terça-feira, 21 de agosto de 2012

o Deus Pai de Jesus e o Deus de Marcião



NÃO MATARÁS

Ex. 20:13


Este é o sexto mandamento da lei de Jeová. Quem lê os dez mandamentos da lei de Jeová fica com a forte impressão de que não são apenas ordens a serem obedecidas e cumpridas, mas também encontramos neles, de forma singela, o caráter moral de Deus na sua mais pura impressão. O decálogo é a fotografia escrita de Jeová.

Quando Jeová diz: NÃO MATARÁS, ele está afirmando que não quer a morte do homem.


“Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová convertei-vos pois e vivei” (Ez. 18:32).

“Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva: convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez. 33:11).

Estas declarações de Jeová Deus nos fazem compreender o valor que o criador dá ao homem ímpio, isto é, não bom, que é o que quer dizer a palavra ÌMPIO. O ímpio é o pecador perdido. Com estas três declarações, Jeová Deus nos leva a entender o valor da alma humana aos olhos de Deus. É tanto esse valor que o apóstolo João diz:


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).


Paulo apóstolo diz: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores; dos quais eu sou o principal” (I Tm. 1:15).

E continua falando o grande apóstolo dos gentios:

“Que diremos pois a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm. 8:31).

Deus é a favor do ímpio, isto é, do pecador perdido. Por isso Jeová Deus declarou que não quer, não deseja e não tem prazer na morte do ímpio pecador, antes quer e deseja que o ímpio se converta dos seus maus caminhos e viva, por isso fala pela boca de Isaías, dizendo:

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta a Jeová que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is. 55:7).

Jeová ama os homens e não quer matá-los, então, nas tábuas da lei, escreveu o sexto mandamento: NÃO MATARÁS. Ele, que se diz o criador dos homens, não quer que o homem morra, e assim proíbe o próprio homem de matar o semelhante. Mesmo antes de dar sua divina lei, Jeová aborrecia o homicídio, e Caim recebeu a maldição de Jeová por ter matado a seu irmão Abel.

“E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue de teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra” (Gn. 4:10-12).

É um crime hediondo tirar a vida do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Logo após o dilúvio, disse Deus a Noé:

“E certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo animal o requererei; como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem” (Gn. 9:5-6).


A vida do homem é tão importante, que mesmo de um animal selvagem e sem entendimento algum, Deus vai requerer a vida do homem morto.

Se Deus, nas páginas das Sagradas Escrituras, dá tanto valor à vida do homem, tanto no Velho como no Novo Testamento, e se o próprio Jeová proíbe tirar a vida do homem, então pergunta-se:

1- Por que Jeová matava e destruía os homens? Gn. 6:7

2- Por que os matava com requintes de vingança? I Sm. 15:2-3
3- Por que matava inocentes? Is. 14:21
4- Por que ensinava a matar? Dt. 13:6-9
5- Por que Jeová se deleitava em matar e destruir? Dt. 28:63


A graça sobre os do Novo Testamento e a falta da graça sobre os do Velho Testamento comprometeu a justiça de Deus. Era o próprio Jeová quem matava os homens. Ele era bom para uns e mau para outros.


“Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo: eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro; e ninguém há que escape da minha mão” (Dt. 32:39).

Analisemos um caso envolvendo o caráter do Deus Jeová. Quando Caim matou Abel, Jeová lhe chamou a atenção dizendo que a terra abriu a boca para receber o sangue de Abel (Gn. 4:8-12). Caim, até a morte, se tornou maldito de Jeová. Mas no livro de Números temos uma história semelhante. Leiamos o trecho:

“E Coré, filho de Jizar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã, e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rubem, e levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, maiorais da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome. E se congregaram contra Moisés e contra Arão, e lhes disseram: Demais é já, pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e Jeová está no meio deles: por que pois vos elevais sobre a congregação de Jeová?” (Nm. 16:1-3).


Foi uma rebelião. Aqueles três homens queriam tomar à força o lugar de Moisés no comando da congregação de Israel. Depois de uma discussão, Moisés ordenou ao povo que se afastasse das tendas daqueles três homens. Datã e Abirão se puseram à porta das suas tendas, juntamente com suas mulheres, e seus filhos e suas crianças (Nm. 16:27).

“Então disse Moisés: Nisto conhecereis que Jeová me enviou a fazer todos estes feitos, que do meu coração não procedem. Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como se visitam todos os homens, então Jeová me não enviou. Mas se Jeová criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então conhecereis que estes homens irritaram a Jeová. E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu; e pereceram no meio da congregação” (Nm. 16:28-33).


Caim se irou contra seu irmão Abel e fez com que a terra abrisse a sua boca para receber o seu sangue, fato este reprovado e condenado por Jeová. Mais tarde, Jeová, irado contra Coré, Datã e Abirão, faz com que a terra abra a sua bocarra e engula vivas famílias inteiras incluindo mulheres, filhos e crianças? Matar os filhos, pelos pecados dos pais era proibido pelo próprio Jeová na sua lei dada a Moisés no monte Sinai.


“Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada qual morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16).

Que se pode esperar de um povo cujo governo não respeita as próprias leis? Façam o que eu digo e não façam o que eu faço? Jesus, sobre este comportamento diz as seguintes palavras:

“Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam;” (Mt .23:2-3).


Estaria Jesus fazendo alguma alusão, ao comportamento de Jeová, que trouxe à luz várias gerações de hipócritas? Uma coisa jamais poderá ser negada ou contestada. Jeová pecou contra o seu próprio mandamento, mas não pode ser julgado e amaldiçoado como Caim. O que mais compromete a justiça de Jeová é o fato de afirmar que não tem prazer na morte do pecador, antes deseja que se converta dos seus maus caminhos e viva. Esta afirmação parece hipócrita quando mata indiscriminadamente crianças inocentes e que nunca pecaram, só porque Jeová aborreceu os pais.

Essa história de aborrecer é algo que não fica bem para um Deus. Não se coaduna com a natureza de Deus. Aborrecer é sentir horror a alguém, abominar, detestar, desgostar, sentir aversão, enojar-se, etc. Aborrecer ou amar são movimentos da alma imperfeita dos seres humanos. As almas só evoluem, quando se libertam dessas paixões inferiores, e aprendem a perdoar, amar, esperar. Um homem só é racional quando não se deixa dominar por um ímpeto negativo. Um homem educado não revela nos seus atos nada que possa comprometer a sua dignidade diante dos outros, mas um homem verdadeiro não pensa nem sente nada que possa escandalizar a sua consciência. Um homem educado tem vergonha em público, mas um verdadeiro homem tem vergonha de si mesmo; ter vergonha só em um público é ser hipócrita. Até as meretrizes se vestem em público.


Aborrecer o próximo é próprio das pessoas ignorantes e medíocres. O apóstolo João, chamado apóstolo do amor, aquele que estava sempre recostado no peito de Jesus, e aprendeu na escola do amor do Mestre dos mestres, nos ensina os seguinte:


“Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (I Jo. 2:10-11).


“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanecente nele a vida eterna” (I Jo. 3:14-15).


Aborrecer alguém, à luz do Evangelho, é um sentimento tão baixo e mesquinho, que o apóstolo do amor enquadra como homicídio. O Deus, que Jesus Cristo veio revelar, e a quem chamava PAI NOSSO, nunca aborreceu ninguém pois ama a todos, bons ou maus, justos ou injustos, sãos ou doentes, santos ou pecadores. Esse amor de Deus é expresso no Evangelho de João com as seguintes Palavras:


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).

Querendo o apóstolo João deixar bem clara a verdadeira natureza do Deus Pai revelado em Jesus Cristo, continua dizendo:

“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é caridade” (I Jo. 4:7-8).


É pena que Jeová aborreça seus filhos - Salm.11:5 e 78:59.

Jesus Cristo, cuja missão foi revelar o Pai, o reino do Pai, a vida eterna que está no Pai e o amor que vem do Pai, afirma que para se descobrir quem é o Pai não se deve esmiuçar textos comparativos do Velho e Novo Testamento para provar convicções teológicas. Assim como pelo fruto se conhece a árvore, pelas obras se conhece o verdadeiro Deus. Leiamos as declarações de Jesus, quando Filipe lhe interrogou dizendo:

“Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta” (Jo. 14:8).

“Disse-lhes Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? quem me vê a mim vê o Pai: e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o
Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai em mim: crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras”(Jo. 14:8-11).


Jesus está ensinando que o verdadeiro Pai não é conhecido por palavras, profecias, afirmações pessoais, demonstrações de poder, juízos, destruições, mortandades, pestes e pragas, mas pode ser conhecido através das obras de Jesus Cristo, isto é, através das obras do amor. Disse Jesus aos religiosos da sua época:


“Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? (Jo. 10:32).


“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim, eu nele” (Jo. 10:37-38).


“Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim” (Jo. 10:25).


As obras de Jesus, que são as mesmas do Pai que o enviou, são as obras do amor. Jesus a ninguém aborreceu e nem odiou, nem condenou. Jesus nunca julgou ou matou alguém. Quanta paciência, quanta humildade, quanta misericórdia! Suas palavras eram: Nem eu te condeno, vai-te em paz e não peques mais. Teus pecados te são perdoados. A salvação entrou nesta casa. Vinde a mim os cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Eu e o Pai somos um, repetia constantemente.


Jesus era imutável. Era o verdadeiro amor (Jo. 10:30).

O Pai é o que Jesus é, e nunca foi diferente, por isso está escrito:

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb. 13:8).

“Toda a boa dádiva, e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg. 1:17).
Jeová, ao contrário do Pai e do Filho, sofre mudanças tremendas.
Provemos na páginas Sagradas da Bíblia com as palavras de Jeová.


“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho” (Os. 11:1) .

“Deus ouviu isto e se indignou; e sobremodo aborreceu a Israel” (Sl. 78:59).
Como pode um pai que ama o filho, aborrecê-lo? Alguém vai tentar explicar que o filho era desobediente. O problema, porém, não está na desobediência do filho, mas no caráter mutável de Deus Jeová, que se contrapõe ao amor imutável de Jesus e seu Pai, como lemos acima. Há outros textos bíblicos que revelam o ódio de Jeová:


“Jeová prova o justo; mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência” (Sl. 11:5).


