sábado, 10 de dezembro de 2011

John Collins e a pluralidade textual nos tempos de Jesus


Singularidade dos Manuscritos de Qumran.

Os manuscritos de Qumran introduziram novos elementos nos estudos sobre o cristianismo antigo. Antes de sua descoberta o conhecimento do universo religioso da Judéia do século I era muito limitado. Tanto os evangelhos canônicos quanto os apócrifos, por exemplo, eram pouco esclarecedores. Seu principal objetivo era a reafirmação das mensagens de Jesus – tais como diferentes tradições as entendiam - e não uma reflexão sobre as forças e tendências conceituais que as envolviam. Outros textos que continham elementos memorialistas, como o Talmude, igualmente eram obscuros ou omissos, como anteriormente apontamos.

A obra de Flávio Josefo foi, nesse sentido, bastante esclarecedora. Através dela tomamos conhecimento pormenorizado da primeira guerra judaica (66-73). A guerra pôs fim a séculos de criatividade teológica e confusão política, o “período do segundo templo” (516 a.e.c.- 70). Josefo nos apresentou um relato básico dos movimentos religiosos da época. E assim alguns processos e eventos retratados no Novo Testamento puderam ser parcialmente compreendidos e explicados. Mas Josefo sempre foi fonte única, limitada e não detalhada, e sua convergência com outros fontes, como Philo, por exemplo, nem sempre entendida por satisfatória.

Existia, portanto, uma área de sombra documental, bastante compreensível, aliás. A primeira guerra judaica varreu da história toda uma civilização, com suas cidades e monumentos, seus líderes religiosos, escribas e grupos políticos. Eliminou populações inteiras e seus relatos e incendiou, certamente, muitas bibliotecas. No final do século XIX, no entanto, foram realizados dois achados documentais importantes. O Livro de Henoc, em sua versão etíope, que estava guardado num mosteiro da Etiópia, e o Documento de Damasco, encontrado na genizá de uma sinagoga no Cairo.

Henoc e o Documento de Damasco introduziram perturbações significativas no entendimento do cristianismo antigo. Eram textos consistentes que retratavam realidades até então desconhecidas. O primeiro era uma construção teológica afirmativa que podia ser vista ecoando na literatura cristã, às vezes de forma subjetiva, às vezes literal. O segundo revelava a existência de um grupo de judeus enigmáticos, cuja plataforma teológica não coincidia com nada conhecido até aquele momento. Mas esses achados, embora importantes, não foram particularmente elucidativos. Eram cópias medievais de textos certamente antigos, mas muito distantes de seus contextos originais e sem elos claros com eles.

A importância dos achados de Kirbet Qumran, portanto, foi imensa. Primeiro, foi percebido que eram documentos originais, vindos diretamente do período anterior à primeira guerra judaica. As datações paleográficas dos manuscritos foram consolidadas por Frank M. Cross.

Cross postulou, em função de outras evidências, a existência de três tipos de escrita na documentação. O mais antigo denominou de arcaico (c. 250-150 a.e.c.), o intermediário de hasmoneu (c. 150- 50 a.e.c.) e o mais recente de herodiano (c. 50 a.e.c. – 70 e.c.). Os testes de Carbono 14 foram mais precisos, e apontaram a existência de documentos em Qumran elaborados entre remotos c.388 -353 a.e.c. e o mais próximo 21 a.e.c-61 e.c. Tratavam-se, portanto, de textos oriundos exatamente do período dentro do qual Jesus atuou.

Em segundo lugar os manuscritos, na sua variedade e quantidade, em torno de 900 documentos, permitiram a gradual percepção de elos conceituais e teológicos entre tradições e linhagens textuais diversas. Até aquele momento em sua maioria desconhecida e que permitiram uma compreensão significativa da gênese e desenvolvimento dos textos bíblicos da tradição masorética, grega e samaritana.

Mas, no que nos interessa, apresentaram um mosaico não apenas da rica tradição apocalíptica judaica da época, mas também da pluralidade textual que imperava nos tempos de Jesus – principalmente no tocante à literatura bíblica. No primeiro caso reforçou as teorias que viam em alguns elementos do Novo Testamento traços marcantes de literatura apocalíptica, permitindo correlações documentais. No segundo introduziu novas reflexões sobre a natureza e realidade dos textos sagrados na época e sua real importância e dinâmica na gênese dos primeiros movimentos cristãos.

Quem e porque depositou esses textos nas encostas do mar morto foi matéria de discussão desde o princípio. A “hipótese essênia”, fundada pelos primeiros editores dos textos, entre eles o Padre Roland de Vaux, é a mais consensual entre os estudiosos. Foi consolidada nos estudos de Geza Vermes, Josef T. Milik e Frank M. Cross e identifica nos essênios citados por Josefo os antigos habitantes de Kirbet Qumran, igualmente responsáveis pela ocultação dos textos nas cavernas próximas. A “hipótese Groningen”, sustentada por Florentino Garcia Martinez, nega a identidade entre a comunidade de Qumran com os essênios, entendendo-a como fruto de uma ruptura doutrinária, mas afirma a responsabilidade do grupo pelo material das cavernas.

A “hipótese Jerusalém”, defendida principalmente por Norman Golb, sustenta, acompanhando algumas opiniões anteriores, que o material das cavernas não veio dos essênios e da comunidade de Qumran, mas da biblioteca do Templo de Jerusalém e de acervos particulares. De qualquer forma, todos concordam que os textos de Qumran comprovam a existência de um debate teológico intenso no período final do segundo templo. Cujos problemas e desenvolvimentos conceituais não são alheios à literatura neotestamentária.

Krister Stendhal, segundo James Vanderkam, chamou a atenção para o fato de que: “os manuscritos contribuem para o entendimento dos antecedentes do cristianismo, mas essa contribuição é tanta, que chegamos a um ponto onde o significado das semelhanças definitivamente resgata o cristianismo de falsas pretensões de originalidade no sentido popular e nos remete a uma nova compreensão de sua verdadeira base, na pessoa e nos eventos da vida do seu Messias”.

Isto é, Qumran permite a compreensão da genealogia teológica do cristianismo e um entendimento do significado de elementos conceituais que sobreviveram na memória e foram trabalhados no pensamento dos evangelistas.

2. Luz e Trevas.

Desde a pioneira descoberta do Livro de Henoc, os estudiosos se deram conta da existência de antecedentes dualistas expressivos na tradição judaica prévia à emergência do cristianismo. As origens desse dualismo não parecem remontar à tradição sacerdotal do Templo, nem aos antigos legisladores e historiadores deuteronomistas, que estão na base da autoria do Pentateuco. A maior parte dos especialistas na área visualiza aqui evidentes influências do mazdeísmo persa, relacionados aos contatos estabelecidos durante o período de dominação arquemênida. Esse tema é obscuro, no entanto, pois, como anotou John Collins, “não consigamos traçar os canais através dos quais o zoroastrianismo foi realmente transmitido”. Mas foi de uma forma ou de outra, recebido por escribas e religiosos judeus.

