer um número bastante razoável de crenças aceitas e não superar seus rivais em atender a esses testes. Em contrapartida, a Hipótese da Ressurreição, quando avaliada pelos mesmos critérios, consegue se dar muito bem. Portanto, devemos considerar esta última como uma melhor explicação dos fatos.




Palavra amiga: Crer em Deus é crer na Palavra Dele - 07/06/2017

segunda-feira, 29 de maio de 2017

À Procura do Jesus Histórico


 As cidades da infância de Jesus

A antiga Nazaré teria tido todas as características típicas da pequena vida da vila judaica.Com base em pesquisas arqueológicas e históricas, as casas eram estruturas modestas construídas com pedras de campo cheias de uma mistura de palha e lama, chão de terra batida e poucas janelas, telhados de palhetas sobre vigas de madeira que faziam telhados planos que também eram usados ​​para dormir e Outras atividades domésticas. Casas maiores provavelmente tinham pátios, acomodando famílias extensas, características típicas de tais casas. A vida era simples, sem os traços de riqueza, como mosaicos, cerâmica fina e vidro e vasos de bronze. Qualquer gado teria sido mantido em cercados anexados às casas.As refeições eram simples, consistindo de pão, lentilhas, azeitonas, e um pouco de leite, queijo, peixe salgado, carne, frutas e legumes como disponíveis. Pesquisas arqueológicas têm demonstrado a partir do exame de restos de esqueleto que deficiências alimentares e morte antes dos 40 anos pode não ter sido incomum. As profissões praticadas pelos residentes eram freqüentemente praticadas a partir de espaços em suas casas. Falando do velho Nazaré, diz Tabor, "Você pode pensar nisso como talvez 50 a 100 pessoas - como uma aldeia familiar - talvez uma aldeia familiar extensa."

__________________________________________


Acima e abaixo: Estruturas de casas reconstruídas em Nazaré como elas puderam ter aparecido durante o início do século I dC. Com base em dados arqueológicos e históricos.


_________________________________________________________


Acima: Uma parte dos restos escavados de uma casa do pátio do século I em Nazaré. Primeiro descoberto na década de 1880 por membros do convento das Irmãs de Nazaré, foi investigado mais tarde em 2006 pelo arqueólogo Ken Dark e colegas da Universidade de Reading do Reino Unido. Dark sugere que a possibilidade de que esta casa poderia ter sido a verdadeira infância de Jesus e sua família não pode ser descartada.

________________________________________


Acima e abaixo: Uma sinagoga pequena típica em Nazareth - uma reconstrução moderna que mostra como pôde ter aparecido durante o 1o século EC. Acima, a entrada para a sinagoga, olhando para a porta de dentro. Abaixo, uma vista do interior da sinagoga olhando para a sinagoga da entrada. Arqueólogos e historiadores bíblicos sugerem que tal sinagoga em Nazaré provavelmente foi frequentada por Jesus e sua família. Acima da foto por Lori Woodall; Abaixo foto de Daniela Ciubuc


___________________________________________________


Sepphoris (foto acima), a capital de Herodes Antipas da Galiléia, foi localizado apenas cerca de 3 quilômetros de Nazaré. É possível que os moradores de Nazaré viajassem de um lado para o outro a Sepphoris, tradicionalmente considerado a cidade natal de Maria, exatamente como se faria hoje em uma comunidade ou cidade próxima a uma grande área metropolitana. Olhando para Nazaré e Seforis hoje, no entanto, "tudo está invertido", diz Tabor-Nazaré é uma cidade moderna movimentada. Em contraste, sem a presença de uma cidade moderna e sem moradores, Sepphoris é silencioso e está escondido principalmente sob a superfície, ostentando vestígios antigos de edifícios greco-romanos e outros artefatos.Apenas um décimo de seus restos foram escavados e estudados por arqueólogos até agora.No século I dC foi um lugar animado, a peça principal da Galileia de Herodes Antipas.Tabor sugere a possibilidade de que Jesus, tendo crescido sob a visão de Seforis, que estava em cima de um ponto alto em relação a Nazaré, pode ter Seforis em sua mente quando ele fez sua declaração sobre ser "a luz do mundo": " Uma cidade que está assentada sobre uma colina não pode ser escondida "(Mateus 5: 14). Pode-se imaginar ver as suas luzes de Nazaré e aldeias vizinhas à noite durante festivais ou celebrações especiais ou ocasiões, como um farol das alturas.

_______________________________________


Acima e embaixo, um exemplo da bela obra de mosaico encontrada entre os restos antigos escavados de Sepphoris, a "Jóia da Galileia" de Herodes Antipas.


________________________________________________________


Esta representação de uma jovem mulher na casa escavada Dionysus em Sepphoris foi apelidado de "Mona Lisa da Galiléia", um dos símbolos emblemáticos na literatura arqueológica popular sobre Sepphoris.

____________________________________________________


Detalhe do sistema de estrada romano antigo através de Sepphoris. Abaixo, observe as antigas marcas de rotina usadas na estrada produzida pelos veículos de rodas incontáveis ​​que fizeram o seu caminho através da cidade em seu auge .


_______________________________________________________


Restos de uma antiga capital colunar, um lembrete do grande estilo greco-romano que Herodes Antipas empregou para transformar e expandir a cidade em sua capital galileana.

__________________________________________


(Acima) Hoje em dia, em contraste com os vestígios arqueológicos próximos de Sepphoris (na foto abaixo), Nazaré é um grande centro urbano cristão-árabe congestionado, longe de sua existência como uma pequena comunidade judaica no século I dC

_____________________________________________


Foto por Avram GR, Wikimedia Commons

-------------------------------------------------- -----------------------

Os Dois Messias

O enredo padrão mais frequentemente citado sobre o início do ministério de Jesus como descrito nos relatos evangélicos retrata Jesus iniciando sua carreira com o batismo por João Batista, que proclama a primazia da missão de Jesus sobre a sua:

"Eu, na verdade, vos batizo com água para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujos calçados eu não sou digno de suportar ..." Então veio Jesus da Galiléia ao Jordão para João, para ser batizado por ele. Mateus 3: 11-13)

A cristandade proclama João como um profeta preparatório, que, de acordo com as palavras dos antigos profetas, deve emergir como o previsto Elias, abrindo caminho para o momento em que Jesus essencialmente assumir como o Messias - "ele deve aumentar e eu devo diminuir "(João 3:30).

Mas Tabor argumenta a favor de um cenário diferente, a partir de seus anos de pesquisa de escritos antigos, como o evangelho perdido e reconstruído "Q", um documento fonte anterior à época em que os evangelhos canonizados foram escritos (embora "Q" não tenha sido Imune a disputa acadêmica). As pistas para Q foram encontradas há 150 anos por estudiosos por meio de análise dedutiva dos conhecidos evangelhos canonizados. A partir desta e de outras fontes, Tabor sugere que havia na verdade dois mesias judeus igualmente importantes operando simultaneamente - João e Jesus, trabalhando em parceria - Jesus mesmo indicando o significado primordial de seu primo João: "O que você saiu para o deserto para ver ? Um profeta? Sim, eu vos digo mais do que um profeta ... Digo-vos entre os nascidos de mulheres que ninguém é maior do que João. "(Lucas 7: 26-28)

Além disso, Tabor sugere que Jesus foi primeiro um seguidor de João, que já tinha um séquito de apóstolos (alguns dos quais se juntaram mais tarde a Jesus), mais tarde trabalhando em parceria igual com João, e depois sucedendo João após sua morte nas mãos de Herodes Antipas .

"Jesus e João tornaram-se sócios completos na obra para a qual eles acreditavam serem conjuntamente chamados", escreve Tabor em seu livro, A Dinastia de Jesus , "mas a deferência de Jesus a João é inconfundível em nossas fontes, uma vez que o véu da cristandade A teologia é removida .......... Não é nenhum acidente que o seguinte ano de AD 27 [o ano após o baptismo de Jesus] está em grande parte em branco em nossos registros.Esse foi o ano do trabalho conjunto dos Dois Messias - agora perdido para a história e a memória cristãs. "

"Compreender Jesus", afirma Tabor, "começa com a recuperação do histórico João, o Batizador".