“Jurou o Senhor Jeová pela sua alma, o Senhor Deus dos exércitos: Tenho abominação pela soberba de Jacó, e aborreço os seus palácios; e entregarei a cidade e tudo o que nela há” (Am. 6:8).


“Os loucos não pararão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a maldade” (Sl. 5:5).


“Eu vos amei, diz Jeová; mas vós dizeis: Em que nos amaste? Não foi Esaú irmão de Jacó? disse Jeová; todavia amei a Jacó e aborreci a Esaú: e fiz dos seus montes uma assolação, e dei a sua herança aos dragões do deserto” (Ml. 1:2-3).


Aborrecer, como dissemos, é odiar, detestar, abominar. Temos assim, duas coisas incompatíveis com a natureza de um Deus. A primeira é aborrecer, sentimento que no Novo Testamento é ser cego, homicida e andar em trevas (I Jo.2:11 e 3:15). É possível que o apóstolo João estivesse enquadrando Jeová e seus seguidores, isto é, todos quantos, por não receberem o amor do Pai e de seu Filho, andam em trevas e aborrecem seus desafetos. Lemos no livro de Exôdo:


“E o povo estava em pé de longe: Moisés, porém, se chegou à escuridade onde Jeová estava” (Ex. 20:21).


Davi nos revela em seus salmos que Jeová se oculta nas trevas:


“Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus” (Sl. 18:11).


Ocultar-se nas trevas é condenado por João no seu Evangelho:


“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz para que as sua obras não sejam reprovadas” (Jo. 3:19-20).

A lei dada por Jeová foi reprovada no Novo Testamento:

“Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb. 7:18-19).


Leiamos algumas passagens que comprometem a lei e Jeová:


“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm. 3:20) - Palavras de Paulo.


“Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte” (Rm. 7:5).


“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;” (Rm. 8:3).


“Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co. 15:56).


“Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl. 3:10).


Jesus, conhecedor dos propósitos do Pai, conclui dizendo:


“A lei e os profetas duraram até João: desde então é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele” (Lc. 16:16 ).

Sendo a lei tão danosa para o homem, dá para se entender porque Jeová a deu do meio das trevas, pois as obras da lei não aperfeiçoam:

“Estas palavras falou Jeová a toda a vossa congregação no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, e nada acrescentou: e as escreveu em duas tábuas de pedra, e a mim mas deu. E sucedeu que, ouvindo a voz do meio das trevas e vendo o monte ardente em fogo, vos achegastes a mim, todos os cabeças das vossas tribos, e vossos anciãos;” (Dt. 5:22-23).


Voltando atrás, quando Jeová fez a terra abrir a boca para tragar vivos Coré, Datã e Abirão, com suas mulheres, filhos e crianças (Nm. 16:17). Após a injusta morte das mulheres, filhos e criancinhas, saiu fogo de Jeová e consumiu os 250 homens, todos maiorais da congregação e varões de nome (Nm. 16:2, 35)!


É preciso ressaltar que os filhos de Coré não morreram conforme Nm. 26:9-11. Este fato revela, uma discriminação de Jeová, pois Coré foi o cabeça da rebelião e Datã e Abirão pereceram com seus filhos e mulheres..


É preciso lembrar que o próprio povo de Israel, estava traumatizado com uma destruição em massa executada pelo furor de Jeová, cuja metodologia era irritar e tentar naquele deserto ardente, com o fim de testá-los.


“E te lembrarás de todo o caminho pelo qual Jeová teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram: para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca de Jeová viverá o homem” (Dt. 8:2-3).


Dois ou três milhões de pessoas, incluindo as crianças, vagueavam pelo deserto, debaixo de um sol abrasador, sem comida e sem água. Imaginemos um milhão de crianças choramingando e pedindo comida aos pais. É evidente que os pais, uns inflamados pelos outros murmuravam. Leiamos o texto:


“Então levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite. E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Aarão; e toda a congregação lhe disse: Ah! se morrêramos na terra do Egito! ou, ah! se morrêramos neste deserto! E porque nos traz Jeová a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos aos Egito? E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão, e voltemos ao Egito” (Nm. 14:1-4).


Este clamor chegou aos ouvidos de Jeová, que cheio de ira e furor, disse:


“E disse Jeová a Moisés: Até quando me provocará este povo? e até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei: e farei de ti povo maior e mais forte do que este” (Nm. 14:11-12).


Nenhum leitor da Bíblia poderá perceber no caráter de Jeová algum vestígio de amor, bondade, misericórdia e longanimidade.

Mas Moisés, que amava realmente o seu povo, tenta dissuadir Jeová da fúria assassina, implorando

“E disse Moisés a Jeová: Assim os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. E o dirão aos moradores desta terra, que ouviram que tu, ó Jeová, estás no meio deste povo, que de cara a cara, ó Jeová, lhes apareces, que tua nuvem está sobre eles, e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. E se matares este povo como a um só homem, as gentes pois, que ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto Jeová não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isso os matou no deserto. Agora, pois, rogo-te que a força do meu Jeová se engrandeça; como tens falado, dizendo: Jeová é longânimo, e grande em beneficência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente, e visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração. Perdoa pois a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua benignidade: e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui” (Nm. 14:13-19).


Jeová então responde a Moisés dizendo:


“E disse Jeová: Conforme à tua palavra lhe perdoei” (Nm. 14:20).

O furor homicida de Jeová era maior que o perdão concedido. Jeová continua falando a Moisés:

“Dize-lhes: Assim eu vivo, diz Jeová, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos e para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes. Não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, meterei nela; e eles saberão da terra que vos desprezastes. Porém, quanto a vós, os vossos cadáveres cairão neste deserto” (Nm. 14:28-32).


Uns morreram de praga (Nm. 14:37) e outros de maldição. Foram centenas de milhões morrendo no deserto pelo ódio vingativo de Jeová. Esse método violento e homicida só poderia produzir mais rebelião. Logo em seguida levantaram-se Coré, Datã e Abirão com mais 250 varões de renome. Eles queriam a qualquer custo se livrar da tirania daquele Deus matador.


Jeová não sabia que só o amor constrói. O homem não é movido pela violência, mas pelo amor.


Não há lei, não há castigo, não há repressão, não há mortandade que possa conter a criminalidade em uma sociedade violenta. Mas Jeová insistiu no seu processo de repressão matando aquelas três famílias e fulminando com fogo do céu os duzentos e cincoenta varões.

O resultado desta chacina se fez sentir imediatamente.

“Mas no dia seguinte toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Aarão, dizendo: Vós matastes o povo de Jeová” - Núm.16:41.


Jeová então mandou uma praga que matou mais quatorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Coré (Nm. 16:49).


Onde está, Jeová a tua, benignidade, beneficência e longanimidade, onde está o teu perdão e a tua salvação? Qualquer que ler o Velho Testamento vai fazer esta pergunta, e vai também perceber que o Pai, revelado por Jesus Cristo ama a todos (Jo. 3:16) e os amou quando ainda Jesus não tinha descido a este mundo tenebroso, e os pecadores eram odiados por Jeová.


Provemos:


“Mas tu dize-lhes: Assim diz Jeová: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém. E fá-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz Jeová: não perdoarei nem pouparei, nem terei deles compaixão, para que os não destrua” (Jr. 13:13-14) - Este é o ódio de Jeová.


“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).


“Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou o seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10) - Este é o amor do Pai.


Uma coisa fica provada. Jeová, que na sua lei colocou o mandamento NÃO MATARÁS, matava culpados e inocentes, velhos e crianças, e assim pecava contra si mesmo, invalidando a sua lei.


O Pai é amor (I Jo. 4:8) e não poderia ter dado a lei, pois na lei só há justiça e não amor. A lei anularia o amor do Pai e a graça que está sobre todos os homens conforme Tito 2:11.


Por outro lado, Jesus mudou a lei, abrogando-a:


“Um novo mandamento vos dou: Que vos amei uns aos outros: como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo. 13:34).


“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar.


Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca


Moisés falou de sacerdócio” (Hb. 7:12-14).


Cristo é um com o Pai, e mudando a lei provou que não é um com Jeová; e está escrito que a lei de Jeová é a verdade.


“A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (Sl. 119:142).

Ora, a verdade não pode ser mudada, e assim Jesus discorda da verdade de Jeová.

Se o Pai fosse o autor da lei, ao decretar a graça sobre todos os homens, teria mudado e assim não seria Deus, pois Deus não sofre mutações nem variações conforme Tg. 1:17:


“Toda a boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.

Passemos, entretanto, às múltiplas formas usadas por Jeová para matar, ao que o apóstolo Paulo chama MINISTÉRIO DA MORTE.

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória” (II Co. 3:7).


“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm. 5:18).


Jeová condenou todos em Adão e Eva, e Cristo anulou a condenação (Jo. 3:16).


1- Jeová matava através de seus juízos. Matou toda a humanidade no dilúvio. E qual foi o motivo? Sexo desordenado e maldade.


“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn. 6:2).


“E viu Jeová que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn. 6:5).


Corrupção da carne: “E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn. 6:12).


Crime e violência:


“A terra porém estava corrompida diante da face de Deus: e encheu-se a terra de violência” (Gn. 6:11).


Naquele tempo os homens só pensavam em comer e beber, casar e descasar:


“Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,” (Mt. 24:38)

Por estes pecados Jeová destruiu toda a humanidade segundo a Bíblia.
Veio Jesus Cristo e revelou o amor e a graça do Deus Pai.


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16)


“Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:9-10).


“E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é caridade; e quem está em caridade está em Deus, e Deus nele” (I Jo. 4:16).


“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11).


“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus

pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Co. 5:19).

“Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graça por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:1-4).


“Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10).


Jesus revelou uma face diferente de Deus, isto é, um Deus que não imputa pecado, não condena, não mata, não se ira, não destrói e não amaldiçoa. Pois bem, desde os dias de Jesus Cristo até hoje os homens praticam sexo desordenado; a maldade se multiplicou mais do que no tempo de Nóe; os pensamentos e imaginações não dão para medir, pois 90% da Internet é sexo. Existe a pornografia infantil, revistas e vídeos de todos os tipos. Canais de T.V. até com aberrações e bestialidades envolvendo o sexo.