O mito de origem do mal, expresso em I Henoc, o entende como oriundo de uma revolta dos anjos, os “guardiões”. Esse mito teve, como compreendemos a partir dos textos de Qumran, profunda influência sobre diferentes linhagens teológicas na época do segundo Templo. Alguns, como Margareth Baker, argumentaram que seu elemento judaico, o ciclo mítico de Henoc, mencionado em Gênesis 5, 21-24 tem raízes na época do primeiro Templo

O texto bíblico em si pertence ao chamado “Livro das Gerações”, que é provavelmente de origem sacerdotal e talvez evoque alguma antiga genealogia já conhecida. Independentemente desse registro, I Henoc, como proposição teológica, é entendido por muitos, no entanto, como uma afirmação opositora à teologia sacerdotal do perdão, entronizada no Pentateuco. Gabrielle Boccaccini propõe que suas origens estão no século IV a.e.c., no próprio momento da consolidação do texto sacerdotal, e não é impossível que reflita dissensões na esfera das lideranças sacerdotais com relação às iniciais disputas de poder pelo controle do segundo templo. De fato I Henoc se opõe ao Pentateuco.

A sua ética tende a liberar o ser de suas responsabilidades diante do mal, pois o atribui às ações de outros, isto é dos anjos rebeldes e os demônios. Afirma que a solução definitiva do problema pode ser unicamente alcançada em uma dimensão global e se posiciona na aceitação de algum tipo de predestinação.

Muito da literatura sectária de Qumran é relacionada a esse dualismo presente em I Henoc. Ele está presente, por exemplo, de alguma forma, na postura daqueles judeus que atuaram para instaurar um isolamento próprio absoluto diante dos outros, tidos por impuros. Tema de muitos textos qumranitas. Também é característico daqueles documentos que afirmam ser a história o cenário de um conflito entre a luz e as trevas e que culminará numa grande batalha escatológica. Esse é um motivo central do dualismo apocalíptico e é assim declinado na Regra da Comunidade (1QS): “Do manancial da luz provém as gerações da verdade, e das fontes das trevas as gerações da falsidade. Na mão do príncipe das luzes está o domínio sobre todos os filhos da justiça, eles andam por caminhos de luz. E na mão do anjo das trevas está todo domínio sobre os filhos da falsidade, eles andam por caminhos das trevas”.

O alcance de semelhantes concepções pode ser discernido na literatura neotestamentária. Como anotou David Flusser, elas são claras especialmente em Paulo, oão Evangelista e no autor da Epístola aos Hebreus. De fato, o caráter rarefeito desse dualismo em outros autores do Novo Testamento permite a identificação, naqueles, de um perfil teológico específico de natureza apocalíptica. Parece que esses elementos conceituais de aplicação geral no universo sectário se manifestam em determinada fase da constituição das comunidades cristãs, aparentemente após o desaparecimento de Jesus.

Paulo, explicitamente, assume tal plataforma teológica: “que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Que acordo entre Cristo e Belial?... Que há de comum entre o templo de Deus e os ídolos? Ora, nós é que somos o templo do Deus vivo...” (2Cor, 6:14-16). A identificação do mal com Belial, por exemplo, só ocorre uma única vez no Novo Testamento, mas é comum na literatura apocalíptica de Qumran. João, da mesma maneira, acompanha os elementos expostos na Regra da Comunidade: “se... andamos nas trevas mentimos e não praticamos a verdade. Mas se caminhamos na luz como ele está na luz, estamos em comunhão uns com os outros” (1Jo, 1:6-7) e mais adiante, concluindo: “Nós sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sob o poder do maligno” (1Jo 5:20). Isso também aparece na literatura cristã primitiva extra-canônica, como no Pastor de Hermas: “dois anjos existem em cada homem: um da justiça e outro da maldade” (M6, 2). Tais formulações aproximam-se de transcrições literais dos pressupostos dualistas de muitos documentos de Qumran. Comprovam a força e o alcance do pensamento apocalíptico sectário no desenvolvimento do cristianismo.

3. Anjos e Messias.

Um outro tema importante na aproximação entre os manuscritos de Qumran e o cristianismo antigo diz respeito às concepções judaicas do período do segundo templo sobre os anjos e seu papel. Como o próprio Novo Testamento afirma, não se tratava de crença geral (Atos, 23:8) e textos sectários importantes encontrados em Qumran, como o Rolo do Templo (11Q19), não os mencionam. No entanto, as tendências dualistas, em suas diversas variantes, colocaram em evidência um cenário de confrontação entre o bem e o mal que tem nos anjos os seus mais proeminentes protagonistas. Em I Henoc a rebeldia de Azazel e Semiaz é confrontada por um exército angelical, destinado a restaurar a ordem, chefiado pelo anjo Miguel.

Essa elevação de personalidades angelicais a um papel central no drama cósmico, o do “príncipe da luz”, por exemplo, corresponde a um padrão generalizado – que transborda na literatura cristã antiga. E não coincide muito, de fato, com o papel subordinado e de meros intermediários e mensageiros que os anjos costumam ter na literatura sacerdotal. John Crossan analisou especialmente a convergência de Henoc com Daniel, nesse sentido. Associação que parece delinear as tendências teológicas presentes na literatura neotestamentária. O tardio “Livro das Similitudes” de I Henoc, descreve uma criatura celestial de imenso poder:

“Vi Aquele a quem pertence o tempo antes do tempo. Sua cabeça era branca como a lã e com ele estava um outro indivíduo, cujo rosto era como o de um ser humano... perguntei... a um... dos anjos... „Quem é este?... e ele me respondeu: „este é o Filho do Homem a quem pertence a virtude, em quem vive a virtude... este filho do homem que viste é aquele que expulsará os reis e os poderosos de seus assentos confortáveis e arrancará os fortes de seus tronos”.

A denominação “como um filho do homem” aparece, como se sabe, em Daniel 7,13-14: “Eu continuava contemplando nas minhas visões noturnas quando notei, vindo sobre as nuvens do céu, um como Filho do Homem... a ele foi outorgados o poder, a honra e o reino, e todos os povos nações e línguas o serviram”.

Essa convergência de designação assinala um comum entendimento de que uma criatura celestial, provavelmente um anjo, talvez Miguel, viria a assumir um papel central na solução do drama cósmico. Segundo Collins as figuras do “príncipe da luz” e “do como um Filho do Homem” são correspondentes e afirmam a proposta, comprovada na literatura de Qumran, de entender um futuro messias como uma criatura mais que humana, angelical. Isso é fundado provavelmente na tradição mazdeísta, na qual o saoshyant, o messias escatológico, é uma emanação de Ahura Mazda. Mas se distancia claramente de uma outra tradição que entende o messias apenas como o detentor de um título geral, o “ungido”, isto é, um rei ou sacerdote, - que tanto podem ser os antigos reis e sacerdotes de Israel quanto os futuros -, ou um soberano estrangeiro, Ciro, por exemplo.