A Caverna de João Batista

Tabor a chama de "uma das maiores descobertas arqueológicas dos últimos 25 anos".Localizada perto do kibutz de Tzuba, a oeste de Jerusalém, nas colinas da Judéia, uma antiga caverna foi descoberta pelos arqueólogos em 1999. De outra forma popularmente conhecida como a Caverna Suba, está localizada perto de um vinhedo a uma curta distância de Ein Karem, a pequena cidade ou vila Tradicionalmente considerado como tendo sido o berço e o lar de João Batista e sua família.

Tudo começou quando Shimon Gibson, um conhecido arqueólogo israelense de origem britânica, foi primeiro contactado em 1999 sobre esculturas ou gravuras descobertas numa caverna perto de Tzuba e Ein Karem. Depois de sua investigação inicial da caverna, ele chamou Tabor, então conhecido como um especialista erudito em João Batista.

"Lembro-me de que eu estava sentado no meu escritório quando ele ligou", disse Tabor. "No começo, eu não acreditei."

Gibson sugeriu que a localização, os desenhos / gravuras e outros elementos circunstanciales apontaram para a possibilidade de alguma associação com João Batista.Depois de examinar as fotos dos desenhos das cavernas enviadas por Gibson, Tabor sabia que havia algo para essa descoberta além de um simples palpite. Ele, juntamente com Gibson, rapidamente montou uma equipe de escavação e, muito cedo, descobriu algo que excedeu todas as expectativas.

"Eu nunca esquecerei aquele dia", disse Tabor, enquanto relatava a história do dia em que eles realmente atingiram a "sujeira paga". No começo, a caverna, tendo silted através de séculos, permitiu apenas cerca de um metro de espaço livre do telhado da caverna para "nível do solo", a fim de entrar. "Tivemos que rastejar de joelhos", disse Tabor. Mas no último dia da estação da escavação em março de 2000, as escavadoras começaram a encontrar fragmentos da cerâmica do período romano.

"À medida que desenterramos, de repente nos deparamos com um metro a um metro e meio cheio de fragmentos de cerâmica do período do primeiro século CE, e isso era de um total de 4 metros de camadas culturais na caverna. Então algo estava acontecendo realmente nesta caverna durante o século I adiantado. Encontramos vestígios de milhares de vasos de barro na caverna, todos quebrados.

As estações sucessivas descobriram uma caverna grande, rebocada escavada fora do bedrock com etapas que conduzem em um pool interior grande da água. A caverna estendeu-se 90 pés na rocha da encosta. Gibson e Tabor sugerem que era um lugar para a imersão ritual, ou batismo. No século I dC, tal característica era normalmente caracterizada como um mikveh, um banho ritual judaico, cujos exemplos antigos podem ser encontrados em todo o Israel em uma variedade de sítios arqueológicos. A caverna de Suba é considerada agora ser o mikveh o maior em Israel.

Dada a abundância e concentração dos navios - o que se determinou serem pequenos jarros de uma só mão - os arqueólogos concluíram que eles deviam ter sido deliberadamente quebrados e depositados em um período de tempo relativamente curto.

O que estava acontecendo neste lugar?

Tabor e Gibson supõem que os fragmentos de cerâmica estavam relacionados a um ritual batismal conduzido na caverna. Baseados em parte na sua pesquisa de manuscritos do século II, eles sugerem que os batismos na época de Jesus e João podem ter seguido um processo conjunto que incluiu não apenas mergulhar, ou imersão, na água, mas também o derramamento de água sobre a cabeça A partir do vaso, a unção do pé direito (há uma cavidade em forma de pé esculpida fora do rochedo perto dos degraus não muito longe do interior da entrada da caverna e logo acima da linha de água), ea quebra deliberada do Navio não pudesse mais ser utilizado para fins comuns. Os milhares de fragmentos de jarro do século I, descobertos na caverna, eram os restos desses vasos.

Era de fato uma caverna usada por João para batizar pessoas durante o tempo de Jesus?Uma caverna com desenhos ou gravuras que poderia ser interpretada como uma representação pictográfica ou visual de João Batista, localizada muito perto de Ein Karem, a cidade natal de John e sua família, com evidência de uso como uma facilidade para imersão ritual - todos apontam para Esta possibilidade, de acordo com as escavadoras do local.

Mas deve-se notar que a Caverna Suba foi inicialmente criada e usada para um propósito muito diferente. O revestimiento de gesso das paredes interiores da caverna era radiocarbono datado da Idade do Ferro, e mais especificamente, ao tempo do rei Ezequias de Judá. Cinco anos de escavação e pesquisa revelaram que a caverna, incluindo características externas associadas, foi realmente inicialmente criado e usado como uma instalação de barro para a fabricação de cerâmica. A caverna foi inicialmente significou ser "um reservatório de água [alimentado por uma mola adjacente, que ainda existe] para a fabricação de barro", diz Tabor. "Cerâmica para a casa do rei foi feita em Tzuba porque o barro era tão puro. Em seguida, ele saiu de uso no século II aC e sedimentado. "Foi então re-cavado e convertido em uma instalação de imersão ritual durante o século I dC

__________________________________________


Uma vista da vila de Ein Karem. Gila Brand, Wikimedia Commons

_______________________________________________________


A entrada Suba Cave, olhando para ele de fora da caverna. Foto por Victoria Brogdon

________________________________________________________


Passos que conduzem à entrada Suba Cave. Foto de Daniela Ciubuc

________________________________________________________


Olhando para a Caverna Suba dos degraus interiores, que descem para a água como é tipicamente característico de um antigo mikveh. O interior da caverna é coberto de gesso, que estava presente desde a primeira aplicação pelos antigos durante os dias de Ezequias, rei de Judá, quando foi inicialmente usado como uma instalação de barro para fazer cerâmica. A água, embora pareça turva, é surpreendentemente limpa em termos de conteúdo bacteriano. Acima da foto de Daniela Ciubuc; Abaixo da foto por Victoria Brogdon

__________________________________________


______________________________________________________


Rough gravado dawings alto na parede interior da caverna, acima da água. Observe a figura de uma pessoa à esquerda. Investigadores do site interpretaram isso como um indivíduo, talvez até mesmo João Batista, oficiando uma atividade ritual, como um rito batismal. Foto por Victoria Brogdon

Rei dos judeus

Central para a mensagem do cristianismo em todo o mundo é a proclamação de que Jesus era, literalmente, a prole física e espiritual do próprio Deus - ou o Filho de Deus, como a maioria dos cristãos iria dizer. Como tal, Jesus, como o Cristo celestial ou Salvador do mundo descrito e promovido na teologia cristã geralmente aceita, encarnou a intercessora intercessão através da crucificação para salvar toda a humanidade das consequências da justiça sob a forma de morte espiritual e física necessária para Transgredindo os mandamentos de Deus.

Tabor sugere uma imagem diferente de Jesus, no entanto - uma imagem que alguns de seus críticos, particularmente os tradicionalistas eclesiásticos, têm contestado. Mas Tabor engana o caminho da rigorosa pesquisa histórica. Ele acredita que uma maior precisão sobre o homem que Jesus pode provavelmente ser encontrado com um exame histórico cuidadoso e aprofundado do conceito messiânico como refletido na ampla gama de documentos e literatura antigos, desde o cânone padronizado até recém-descobertos escritos antigos descobertos nos últimos anos anos. Estas fontes profetizam ou contam um messias judeu mais parecido com um rei davídico (por linhagem) que, com a intercessão onipotente de Deus, governaria sobre Israel no trono de Davi; Derrubar os governantes estrangeiros em Israel; Recolher as tribos perdidas de Israel; E governar o mundo em justiça - estabelecendo, literalmente, o Reino de Deus na terra. Mas Jesus, como Cristo, o Filho de Deus e tudo o que vem com isso, ele argumenta, foi uma imagem que evoluiu começando com a visão e os ensinamentos de Paulo e eventualmente abraçada, sancionada e promovida pelas autoridades em Roma e outros centros, tornando-se o que é Hoje o retrato predominante de Jesus entre os seguidores cristãos.