As violências, crimes e atrocidades cometidas por paranóicos e anormais são de estarrecer. Lá casavam e davam em casamento. Aqui trocam de mulheres, ou se juntam diversos casais para orgias inimagináveis. Fala-se em sexo oral abertamente diante das crianças nos meios de comunicação. Não há mais moral. Homossexualismo é tolerado e tramita pela câmara dos deputados propostos para legalizar essas uniões que violam a natureza e denunciam sensações mórbidas.


E a graça de Deus cheio de amor impera sobre esse caos tenebroso a dois mil anos. Antes de Jesus Cristo era o Deus matador, e depois de Jesus Cristo é o Deus doador da vida. E Paulo


Apóstolo diz:


“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm. 5:20).


Antes de Cristo, quanto mais pecado mais destruição, e depois de Cristo, quanto mais pecado mais graça. Deus mudou? Se mudou foi injusto para os que viveram antes de Cristo, pois diz a

Bíblia que a morte reinava.

“Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só — Jesus Cristo” (Rm. 5:17).


Ou Deus muda como os homens, e nesse caso não merece crédito, ou Jesus veio desbancar o matador e revelar o Pai, doador da vida a todos.


“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por ÚNICO DEUS VERDADEIRO, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17:3).


No Velho Testamento, os idólatras eram punidos com a morte.


“Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que te é como tua alma, dizendo te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; Dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade; Não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás; mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar; e depois a mão de todo povo; E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar de Jeová teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt. 13:6-10).


Os adúlteros eram punidos com a morte.


“Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher: assim tirarás o mal de Israel” (Dt. 22:22).


O sodomitas eram punidos com a morte - “Então Jeová fez chover enxofre e fogo, de Jeová desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. E derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra” (Gn. 19:24-25).


No Novo Testamento, todos estes estão debaixo da graça e do amor de Deus e são justificados e santificados para a salvação pela fé.


“Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os afeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo espírito do nosso Deus” (I Co. 6:10-11).


É de se notar que Jeová destruiu Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim, sem dar chance à uma criança. E os varões de Sodoma, respeitavam as virgens, coisa que hoje não acontece, como por exemplo, as duas filhas de Ló eram noivas e virgens. Leiamos:


“Então saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos saí deste lugar: porque Jeová há de destruir a cidade. Foi tido também por zombador aos olhos dos seus genros” (Gn. 19:14)


Quando os habitantes de Sodoma, tanto moços como velhos, queriam praticar sexo com os anjos, Ló lhes disse:


“Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à

sombra do meu telhado” (Gn. 19:8).

Como lemos acima, os futuros genros de Ló respeitaram a virgindade das noivas, logo tinham bons princípios e poderiam até ser regenerados. Mas Jeová não deu chance a ninguém. Foi decretado um juízo geral com ira sobre aquelas cidades de doentes.


“E toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que Jeová destruiu na sua ira e no seu furor” (Dt. 29:23).


2- Jeová matava através das guerras e se autodenominou: O Senhor dos Exércitos. E por que este nome? Porque todos os exércitos estão sob seu comando. Desde os exércitos dos insetos e animais nocivos, até os exércitos humanos.


“A Jeová dos Exércitos, a ele santificai: e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro” (Is. 8:13).


“E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a aruga, o meu grande exército que enviei contra vós” (Jl. 2:25).


“Também enviarei vespões diante de ti, que lançem fora os heveus, os cananeus, e os heteus diante de ti” (Êx. 23:28).


Os exércitos do assírios estavam sob o comando de Jeová para matar.


“Eis que Jeová fará vir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as ribanceiras; e passará a Judá inundando-o, e irá passando por ele e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel. Alvoroçai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de longes terras: cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em pedaços” (Is. 8:7-9).


Os exércitos dos caldeus estavam debaixo do comando de Jeová para matar e destruir.


“E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei da Babilônia, MEU SERVO: e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma pela sua mão” (Jr. 27:6-8).


Os exércitos dos medos estavam sob o comando de Jeová para destruir, matando velhos e crianças inescrupulosamente.


“Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor de JEOVÁ DOS EXÉRCITOS, e por causa do dia da sua ardente ira. E cada um será como a corça que foge, e como a ovelha que ninguém recolhe: cada um voltará para o seu povo, e cada um fugirá para sua terra, todo o que for achado será traspassado: e todo o que for apanhado, cairá à espada. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos: as suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas. EIS QUE EU DESPERTAREI CONTRA ELES OS MEDOS, que não farão caso da prata, nem tão pouco desejarão ouro. E os seu arcos despedaçarão os mancebos, E NÃO SE COMPADECERÃO DO FRUTO DO VENTRE; O SEU OLHO NÃO POUPARÁ OS FILHOS” (Is. 13:13-18).


Os exércitos dos persas estavam sob o comando de Jeová também.


“Assim diz Jeová ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante da sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão” (Is. 45:1).


Algumas coisas ficam bem definidas


1º) - Jeová reina sobre este mundo:

“Porque Jeová Altíssimo é tremendo, e rei grande sobre a toda a terra” (Sl. 47:2).
“Jeová reina sobre as nações: Jeová se assenta sobre o trono de sua santidade” (Sl. 47:8).
2º) - Jeová usava os exércitos das nações para matar e destruir.
3º) - Jesus afirmou que o seu reino não é deste mundo, logo não tem nenhuma ligação com
Jeová, pois Jesus veio para salvar os que Jeová destruía! E também o Pai de Jesus não pode ser Jeová, pois Jeová tem o ministério da morte e o Pai o ministério da vida.


O ministério da morte é exatamente o das guerras, por isso Jeová tinha um livro secreto onde registrava os nomes dos seus inimigos mortais.


“PELO QUE DIZ NO LIVRO DAS GUERRAS DE JEOVÁ; contra Vaebe e Sufá, e contra os ribeiros de Arnom” (Nm. 21:14).

O rei Amaleque tinha o seu nome na lista negra de Jeová, por ter resistido a Israel quando subia do Egito:

“E disse: Porquanto jurou Jeová, haverá guerra de Jeová contra Ameleque de geração em geração” (Êx. 17:16).


“E pagarei a Babilônia e a todos os moradores da Caldéia, toda a sua maldade, que fizeram em Sião, à vossa vista, diz Jeová. Eis-me aqui contra ti ó monte destruidor, diz Jeová, que destróis toda a terra; estenderei a minha mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte de incêndio. E não tomarão de ti  edra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás numa assolação perpétua, diz Jeová. Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, santificai as nações contra ela, convocai contra ela os reinos de Arará, Mini e Asquenaz: ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como pulgão agitado. 

Santificai contra ela as nações, os reis da Média, os seus capitães e todos os seus magistrados, e toda a terra do seu domínio. Então tremerá a terra, e doer-se-á porque cada um dos desígnios de Jeová está firme contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma assolação, sem habitantes. Os valentes de Babilônia, cessaram de pelejar, ficaram nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres: incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos” (Jr. 51:24-30).


“Porque este dia é o dia do Senhor Jeová dos Exércitos, dia de vingança para se vingar dos seus adversários: e a espada devorará, e se fartar-se-á, e se embriagar-se-á com o sangue deles: porque o Senhor Jeová dos Exércitos tem um sacrifício na terra do norte junto ao rio Eufrates” (Jr. 46:10).


Só na guerra de Senaqueribe contra Israel, Jeová matou 185.000 homens.

“Sucedeu pois que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles: e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram corpos mortos. Então Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e foi, e voltou: e ficou em Nínive. E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrã-Meleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Arará e Esaradom, seu filho, reinou em seu lugar” (II Rs. 19:35-37).

3- Jeová matava pela peste. A peste era a bandeira que anunciava a presença de Jeová:


“Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés” (Hb. 3:5).


Para amedrontar a Faraó, cujo coração era endurecido pelo próprio Jeová, este Deus injusto mandou a peste sobre os animais do Egito.


“E Jeová fez esta cousa no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum. E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir o povo” (Êx. 9:6-7).


“Então disse Jeová a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó, e Aarão, teu irmão, será o teu profeta. Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Aarão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra! EU, PORÉM, ENDURECEREI O CORAÇÃO DE FARAÓ, e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas” (Êx. 7:1-3).


A obstinação não era de Faraó em não deixar ir o povo, mas era de Jeová em endurecer o coração do confuso Faraó. E a obstinação de Jeová era tanta, que não menos de oito vezes afirma ter operado o endurecimento (Êx. 4:21; 7:3; 10:1; 10:27; 11:10; 14:4; 14:8; 14:17).


Se Jeová endureceu a Faraó e ao povo egípcio, o culpado foi Jeová e não Faraó e seu povo, mas morreram todos os inocentes primogênitos do Egito pelo capricho sanguinário de um Deus discriminador?


“E aconteceu, à meia-noite que Jeová feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto" (Êx. 12:29-30).


Em seguida, Jeová endurece o coração de Faraó com a intenção de matar o exército egípcio:

“E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou Jeová. E eles, fizeram assim” (Êx. 14:4).
“E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. Eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, nos seus carros e nos cavaleiros. E os egípcios saberão que eu sou Jeová, quando for glorificado em Faraó nos seus carros e nos seus cavaleiros. E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles: também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel: e a nuvem era escuridade para aqueles, e para estes esclarecia a noite: de maneira que em toda noite não chegou um ao outro. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e Jeová fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. E os egípcios seguiram-nos e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e seus cavaleiros, até ao meio do mar. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna de fogo e da nuvem, viu o campo dos egípcios e alvoroçou o campo dos egípcios,, e tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque Jeová por eles peleja contra os egípcios. E disse Jeová a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre seus cavaleiros. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro: e Jeová derribou os egípcios no meio do mar. Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco: e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. Assim Jeová salvou Israel, naquele dia da mão dos egípcios: e Israel, viu os egípcios mortos na praia do mar” (Êx. 14:16-31).


O autor da perseguição ao povo de Israel através do mar não foi Faráo, mas Jeová, que os matou no mar e diz que dessa forma foi glorificado? Que gloria foi esta? De matar inocentes (pg.13). Seria este mundo um imenso picadeiro, cujos atores têm funções predeterminadas e com salários diferentes, em que, uma parte obedece fazendo o mal e outra obedece não fazendo o mal, e no fim uma parte é morta e maldita e outra continua viva e bendita para glorificação do dono do picadeiro? Só os cegos poderão aceitar um Deus capaz de tamanhas injustiças e atrocidades.