De certo que também existe um movimento no pensamento apocalíptico no sentido de elevar figuras humanas a uma dimensão celestial, e isso parece em parte conseqüente com elementos judaicos mais amplos. A literatura sacerdotal também admitia essa possibilidade, no caso de Henoc e no do profeta Elias, ambos tidos como tendo ascendido aos céus e passado a existir junto ao Eterno. O pensamento apocalíptico, no entanto, construirá toda uma teologia em torno desses personagens. Além desses incluirá Melquisedec, protagonista de um ciclo mítico específico. Essa personagem é de fato especialmente relevante na literatura apocalíptica, notavelmente nos manuscritos de Qumran. É mencionado de uma forma misteriosa no Gênesis. É ele, “rei de Salém”, que foi ao encontro de Abrão trazendo pão e vinho, “ele era sacerdote do Eterno” e pronunciou uma benção sobre o patriarca (Gen, 14: 18-20). Em mais de um texto de Qumran, Melchisedec é também equacionado ao “príncipe das luzes”, isto é, um anjo. Em 4Q374, o Apócrifo de Moisés, é entendido como um “guardião”, figura celestial que se defronta com Melchiresha, o mal. Em 11Qmelch, são aplicados a ele todos os atributos redentores do “filho do homem”: “Melquisedec executará a vingança dos juízos de Deus. Nesse dia eles serão liberados da mão de Belial e das mãos dos espíritos de seu lote. Em sua ajuda virão todos os elohim. Ele é quem prevalecerá nesse dia sobre todos os filhos de Deus, e ele presidirá a assembléia (...)”.

A sua importância ecoa na Epístola aos Hebreus 7, onde “se assemelha ao filho de Deus”, sendo “sem pai, sem mãe, sem genealogia”, ou seja, provavelmente, também uma criatura celestial. Donde se conclui pela dependência desse texto dos elementos literários a ele associados em Qumran.

Esses dois movimentos, o do anjo redentor e o do humano que ascende ao espaço da divindade, parecem assim apontar para certas noções presentes na literatura neotestamentária. De um lado a busca de um messias que não fosse humano, mas sim um integrante da corte celestial e, portanto, dotado de uma pureza exemplar e absoluta. De outro a crença num messias que, sendo originalmente humano, pelas suas virtudes foi capaz de ascender a um elevado estado de santidade. Passando então para um plano superior e mantendo-se então na convivência eterna de Deus. As dúvidas sobre a precisa natureza de Jesus provavelmente eram fundadas em semelhantes concepções - de conhecimento geral nos derradeiros momentos do segundo templo.

Por fim, em pelo menos um texto, o 4Q174, Florilegium, o messias é descrito como “filho de Deus”, numa interessante e direta correspondência com a literatura antiga cristã: “Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Isto se refere ao broto de Davi que se erguerá com o intérprete da Lei que surgirá em Sion nos últimos dias”. Os dois messias, aqui declinados, o “rebento de Davi” e o “intérprete da Lei”, não obscurecem a singular denominação que se tornará emblemática para os primeiros seguidores do cristianismo. Ela se repete num fragmento aramaico, o 4Q246, onde se trata do messias dizendo que “grande será chamado e será designado com o seu nome. Será denominado filho de Deus e lhe chamarão filho do Altíssimo”. Desde a descoberta desse texto foi anotado que há dele um muito provável eco em Lucas: 1,32: “Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai”. Todos esses elementos permitem-nos caracterizar parcelas substanciais da literatura cristã como dependentes, do ponto de vista da genealogia teológica e da história, de um corpo literário específico abundante no período do segundo templo.

4. Em Direção a Novos Problemas.

Podemos, portanto entender parcela substancial da teologia da literatura neotestamentária a partir dos manuscritos de Qumran. Mas certamente isso não esgota o assunto. Tanto em direção ao desenvolvimento posterior do cristianismo quanto no tocante ao Jesus histórico.

No posterior porque parece claro que nenhum dos elementos aqui expostos permite compreender os particulares desdobramentos que conduziram ao desenvolvimento do conceito da Santíssima Trindade e à crença na divindade de Jesus. De resto temas mapeáveis historicamente e relacionados à outras influências e desenvolvimentos particulares. No tocante ao Jesus histórico porque se é claro que a literatura paulina ou joanina está repleta de elementos apocalípticos e se remete textualmente a textos agora conhecidos do segundo templo, não é certo que ela expresse a realidade teológica da pregação de Jesus.

Esse tema é significativo, principalmente devido ao fato de algumas passagens neotestamentárias serem distantes dessa temática dualista ou não compartilharem dos elementos formais dos textos apocalípticos. Brad Young, por exemplo, estudou um problema específico dos evangelhos: as parábolas. Ao faze-lo procurou demonstrar a convergência teológica entre as parábolas de Jesus e as parábolas rabínicas. Ele considerou que a utilização de parábolas é um recurso específico da tradição rabínica. Os rabinos se entendem como herdeiros da tradição farisaica, principalmente de seus procedimentos de digressão teológica.

Como esse recurso, a parábola, não é próprio e nem encontrado na literatura apocalíptica, se entende que o mesmo possui origem farisaica. Assim sendo, a ampla utilização que Jesus faz das parábolas só pode ser entendida como indicação que ele compartilhava, ao menos eventualmente, do universo conceitual dos fariseus. Young, portanto, acompanhando Flusser, sugeriu inusitadas afinidades entre o Jesus histórico e as tradições farisaicas. Tanto em método de exposição quanto em conceitos.

Ele analisou diversas parábolas de forma pormenorizada. Entre elas a difícil “parábola do administrador infiel”, em Lucas. Nessa passagem Jesus utiliza literalmente a expressão “filhos da luz”. E é essa a única ocorrência da expressão nos evangelhos. Trata-se, como hoje sabemos, do termo com que alguns dos sectários de Qumran se designavam, especialmente na “guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas” (1QM). Segundo Young, essa parábola complexa conteria uma crítica aos dualistas, “uma paródia negativa”. Principalmente expressando reticências à forma como os sectários geriam seus bens, isto é, recolhendo-os do indivíduo, administrando-os coletivamente. “Pois os filhos deste mundo são mais prudentes com sua geração do que os filhos da luz”, asseverou Jesus (Lc 16:8).

Nesse sentido, pelo menos algumas partes das tradições relativas a Jesus poderiam bem afastá-lo do universo teológico apocalíptico, ou não inseri-lo dentro dele totalmente. Isso significaria que os fortes traços dualistas ou o insistente perfil sobrenatural do messias presentes no Novo Testamento não necessariamente seriam traços marcantes e originais do Jesus histórico, mas sim frutos de uma interpretação e vivência imediatamente posteriores. Pode ser também que o Jesus histórico gravitasse entre mundos diferentes, não se atendo a uma tradição específica. Isso coaduna com a pluralidade teológica do período do segundo templo, tão bem exemplificado pela biblioteca de Qumran, onde sequer algo conhecido como “um texto canônico bíblico” pode ser identificado. Assim, Jesus poderia ser um rabino singular – dessa forma é, aliás, denominado várias vezes – que reunisse em torno de si seguidores de diferentes origens. E que deixou tantos legados quantas fossem as concepções teológicas de seus seguidores. O que é possível, dado à pluralidade de visões, não apenas dualistas, mas gnósticas, por exemplo, que caracterizam as diferentes tradições cristalizadas nos evangelhos – tanto canônicos quanto apócrifos.