"Estou convencido de que Jesus provavelmente começou a ler certas passagens das Escrituras Hebraicas e aplicá-las diretamente a si mesmo", escreve Tabor na Dinastia de Jesus . "À medida que vejo as coisas, esse fator é absolutamente vital para entender o seu desenvolvimento de sentido de identidade messiânica". Essas passagens descrevem um messias sacerdotal (como encarnado em João Batista, de acordo com Tabor) e um messias real davídico (Jesus).

Com isso, Jesus começou a montar um "governo provisório" através de seu conselho de 12 apóstolos (cada um para governar uma tribo de Israel), e começou sua campanha, trazendo a mensagem primeiro aos judeus. Ao contrário do movimento mais militarista dos zelotes, este novo reino substituiria a atual ordem opressora por meio da intervenção divina, escatológica e divina, e não da espada humana. Quando Jesus e seu séquito começaram a reunir um substancial seguidor entre o povo, operando seus milagres e ensinando sua mensagem com seu proclamado mandato da providência e reivindicando a genealogia davídica, não era de admirar que as autoridades governantes da época, tanto eclesiásticas , Os principais sacerdotes do Sinédrio) e secular (o Herodes - Herodes Antipas já foi declarado "Rei dos Judeus" pelo imperador romano - e autoridade e ordem romana encarnada no prefeito nomeado Pôncio Pilatos), viu Jesus como um Potencial ameaça, especialmente se o movimento continuou a ganhar impulso. O palco estava sendo estabelecido para acusações de sedição das autoridades governantes, e heresia do eclesiástico.

Magdala

Embora os eruditos sabem das fontes históricas que as sinagogas existiram em todas as comunidades judaicas no 1o século EC, há até agora somente algumas tais sinagogas que foram descobertas ou escavadas pelos arqueólogos. A partir do registro bíblico, sabemos que Jesus visitou e ensinou em sinagogas em todas as áreas onde ele conduziu sua campanha, ou ministério. Uma sinagoga proeminente foi encontrada perto da costa norte do Mar da Galiléia em Cafarnaum, a cidade que é conhecida como a "sede" das operações de Jesus. Embora a estrutura mais visível e impressionante no local seja uma sinagoga da era bizantina, os arqueólogos descobriram evidências da sinagoga original do século I, que descansa sob os alicerces da estrutura bizantina, e um vestígio destes restos é visível aos visitantes. Outra estrutura do século I foi recentemente escavada e investigada pela Autoridade de Antiguidades de Israel em Magdala (ou Migdal, que significa "torre"), a tradicional cidade natal de Maria Madalena, na margem ocidental do Mar da Galileia.

As primeiras escavações em Magdala foram realizadas no início do século XX e novamente em 2002 e 2006. Mas as descobertas mais espetaculares foram descobertas em 2009, quando as escavadoras encontraram os restos de uma sinagoga do século I a apenas 30 cm abaixo da superfície durante o que foi Uma escavação de salvamento relacionada com a construção de um complexo de peregrinação e férias. Conduzido por Dina Avshalom-Gorni e Arfan Najar da Autoridade de Antiguidades de Israel, eles finalmente descobriram (entre outras coisas) os restos bem preservados de um hall de entrada / sala de estudo, uma câmara para armazenar rolos de Torah e uma grande pedra decorada, agora Popularmente conhecida como a 'Magdala Stone', no centro da estrutura. A pedra decorada, interpretada como uma mesa de oração ou altar, era particularmente significativa na medida em que apresentava imagens claras de objetos ou símbolos associados com a época do Segundo Templo, o grande templo que se erguia durante o tempo do governo de Herodes. Essas imagens incluíam uma menorah de sete ramos, roseta e rodas ardentes. A imagem menorah é pensado para ser a mais antiga descrição conhecida da menorá, pelo menos fora de Jerusalém, como apareceu no Templo. "Podemos supor que a gravura que aparece na pedra, que a Autoridade de Antiguidades descobriu, foi feita por um artista que viu a menorah de sete ramos com seus próprios olhos no Templo de Jerusalém", comentou Avshalom-Gorni ao Jerusalem Post * . A descoberta descoberta dentro dos restos da sinagoga, incluindo uma moeda cunhada em Tiberíades, em 29 dC, ajudou a fechar a estrutura do século I dC, o tempo do ministério de Jesus. Dado o Novo Testamento cristão referências a Jesus visitando sinagogas em toda a região da Galiléia, os arqueólogos sugerem que a sinagoga era provavelmente um lugar onde Jesus ensinou. Dado o namoro, a sinagoga é assim também acreditado para ter sido em uso quando Josefo comandou forças rebeldes contra os romanos durante a Primeira Revolta Judaica.

Além disso, Magdala assume um significado especial não só porque era um lugar que Jesus provavelmente teria visitado e ensinado, mas por causa de sua identificação com Maria Madalena. "Não é absolutamente certo que Maria Madalena fosse de Magdala", diz Tabor.Mas ele diz que ele favorece a identificação.

A sinagoga não é o fim do trabalho em Magdala. Além da sinagoga, pedra decorada, e mikva'ot, os arqueólogos descobriram a evidência de um mercado com um sistema avançado do encanamento, uma rua pavimentada central, e um cais. Com exceção do trabalho de construção recente e em curso relacionado com a peregrinação católica e centro de férias, "nada foi construído em cima deste [lugar] por 2.000 anos", diz Tabor. "Esta foi uma cidade importante de acordo com Josefo." Tabor descreve Magdala como um importante centro de transformação e exportação de produtos de peixe, alguns dos quais foram exportados até as mesas da elite romana em Roma. "Tinha um porto significativo, uma torre e um teatro greco-romano", acrescentou. "Há muito mais que pode ser descoberto aqui." Trabalho de escavação continua.

_________________________________________


Vista aérea da sinagoga escavada em Magdala. Wikimedia Commons

_________________________________________


Acima e abaixo: A sinagoga de Magdala mostrando uma réplica da 'Pedra Magdala' in situ, onde foi descoberta. Observe o trabalho de mosaico do piso adjacente no primeiro plano da imagem abaixo.


___________________________________________________________




Vista detalhada de uma réplica da "pedra de Magdala" na exposição perto do local da sinagoga. Foto por Victoria Brogdon

__________________________________________


Detalhe a vista da imagem do menorah que foi inscrita na "pedra de Magdala".

_________________________________________________________


Detalhe a imagem da rosette que foi inscrita na "pedra de Magdala".

__________________________________________________________

Imagens abaixo: Embora séculos de tempo e história reduziram a sinagoga do século I a ruínas, muitas de suas características permaneceram preservadas em condições notáveis, como revelado pelas escavações.








-------------------------------------------------- ---

Bethsaida

Pensado para ser o berço dos apóstolos Pedro, André e Phillip, Betsaida ("Casa do Pescador") era uma comunidade de pescadores ativa durante o tempo de Jesus, e foi elevado ao status de uma cidade grega em 30 EC por Philip, Filho de Herodes, o Grande. Ele a rebatizou Julias, depois de Livia-Julia, a esposa do imperador Augusto. Aqui, Philip foi enterrado, de acordo com o relato histórico de Josefo Flávio. E aqui, ou na área, com base no relato bíblico, Jesus fez milagres, como curar um cego e alimentar a multidão. Como Cafarnaum e Jerusalém, é um dos locais mais citados no Novo Testamento.

Durante séculos, a localização e os restos da Betsaida da época de Jesus e Josefo tinham sido um mistério. Durante os últimos 2.000 anos, os peregrinos haviam procurado as costas setentrionais da Galiléia sem sucesso. Ao contrário de lugares como Cafarnaum e Tiberíades, não parecia haver nenhum traço comumente aceitável e claramente identificável dele em qualquer lugar da paisagem, pelo menos na medida em que qualquer documentação ou tradição histórica confiável pudesse atestar. Interpretação da geografia bíblica e referências poderia talvez fornecer algumas pistas, que os estudiosos utilizados historicamente como parte da base de sua busca para a cidade perdida.