Em uma outra ocasião Jeová incitou o rei Davi a numerar Israel, o que Davi fez com todo o zelo para mostrar obediência. O texto diz assim:


“A ira de Jeová se tornou a acender contra Israel, e incitou a Davi contra eles dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” (II Sm. 24:1).


Se Jeová incitou, foi o autor da obra executada por Davi — servo obediente mas depois, como castigo mandou uma peste que matou 70.000 homens? (II Sm. 24:15).

Este ato de Jeová foi tão indigno de um Deus, que a mesma narrativa repetida no livro das Crônicas diz que foi satanás quem incitou a Davi a numerar o povo. Eu pergunto: Pode Deus ser comparado a Satanás? Se os seus atos forem reprovados, pode. E foi o próprio Davi quem reprovou esse ato monstruoso de Jeová.

“Estendendo pois o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, Jeová se arrependeu daquele mal; e isse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo de Jeová estava junto à eira de Araúna jebuseu. E, vendo Davi ao anjo que feria ao povo, falou a Jeová, e disse: Eis que eu sou o que pequei, e eu o que iniquamente obrei; porém estas ovelhas que fizeram? seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai” (II Sm. 24:16-17).


Surge uma nova pergunta: Pode Deus ser repreendido pelo homem? É claro que pode, se as ações desse Deus estão debaixo dos padrões humanos de justiça.

A peste era uma das armas prediletas de Jeová. Depois que Davi numerou o povo, Jeová mandou um vidente ameaçá-lo com as seguintes palavras:

“Ou três anos de fome, ou que três meses te consumas diante de teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias A ESPADA DE JEOVÁ, ISTO É, A PESTE NA TERRA, e o anjo de Jeová destruam todos os termos de Israel: vê, pois, agora que resposta hei de levar a quem me enviou” (I Cr. 21:12).


Não passava pela mente do Deus Jeová ganhar a simpatia e a admiração do seu povo. Ele não queria ser amado, mas temido. Seu método consistia, não em atrair pelo bem, mas em atormentar pelo mal.


“Porque os Senhor dos exércitos que te plantou, pronunciou contra ti o mal, pela maldade da casa de Israel e da casa de Judá, que para si mesmos fizeram, pois me provocaram à ira, queimando incenso a Baal” (Jr. 11:17).


“Ora pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz Jeová: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós; convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e as vossas ações” (Jr. 18:11).


“Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não para bem, diz Jeová; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo” (Jr. 21:10).


“Portanto assim diz Jeová dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar a todo o Judá” (Jr. 44:11).


“E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se se ocultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente e ela os morderá. E, se forem para o cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada para que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para mal, e não para bem” (Am. 9:3-4).


Jeová passava o tempo criando males para afligir o seu povo, em vez de criar algo que atraísse sua simpatia e seu amor.


“Eu forma a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, Jeová, faço todas estas coisas” (Is. 45:7).



“Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, Jeová teu Deus, então Jeová fará maravilhosas as tuas pragas, e as pragas de tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; E fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti. Também Jeová fará vir sobre ti toda a enfermidade, e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído. E ficareis poucos homens, em lugar de haverdes sido como as estrelas do céus em multudão; porquanto não destes ouvidos à voz de Jeová teu Deus. E será que, assim como Jeová se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos , assim Jeová se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra a qual tu passas a possuir” (Dt. 28:58-63).


O Deus Pai, de Jesus Cristo, enviou o seu Filho num gesto de amor infinito para ganhar o amor dos homens cansados das pragas e pestes de Jeová.


“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores,” (Rm. 5:8).


“Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10).


Se os cristãos crêem que Jeová e o Pai de Jesus são a mesma pessoa, leiam com atenção o Velho Testamento e verão que houve dois tratamentos de justiça. No Velho Testamento, método foi do ódio, da ira, do furor, da opressão, da destruição e das mortandades. E no Novo Testamento, o método foi do amor, da misericórdia, da paz, da salvação, para todos. Deus é volúvel? Deus muda? Deus tem dois critérios? Segundo Pedro, João e Paulo, o Deus de Jesus só tem um critério: SALVAR.


“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado ara com o Pai. Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo mundo” (I Jo. 2:1-2).



“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (II Pd. 3:9).



“Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graça por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos um vida reta e sossegada, em toda piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador. Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:1-4).



“Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens principalmente dos fiéis” (I Tm. 4:10).

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus. Porque, como as aflições de Cristo abundam em nós, assim também a nossa consolação abunda por meio de Cristo” (II Co. 1:3-5).


O amor do Pai atraiu e apaixonou de tal modo os discípulos de Jesus que todos queriam dar a vida por amor a Cristo.



“Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro” (Rm. 8:36).



“Desde agora ninguém me inquiete; porque eu trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl. 6:17).



“Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl. 1:24).



4- Jeová matava pela lei, isto é. A lei era instrumento pelo qual ensinava seu povo a ter piedade, pois matavam os infratores a sangue frio. Era uma verdadeira escola da morte.



“E julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as que derramam sangue; e entregar-te-ei ao sangue de furor e de ciúme. E entregar-te-ei nas suas mãos e derribarão as tua abóbada, e transtornarão os teus altos lugares, e te despirão os teus vestidos, e tomarão as tuas jóias de enfeite, e te deixarão nua e descoberta. Então farão subir contra ti um ajuntamento, e te apedrejarão com pedra, e te traspassarão com as suas espadas” (Ez. 16:38-40).



Se uma moça solteira, perdia a virgindade era condenada a morte.



“Quando um homem tomar mulher e, entrando a ela a aborrecer, e lhe imputar cousas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher, e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; então o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da moça, e levá-los-ão para fora aos anciãos da cidade, à porta: E o pai da moça dirá aos anciãos:



Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém ele a aborreceu; E eis que lhe imputou cousas escandalosas, dizendo: Não achei virgem a tua filha; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E estenderão o lençol diante dos anciãos da cidade. Então os anciãos da mesma cidade tomarão aquele homem, e o castigarão, e o condenarão em cem siclos de prata, e os darão ao pai da moça; porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, em todos os seus dias não a poderá despedir. Porém se este negócio for verdade, que a virgindade se não achou na moça, então levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão com pedras, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai: assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt. 22:13-21).

O adultério era punido com a morte inexorável. Ninguém investigava as causas. Há maridos que instigam suas mulheres só para ficarem livres.


“Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher: assim tirarás o mal de Israel (Dt. 22:22).



Nas questões entre vizinhos:


“Se alguns homens pelejarem, e um ferirem uma mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém se não houver morte, certamente será multado conforme ao que lhe impuser o marido da mulher, e pagará diante dos juizes. Mas se houver morte, então darás vida por vida” (Êx. 21:22-23).


“E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne se não comerá: mas o dono do boi será absolvido. Mas se o boi dantes era escorneador, e o seu dono foi conhecedor disso e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também o seu dono morrerá” (Êx. 22:28-29).



Os adivinhos eram mortos:



“Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles” (Lv. 20:27).

Blasfêmia contra Jeová:


“ E falou Jeová a Moisés, dizendo: Tira o que tem blasfemado para fora do arraial; e todos os que o ouviram porão a suas mãos sobre a sua cabeça: então toda a congregação o apedrejará. E aos filhos de Israel falarás, dizendo: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado. E aquele que blasfemar o nome de Jeová, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome de Jeová, será morto” - “E disse Moisés aos filhos de Israel que levassem o que tinha blasfemado para fora do arraial, e o apedrejassem com pedras: e fizeram os filhos de Israel como Jeová ordenara a Moisés” (Lv. 24:13-16, 23).



Os idólatras eram condenados à morte:

“Que for, e servir a outros deuses, e se encurvar a eles, ou ao sol, ou à lua, ou a todo exército do céu; o que eu não ordenei; e te for denunciado, e o ouvires; então bem o inquirirás: e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação em Israel, então levarás o homem ou a mulher que fez este malefício, às tuas portas, sim, o tal homem ou mulher, e os apedrejarás com pedras até que morram” (Dt. 17:3-5).


Quem sacrificasse a Moloque, deus dos amonitas:



“Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua semente a Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras” (Lv. 20:2).



Trabalhar no sábado era pecado mortal:



“Estando pois os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda congregação. E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Disse pois Jeová a Moisés: Certamente morrerá o tal homem; toda a congregação com pedras o apedrejará para fora do arraial. Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e com pedras o apedrejaram, e morreu; como Jeová ordenara a Moisés” (Nm. 15:32-36).

A lei ordenava que irmão matasse irmão:


“Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo que te é como tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade; não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás; mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar; e depois a mão de todo povo. E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar de Jeová teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt. 13:6-10).



A lei ordenava ao pai que matasse o filho:



“Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz; não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, para que todo o Israel o ouça, e tema” (Dt. 21:18-21).



A lei eliminava do coração do povo qualquer indício de misericórdia e bania para sempre a piedade fraternal. O povo se tornou em pedras insensíveis. Então Jeová promete tirar o coração de pedra e colocar um coração de carne para que guardem a lei.



“E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne, para que andem nos meus estatutos, e guardem meus juízos e os executem; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez. 11:19-20).



Mas é impossível alguém guardar a lei sem ficar empedernido. Paulo apóstolo definiu a dispensação da lei de Jeová como o ministério da morte.



“O qual nos fez também capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, e o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça” (II Co. 3:6-9).



O povo era tão endurecido e condicionado, que se enfurecia de maneira incontrolável quando era contrariado na sua fé legalista. Esta verdade é comprovada quando Estêvão pronunciou a sua defesa.



“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. E ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, que está em pé à direita de Deus. Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram os seus vestidos aos pés de um mancebo chamado Saulo. E apedrejaram a Estêvão que em invocação, dizia; Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz; Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (At. 7:51-60).

E quem ensinou a apedrejar foi Jeová, o misericordioso.


5- Jeová mandava matar criancinhas. Começou o ministério da morte das criancinhas, quando ele estabeleceu o pacto da circuncisão com Abraão. Todo macho que não fosse circuncidado seria morto.



“E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o macho nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos: quebrantou o meu concerto” (Gn. 17:11-14).



Quando Coré, juntamente com Datã e Abirão, se rebelaram contra Moisés e contra Arão tentando assumir a liderança do povo no deserto, as criancinhas também desceram vivas ao sepulcro pela ira de Jeová.