Os manuscritos de Qumran levantaram, portanto, importantes questões sobre a teologia do cristianismo antigo. Mas, principalmente, inseriram o desenvolvimento do pensamento cristão original no quadro mais amplo do judaísmo do período do segundo templo. Dimensionando, portanto, sua real inserção histórica.

A habilidade inquestionável dos curandeiros no Cristianismo Primitivo


As primeiras comunidades cristãs, ao comporem narrativas acerca das atividades religiosas de seu líder, lançaram mão de um vasto conjunto de práticas e conceitos relativos à cura de doenças e à ressurreição dos mortos. Noções judaicas de causa, tratamento e cura de doenças se modificam no interior desses grupos no debate com práticas presentes, por exemplo, nos cultos a Esculápio, Ísis e Serápis. Para além do mundo divino, cura e ressurreição foram associadas, tanto no judaísmo como para além dele, a mortais como Apolônio de Tiana, Hipócrates e Salomão, assim como a figuras públicas como Vespasiano e Pirro. Nos primeiros séculos da Era Comum, este diálogo toma forma através da atribuição do poder de curar exclusivamente a Cristo, o qual inclusive lança mão de outros personagens para exercer milagres. As comunidades cristãs sintetizam, neste único personagem, os papéis do sábio/médico à terapia e à cura.

No mundo antigo grego, conviviam distintas perspectivas sobre o adoecer, tanto no que diz respeito ao agente causador da moléstia quanto no que se refere ao comportamento e à responsabilidade do doente diante dela. No período clássico delineou-se a idéia de corpo físico como dimensão ética da pessoa de maneira que a corporeidade passou a ser objeto tanto de reflexão quanto de ação. O corpo doente ou saudável, como pensado pelos autores de tratados medicinais hipocráticos, é objeto de conhecimento e de controle. Para Brooke Holmes, esses dois aspectos fundamentam uma nova subjetividade e, mais ainda, uma ética do cuidado. A responsabilidade sobre o corpo reconfigura os sentidos sociais e éticos da doença. A documentação antiga grega explorou o tema de maneira extensa. No Hipólito de Eurípedes, encenado em 428 a.E.C. em Atenas, Fedra combate a aflição erótica à qual é submetida por Afrodite com argumentos fundamentados por preceitos políades centrados na fidelidade da esposa.

No século seguinte, Platão identificará, no Timeu, a necessidade da educação e de uma vida de equilíbrio a fim de evitar a calamidade natural que é a doença, a qual é provocada pelo desequilíbrio entre os quatro elementos que compõem o corpo humano. Mais tarde, na Ética a Nicômaco, Aristóteles argumenta sobre a necessidade do paciente de exercer o controle sobre si mesmo e submeter se à autoridade médica. Mais tarde, os estóicos desenvolverão a dimensão ética da doença ao identificarem-na como algo acima das causas naturais e dependente da vontade de uma providência que a tudo governa. A doença seria, assim, não uma calamidade, mas um pequeno incidente na ordem natural das coisas e, diante dela, o homem deve proceder com paciência e resistência. No terceiro século antes da Era Comum, Crisipo, postulava que fazer os homens vulneráveis à doença não é o principal propósito do criador. Contudo, com o objetivo de aquilo que é benéfico para a humanidade, há a necessidade de se permitir a existência da doença.

Enfermidade e saúde estão, assim, natural e intimamente correlacionadas e ambas fazem parte da ordem natural, e, portanto, não podem ser objeto de ansiedade e desespero. A doença deve ser, pelo contrário, tolerada e suportada pacientemente.

Na transcrição dos discursos de Epitecto, composta por seu pupilo Arriano em 108 de nossa era, a tolerância à doença é pensada como atitude indispensável ao tão esperado momento da separação da alma do corpo:

O que significa suportar bem uma febre? Não culpar nem os deuses nem os homens nem se afligir diante do que acontece, mas esperar a morte de maneira boa e elegante e fazer aquilo que deve ser feito. Quando o 76 médico chega, não recear o que ele tem a dizer nem ficar excepcionalmente alegre caso ele diga que você está se recuperando bem e, se ele disser que você está doente demais, não fique desanimado, pois o que significa estar doente demais senão estar próximo da separação do corpo da alma?

Em suas Meditações, compostas já no final do segundo século, Marco Aurélio identifica Zeus como o grande médico sob cuja autoridade nos submetemos quando doentes. É necessário, aceitar tudo que acontece, mesmo aquilo que é mais desagradável, pois leva a tais coisas: a saúde do universo e a prosperidade e felicidade de Zeus. Pois ele não daria a nenhum homem o que ele dá se isso não fosse útil para a totalidade. Nem mesmo a natureza de coisa alguma, qualquer que ela seja, causa o que não é adequado àquilo que é orientado por ela.

Portanto, por dois motivos é correto contentar-se com o que acontece consigo: primeiramente, porque foi feito para si e prescrito para si e, de certa maneira origina-se em si, desde as mais antigas causas que giram em torno de seu destino. Em segundo lugar, porque mesmo aquilo que de mais severo ocorre a todos os homens é, para o poder que governa o universo, motivo de felicidade e perfeição e mesmo o que lhe dá continuidade. Pois a integridade da totalidade é mutilada se tu excluis o que quer que seja da continuidade e da comunhão seja das partes, seja das causas.

No início da Era comum, portanto, a relação do homem com qualquer calamidade pessoal ou coletiva é pensada, por um lado, a partir de uma ética da fatalidade. O doente deve aceitar aquilo que a ordem do universo – identificada por Marco Aurélio como Zeus – lhe oferece de bom ou ruim, pois faz parte de seu funcionamento ótimo, o qual não deve jamais ser constrangido pelo desejo do homem de viver de maneira distinta daquela que a providência estabeleceu. Esse posicionamento foi visto com desdém por Plutarco, o qual escreve:

Para o supersticioso, toda enfermidade do corpo, toda perda de dinheiro ou de filhos... é chamada de praga dos deuses e o assédio de algum demônio. O indivíduo não se aventura a se ajudar, pois isso significaria lutar contra os deuses... se alguém está doente, afasta o médico e exclama: “deixe-me sozinho para sofrer minha punição, ímpio e desgraçado como sou, detestado por deuses e demônios”.

Apesar do posicionamento passivo e tolerante por parte de homens como Marco Aurélio, uma parcela considerável dos indivíduos via como impossível adotar tal postura. A doença era, nesse contexto, uma grande calamidade, não um evento normal e adequado no funcionamento da maquinaria do universo. Era, sim, uma característica perturbadora e aberrante desse mecanismo. Originada fora do homem, ela era resultado da fúria de uma divindade ou da possessão por um demônio. Diante da enfermidade, o homem tinha como único remédio o acesso direto ao seu agente causador: o apelo ao deus ou a expulsão do demônio. Súplica e eliminação figuravam, desta maneira, como ações alternativas diante dos agentes causadores da moléstia. Num mesmo universo religioso, para o qual a ordem do mundo é regida por uma inteligência de autoridade acima da humana, acima do indivíduo e da pólis, duas atitudes perante a desgraça se estabeleciam: tolerância, complacência e submissão, por um lado, e súplica, exigência e expulsão, por outro.