Então, em 1938, o erudito bíblico americano Edward Robinson, ao explorar a região do nordeste ao lado do lago, descobriu um tel prometedor (um monte que contem vestígios archaeological de um estabelecimento). Este telefone, ele sustentou, poderia ser o que resta de Betsaida. Ele foi localizado a aproximadamente 1,5 - 2 km da costa nordeste do lago e apenas a leste do rio Jordão. Não é um local provável para uma vila de pescadores, mantiveram os críticos. Mas os estudos geológicos mais atrasados ​​mostraram que o lago era realmente significativamente mais perto do tel 2.000 anos há. O rifting tectônico, a sedimentação do Delta do Jordão e o maior uso da água do lago ao longo do tempo através da irrigação da terra e aumento da população são todos citados como possíveis explicações para a diferença.

Finalmente, em 1987, o arqueólogo israelense Rami Arav realizou uma sondagem de dez dias sobre esse local de 21 acres, conhecido como et-Tell ("o montículo"), sobre o palpite educado de que o local poderia muito bem ser Betsaida. Suas conclusões preliminares foram positivas, mas muito mais precisava ser feito antes que o site pudesse ser colocado no mapa como um candidato viável. Em 1990, ele e vários colegas criaram o Consórcio do Projeto de Escavações de Bethsaida, um grupo institucional dedicado à exploração do local, pesquisa e análise dos restos mortais e divulgação dos resultados ao público acadêmico e público.Hoje, é de pelo menos dez instituições, com sede no Departamento de Estudos e Programas Internacionais da Universidade de Nebraska em Omaha.

As escavações iniciais no local revelaram realmente um lugar do estabelecimento que tinha sido ocupado em tempos romanos. Os achados salientes incluíram a evidência de um templo romano datado ao 1o século EC adiantado, including remains da fundação, alguns sílios do calcário e elementos arquitectónicos decorados. Vasos rituais, como duas pás de incenso de bronze bem preservadas encontradas dentro da pegada do templo, suportam sua descrição como um templo. Pode ter sido o templo construído por Herodes Philip em honra de Julia Livia. Além disso, foram descobertas casas de estilo pátio típicas do período, estimadas em dois andares. Amphoras de vinho cerâmico e ganchos de poda de videira foram encontrados no porão de uma das casas. As casas foram projetadas como pavimentadas, pátios abertos cercados por várias salas. Dentro delas foram encontradas ferramentas de pesca, como ganchos de pesca, agulhas, pesos de rede de chumbo e âncoras de ferro. Claramente, a pesca era um jogador na economia do assentamento.

__________________________________________


No local de Bethsaida antigo, um lintel do templo romano que uma vez estêve no local no 1o século CE ainda cumprimenta visitantes ao local. Foto por Lori Woodall

_______________________________________________________


Os restos de uma estrutura residencial do período romano em Bethsaida, em que os instrumentos da pesca foram encontrados.

_________________________________________


Restos de uma adega de época romana em Betsaida. Foto de Phil Ruffin

________________________________________________________


Acima e abaixo: Embora Bethsaida é mais conhecido como o 1 º século CE cidade que alguns dos apóstolos chamado casa e onde Jesus dirigida seguidores, arqueólogos desenterraram os restos de uma cidade muito mais velha abaixo. De acordo com o diretor de escavação Rami Arav, foi a antiga capital de Geshure, um reino aliado com Israel durante o século X aC. Esta imagem mostra o "lugar elevado" de seu complexo maciço da porta da cidade. Abaixo foto de Daniela Ciubuc

________________________________________________________

-----------------------



Capernaum, A Primeira Sede do Movimento de Jesus

Nenhum lugar no Mar da Galiléia tem sido mais associado a Jesus do que a antiga vila de pescadores de Kfar Nahum ('aldeia de Nahum'), ou Cafarnaum, como é conhecido pela maioria dos chrsitianos hoje. Estabelecida durante a época dos asmoneus na costa norte do mar da Galiléia, é por tradição pensado para ter sido perto da cidade natal de alguns dos apóstolos de Jesus. Foi aqui que Jesus veio de Nazaré para estabelecer a primeira base de seu movimento. E foi aqui, como relatam os relatos do evangelho, que Jesus realizou uma série de milagres bem conhecidos.

Aqui também ainda permanece arqueólogos permanece atribuir ao século I CE, quando Jesus viveu, bem como períodos posteriores. As estruturas foram construídas principalmente do basalto local, dando-lhes uma aparência cinzenta escura, quase preta, bem como os restos basálticos encontrados no local de Bethsaida a seu leste. As pedras basálticas da fundação do que alguns arqueólogos sugerem são os restos da sinagoga do século I, em que Jesus provavelmente ensinou ainda estava debaixo dos restos visíveis da sinagoga da era bizantina impressionante que atrai tantos visitantes para o local até hoje. Algumas destas pedras do século I podem ser claramente vistas abaixo das pedras de fundação da sinagoga posterior.


Acima: Vista aérea dos restos escavados de Cafarnaum. Avram Graicer, Wikimedia Commons


Acima: Escavado permanece perto da sinagoga bizantina em Cafarnaum. Cavaleiro de Magrietha, Wikimedia Commons


Acima: Vista de uma porção da sinagoga da era bizantina em Cafarnaum. Cavaleiro de Magrietha, Wikimedia Commons


Acima: detalhe da parede da sinagoga de Capernaum, mostrando as pedras basálticas do século I abaixo, considerado por alguns arqueólogos como os restos da sinagoga em que Jesus provavelmente ensinou. Konrad Summers, Wikimedia Commons

-------------------------------------------------- -----------------------

Horas Finais, Morte e Enterro

Mais do que qualquer outra parte da história de Jesus, muito tem sido escrito tanto antigamente como na literatura moderna sobre os últimos dias da vida de Jesus em Jerusalém. Resumidos em uma simples frase, os relatos evangélicos descrevem Jesus sendo julgado perante o sumo sacerdote Caifás, Herodes Antipas, e depois o responsável prefeito romano Pôncio Pilatos, seguido de crucificação nas mãos dos romanos sobre uma cruz no Gólgota (o "lugar de O crânio ") e, em seguida, colocado em uma próxima" nova tumba "sob Joseph de Arimithea facilitação. Tradicionalmente, o local da Igreja do Santo Sepulcro, localizado hoje na parte noroeste da Cidade Velha, é talvez o local mais amplamente aceito tanto da crucificação quanto do próximo túmulo temporário novo em que o corpo de Jesus era, de acordo com Os relatos do evangelho, estabelecidos. Alguns grupos cristãos, particularmente grupos protestantes, afirmam que o túmulo atual deve ser identificado com o que tem sido chamado de "túmulo do jardim", localizado significativamente ao norte da Igreja do Santo Sepulcro. Olhando para o exterior desta tumba, é fácil ver o que foi descrito por muitos ilustradores como a imagem imaginada deste lugar icônico nas histórias do evangelho. Mas os resultados da investigação arqueológica, particularmente a investigação seminal do famoso arqueólogo israelense Gabriel Barkay da Universidade Hebraica, lançaram dúvidas sobre a localização da área do Túmulo do Jardim.

_____________________________________________


O local tradicional do sepultamento temporário de Jesus como aceito por muitos grupos protestantes. Ian Scott, Wikimedia Commons

________________________________________________

Tabor, com base em sua pesquisa, sugere ainda um local diferente para a crucificação e enterro temporário.

"De acordo com Josefo, os romanos realizaram crucificações fora do portão da cidade", diz Tabor. "Antigamente, a porta da cidade era conhecida como a porta oriental, ou porta do tabernáculo."

Isso teria colocado o ponto provável da crucificação para o leste do templo, em oposição ao local noroeste tradicionalmente aceito.

Tabor elabora ainda mais em seu livro, A Dinastia de Jesus : "Um local mais provável para a crucificação de Jesus está no Monte das Oliveiras, a leste da cidade, com vista para o complexo do Templo. Uma de nossas primeiras fontes se lembra da crucificação de Jesus como 'fora do acampamento' (Hebreus 13: 12-13). A expressão técnica "fora do acampamento" foi interpretada como uma distância de pelo menos dois mil côvados (cerca de meia milha) a leste do santuário do Templo.