“Levantaram-se pois do redor da habitação de Coré, Datã e Abirão. E Datã e Abirão saíram, e se puseram à porta das suas tendas, juntamente com as suas mulheres, e seus filhos, e suas crianças. Então disse Moisés: Nisto conhecereis que Jeová me enviou a fazer todos estes feitos, que do meu coração não procedem. Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como se visitam todos os homens, então Jeová me não enviou. Mas, se Jeová criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então conhecereis que estes homens irritaram a Jeová. E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu; e a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu do clamor deles; porque diziam: Para que por ventura também nos não trague a terra a nós. Então saiu fogo de Jeová, e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso” (Nm. 16:27-35).



Israel teria de pelejar contra os amorreus no caminho para Canaã.



“Levantai-vos, parti e passai o ribeiro de Arnom; eis aqui na tua mão tenho dado a Seom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra; começa a possuí-la, e contende com eles em peleja” (Dt. 2:24).



“Mas Seom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por ele, porquanto Jeová teu Deus endurecera o seu espírito, e fizera obstinado o seu coração, para to dar na tua mão, como neste dia se vê. E Jeová me disse: Eis aqui, tenho começado a dar-te Seom e a sua terra diante de ti; começa pois a possuí-la, para que herdes a sua terra. E Seom saiu-nos ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, a Jaaz; e Jeová nosso Deus no-lo deu diante de nós, e o ferimos a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo. E naquele tempo tomamos toda as suas cidades, e destruímos todas as cidades, homens, e mulheres, e crianças: não deixamos a ninguém” (Dt. 2:30-34). As criancinhas não eram poupadas.


Logo em seguida, o exército de Israel pelejou contra Ogue, rei de Basã.



“Depois nos viramos e subimos o caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Edrei. Então Jeová me disse; Não o temas, porque a ele e a todo o seu povo, e a sua terra, tenho dado na tua mão: e far-lhe-ás como fizeste a Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom. E também Jeová nosso Deus nos deu na nossa mão a Ogue, rei de Basã, e a todo o seu povo: de maneira que o ferimos, até que ninguém lhe ficou de restante. E naquele tempo tomamos todas as suas cidades; nenhuma cidade houve que lhes não tomássemos; sessenta cidades, toda a borda da terra de Argobe, o reino de Ogue em Basã. Todas estas cidades eram fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos: além de outras muitas cidades sem muros. E destruímo-las como fizemos a Seom, rei de Hesbom, destruindo todas as cidades, homens, mulheres e crianças” (Dt. 3:1-6). Também nesta guerra as crianças foram mortas.



Na famosa história da conquista de Jericó, quando sete sacerdotes iam tocando suas businas juntamente com a arca do concerto, por sete dias rodearam solenemente a cidade tocando suas buzinas. Ao dar a última volta, no sétimo dia, Josué deu o aviso dizendo ao exército: GRITAI ! Gritou o povo, e os sacerdotes tocaram as buzinas. Os altos muros da cidade vieram abaixo, e o exército de Jeová invadiu a cidade.



“Gritou pois o povo, tocando os sacerdotes as buzinas: e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade. E, tudo quanto na cidade havia, destruíram totalmente ao fio da espada, desde homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento” (Js. 6:20-21).



O que é de estranhar neste episódio sangrento, é que ao mesmo tempo em que as crianças todas eram passadas a fio de espada, Jeová deu ordem para saquear todo o ouro e a prata para o seu tesouro particular.



“Tão somente guardai-vos do anátema, para que não vos metais em anátema tomando dela, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o turveis. Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro, são consagrados a Jeová; irão ao tesouro de Jeová” (Js. 6:18-19).

Para Jeová, o ouro e a prata tinham valor, mas a vida das pobres criancinhas não tinham valor algum. Mas a prostituta Raabe foi salva como prêmio por ter escondido no seu telhado os espias de Israel que tinham ido sondar o terreno. Se salvou a prostituta porque não as crianças inocentes?


“E enviou Josué, filho de Num, dois homens desde Sitim a espiar secretamente, dizendo: Andai e observai a terra, e a Jericó. Foram pois, e entraram na casa duma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. Então deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel, para espiar a terra. Pelo que enviou o rei de Jericó a Raabe, dizendo: Tira fora os homens que vieram a ti, e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. Porém aquela mulher tomou a ambos aqueles homens, e os escondeu, e disse: È verdade que vieram homens a mim, porém eu não sabia donde eram. E aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, aqueles homens saíram; não sei para onde aqueles homens se foram: ide após deles depressa, porque vós os alcançareis. Porém ela os tinha feito subir ao telhado, e os tinha escondido entre as canas do linho, que pusera em ordem sobre o telhado” (Js. 2:1-6).


No livro dos Juízes temos outra matança de crianças em Jabes-Gileade.


“Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derribaram por terra naquele dia vinte e dois mil homens de Israel” (Jz. 20:21).



De quem partia a ordem para matar as pobres criancinhas? Vejamos:



“Então disse Samuel a Saul: Enviou-me Jeová a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve pois agora voz das palavras de Jeová. Assim diz Jeová dos exércitos: E me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. Vai pois agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homens até à mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até as ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos” (I Sm. 15:1-3).



Por trás dessas matanças de inocentes estava um Deus Todo-Poderoso que mandou matar toda a descendência de Jeroboão:



“Naquele tempo adoeceu Aías filho de Jeroboão. E disse Jeroboão a sua mulher: Levanta-te agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão: e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías, o qual falou de mim, que eu seria rei sobre este povo. E toma na tua mão dez pães, e bolos e uma botija de mel, e vai a ele: e ele te declarará o que há de suceder a este menino” - “Portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão, e separarei de Jeroboão todo o homem, até ao menino, tanto o encerrado como o desamparado em Israel; e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe. Quem morrer a Jeroboão na cidade os cães o comerão, e o que morrer no campo as aves do céu o comerão, porque o Senhor o disse. Tu pois levanta-te, e vai-te para tua casa: entrando teus pés na cidade, o menino morrerá” - “Então a mulher de Jeroboão se levantou, e foi, e veio a Tirzá: chegando ela ao limiar da porta, morreu o menino” (I Rs. 14:1-3; 10-12; 17.



Mandou matar toda a descendência de Baasa, rei de Israel:


“No ano terceiro de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirzá, e reinou vinte e quatro anos. E fez o que parecia mal aos olhos de Jeová: e andou no caminho de Jeroboão e no seu pecado com que tinha feito pecar a Israel” (I Rs. 15:33-34).

“Então veio a palavra do Senhor a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, dizendo: Porquanto te levantei do pó, e te pus por chefe sobre meu povo Israel, e andaste no caminho de Jeroboão, e fizeste pecar o meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados. Eis que tirarei os descendentes de Baasa, e os descendentes da sua casa, e farei à tua casa como à casa de Jeroboão, filho de Nebate. Quem morrer a Baasa na cidade os cães o comerão; e o que dele morrer no campo as aves do céu o comerão” (Rs. 16:1-4).


- mandou matar toda a descendência de Acabe, rei de Israel:



“Eis que trarei mal sobre ti, e arrancarei a tua posteridade e arrancarei de Acabe a todo homem, como também o encerrado e o desamparado em Israel; e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías: por causa da provocação, com que me provocaste, e fizeste pecar a Israel. E também acerca de Jezabel falou Jeová, dizendo: Os cães comerão a Jezabel junto ao antemuro de Jizreel. Aquele que de Acabe morrer na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão” (I Rs. 21:21-24).

Jeová, o Deus da ira, da vingança, matou crianças dentro do templo:


“Matai velhos, mancebos, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo homem que tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa. E disse-lhes: Contaminai a casa e enchei os átrios de mortos: saí. E saíram, e feriram na cidade. Sucedeu pois que, havendo-os eles ferido, e ficando eu de resto, caí sobre a minha face, e clamei, e disse: Ah Jeová! Dar-se-á caso que destruas todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre Jerusalém? (Ez. 9:6-8).

Matou o filhinho de Davi com Batseba por vingança:


“Então Natã foi para sua casa; e Jeová feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, e adoeceu gravemente. E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra. Então os anciãos da sua casa se levantaram e foram a ele para o levantar da terra; porém ele não quis, e não comeu pão com eles. E sucedeu que ao sétimo dia morreu a criança: e temiam os servos de Davi dizer-lhe que a criança era morta, porque diziam: Eis que, sendo a criança ainda viva, lhe falávamos, porém não dava ouvidos à nossa voz; como pois lhe diremos que a criança é morta? Porque mais mal lhe faria. Viu porém Davi que seus servos falavam baixo e entendeu Davi que a criança era morta, pelo que disse Davi aos seus servos: É morta a criança? E eles disseram: É morta. Então Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, e mudou de vestidos, e entrou na casa de Jeová e adorou: então veio a sua casa, e pediu pão; e lhe puseram pão, e comeu” (II Sm. 12:15-20).


Mas Jeová escreveu na sua lei que os filhos não morrem pelo pecado dos pais:



“Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada qual morrerá pelo seu pecado” (Dt. 24:16).



E Isaías 14:21? - “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de cidades”.



Como fica? Jeová deu o mandamento: NÃO MATARÁS. Jeová deu outro mandamento dizendo que os filhos não morrerão pelos pecados dos pais, e o mesmo Jeová é matador de crianças? É um absurdo!



Jeová não matava somente criancinhas já nascidas, mas matava as encerradas no ventre, antes de nascer. O profeta Oséias profetizou da parte de Jeová.



“Samaria virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus: cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio” (Os. 13:16).



Essa profecia se cumpriu em II Reis 15:13-16:



“Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá: e reinou um mês inteiro em Samaria. Porque Menaém filho de Gadi, subiu de Tirzá, e veio a Samaria: e feriu a Salum, filho de Jabes em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar. Ora o mais dos sucessos de Salum, e a conspiração que fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia como também a seus termos desde Tirzá, porque não lha tinham aberto;e os feriu pois, e a todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio.”



É pavoroso!



Mas Jeová fez ainda algo mais infernal, que mandar matar crianças. Foi obrigar as mães piedosas a matarem seus filhinhos para comer.



“As mãos das mulheres piedosas cozeram os próprios filhos: serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo. Deu Jeová cumprimento ao seu furor: derramou o ardor da sua ira, e acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos” (Lm. 4:10-11).