Tais atitudes dúbias perante a doença estão associadas à popularidade de santuários em honra a deuses como Ísis, Serápis e Esculápio e à figura do curandeiro, do mago como médico. Espaços devocionais e indivíduos que curam são desta maneira, elementos-chaves para o desenvolvimento, no interior de grupos cristãos, da personagem do devoto que cura imbuído do espírito divino.

O vínculo entre devoção, doença e cura presente no cristianismo desenvolve se a partir de concepções gregas como as anteriormente descritas e noções judaicas sobre as quais podemos ler no Pentateuco. Por um lado, a dor do parto será a punição conferida a Eva e ela e Adão serão expulsos do paraíso divino para que não comam da árvore da vida e vivam como imortais (Gênesis 3, 16; 22-24).

Em seguida, o limite de 120 anos para a vida humana – responderá à união ilícita entre as filhas dos homens e os filhos de Deus (Gênesis, 6, 1-3). Mas o deus do Pentateuco não é apenas aquele que se utiliza da doença como instrumento de punição do homem. Ele também tem o poder de distribuir saúde a quem lhe convém. No Êxodo, é dito que Iahweh livrará aqueles que o obedecerem de todas as pragas e doenças:

se ouvires atento a voz de Iahweh teu Deus e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, se deres ouvidos aos seus mandamentos e guardares todas as leis, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios. Pois eu sou Iahweh, aquele que te restaura. (Êxodo, 15, 16)

O judaísmo antigo associava, portanto, o distanciamento da divindade à dor, à doença e à morte e a submissão a ela como única garantia da vida e da saúde. O “Iahweh que restaura” o faz tão-somente quando obedecido, quando identificado como aquele que orienta o homem na melhor maneira de viver. No primeiro século da Era Comum, Fílon sintetiza essas concepções:

Essas coisas são a recompensa pela impiedade e a iniqüidade. Há doenças físicas que afligem e devoram cada membro e cada parte separadamente e que também atormentam e torturam o corpo com febres e calafrios e debilitações terríveis e também convulsões espasmódicas dos olhos e ferimentos e abscessos putrefatos.

As primeiras comunidades cristãs combinaram as concepções éticas sobre a doença e a saúde advindas do mundo grego e judaico ao interpretarem a doença como um sinal do desgosto divino. Diante da possibilidade de tornar-se doente, o devoto deve submeter-se à vontade de deus a fim de conservar a saúde e a vida.

Quando Jesus encontra-se diante do paralítico de Cafarnaum, seus pecados precisam ser perdoados antes da cura (Evangelho de Marcos 2, 5-12). Em outra ocasião, Jesus cura um doente que, como tantos outros, se encontrava prostrado diante do tanque de Betesda. Ao reencontrar o homem, tempos depois, Jesus exclama: Eis que estás curado; não peques mais para que não te suceda algo pior!

(Evangelho de João 5, 1-14). Decerto, em nenhum momento é explicitado se o pecado era a causa dessas doenças. Contudo, a julgar pela afirmação paulina de que a doença e a morte de certos membros da igreja de Corinto figuravam como castigo de deus por conta da inobservância da Ceia do Senhor (Primeira Epístola aos Coríntios 11, 30-32), é possível afirmar que as primeiras comunidades cristãs associavam transgressão e doença de maneira, senão causal, relacional. O mau funcionamento do homem como ser social compõe a dimensão física do mau funcionamento do corpo.

Como no mundo grego, comunidades cristãs também identificavam a ação demoníaca como causa das enfermidades. No Evangelho de Mateus (9, 32; 12, 22), mutismo e cegueira são atribuídos à ação demoníaca, a qual é neutralizada pelo exorcismo praticado por Jesus. Em outra ocasião, narrada no Evangelho de Marcos (9, 17), os discípulos tentam expulsar o demônio que possuía um menino epilético e mudo, mas não obtêm sucesso e ele é curado quando Jesus executa o exorcismo.

Além dessa compreensão da doença como resultado da ação de um demônio que possui o doente, outras enfermidades são concebidas numa relação diferente com o mundo demoníaco. Uma febre pode ser “conjurada”, “repreendida”, da mesma maneira que se “repreende um espírito”, como narrado no Evangelho de Lucas (4, 39). No mesmo documento, uma mulher encontra-se inválida devido à possessão por um espírito e, ao ser tocada por Jesus, este lhe informa: Mulher, estás livre de tua doença (Evangelho de Lucas 11, 13). O agente demoníaco, espiritual é, portanto, a própria doença. Ao dirigir-se a um, atinge-se o outro e, quando um é expulso, o outro simultaneamente desaparece.

O sintoma, para as primeiras comunidades cristãs, originado externamente, ocupava, contaminava o indivíduo e submetia-o a vontades próprias que alienavam o homem e retiravam-no do contexto social. Neste sentido, a concepção cristã da doença como a possessão por uma inteligência externa assemelha-se às idéias clássicas do interior do corpo como dimensão desconhecida, perigosa e de onde advêm impulsos, movimentos e dores que não são reconhecidos como originados na pessoa. Brooke Holmes denomina esse espaço de “cavidade”, a qual não se refere nem ao lugar em que o herói homérico oculta “palavras aladas” nem a um elemento da anatomia humana. A cavidade é, pelo contrário, um espaço em grande medida além daquilo que o médico pode ver e, crucialmente, abaixo do limiar da consciência. Esse espaço interior inacessível à pessoa é, no mundo cristão, um dos lugares da ação divina cujo objeto de interesse é o homem. Na Segunda Epístola aos Coríntios lemos a narrativa da doença de Paulo como sinal da ação divina por intermédio de Satanás: Para eu não me encher de soberba, foi-me dado um aguilhão na carne – um anjo de Satanás para me espancar – a fim de que eu não me encha de soberba. A esse respeito três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Respondeu-me, porém: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”. Por conseguinte, com todo o ânimo prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que pouse sobre mim a força de Cristo. Por isto, eu me comprazo nas fraquezas, nos opróbrios, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte. (Segunda Epístola aos Coríntios 12, 7-10).

Aqui, a vontade divina toma a forma da doença e, para ser exercida, lança mão do mundo demoníaco como instrumento de ação. Nesse sentido, a doença ganha um caráter benéfico para o indivíduo, pois é através dela que este se torna objeto de atenção por parte do mundo divino. Diferentemente da concepção estóica em que a ordem do mundo depende de situações desagradáveis ao indivíduo, como no caso das enfermidades, a atitude de passividade cristã diante da doença é entendida como determinante, não para a totalidade ou a comunidade, mas para o indivíduo. Não é o universo que depende da ação, por vezes desfavorável ao homem, por parte da vontade dos deuses. O indivíduo é, não apenas, a vítima e o objeto de atenção divina. No mundo grego, como vemos na tragédia clássica, a possessão ocorre para que o desejo da divindade se cumpra e essa não traz qualquer benesse para o indivíduo. Na documentação paulina, a possessão pode ter um valor positivo, mesmo se toma a forma de doença, pois age de maneira repressora e educativa. A dimensão ética da doença não está numa relação de causa e efeito entre ação transgressora e sintoma, mas sim entre o sintoma e o comportamento esperado pela divindade.