Teria colocado a crucificação claramente no Monte das Oliveiras, diz Tabor, longe o suficiente do santuário do Templo para evitar a contaminação ritual e em um lugar que teria sido alto e claramente visível para os viajantes que viajam para a cidade sobre a principal viagem pesadamente Estradas apenas a leste. Os romanos eram conhecidos por preferirem crucificações em colinas perto de estradas principais, onde a população seria capaz de ver claramente os exemplos do crucificado como um aviso.

Onde, então, estava a tumba temporária, se não nos terrenos onde a Igreja do Santo Sepulcro está localizada?

Dado os relatos evangélicos sobre a localização do túmulo muito próximo ao local da crucificação, este túmulo também teria sido, segundo Tabor, localizado no Monte das Oliveiras. O Monte das Oliveiras, como a maioria dos estudiosos, historiadores e arqueólogos sabem, possui um número relativamente robusto de túmulos, incluindo tumbas que deram conhecidos nomes vulgarmente contagem evangélica, com base em investigação arqueológica. Mas mesmo sob a suposição de que o Monte das Oliveiras era a verdadeira localização da crucificação, qual desses túmulos poderia ser identificado como o túmulo temporário? Continua sendo um mistério. Não há nenhuma evidência favorecendo nenhum túmulo particular.

____________________________________


Acima: à direita da entrada deste edifício em Jerusalém, as pedras originais do período de Herodian permanecem no lugar. Esta é a estrutura que a tradição detém foi o lugar onde Jesus teve sua "última ceia" com seus discípulos. O quarto superior, como indicado pela janela, é mostrado acima da parede que contém as pedras originais de Herodes. Isto é o que se vê enquanto está no pátio da estrutura.

____________________________________


Acima: Uma visão detalhada da pedra original Herodiana na estrutura que contém o quarto superior. As escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel revelaram um piso do século I abaixo deste nível. Destruído em 70 EC pelos romanos, o edifício que estava aqui abrigou os primeiros seguidores de Jesus como a "sede" do movimento após a morte de Jesus, com Tiago, o irmão de Jesus, na cabeça e os outros apóstolos e Jesus ' Família todos domiciliados e / ou reunidos neste local, segundo Tabor. Tiago, bem como o rei Davi, são tradicionalmente pensados ​​para ter sido enterrado lá. É assim considerada como uma estrutura sagrada e um destino de visitação por judeus e cristãos. 


______________________________________


O Dr. James Tabor está diante do resto da parede de pedra de Herodian / pedra do edifício que caracteriza o quarto superior. Mostra a escala das pedras. Foto por Victoria Brogdon

________________________________________________


Acima e abaixo: Localizado em um local mais baixo no Monte das Oliveiras, o local tradicionalmente designado como o Jardim do Getsêmani, onde Jesus passou suas últimas horas com seus discípulos antes de ser capturado e preso após a traição de Judas. De acordo com Tabor, não se sabe arqueologicamente que este era realmente o local famoso do jardim, mas é representante da vegetação da oliveira e dos jardins que caracterizaram esta parte do Monte das Oliveiras durante o 1o século EC.


________________________________________________________


Acima e abaixo: Cerca de três metros abaixo da superfície, no bairro judeu da Cidade Velha de Jerusalém, encontram-se os restos mortais dos antigos casarões do século I da era dos moradores mais ricos de Jerusalém, vivendo na época de Jesus, conhecido hoje como o Bairro de Herodes. Acima e abaixo estão exemplos de alguns dos restos requintados dos fundamentos e porões destas casas da mansão, que uma vez estêve pelo menos dois andares elevados, escavados por Nachman Avigad. Esta área incluiu as residências das famílias aristocráticas e nobres de Jerusalém e classe superior sacerdotal como o Sanhedrin governante, entre os quais havia personalidades conhecidas dos relatos evangélicos do Novo Testamento, como Caifás.


___________________________________________


Remains do fresco da parede dentro mansion de um residente rico. Foto por Victoria Brogdon

____________________________________________________


Vasos de pedra escavados dos restos do Bairro Herodiano. Entre os residentes judeus, vasos de pedra foram usados ​​para garantir a pureza. Foto por Victoria Brogdon

_________________________________________________


Acima e abaixo, características escavadas da estrutura residencial a maior no quarto de Herodian, dublou o "Mansion House". Tabor sugere que esta estrutura pode ter sido o edifício palacial onde Jesus estava em julgamento diante de Caifás.

_________________________________________


Acima e abaixo: Restos de detalhes ornamentais pródigos ainda podem ser vistos nas paredes da Casa Mansão. A foto abaixo por Victoria Brogdon

_________________________________________


________________________________________________________


Acima: A pedra preservada que pavimenta dentro da casa da mansão. Tabor sugere que este pode ter sido o próprio andar sobre o qual Jesus estava em juízo diante de Caifás.

_____________________________________________


Um grupo arqueológico sob a direção de Shimon Gibson e James Tabor está escavando outra seção de casas antigas que pertenciam às famílias aristocráticas e nobres de Jerusalém do século I dC. Aqui, as escavadeiras têm quartos desenterrados, incluindo um copo de pedra inscrito e uma banheira maravilhosamente preservada. Veja mais sobre esta escavação aqui .Acima da foto por Victoria Brogdon



_____________________________________________________________


Acima: Abraçando a muralha ocidental da Cidade Velha de Jerusalém, esses restos estruturais em frente à muralha turca datam do século I dC e, de acordo com Tabor, são provavelmente os vestígios da famosa área do 'tribunal' O Praetorium romano, onde Pontius Pilot sentou no julgamento de Jesus antes da crucificação. Estas características estruturais foram expostas em escavações arqueológicas durante a década de 1970. "Eles descobriram esses passos que pareciam subir na muralha turca", diz Tabor. No século 1, havia um portão para a cidade neste lugar. "Mas foi completamente destruída", continua Tabor. "Os eruditos concordam que além deste muro havia o palácio de Herodes, mas na extremidade inferior do palácio (mais próximo e apenas do outro lado do muro visto aqui) estava o pretório, o quartel militar onde os soldados estavam estacionados Foi aqui, dentro do Praetorium e do outro lado da parede atual, onde Jesus foi flagelado. " Hoje, um parque de estacionamento armênio ocupa este espaço atrás da parede. Tabor espera escavá-lo no futuro com a perspectiva de possivelmente descobrir vestígios do Praetorium. Foto por Victoria Brogdon

__________________________________________


Uma visão detalhada de uma parede de período herodiana escavada na área que Tabor propõe foi o tribunal de Pilatos.

___________________________________________________________


As pedras, ainda no lugar, onde Tabor e alguns colegas sugerem Pilatos pode ter estado em julgamento de Jesus antes da crucificação.

_________________________________________________________


Acima: Uma planta espinhosa cresce naturalmente perto das pedras do "tribunal" retratadas na fotografia anterior. Quando a pele é exposta aos espinhos da planta, seus elementos tóxicos criar uma erupção irritante ou vergões na pele exposta. Quando a planta morre, no entanto, este elemento tóxico desaparece, mas a planta morta enrola em uma forma como mostrado no exemplo acima. Este exemplo particular foi escolhido em 2016 perto das pedras do "tribunal". Foi encontrado entre um número de outras plantas espinhosas. Era esta a planta de tipo usada pelos soldados romanos para a coroa de espinhos colocada na cabeça de Jesus antes da crucificação? Qualquer associação neste ponto seria puramente especulativa.

__________________________________________________________


A vista do portão oriental da perspectiva elevada do Monte das Oliveiras. De acordo com Tabor, o ponto mais provável da crucificação estava no Monte das Oliveiras. Essa localização também teria proporcionado maior visibilidade às pessoas que passavam pelas principais estradas a leste das muralhas da Cidade Velha, mais consistentes com a prática romana de localizar crucificações e execuções em locais com exposição pública máxima, além de serem consistentes Esta instância com a garantia de uma distância suficiente do sagrado santuário do Templo para minimizar agitação entre a população judaica.

_____________________________________________________________


Peering acima na porta oriental da perspectiva do vale de Kidron.