“E sucedeu, depois disto, que Benadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército: e subiu, e cercou a Samaria. E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça de jumento por oitenta peças de prata, e a quarta parte dum cabo de esterco de pombas por cinco peças de prata.



E sucedeu que, passando o rei de pelo muro uma mulher lhe bradou, dizendo: Acode-me, ó rei meu senhor. E ele lhe disse: Se Jeová te não acode, donde te acudirei eu, da eira ou do lagar?

Disse-lhe mais o rei: Que tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá cá o teu filho, para que hoje o comamos e amanhã comeremos o meu filho. Cozemos pois o meu filho, e o comemos; mas dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá cá teu filho para que o comamos; escondeu o seu filho. E sucedeu que, ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou os seus vestidos, e ia passando pelo muro; e o povo e viu que trazia cilicio por dentro, sobre a sua carne” (II Rs. 6:24-30).


A prova de que Jeová é o autor destes atos monstruosos está no livro da lei de Jeová, quando lança suas maldições.



“E, comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der Jeová teu Deus, no cerco e no aperto com seus inimigos te apertarão. Quanto ao homem mais mimoso e mui delicado entre ti, o seu olho será maligno contra o seu irmão, e contra a mulher de seu regaço, e contra os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem. De sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto com que teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. E quanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra o seu filho, e contra a sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e por causa de seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas. Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres a este nome glorioso e terrível, a Jeová teu Deus” (Dt. 28:53-58).



E Jesus Cristo? Que diz Jesus a respeito das criancinhas?



“E traziam-lhe meninos para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhos traziam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino de maneira nenhuma entrará nele. E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou” (Mc. 10:13-16).



Uma coisa é clara e evidente no Velho Testamento. Jeová ordenou: “NÃO MATARÁS”. E Jeová matava culpados e inocentes, velhos e crianças, bons e maus. Matava um e matava centena de milhares. Pecou contra sua própria lei e a invalidou, por isso Cristo veio a este mundo e mudou tudo o que Jeová fez.



“Porque mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar. Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a esta tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda se à semelhança de Melquisedeque que se levantar outro sacerdote, que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade, (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb. 7:12-19).



A lei que Jesus trouxe foi a do amor do Pai.



“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).



“Um novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros” (Jo. 13:34).



“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo. 15:13).



E Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo. 10:30).



“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis ao meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus:


Estou há tanto tempo convosco, e ainda não me tendes conhecido, Felipe? quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai em mim: crede-me ao menos, por causa das mesmas obras” (Jo. 14:7-11).