O papel do curandeiro, desempenhado seja por Jesus, seja pelos apóstolos, tem por sua vez uma longa trajetória. Deuses como Esculápio, Ísis e Serápis exerciam atividades medicinais, inclusive através de prescrições emitidas em sonhos aos doentes. Ao dormir, o doente encontrava-se com a divindade e esta praticava a cura ao medicá-lo, operá-lo ou tocá-lo. Em outras situações, a atividade divina limitava-se a prescrever uma série de exercícios, alimentos, medicamentos e hábitos a fim de promover o restabelecimento do doente. A prática da incubação nos templos de Esculápio persistiu até 450 da Era Comum no santuário de Atenas, sobre o qual foram construídas sucessivas basílicas cristãs depois da eliminação do culto original. Muitas das práticas presentes nas Asklepiaia no período clássico podem ser conhecidas pelos Hieroi Logoi, um conjunto de orações compostas por Élio Aristides de Esmirna cerca de 170 da Era Comum. Aristides fora internado por diversas vezes ao longo de sua vida no santuário de Esculápio em Pérgamo e, sob as ordens do deus, registrou num diário suas experiências. Ao final da vida, os diários convertem-se em fonte para a composição dos Hieroi Logoi, obra na qual o devoto de Esculápio escreveu sobre as diversas moléstias que o acometeram, suas experiências religiosas, sociais e intelectuais no Asklepieion e as prescrições médicas emitidas pelo deus em sonhos. Essas incluíam passeios sem sapatos na neve, banhos, purgas, jejuns e o uso de diversos medicamentos cuja receita era também informada pelo deus.

Segundo Diodoro da Sicília, o qual escreve no último século antes da Era Comum, o mesmo tipo de atividade era atribuído a Ísis, Segundo ele, os egípcios acreditavam que a deusa teria descoberto muitos remédios e, quando se tornou imortal, passou a curar e a ensinar aos homens, em sonhos, como eles poderiam ser curados das enfermidades que os acometiam. Os santuários em honra ao sincrético Serápis também eram lugares para onde os doentes se dirigiam para sonhar com o deus e obterem cura para suas doenças. No segundo século da Era Comum, Arriano de Nicomédia narra como sete dos amigos de Alexandre, quando este se encontrava doente, dormiram no templo de Serápis para saber do deus se era aconselhável levá-lo para lá. A resposta foi negativa e em seguida Alexandre morreu, de maneira que sua morte foi entendida como se tivesse sido previamente profetizada.

O poder de curar não era exclusividade dos deuses no mundo Greco-Romano. Mais do que isso, ele podia se estender à habilidade em ressuscitar os mortos, numa radicalização absoluta do papel desempenhado pelo curandeiro, cuja identidade é redefinida pela do mago. Aos magos e feiticeiros era atribuída o poder de curar todos os tipos de doenças e de levantarem os mortos, como, no século I E.C., sintetiza Lucano. Ele escreve sobre uma mulher da Tessália chamada Ericto, procurada por Sextus, filho de Pompeu, a fim de obter o conhecimento sobre o futuro. Para isso, Ericto promove o retorno da alma ao corpo de um soldado morto ao convocar o fantasma das regiões inferiores e forçá-lo a entrar no cadáver e a falar:

Então o sangue quente e líquido com um toque suave acariciou os ferimentos enrijecidos e preencheu as veias até que vibrasse mais uma vez o pulso que lentamente retornava. E toda fibra estremeceu como se com a morte a vida tivesse se combinado. Então, não membro por membro, de maneira trabalhosa e com grande esforço, mas elevando-se de uma vez só, num salto o homem vivo se levantou da terra. Seus olhos brilhavam num clarão feroz e a vida era débil. Sobre sua face ainda restavam as pálidas matizes da morte recém-expulsa. Ele foi tomado de assombro, há pouco trazido de volta à terra: mas de seus lábios retesados não saia qualquer murmúrio. Apenas ele tinha poder de responder quando questionado. “Fale”, disse a mulher da Tessália, “pois te recompensarei.

Será grande o teu ganho se me responderes sinceramente e também livre de qualquer arte da Tessália. Este túmulo deve ser agora seu e em sua pira funerária tantas toras fatais devem queimar, tantos cantos devem ser entoados que nada mais, nem nenhum outro encantamento ou feitiço irá alcançá-lo. Assim, seu sono do Letes não será jamais perturbado novamente por uma morte recebida por mim há pouco. Por tal recompensa não considere esta segunda vida como algo forçado e em vão. As respostas dos deuses dadas pela sacerdotisa no sagrado santuário podem ser obscuras. Mas aqueles que enfrentam os oráculos da morte em busca da verdade devem ser respondidos de maneira clara. Portanto, fale, eu te rogo. Permita que a fortuna oculta fale através de tua voz sobre os mistérios do porvir”.

A bruxa da Tessália é procurada por Sextus a fim de desvendar um futuro sombrio: o morto profetiza derrota de Pompeu, a ser descrita no Livro Oitavo da obra. A ressurreição é neste caso, apenas um instrumento político, pois através dela, é dado a conhecer o desenvolvimento dos conflitos.

Em certas situações o elemento mágico está ausente e o curandeiro tem o poder de detectar os vestígios de vida no corpo de alguém dado como morto e lhe restaurar a vida, habilidade utilizada como sinal do grande poder. No primeiro século de nossa era, Plínio escreve sobre o médico Asclepíades de Prusa o qual invadira um funeral para o qual não fora convidado e salvara a vida do morto, cujo corpo já havia sido colocado sobre a pira. No século seguinte, Apuleio estende a narrativa:

Uma vez, por um acaso, quando ele estava voltando para a cidade vindo de sua casa no campo, viu uma enorme procissão funerária nos subúrbios da cidade. Uma imensa multidão de homens que foram prestar as últimas honras ao morto encontravam-se próximos ao carro fúnebre, todos imersos em grande tristeza e vestidos em trapos. Ele perguntou de quem era o funeral, mas ninguém respondeu. Então, se aproximou para satisfazer sua curiosidade e ver quem poderia ser aquele que estava morto, ou, quem sabe, na esperança de descobrir algo do interesse de sua profissão. De qualquer forma, ele arrebatou o homem das presas da morte, prestes a ser enterrado. Os membros do pobre sujeito já estavam cobertos de ervas e sua boca preenchida por um ungüento de doce perfume. Ele havia sido untado e tudo estava pronto para a pira. Mas Asclepiades olhou para ele e, cuidadosamente, tomou ciência de certos sinais. Manipulou seu corpo algumas vezes e percebeu que ainda havia vida nele, apesar da dificuldade em detectá-la. Rapidamente, ele exclama:

“Ele vive! Larguem as tochas, levem embora o fogo e ponham abaixo a pira. Levem de volta o banquete funerário e estendam-no sobre sua mesa em casa”. Enquanto ele falava, surgiu um burburinho; alguns diziam que era preciso confiar nas palavras do médico enquanto outros zombavam de sua habilidade. Finalmente, apesar da resistência até mesmo de alguns de seus parentes, talvez porque já haviam se apropriado dos bens do morto, talvez por não acreditarem ainda em suas palavras, Asclepiades os persuadiu a adiar o enterro por um breve momento. Tendo-o resgatado das mãos do responsável pelo funeral, ele levou o homem para casa como se o tivesse tirado da própria boca do inferno, e rapidamente fez com que seu espírito revivesse e, através de certos medicamentos, convocou a vida que ainda existia escondida nos lugares ocultos de seu corpo. (Florida 19) Alguns homens podiam exercer curas de maneira tão milagrosa quanto aquelas encontradas nos santuários dos deuses. No início da Era Comum, Plutarco narra como o general Pirro de Épiro, o qual vivera no século III antes da Era Comum, era capaz de curar o baço ao pressionar o corpo dos doentes com seu pé direito. Acreditava-se que o dedão de seu pé direito detivesse uma virtude divina, pois depois de sua morte, quando seu corpo todo havia sido queimado, ele permaneceu intacto. Tácito, o qual escreve na mesma época de Plutarco, discorre, por sua vez, sobre o poder do imperador Vespasiano de curar: Entre os pobres de Alexandria havia um homem que todos sabiam ser cego. Um dia ele se atirou aos pés de Vespasiano, implorando-lhe com gemidos que curasse sua cegueira. Ele havia sido instruído por Serápis para dirigir-lhe essa súplica, o deus favorito de uma nação muito agarrada a estranhas crenças. Ele perguntou se o imperador poderia untar seu rosto e olhos com a saliva de sua boca. Um outro suplicante, o qual sofria de atrofia numa mão, também implorou ao imperador por orientação de Serápis que César o tocasse com seu pé imperial.

A princípio, Vespasiano riu e recusou-se. Quando eles insistiram, ele hesitou. Por um momento, ficou preocupado em ser acusado de vaidade, caso falhasse. Depois, os apelos urgentes das vítimas e das pessoas em volta do imperador fizeram-no desejar executar se curas. Finalmente, ele solicitou a opinião dos médicos sobre se uma cegueira e uma atrofia daquele tipo poderiam ser curadas por meios humanos. Os médicos foram eloqüentes sobre várias possibilidades. A visão do homem cego não estava completamente destruída e se certos impedimentos fossem removidos, sua visão retornaria. O membro da outra vítima havia sido deslocado, mas poderia ser colocado no lugar com o tratamento correto.

Talvez aquela fosse a vontade dos deuses, eles acrescentaram; talvez o imperador tivesse sido escolhido para exercer um milagre. De qualquer maneira, se houvesse cura, o crédito iria para ele. Se ela não acontecesse, os pobres coitados teriam que suportar o ridículo.

Então, Vespasiano pressentiu que o destino lhe fornecido a chave para todas as portas e que nada agora desafiava a crença. Com uma expressão sorridente e cercado por uma multidão ansiosa de expectadores, ele fez o que lhe era pedido. Instantaneamente, o aleijado recuperou o movimento da mão e a luz do dia raiava novamente para seu companheiro cego.

A proximidade do homem de um deus podia garantir-lhe o poder de curar e até mesmo de ressuscitar. Filóstrato narra como Apolônio de Tiana, o qual vivera no primeiro século de nossa era, curou um rapaz possuído por um demônio. Em diferentes momentos, um homem manco, outro cego e outro com uma mão atrofiada, foram curados. Em Atenas, perturbado pela presença de um jovem possuído, Apolônio o encarou e o demônio gritou com medo e ódio. Ao fim, o demônio declarou que sairia do corpo do rapaz e jamais possuiria ninguém. Quando Apolônio ordenou que saísse e demonstrasse de maneira visível que não mais possuía o jovem, o demônio obedeceu fazendo tombar uma das estátuas do pórtico. Em seguida, o possuído esfregou os olhos como se tivesse sido acordado de um sonho e estava perfeitamente curado. No mesmo documento, Filóstrato narra como Apolônio, como Asclepiades, teria restaurado a saúde de uma jovem que aparentemente morrera durante seu casamento. Nessa narrativa, contudo, há certa dúvida se a jovem estava realmente viva ou se já havia morrido quando Apolônio se aproximou dela:

Uma moça morrera bem na hora de seu casamento e o noivo seguia o carro funerário em lamento como era natural por não ter consumado o matrimônio. Toda Roma lamentava ao seu lado, pois a donzela pertencia a uma família de cônsules. Então, Apolônio, vendo sua tristeza, disse: “Desçam o carro, pois eu cessarei as lágrimas derramadas por vocês por esta jovem”.

Ainda assim, ele perguntou qual era o seu nome. A multidão pensou que ele faria uma oração, como era comum para compor o funeral e para provocar o lamento. Contudo, ele não fez nada disso, mas apenas tocando-a e sussurrando em segredo algum encantamento sobre ela, de uma vez só acordou a jovem da morte aparente. E a jovem falou em bom som e retornou à casa paterna, exatamente como Alceste fez quando ressuscitada por Héracles. E os parentes da jovem quiseram presenteá-lo com a soma de 150.000 sestércios, mas ele disse que doaria o dinheiro para a jovem na forma de dote.

Bem, se ele detectou alguma fagulha de vida nela, a qual não fora notada por aqueles que cuidavam da jovem – pois foi dito que apesar de estar chovendo no dia, um vapor saía de sua face – ou se sua vida estava realmente extinta e ele a restaurara pelo calor de seu toque, é um mistério que nem eu nem aqueles que estavam presentes puderam esclarecer.

A dúvida sobre o estado do homem dado como morto foi objeto de reflexão dos primeiros autores cristãos. Aqueles que ressuscitam não estão mortos, mas dormem. No Evangelho de Marcos, é narrado como Jesus fora abordado por Jairo, o qual rogou que salvasse sua filha, a qual estava à beira da morte. Ao chegar à casa, Jesus exclama: “Por que este alvoroço e este pranto? A criança não morreu; está dormindo”. A narrativa segue até a recuperação da menina: E caçoavam dele. Ele, porém, ordenou que saíssem todos, exceto o pai e a mãe da criança e os que o acompanhavam, e com eles entrou onde estava a criança. Tomando a mão da criança, disse-lhe: “Talítha kum”- o que significa: “Menina, eu te digo, levanta-te”. No mesmo instante, a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos. (Evangelho de Marcos, 5, 39-43).