___________________________________________________________


Acima: Um dos túmulos perto da Igreja de Dominus Flevit no Monte das Oliveiras. Túmulos como este estão espalhados no Monte das Oliveiras, e foi em um desses túmulos (o "novo túmulo" de acordo com os relatos do evangelho), onde Tabor sugere que Jesus foi temporariamente posto depois que seu corpo foi removido do local da crucificação. O túmulo mostrado acima foi preenchido com um número de ossuários (caixas de osso de calcário em que as famílias judaicas do século I enterraram os ossos dos membros da família falecidos um ano após a decomposição do corpo) para fins de exibição pública.

________________________________________________________

Túmulos, seguidores adiantados, ea família de Jesus?

Arguably nenhum evento levantou mais atenção e a controvérsia para Tabor do que a descoberta agora famosa ea investigação das duas tumbas descobertas no Talpiot do leste, ou comunidade de Armon HaNetziv, em Jerusalem, menos de três quilômetros sul da cidade velha. Tabor e alguns de seus colegas têm argumentado que estas descobertas de túmulos são conhecidas popularmente como "túmulo da família de Jesus" ou "túmulo do jardim" (por causa de um jardim adjacente - não deve ser confundido com o tradicional túmulo do jardim) , Juntamente com o muito divulgado "ossário de Tiago", pode fornecer a evidência arqueológica mais direta e conexão jamais encontrada com relação a Jesus, sua família e os primeiros seguidores de Jesus, mais tarde conhecidos como cristãos.

O Túmulo do Jardim

Em uma cidade como Jerusalém, o trabalho de construção, muitas vezes revela inadvertidamente tesouros históricos que não poderiam nunca ser descoberto por pesquisadores arqueólogos. Em 1980, foi exatamente isso que aconteceu. A detonação da dinamite para pavimentar o caminho para a construção de um novo complexo de apartamentos na região leste de Talpiot em Jerusalém havia exposto o que parecia ser a entrada de um túmulo. O que teria sido a área externa do pátio do túmulo, infelizmente, havia sido destruída na explosão. Mas a entrada interior, com uma fachada com uma viga de pedra, um símbolo de círculo e abertura retangular, foi exposta, um recurso convidativo para qualquer aventureiro. Os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel foram convocados para investigar o túmulo como uma operação de salvamento rápido e as escavações começaram em 28 de março de 1980 com uma equipe sob a supervisão do arqueólogo do distrito Amos Kloner, incluindo os arqueólogos Joseph Gath e Eliot Braun, junto com três ou quatro escavadoras. A escavação inicial revelou seis nichos de enterro, oukokhim , cinco deles contendo ossuários, duas prateleiras de seis pés de comprimento ouarcosolia (usadas para colocar detritos para decomposição antes que os ossos fossem coletados e armazenados nos ossuários um ano depois) Fragmentos nas prateleiras, bem como outros restos do esqueleto, incluindo crânios, no chão antigo abaixo das prateleiras.Dez ossários foram registrados dentro do túmulo.

Mas não foi até 1996, quando um relatório foi compilado sobre a descoberta, estimulado pela atenção da mídia sobre relatos de que os túmulos ossuários featured inscrições de nomes associados a Jesus, incluindo o próprio Jesus. Mas, nessa época, muitas informações haviam sido perdidas ou não registradas, e os ossos dentro do túmulo haviam sido devolvidos às autoridades religiosas ortodoxas para reenterramento em covas comuns.

_________________________________________


A fachada interior / entrada para o Jardim Tomb (Talpiot A, 'Jesus Family Tomb') como exposto após a explosão da construção. O componente do pátio externo do túmulo foi destruído na explosão. Wikimedia Commons

______________________________________________________

O maior respingo da mídia sobre o túmulo e seu conteúdo não surgiu, no entanto, até depois de uma re-investigação iniciada por uma equipe criada pelo cineasta e jornalista investigativo Simcha Jacobovici em 2004, recrutando Tabor como consultor acadêmico. Ainda havia algumas questões pendentes sobre o túmulo, e não menos importante era a questão de saber se o túmulo e seu conteúdo poderiam razoavelmente ser associados com o histórico Jesus de Nazaré e sua família. Os nomes inscritos em cada um dos cinco ossuários levantou algumas sobrancelhas, para dizer o mínimo - Yeshua bar Yehosef (Jesus filho de José); Maria (Maria);Mariamene Mara (interpretada de fontes antigas para ser outra palavra para Maria Madalena, o Mestre ou "a Senhora"); Yosef (Joses - um irmão de Jesus); E Yehuda bar Yeshua (Judá, filho de Jesus).

___________________________________________


Uma laje de concreto (mostrada acima como se olha para baixo a partir de cima, centro da foto, e abaixo, de perto) cobre agora a entrada para o Túmulo de Jardim, assim chamado por causa da área do jardim circundante.


_________________________________________________________


Acima: Um trabalhador que remove a cobertura de laje de concreto da tumba para adquirir acesso para a equipe de investigação. Foto cedida por William Tarant 

___________________________________________________________


Entrando no túmulo depois que a laje foi removida. A fachada da entrada interna ao túmulo pode ser vista. Foto cedida por William Tarant

_____________________________________________


O distintivo chevron e círculo fachada poderia ser claramente visto como os investigadores estavam em frente no fundo do eixo para o túmulo. A entrada retangular mostra como o túmulo tinha sido preenchido com livros e manuscritos, usado como uma genizah , uma vez que foi investigado pela primeira vez anos antes. Foto cedida por William Tarant

_____________________________________________


Acima e abaixo: Livros e manuscritos descartados tinham acumulado dentro do túmulo ao longo de vários anos, obstruindo os nichos de enterro. Por causa da natureza sagrada da palavra impressa para Yahweh (Deus), os documentos não são queimados para que eles sejam enterrados. Fotos cortesia de William Tarant 


___________________________________________________________


Acima e abaixo: Dentro do túmulo, a arcosolia, bancos usados ​​para suportar corpos envoltos enquanto se decompõem antes de serem colocados em ossuários um ano depois, ainda estão claramente definidos. Os nichos abaixo da arcosolia continham os ossários, que tinham sido removidos na investigação anterior, pelo menos alguns dos quais podem agora ser vistos no Museu de Israel em Jerusalém. Fotos cortesia de William Tarant

______________________________________________


____________________________________________________________


O ossuário "Judá, filho de Jesus", mostrando a inscrição. Deror Avi, Wikimedia Commons

______________________________________________


Ossário de 'Jesus Filho de José', como exibido no Museu de Israel. Deror Avi, Wikimedia Commons

______________________________________________

Isso era de fato uma evidência direta para Jesus de Nazaré e membros de sua família? E provou que o corpo de Jesus foi de fato colocado em um segundo túmulo permanente após o primeiro túmulo temporário? Além disso, e talvez igualmente controverso, ele provou que Jesus pode ter sido casado e gerado uma criança chamada Judá?

Escusado será dizer que uma ampla gama de estudiosos e autoridades eclesiásticas têm vociferamente contestado estas noções. Eles apresentaram uma série de razões pelas quais essas descobertas não poderiam estar relacionadas com o Jesus dos evangelhos. O argumento mais proeminente avançou a sugestão de que os nomes inscritos nos ossários eram nomes comuns para as pessoas que vivem no 1 º século CE Jerusalém área. De fato, quando os nomes foram considerados individualmente, alguns dos nomes claramente atenderam a essa explicação. (Usando dados conhecidos sobre a população do CE do século I e aplicando estudos de análise estatística, Maria, ou Maria, por exemplo, responde por quase 22 por cento dos nomes femininos conhecidos na área para o período, segundo estudos - embora Yeshua, o equivalente grego Sendo Jesus, apenas 3,9%).