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

John G. Jackson, Joseph Campbell, Gerald Massey, e os Textos das Pirâmides



A vida de Jesus Cristo apresentada no Novo Testamento consiste numa transposição detalhada do mito egípcio dos deuses Osíris e Hórus, conseqüentemente não podendo ser caracterizada como verdade histórica. Inicialmente, o autor descreve e comenta o que é possível se conhecer acerca do mito de Osíris e Hórus principalmente a partir das fontes originais hieroglíficas e pictográficas. Em seguida, examina os principais argumentos utilizados pelos defensores da idéia de um “Jesus mítico” derivado dos relatos religiosos do antigo Egito. O objetivo central do trabalho é o de verificar a plausibilidade de tais argumentos, analisando se realmente são válidos como prova de que o Jesus dos Evangelhos é, na verdade, um mito. 
 Em junho de 2007 foi lançado no serviço Google Vídeo da Internet um documentário independente denominado Zeitgeistproduzido pelo diretor norte-americano Peter Joseph. Devido ao seu conteúdo agressivo, polêmico e intrigante, tornou-se, em poucos meses, um fenômeno de audiência (8 milhões de acessos somente até novembro daquele ano).
 O filme se divide em duas partes, a primeira das quais foi ironicamente intitulada “The Greatest Story Ever Told” (A Maior História Já Contada), em referência a uma das mais célebres obras cinematográficas sobre a história de Jesus Cristo. Nessa seção o diretor trabalha a idéia de que o Jesus divino da fé cristã é um híbrido literário, astrológico e mitológico. De acordo com o filme, a biografia de Jesus nos evangelhos canônicos teria sido construída a partir da junção de aspectos variados de uma grande quantidade de lendas da antigüidade. A tese do autor é a de que o culto a Jesus faz parte de um estratagema especificamente forjado nos primeiros séculos da era cristã pelas autoridades seculares e religiosas com o intuito de sujeitar e explorar os povos.
 O presente artigo pretende explorar um dos mais importantes mitos relacionados pelo documentário Zeitgeist como prototípicos da história de Jesus descrita nos evangelhos: a lenda egípcia dos deuses Osíris e Hórus. A primeira parte do trabalho contém uma tentativa de reconstrução do mito egípcio a partir das fontes originais hieroglíficas e pictóricas disponíveis na atualidade pelo esforço de arqueólogos e egiptólogos. Também são aproveitadas observações de diversos autores especializados em mitologia egípcia.
 Traçado o resumo do mito de Osíris e Hórus em seus aspectos mais importantes, o artigo investiga, na seqüência, os principais argumentos utilizados na defesa de que a história do Jesus adorado pelos cristãos deriva da narrativa egípcia, cujos registros são vários séculos mais antigos do que os evangelhos. A análise pretende levantar o que existe de plausível nessas colocações e o que pode ser descartado a partir da comparação dos aspectos de uma narrativa com os da outra. O objetivo final é o de verificar se os argumentos são válidos como prova de que o Jesus dos evangelhos é, na verdade, um mito.
O principal expoente dentre os autores que advogam a tese do “Cristo mítico” com base no estudo do mito de Osíris e Hórus, é o egiptologista inglês Gerald Massey, cujos argumentos foram publicados, pela primeira vez, no final do século 19. Três obras suas são citadas como fontes para o documentário Zeitgeist. Outros estudiosos que igualmente se opõem à veracidade histórica do Jesus da fé devido à suposta derivação da narrativa egípcia também foram pesquisados para este artigo, mas como suas colocações praticamente transcrevem o material produzido de antemão por Massey, a análise tomou como objeto majoritariamente a obra deste último autor.
O tema é, sem dúvida, importante para os dias de hoje. O cristianismo é a maior religião do planeta em número de adeptos. Sua legitimação depende da total veracidade dos eventos da vida de Jesus Cristo narrados nos evangelhos, tornando-se óbvias as implicações de uma desconstrução da unidade narrativa evangélica que revele a história bíblica como não passando de expressão mítica. Diante da acusação feita contra o cristianismo como sendo um instrumento de controle e coação das massas, usado pelos poderes políticos e eclesiásticos, torna-se extremamente relevante verificar se a história que serve de base àquela religião é verossímil e merece confiança.
Uma tentativa de reconstrução do mito de Osíris e Hórus  
O culto funerário do deus Osíris, no qual o deus Hórus e outras divindades do panteão egípcio tomam parte relevante, ganhou enorme preponderância no Egito a partir da fase histórica denominada de Médio Império (2160-1580 a.C.). Ele enfatiza dois dos elementos mais especialmente focados pela religiosidade humana: a ressurreição e o juízo pós-morte.
Antes que se esboce aqui o mito em questão, será extremamente útil para o propósito deste trabalho esclarecer que a literatura religiosa do antigo Egito foi trazida à luz de forma bastante fragmentária pelas descobertas arqueológicas, e, portanto, não apresenta uma conveniente sistematização das narrativas mitológicas desenvolvidas nessa região em passado tão distante, que remonta a milhares de anos antes de Cristo. Em não poucos casos, do estudo e comparação dos textos encontrados nos papiros, paredes, colunas e objetos extrai-se significação enigmática ou mesmo algum grau de contradição entre as informações. Para uma idéia dessa dificuldade, observem-se os seguintes comentários:
Os Textos da Pirâmide exprimem quase exclusivamente as concepções relativas ao destino do rei depois da morte. Apesar do esforço dos teólogos, a doutrina não está perfeitamente sistematizada. Descobre-se certa oposição entre concepções paralelas e, por vezes, antagônicas.
As grandes composições religiosas, tais como o Livro dos Mortos, chegaram até nós num triste estado e estão cheias de enigmas; a sua fraseologia, as suas metáforas extravagantes, os seus jogos etimológicos se chocam, quando não são ininteligíveis ou destituídos de sentido. Muitas figuras divinas foram transformadas pela mitologia até ficarem irreconhecíveis.
Tal situação por si já constitui uma barreira colossal à tentativa de encontrar uma contrapartida no mito egípcio de Osíris e Hórus para os diversos detalhes da vida de Jesus. Destacado esse ponto, passa-se agora à recuperação do mito egípcio em suas linhas gerais.
Osíris e Hórus eram, em princípio, adorados como divindades solares. Há vários exemplos de representação desses deuses tanto identificados com o disco solar, quanto levando o disco solar sobre a cabeça. Além disso, freqüentemente esses deuses são tomados um pelo outro.
A narrativa do mito osiriano pode ser reconstituída apenas de forma fragmentária a partir das fontes antigas, principalmente dos textos e imagens do chamado Livro dos Mortos. Esses textos apresentam Osíris como sendo previamente mortal e tendo sido assassinado pelo seu invejoso irmão, o deus Set. Ísis é a esposa sofredora que localiza o corpo sem vida do marido e coabita com ele por meio de feitiçaria, concebendo uma criança: o deus Hórus. Esse filho é criado pela deusa longe das vistas de Set, em um lugar secreto entre os pântanos de papiro do delta do Nilo.
Novo ato do drama tem início quando Set, descobrindo o esconderijo, aprisiona mãe e filho em uma casa, da qual ambos escapam ajudados pelo deus Thot. Em sua fuga, são protegidos por sete escorpiões, um dos quais pica seu filho, que vem a morrer. Então ela e sua irmã Néftis clamam a ajuda do deus Rá, o qual envia Thot com palavras mágicas que restauram Hórus à vida e à saúde.
Interessante como possa parecer, a lenda da ressurreição de Hórus é um episódio periférico em relação ao ponto central do mito: a ressurreição de Osíris. Certos autores sugerem que a força de apelo do mito está na crença de que Osíris fora inicialmente um ser humano (o rei do Egito, conforme a exposição de Plutarco) que foi morto de maneira vil, mas ressuscitou para ser o senhor supremo do mundo inferior, o grande juiz dos mortos.
Uma tradição sobre a ressurreição de Osíris informa que seu corpo foi reconstituído por Ísis, Hórus e Anúbis, agindo sob instruções do deus Thot:
Boa porção de cerimônias mágicas parecem ter sido introduzidas no processo, as quais, por sua vez, passaram a ser utilizadas pelos sacerdotes no caso de todo egípcio morto em conexão com o embalsamamento e sepultamento do morto na esperança da ressurreição. Osíris, entretanto, foi reputado como a causa principal da ressurreição humana, sendo ele capaz de conferir vida após a morte por havê-la alcançado.
Com relação ao retorno de Osíris à vida, é notável a ênfase dada ao respeito filial de Hórus pela memória do pai assassinado, atitude cuja lembrança conquistou muita honra entre os egípcios. Saussaye informa que foi Hórus quem fixou os detalhes da mumificação do deus, estabelecendo o padrão para todo filho egípcio piedoso. A esse respeito, ele foi considerado o “auxiliador dos mortos” (tal como havia sido o auxiliador de Osíris), e tido como o mediador entre eles e os juízes do DuatAssim, os seres humanos passaram a ansiar pela assistência de Hórus após a morte como guia ao mundo inferior, e também por sua atuação como mediador no juízo a favor deles.
Após a ressurreição de Osíris, ocorre uma batalha entre Hórus e Set pelo trono do falecido rei. Essa batalha é vencida por Hórus, que então desce à terra dos mortos para dar a Osíris a boa notícia de sua coroação como legítimo sucessor do pai.
Finalmente, há um aspecto bastante interessante em relação à morte de Osíris e a vitória de Hórus sobre as forças do mal, encarnadas em Set. A história de Osíris e Hórus era reencenada em cada processo de morte e sucessão do rei no trono do Egito. No entanto, Osíris progressivamente tornou-se o modelo exemplar não somente para os soberanos, mas também para cada indivíduo. Seguindo o seu exemplo, os falecidos conseguem transformar-se em “almas”, ou seja, em seres espirituais perfeitamente integrados.
Análise da comparação de Jesus com Osíris e Hórus 
Traçado um esboço geral do mito de Osíris e Hórus em seus aspectos mais importantes, passa-se agora à menção e análise dos principais argumentos pelos quais diversos autores têm proposto que a narrativa encontrada nos evangelhos acerca de Jesus Cristo deve ser encarada como uma recuperação posterior do mito egípcio.
Para S. Brandon, “em termos de fenomenologia das religiões, Osíris é uma prefiguração de Cristo como deus morto e ressuscitado, e como salvador, embora sua morte não fosse interpretada em sentido soteriológico”. De acordo com esse argumento, retomando o mito do deus Osíris – que passou pelo estágio humano, foi morto de maneira violenta e ressuscitou, passando a ser o juiz-salvador da humanidade –, os evangelhos também apresentariam um deus-homem (Jesus Cristo) que morre de forma chocante e ressurge para ser juiz-salvador do mundo.
Seria incorreto negar a existência de certa semelhança. No entanto, alguns contrastes em detalhes fundamentais de ambas as histórias são irreconciliáveis:
1) No mito egípcio, Osíris é filho de uma divindade inferior, Geb (o deus da terra), amante de Nut, que é a esposa infiel de Rá, o chefe supremo dos deuses. Outros quatro irmãos gêmeos são com ele gestados – Ísis, Néftis, “Hórus, o ancião”, e Set, sendo que Ísis é a consorte de Osíris desde o ventre materno. De Osíris e Ísis nasce o deus “Hórus, o filho”, enquanto o deus Anúbis nasce de um relacionamento extraconjugal de Osíris com sua irmã Néftis. Esse complicado emaranhado politeísta no qual Osíris se encontra envolvido, bem como a marcante atribuição aos deuses de caracteres naturalistas e de paixões humana inferiores – especialmente do sexo adúltero e incestuoso – destoa radicalmente da singularidade exclusivista e da moralidade de Cristo nos evangelhos. Ele é descrito como Deus, junto com Deus-Pai (João 1:1-3), e, em sua encarnação, como o único de sua espécie (do grego monoguenês, cf. João 3:16).
Quanto a Ele não há referência a consortes ou descendentes, pois sua encarnação se deu pelo propósito específico da redenção do mundo (João 3:17). Sua ética conjugal exclui a possibilidade do adultério como algo tolerável entre os homens (Mateus 19), do que se deduz que tal prática é incompatível com a divindade.
2) O Osíris “humano” antes do assassinato é identificado com o primeiro faraó do Egito, responsável pela organização do reino temporal. Mas Jesus Cristo, em sua encarnação, nasce e é criado no modesto ambiente de uma família judaica pobre. Em nenhum momento de sua vida e ministério terrestres Ele reivindica para si trono temporal, uma vez que seu reino não estaria neste mundo, sendo de outra natureza (João 18:36).
3) A mais importante diferença entre Osíris e Jesus Cristo diz respeito à missão soteriológica de cada um. Não há espaço para a doutrina da expiação do pecado no culto egípcio, enquanto ela é o ponto central da religião judaico-cristã. Osíris é enganado e assassinado por seu irmão Set, ao passo que Jesus Cristo é senhor de sua morte, conhecendo-a de antemão e voluntariamente rumando em direção a ela. Osíris é salvador da humanidade apenas no sentido da sua ressurreição, que abre precedente para as demais ressurreições; relativamente à sua fase humana não há referência a qualquer missão redentiva, e, ao tornar-se o grande juiz dos mortos no mundo inferior, outros deuses é que defendem a alma do defunto perante ele. Por outro lado, a salvação provida por Cristo é bem mais ampla: Ele sela sua posição como salvador do mundo por ocasião da consumação de sua morte, a qual substitui a humanidade culpada no castigo pelos pecados, apagando-os (1 Coríntios 15:3); pela graça de Deus os seres humanos que confessam seus pecados e aceitam o sacrifício expiatório de Cristo são tornados justos e, por ocasião do juízo, poderão comparecer irrepreensíveis perante a divindade (1 João 1:9); a obra salvífica de Jesus prossegue no Céu após a sua ressurreição, onde Ele realiza um ministério intercessor a favor dos pecadores com base ainda no seu sacrifício (Hebreus 7:25). No culto osiriano, por outro lado, sem o benefício da expiação, o falecido simplesmente tem suas obras pesadas numa balança diante de Osíris pelo deus Anúbis.
4) Decorrendo da questão exposta acima, emerge uma quarta divergência: no Livro dos Mortos não existe uma única linha que permita supor a possibilidade de a alma vir a se perder por ocasião do juízo. No Novo Testamento, ao contrário, a previsão de perdição eterna para os que não aceitarem o plano divino é constante e incisiva (Mateus 25:31-46; Marcos 16:16; 2 Tessalonicences 1:7-9).