Mas o teste mais convincente, de acordo com Tabor e alguns outros estudiosos, reside na combinação única de nomes em um só lugar. Quando analisados ​​estatisticamente dessa forma, dizem eles, a probabilidade de que o túmulo e seus conteúdos sejam os do relato evangélico de Jesus, e os membros de sua família, sobe significativamente - tão alto, de fato, que se torna possível, ao contrário de possível . Entre duas outras grandes descobertas, e a probabilidade sobe ainda mais:

O Ossário de James

A história quebrou em 21 de outubro de 2002, conferência de imprensa de Washington co-organizado pelo Discovery Channel e da Sociedade de Arqueologia Bíblica, quando a existência de um ossuário de 2.000 anos de idade foi anunciado, com uma inscrição que supostamente forneceu o mais antigo Conhecido registro arqueológico de Jesus de Nazaré. A inscrição no ossuário apresentava, em aramaico, as palavras Ya'akov bar-Yosef akhui diYeshua , que em inglês traduz como "Tiago, filho de José, irmão de Jesus", originalmente traduzido por André Lemaire, um renomado epígrafe semítico. Assumindo que este era de fato o ossário de Tiago, o Justo dos relatos do evangelho - o irmão de Jesus e a cabeça do movimento cristão primitivo em Jerusalém após a morte de Jesus - o anúncio criou um movimento de mídia que reverberou em todo o mundo e pôs em movimento um Uma série de acontecimentos que, como abrir a caixa de Pandora, se tornaram uma história que adquiriu proporções muito maiores do que os jogadores iniciais tinham inicialmente pretendido.

Mas o ossário surgiu do mercado de antiguidades, não uma investigação arqueológica controlada, e uma série de investigações da Autoridade de Antiguidades de Israel em 2003 levou a uma determinação de que o "ossário de James" era uma falsificação. Oded Golan, coletor e proprietário da caixa, foi acusado de 44 acusações de falsificação, fraude e decepção. No entanto, depois de um julgamento de sete anos com 120 sessões em que o juiz ouviu 126 testemunhas e dezenas de especialistas, produzindo 12.000 páginas de depoimentos com um veredicto final de 475 páginas, Golan foi absolvido das acusações de falsificação.

Poucos argumentam hoje que o "Ossuary de James" não é autêntico, mas a autenticidade da inscrição, particularmente o "irmão de Jesus" segmento da inscrição, está ainda aberta ao debate acadêmico. Contudo, vários estudiosos / cientistas apoiaram a observação de que uma pátina antiga autêntica (a fina camada bioquímica que se forma na superfície do material à medida que o objeto envelhece) foi encontrada dentro das gravuras da inscrição, indicando que toda a Linha da inscrição é autêntica, pelo menos em termos de idade.

O que então, pode-se perguntar, isso tem a ver com o Túmulo do Jardim?

"Muito", diz Tabor. Ele aponta, por exemplo, para o recente e muito divulgado estudo de 2006 que concluiu que o ossário de James realmente se originou dessa tumba. Esse estudo foi conduzido por uma equipe de cientistas liderada por Amnon Rosenfeld da Sociedade Geológica de Israel. Os resultados, depois de testes cuidadosos, indicaram que a pátina antiga encontrada dentro das letras inscritas no ossuário era de fato autêntica, apoiando a autenticidade da inscrição. Mas nesse estudo, a equipe também realizou testes e uma análise avaliativa da composição química comparativa das acréscimos de patina em ossuários e superfícies interiores de 14 outras cavernas de enterro, incluindo o Túmulo de Jardim. "A premissa dos testes foi que os ossários acumulam assinaturas bioquímicas distintas e mensuráveis, baseadas nos ambientes de cavernas em que passaram os últimos dois milênios", escreve Tabor. Mesmo duas cavernas em estreita proximidade entre si iria suportar assinaturas químicas diferentes. Mas os resultados mostraram que o ossário de James tinha a mesma assinatura química que os ossários que foram testados a partir do Túmulo de Jardim, incluindo a assinatura química das paredes e teto daquele túmulo. "Em contraste," escreve Tabor, "a assinatura da patina do ossuário de James diferiu consideravelmente da composição química dos ossuários das outras treze cavernas funerárias." 


De acordo com Tabor e alguns outros colegas, o ossário de James, portanto, veio originalmente do Túmulo do Jardim.

_____________________________________________


Acima, o ossário de James. Abaixo, uma vista do close up da inscrição no ossuary. Paradiso, Wikimedia Commons

___________________________________________


__________________________________________________________

Quando e como o ossuário foi separado do túmulo permanece um mistério. Mas o exame da meteorização na superfície do ossuário, em comparação com os outros ossuários do túmulo de Jesus, sugeriu que o ossuário havia desaparecido do túmulo, talvez saqueado na antiguidade, por pelo menos duzentos anos.

Assim, de acordo com Tabor (que não está sozinho nesta asserção), acrescentando o ossário de James ao anel de objetos e nomes da Tumba do Jardim estatisticamente levanta a probabilidade de identificação do túmulo com Jesus de Nazaré e sua família para uma certeza quase .

Isso prova que este túmulo é de fato o túmulo de Jesus de Nazaré e sua família?

Tabor qualifica suas declarações sobre o túmulo. "Nós não acreditamos que as estatísticas sozinhas provem de uma forma ou de outra que o túmulo de Talpiot Jesus é o de Jesus de Nazaré, mas as estatísticas mostram que a afirmação freqüentemente repetida de que muitas tumbas em Jerusalém provavelmente teriam um conjunto semelhante de nomes é falso." 

Mas há mais a tudo isso ............

O túmulo do pátio

Apenas um ano após a descoberta inicial do Túmulo de Jardim, uma explosão de dinamite, novamente associada a trabalhos de construção de complexos de apartamentos, expôs outro túmulo antigo a apenas 60 metros ao norte do Túmulo de Jardim anteriormente exposto.Novamente, Amos Kloner foi chamado para investigar o túmulo. Ele só podia entrar no túmulo através de uma quebra no teto. Sua antiga entrada quadrada estava fechada, selada por uma grande pedra "rolha". O que viu pela primeira vez foi uma câmara quadrada de 3,5 x 3,5 metros de altura. Corte em e ao longo de três de seus lados eram nove nichos de enterro gabled gravados, aproximadamente 2 medidores de profundidade, três em cada lado. Cada nicho foi selado na frente com uma pedra de bloqueio. Kloner observou restos esqueléticos nos nichos, com restos mortais importantes de enterro em quatro deles, significando que aqueles restos esqueléticos ainda não tinham sido colocados permanentemente em ossuários.Também foram encontrados alguns utensílios de cozinha colocados em três locais no chão.

Kloner não teve muito tempo para examinar o túmulo. Logo, ele foi forçado a deixar o túmulo protestando contra os judeus ultra-ortodoxos, determinados a proteger a santidade do túmulo. Mas isso não foi antes que ele pudesse adquirir um ossário menor para exame - um ossuário decorado sem inscrição, apto para os restos de uma criança. Ele confiou-o à custódia das autoridades da IAA em sua sede Rockefeller (O ossuário é agora parte do Estado de Israel coleções).

Apesar dos protestos, Kloner e a IAA estavam determinados a investigar a descoberta.Embora tivesse que partir do país para cumprir outro compromisso, confiou a dois arqueólogos do IAA, o falecido Joseph Gath e Shlomo Gudovitch, para continuar a investigação. Ao retornar ao local, eles foram capazes de remover as pedras de bloqueio dos nichos e examinar os osários dentro, um total de sete, tirar fotografias e gravar suas posições.Todos os ossários, mas um foram decorados e dois foram observados com inscrições gregas.Eles passaram vários dias no local da tumba, removendo os ossários de seus nichos e abrindo suas tampas para um exame mais aprofundado. Enquanto se preparava para levantar os ossuários até o teto da tumba para transportá-los para a sede da IAA Rockefeller, eles foram novamente impedidos de completar a tarefa por um grupo de manifestantes ultra-ortodoxos judeus. Os sete ossuários remanescentes foram devolvidos aos seus nichos, embora não todos em suas posições originais. Ali permanecem até hoje.

Não foi até 2005, mais de 25 anos depois, que uma nova equipe arqueológica foi montada para dar uma outra olhada no túmulo (hoje conhecido como o túmulo "Talpiot B" ou "Pátio") e seu conteúdo. Esta última pesquisa e documentação foi conduzida por uma equipe que incluiu uma mistura de especialistas, incluindo o bem conhecido produtor canadense de cinema e diretor Simcha Jacobovici, Tabor e notável arqueólogo Rami Arav da Universidade de Nebraska, o principal produtor canadense Felix Golubev, dois Os principais especialistas técnicos Walter Klassen e William Tarant, eo Dr. James H. Charlesworth do Princeton Theological Seminary como consultor acadêmico. O que motivou a nova iniciativa foi a proximidade do túmulo com outros dois túmulos, sendo o primeiro o Túmulo de Jardim anteriormente descoberto; E o segundo, um túmulo destruído na maior parte em 1980 por uma explosão da dinamite durante preparações para trabalhos de construção.

"Foi a proximidade dessas três tumbas ea possibilidade de que elas fossem agrupadas em uma propriedade rica no século I dC, o que nos levou a solicitar uma autorização para realizar mais investigações", relatou Tabor em seu Relatório Preliminar sobre o Pátio Exploração de túmulos. A vizinhança imediata das três tumbas também incluiu os restos de um banho ritual emplastrado (ou mikveh), cisternas de água e uma antiga prensa de azeite.Joseph Gath, que examinou a área, determinou que eles, incluindo as tumbas, pertenciam a uma propriedade agrícola grande e rica. Eles eram provavelmente os túmulos familiares do dono da propriedade. "O objetivo de nossa investigação foi determinar se o túmulo do" pátio ", ainda intacto, poderia conter nomes ou outras evidências que nos forneceriam mais dados que possivelmente poderiam lançar luz sobre o Túmulo de Jardim adjacente com seu intrigante conjunto de nomes" Informou Tabor no relatório preliminar.

Mas a exploração mais profunda do túmulo agora enfrentava obstáculos quase insuperáveis, incluindo a exigência das autoridades ortodoxas de que o túmulo permanecesse sem ser tocado ou perturbado, o desafio de obter permissões de várias fontes diferentes, cada uma com uma agenda diferente e um conjunto diferente Dos interesses a considerar e salvaguardar, eo espaço de limpe extremamente limitado em torno dos ossuários dentro dos niches do enterro do túmulo. O que seria necessário seria uma sonda sem precedentes "mãos-fora" do conteúdo do túmulo. Para conseguir isso, a equipe surgiu com um único braço robótico e câmera / vídeo montagem especialmente concebidos para a tarefa.

Os resultados, após meticulosos esforços e ajustes de meio curso, foram nada menos que surpreendentes. Além dos achados da investigação inicial de Kloner, a equipe conseguiu distinguir os detalhes de quatro ossários com gravuras ornamentais, um ossuário simples e dois ossuários com inscrições e inscrições únicas.

Foram os dois últimos ossários, designados como ossários 5 e 6, que causaram a agitação. O Ossuary 5 mostrou uma fachada dianteira ornamental com rosettes gêmeos e borda elaborada do friso. Curiosamente, entre as rosetas havia uma inscrição grega de quatro linhas. O uso do grego não seria necessariamente considerado extraordinário. O texto traduzido, no entanto, lendo como se fosse um epitáfio, era bastante extraordinário nessas circunstâncias. Mais incomum ainda era o uso da palavra para o nome de Deus, Yahweh, escrito em grego em um ossário do século I, no que é claramente um túmulo pertencente a uma família judaica da época, e palavras que expressaram um levantamento ou ressurreição ( O 6 de janeiro, originalmente (quando explorado por Kloner) na primeira posição mais próxima da entrada do túmulo, apresentava talvez as marcas mais interessantes. Sua frente mostrava o que a equipe interpretava Como a imagem de um peixe, incluindo a cauda, ​​as barbatanas e as escamas, com o que parecia ser uma figura humana semelhante a uma vara, com uma grande cabeça saindo da boca, ao longo da borda superior uma série de imagens menores em forma de peixe. Incisão na extremidade esquerda havia um círculo em forma de sino que apresentava uma cruz para dentro, e na extremidade direita havia uma imagem que parecia ser um corpo e uma cauda em escala de um peixe, embora apenas a parte inferior dele seja mostrada, inclinada. A cabeça do peixe foi inscrito o que foi interpretado como o nome "Jonas" - e foi essa descoberta que Ossuary 6 tornou-se popularmente conhecido a partir deste ponto em diante como o "Ossuary Jonah".

"Levante-se para o céu", um peixe, uma imagem que emerge da "boca" do peixe, eo nome "Jonah". Então o que significavam essas descobertas?

As descobertas de Ossuary 5 e Ossuary 6 tornaram-se talvez a descoberta mais sensacional e mais controversa emergindo da tumba. De acordo com a interpretação da equipe de investigação, isso não era apenas porque podiam ser imagens de um peixe, um animal, num ossário judaico do século I (algo que teria sido proibido pelo judaísmo do século I), mas porque a imagem era semelhante à Que vimos nos séculos III e IV CE túmulos cristãos das catacumbas em Roma - o "sinal de Jonas" (como em Jonas e o peixe grande, ou baleia, do relato bíblico), imagens que são conhecidas por ter simbolizado a ressurreição Entre os primeiros cristãos. De acordo com Tabor e colegas, estes poderiam agora ser os primeiros achados arqueológicos conhecidos relacionados com os primeiros seguidores de Jesus, ou cristãos.

A interpretação de Tabor tem, desnecessariamente, causado uma tempestade de debate entre estudiosos. Entre eles está o próprio Kloner, o arqueólogo inicial do IAA que investigou o túmulo após sua descoberta, que agora interpreta a imagem dos peixes no ossário de Jonah não como um peixe, mas como um vaso funerário ou ânfora (juntando-se a vários estudiosos que sugerem a mesma interpretação ), E que a inscrição grega não deve ser interpretada como uma "elevação" ou ressurreição, mas na verdade como um aviso expressando uma proibição de perturbar os ossos da tumba.

Enterrada?

Apesar da controvérsia, a peculiar iconografia do Túmulo do Pátio e sua proximidade com o Túmulo do Jardim poderia estar dizendo algo mais, diz Tabor. Poderia ser mais um indicador de que o Túmulo de Jardim é, de fato, o túmulo da família de Jesus de Nazaré e, não sem grande controvérsia, o lugar de descanso final do próprio corpo de Jesus, Maria, sua mãe, Maria Madalena - considerada O companheiro íntimo de Jesus tanto pelo cânone bíblico como por outros relatos antigos - e uma criança que era "filho de Yeshua, ou Jesus. E agora Tiago, filho de José e irmão de Jesus.

Quando todas as peças são colocadas juntas - o Túmulo do Jardim ("Família de Jesus"), o Túmulo do Pátio ("Ressurreição") eo Ossário de James, mantém Tabor e seus colegas, então as descobertas e interpretações fazem a identificação do Túmulo de Jardim Como o túmulo de Jesus de Nazaré um caso "slam-dunk".

________________________________________


O pátio do complexo de apartamentos hoje, sob o qual o seu homônimo Patio Tomb (ou 'Tumba da Ressurreição') está localizado. Como o Túmulo de Jardim, está agora fechado da entrada.

_________________________________________


Vista do nicho com ossuary dentro do túmulo do pátio, mostrando pedras de bloqueio. Crédito da foto: William Tarant, GE Inspection Technologies e Associated Producers, Ltd.

__________________________________________


Vista de câmera remota de um dos nichos de túmulos contendo ossuários. A equipe poderia ver que manobrar câmeras dentro dos espaços seria um desafio, para dizer o mínimo. Crédito da foto: William Tarant, GE Inspection Technologies e Associated Producers, Ltd.

___________________________________________


As brechas estreitas entre os ossários e as paredes dos nichos apresentaram um grande problema para uma sonda de câmera. Crédito da foto: William Tarant, GE Inspection Technologies e Associated Producers, Ltd.

____________________________________________________


_____________________________________________________________


Acima e abaixo: Vistas das imagens inscritas descobertas no "Ossuary Jonah", tornado possível através do sistema de câmera de braço robótico concebido pelos engenheiros da equipe. Crédito da foto: William Tarant, GE Inspection Technologies e Associated Producers, Ltd.


________________________________________________________________


Closeup vista do ossuário 6 com YONAH inscrição destacada. Crédito de fundo da foto: William Tarant, GE Inspection Technologies e Associated Producers, Ltd.