Outro argumento diretamente relacionado a Osíris vem do professor de mitologia comparada Joseph Campbell, e é, para dizer o mínimo, indigno do renome desse especialista. Sempre tomando como base o texto de Plutarco (De Iside et Osiride), o autor sugere que a transformação de Ísis em andorinha – quando esta sobrevoa com lamentações a árvore que envolve o sarcófago com o corpo de Osíris recém descoberto – constitui uma antecipação da imagem do Espírito Santo descendo, corporificado numa pomba, sobre Jesus no seu batismo. O fundamento para tal analogia é por demais frágeis. 
Não é apenas com Osíris que Jesus Cristo é comparado. Muitas colocações que vinculam a narrativa evangélica à religião egípcia se centralizam na figura de “Hórus, o filho”. Antes de abordá-los será proveitoso considerar uma observação mencionada pelo erudito ateu John G. Jackson, destacado defensor da idéia do “Cristo mítico”:
“Em linhas gerais, o deus-sol Hórus pode ser distinguido de seu homônimo, o filho de Osíris, pela posse de certos títulos que variam de acordo com as províncias ou cidades nas quais ele era adorado. Com o passar do tempo, cada uma das diferentes formas do deus-sol Hórus, diferenciada das outras por um distinto epíteto, veio a ser considerada como uma divindade independente, e freqüentemente encontramos muitas divindades duplicadas sendo adoradas contemporaneamente, como se elas não tivessem relação uma com a outra, em períodos posteriores da história do Egito.”
A consideração acima leva à conclusão de que a recuperação na atualidade do mito original de Hórus, dada a diversidade de formas (com suas características peculiares) desse deus adoradas pelos egípcios ao longo dos séculos, é tarefa complicadíssima que não pode ser satisfeita senão de modo imperfeito. Feita essa ressalva, continua-se a análise.
Para começar, Campbell afirma que a figura de Maria como mãe da criança salvadora já era encontrada na história de Ísis e Hórus. “O antigo modelo para a Madona, na verdade, é Ísis amamentando Hórus”, diz o especialista em mitologia comparada. Tal afirmação merece crédito, pelo menos em parte. É fato arqueologicamente comprovado que o culto à deusa Ísis foi incorporado à religião romana e sobreviveu até o início da oficialização do cristianismo por Constantino, no quarto século d.C., havendo templos dedicados à deusa Ísis em cidades como Roma e Pompéia. Quando o culto a Maria, fundado em premissas extra-bíblicas, começou a estabelecer-se em definitivo na igreja cristã do início da Idade Média, ele acabou por incorporar certos elementos do culto de Ísis e de outras deusas, e, de certa forma, passou mesmo a identificar-se com esses cultos. Dessa forma, não é extraordinário que as esculturas medievais da virgem Maria amamentando o menino Jesus guardem grande semelhança com as esculturas de Ísis amamentando seu filho Hórus. No entanto, esse sincretismo tardio não pode ser usado como evidência de que a história do nascimento de Jesus é uma repetição modificada da história do nascimento de Hórus, já que a adoração a Maria é uma prática estranha à Bíblia. Quanto à identificação de Maria com Ísis com base no fato de haver engravidado de Deus, três aspectos enfraquecem significativamente o argumento: 1) a diferença brutal entre a forma como aconteceu a concepção em cada uma das narrativas; 2) o fato de que Maria dos evangelhos é a humilde serva humana que aceita passivamente uma determinação divina, enquanto Ísis é uma poderosa deusa que deliberadamente coabita com um deus em estado de passividade; e3) Maria é uma virgem ainda não desposada, enquanto Ísis é a esposa que já vivia maritalmente com seu esposo divino antes que Set o matasse.
Considera-se, a partir de agora, os principais pontos abordados na comparação do evangelho com o mito osiriano feita por Gerald Massey, ferrenho promotor da tese de que o culto a Jesus Cristo é uma continuação da religião solar egípcia. Um dos primeiros argumentos que figuram em Ancient Egypt, Light of the Worlddirige a atenção para a iconografia cristã primitiva e medieval, que consagrou as imagens de Jesus (e, evidentemente, de Maria e dos diversos outros santos) com o halo redondo de luz sobre a cabeça, o que seria uma reminiscência do disco solar sobre a cabeça de Rá e Hórus. Há grande probabilidade de o argumento, como no caso anterior, ser procedente, mas apenas em relação à religião cristã desenvolvida a partir do século quarto, não à dos tempos apostólicos. Pode-se assegurar documentalmente que Constantino cristianizou o Império Romano por meio da fusão da religião de Cristo com o culto aos deuses tradicionalmente venerados pelo povo. Dessa forma, à semelhança do que ocorreu no caso de Maria, o culto à divindade solar foi perpetuado no império através da adoração a Jesus Cristo. Uma vez que a cultura religiosa romana havia assimilado elementos do culto egípcio, não é difícil admitir que alguns desses elementos, quando efetuada a mescla com o cristianismo, tenham realmente sido transferidos à pessoa divina de Cristo. Mas vale ressaltar uma vez mais: tal sincretismo, muito posterior ao relato dos evangelhos, não pode ser usado como argumento comprometedor da veracidade histórica da narrativa da vida de Jesus.
Alguns raciocínios de Massey são tão complicados – e, por vezes, inusitados –, que se tornam difíceis de acompanhar. Por exemplo, ele assegura que a palavra grega Cristós (ungido) deriva de uma antiga palavra egípcia para múmia, krst. Sua pretensão é a de que o ritual do embalsamamento e mumificação, que encontra no mito do deus-defunto Osíris seu grande modelo e protótipo, é repetido simbolicamente na unção de Jesus em duas ocasiões: em seu batismo e, mais especialmente, no episódio da unção em Betânia (Marcos 14:1-9), no qual o próprio Cristo afirma que Maria Madalena o havia ungido para a sua sepultura (v. 8). Massey acredita que, assim como a mumificação (processo no qual se utilizava grande quantidade de óleos aromáticos) prenunciava no mito egípcio a ressurreição luminosa de Osíris como rei-juiz e a inauguração do ministério de guia e intercessão de Hórus, igualmente na história “mítica” de Jesus sua unção abre para Ele o caminho para uma nova e luminosa fase divina a partir da ressurreição.
Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a palavra Cristós é o termo grego utilizado como sinônimo para a palavra hebraica Mashiah (Messias, ungido), que, em diversas passagens do Antigo Testamento, refere-se à pessoa de Cristo com séculos de antecipação. Mesmo que se pudesse comprovar de forma cabal (e não é) uma derivação etimológica do termo grego a partir da palavra egípcia, isso não seria evidência comprometedora do evangelho, pois Cristós é apenas o sinônimo para a palavra hebraica mais antiga. Em segundo lugar, o autor parece tentar encaixar de forma um tanto forçada os detalhes da narrativa dos evangelhos no ritual de mumificação de Osíris. Entretanto, ambos os episódios citados por Massey possuem nos evangelhos significação toda particular, e as delicadas nuances envolvidas em cada um deles reduzem sensivelmente a possibilidade de que derivem do mito da unção da múmia osiriana.
Outro ponto em que Massey insiste repetidamente é o de que Hórus no mito aparece em dois estágios de idade, infante e adulto, sem que haja qualquer menção do que ocorreu no período transcorrido entre esses estágios. “Era um mistério genuinamente egípcio o de um menino que, aos 12 anos de idade transforma-se, de repente, em um adulto de 30”, afirma o egiptólogo, tentando estabelecer um vínculo com o fato de a Bíblia silenciar quanto aos eventos transcorridos durante os anos da juventude e início da maturidade de Jesus. Como ele pode saber, entretanto, que o Hórus do mito tinha exatamente 12 anos quando foi restaurado à vida (o último evento mencionado antes que ele apareça como o vingador de seu pai) e 30 quando de sua batalha contra Set? Aparentemente, o autor está apenas especulando ao explorar de modo forçado uma coincidência que parece secundária.
Também se afigura como pura especulação a denúncia feita por Massey de que a história de Jesus é um híbrido literário onde teriam sido enxertados certos aspectos da astrologia egípcia, à qual o mito osiriano se encontrava amalgamado. Para o autor, a escolha do número 12 para quantificar os discípulos que acompanharam Jesus em seu ministério indica uma clara referência dos escritores dos evangelhos aos signos do zodíaco egípcio. Massey afirma que Hórus, como o deus solar, é a figura central do esquema astrológico, funcionando como um “professor” dos outros deuses. Suas considerações podem ser sintetizadas no seguinte trecho:
“Nós queremos, então, mostrar que os típicos 12, chamados apóstolos ou discípulos, numa linguagem mais antiga, originaram-se de 12 personagens que representavam doze poderes estelares na mitologia astronômica, aos quais foram dados tronos para serem governantes em 12 signos do zodíaco ou no céu. Estes são designados como os 12 preservadores ou salvadores do tesouro da luz. Eles formam o ciclo de 12 deuses menores em torno do deus-sol no cume do monte.”
A fragilidade da argumentação astrológica acima descrita é flagrante, uma vez que o aparecimento do horóscopo é tardio no Egito. Foi apenas no período dos Ptolomeus (323 a 31 a.C.) que os egípcios adotaram o esquema astrológico do zodíaco babilônico, e isto pela via indireta grega. É impossível indicar com exatidão – e isto o próprio Massey reconhece – os deuses do panteão egípcio que compunham o zodíaco, pois os vestígios arqueológicos apontam em diversas direções. Assim, ora temos Hórus incluído na lista, ora fora dela. Rá está presente em algumas representações, em outras não. A lista sugestiva de Massey exclui Thot, que, no entanto, aparece em diversos círculos zodiacais. Não se pode afirmar com segurança, portanto, que o Jesus dos evangelhos é o Hórus solar do zodíaco egípcio.
Diversos argumentos na obra de Massey não podem ser levados a sério, tão desprovidos estão de fundamento sensato.  Uma última colocação do autor, no entanto, merece ser explorada: com base no mito osiriano recontado por Plutarco, o autor defende que assim como a morte de Osíris é precedida pela traição executada por alguém muito próximo a ele (seu irmão gêmeo Set), também a morte de Jesus é precedida nos evangelhos pela traição perpetrada por alguém muito próximo (seu discípulo Judas). Ainda de acordo com ele, ambos os traidores desejam auferir vantagem de seu reprovável ato, e, em ambas as narrativas, a traição acontece em meio a um banquete, que é a “última ceia”. Não se pode negar que haja similaridades, como também não se deve ignorar a probabilidade de tais semelhanças constituírem meras coincidências, e não necessariamente impliquem numa recontagem da história anterior. De qualquer modo, existem diferenças marcantes nesse caso: 1) Set trama e executa a morte de Osíris, enquanto Judas trai seu mestre sem vistas à sua morte; 2) no mito egípcio não há em Set, ao ocupar o trono do irmão morto, o mínimo traço de consciência pesada, enquanto a história do remorso e suicídio de Judas é um evento importante nos evangelhos; e 3) o banquete dos deuses referido por Plutarco, na medida em que é uma ocasião de lazer festivo regado a muita bebida embriagante, parece diametralmente oposto à singela, restrita e reverente ceia pascal que antecede a prisão de Jesus, cujo significado espiritual é um aspecto vital no Novo Testamento.
Conclusão
 A comparação da história de Jesus narrada nos evangelhos com a história de Osíris e Hórus destacada na religião do Egito permite concluir o seguinte: as tentativas de atribuir ao relato neo-testamentário a condição de transposição literária do antigo mito egípcio simplesmente não se sustentam.
Em primeiro lugar, o mito egípcio tal como era conhecido na época do Antigo Império não se deixa recompor senão de modo muito fragmentário e cheio de lacunas. Diferentes tradições do mito desenvolveram-se paralelamente e sabe-se que, ao longo dos séculos, o mito sofreu alterações que muito provavelmente devem ter contribuído para descaracterizar sensivelmente a história original. O único relato contendo uma sistematização do mito provindo da antigüidade é uma obra tardia do primeiro século d.C. para descaracterizar sensivelmente a história original.
Em segundo lugar, muitos dos argumentos utilizados pelos advogados da idéia do “Jesus Mítico” concentram-se em aspectos de uma fase da religião cristã em que os princípios bíblicos sofreram um processo de mescla com elementos da cultura religiosa do Império Romano, à qual, por sua vez, já se haviam amalgamado diversos aspectos cultuais de outras nações, inclusive a egípcia. Nesse caso, a presença de certos detalhes da religião egípcia misturadas ao culto cristão após o quarto século não servem de argumento válido contra a veracidade histórica da narrativa da vida de Jesus segundo aparece nos evangelhos.
Finalmente, a análise das comparações específicas dos eventos narrados no Novo Testamento com o mito egípcio de Osíris e Hórus revela muita especulação e conclusões mal fundamentadas por parte dos defensores da tese do “Jesus mítico”. Gerald Massey, que, mais de um século após a sua morte, continua sendo o grande expoente desse grupo traçou paralelos tão forçados, que chegam a ser absurdos. Quando algumas das semelhanças por ele apontadas realmente procedem em relação a um evento ou doutrina, têm-se, ao mesmo tempo, diversos outros aspectos tão completamente diferentes, que relegam aquelas similaridades ao terreno das coincidências. Além disso, dentro da bibliografia pesquisada para este artigo, uma leitura das obras que apresentam o Jesus divino do cristianismo como derivando do mito osiriano (desde Massey no século 19, até, por exemplo, Tom Harpur, que ainda vive nos dias atuais), revela uma característica marcante em todas elas: a quase total ausência de referências às fontes documentais originais. 
Sendo assim, o presente estudo permite concluir que a veracidade histórica dos eventos narrados nos quatro evangelhos do Novo Testamento acerca da vida de Jesus Cristo, adorado como Deus pelos cristãos durante os últimos 2 mil anos de história, não pode ser contraditada com base na comparação entre esses eventos e a mitologia egípcia.