O mesmo sentido encontra-se na narrativa de ressurreição de Lázaro, presente no Evangelho de João. Ao encontrá-lo Jesus exclama: “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo”. A narrativa prossegue: Os discípulos responderam: “Senhor, se ele está dormindo, vai se salvar!”. Jesus, porém, falara de sua morte e eles julgaram que falasse do repouso do sono. Então Jesus lhes falou claramente: “Lázaro morreu. Por vossa causa, alegro-me de não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele!” Tomé, chamado Dídimo, disse então aos outros discípulos: “Vamos também nós, para morrermos com ele!”

Ao chegar, Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias. Betânia ficava perto de Jerusalém, a uns quinze estádios. Muitos judeus tinham vindo até Marta e Maria, para consolá-las da perda do irmão. Quando Marta soube que Jesus chegara, saiu ao seu encontro; Maia, porém, continuava sentada, em casa. Então, disse Marta a Jesus: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas ainda agora sei que tudo que pedires a Deus, ele te concederá”. Disse-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. “Sei, disse Marta, que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!” Disse-lhe Jesus:

“Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisso?” Disse ela: “Sim, senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo”.

Tendo dito isso, afastou-se e chamou sua irmã Maria, dizendo baixinho: “O Senhor está aqui e te chama!” Esta, ouvindo isso, ergueu-se logo e foi ao seu encontro. Jesus não entrara ainda no povoado, mas estava no lugar em que Marta o fora encontrar. Quando os judeus, que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram-na levantar-se rapidamente e sair, acompanharam-na, julgando que fosse ao sepulcro para aí chorar.

Chegando ao lugar onde Jesus estava, Maria, vendo-o, prostrou-se a seus pés e lhe disse: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Quando Jesus a viu chorar e também os judeus que a acompanhavam, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. E perguntou: “Onde o colocastes?” Responderam-lhe: “Senhor, vem e vê!” Jesus chorou. Diziam, então, os judeus: “Vede como ele o amava!” Alguns deles disseram: “Esse, que abriu os olhos do cego, não poderia ter feito com que ele não morresse?” Comoveu-se de novo Jesus e dirigiu-se ao sepulcro. Era uma gruta, com uma pedra sobreposta. Disse Jesus: “Retirai a pedra!” Marta, a irmã do morto, disse-lhe: “Senhor, já cheira mal: é o quarto dia!” Disse-lhe Jesus: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” Retiraram, então, a pedra. Jesus ergueu os olhos para o alto e disse: “Pai, dou-te graças porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste”. Tendo dito isto, gritou em voz alta: “Lázaro, vem para fora!” O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário. Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o ir embora”. (Evangelho de João 11, 11-44).

A certeza de que Lázaro encontra-se vivo, identificada pela fala atribuída a Jesus, não é capaz de amenizar a ambigüidade da situação apresentada logo nas primeiras linhas da narrativa de ressurreição. “Lázaro dorme” é corrigido por “Lázaro morreu” e a observação sobre seu corpo sepultado há quatro dias, já em estado de putrefação. O importante, no entanto, não é o estado no qual o personagem se encontra – como no caso da jovem “ressuscitada” por Apolônio de Tiana – mas, sim, a habilidade inquestionável do curandeiro em restaurar a vida. Estamos diante, portanto, do modelo clássico de theios anér), o homem cuja proximidade com o mundo divino e uma sabedoria oculta lhe permite praticar milagres.

Essa intimidade com a divindade confunde se com o conhecimento de como essa atua no mundo mortal e, principalmente, a respeito do instrumental sobrenatural do qual lança mão a fim de afetar os homens. Neste sentido, cura, ressurreição e expulsão de demônios figuram como valores análogos, cuja pedra de toque é a identidade do agente causador do mal: deus, doença, demônio. A circulação desses elementos entre um mundo marcadamente politeísta e outro, de matriz judaica, não foi sintetizada exclusivamente pela presença do curandeiro sagrado na documentação cristã. No primeiro século e em meio judaico, Josefo escreve aos gentios que, nesse sentido, Salomão não era nada inferior aos seus sábios:

(...) deus também permitiu que Salomão aprendesse a arte de expulsar demônios, a qual é ma ciência útil e salutar para os homens. Ele também proferiu encantamentos através dos quais doenças eram aliviadas e deixou como herança a maneira de se utilizar de exorcismos através dos quais afastar demônios para que eles nunca retornem e esse método de cura é um grande poder, mesmo hoje em dia.

A narrativa de Josefo, utilizada como argumento contra a exclusividade do mundo Greco-romano em prover homens sábios com a habilidade de curar, nos remete ao problema da associação entre possessão e doença. Em meios cristãos, ambos se tornarão veículos para o exercício da vontade divina no mundo, através de curas empreendidas por Jesus e seus seguidores. Como no mundo grego, cura e doença têm origem divina. Entretanto, no cristianismo, o objeto último de interesse do deus não é a ordem do mundo, mas uma mudança interior nas concepções de mundo e atitudes do indivíduo. Como no mundo judaico, a doença é fruto da vontade divina, inclusive de maneira punitiva, e a possessão demoníaca germina seus sintomas. Por outro lado, no cristianismo, como no mundo Greco-romano, o exercício do poder de cura se dá pela proximidade entre o curandeiro e a divindade, seja essa proximidade entendida como intimidade e combinação de vontades ou entendida como filiação e mesmo identidade com o divino.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Michael Howard e a SHEKINÁH: Glória de Deus ou entidade espiritual que identifica todas as “deusas” pagãs da fertilidade sexual ?


previna-se da marca

Shechiná - termo com pronúncia mais próxima do termo hebraico previna-se da marca - conhecido também como Shekiná em português (outras transliterações possíveis: Shekinah, Shechinah, Shekina, Shechina, Schechinah) designando, no judaísmo, a faceta da revelação divina aos homens, a "Divina Presença", sendo também considerada a face "feminina" e "materna" dela. O vocábulo "shechiná" não aparece na Bíblia Judaica nem no Novo Testamento, sendo uma palavra derivada da raiz hebraica previna-se da marca (sh-k-n), cujo significado é "habitar", "fazer morada". De acordo com a concepção cabalística e do ramo hassidísmo do judaísmo, a Shechiná é uma energia cósmica poderosíssima em si mesma, que habita no "interior" do Universo e vivifíca-o, sendo a sua "alma" ou "espírito".

A Shechiná, como uma idéia concreta, aparece só na literatura Literatura rabínica, havendo somente "alusões" a esta presença divina, no meio do povo de Israel, na Torá, quando Deus disse ao seu povo previna-se da marca - "e fareis um santuário para Mim, e habitarei no meio deles (dos israelitas)"[1];previna-se da marca - "e habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei-lhes por Deus"[2]; e previna-se da marca - "o Eterno dos exércitos, aquele que habita em Sião"[3].

Esta faceta da divindade, que é a menor de todas as outras revelações, é o meio comunicativo entre o homem e Deus. Ela é "mensurável" de acordo com a posição de cada pessoa e dos seus atos; sendo que, às vezes, ela se revela e, às vezes, se oculta, como os Sábios de Israel disseram, quando se referiam ao Segundo Templo, que não tinha a "pairar da Shechiná (sobre ele)". Já em relação ao Diáspora, os rabinos disseram que, de alguma forma, a Shechiná preservou uma relação com Israel, especialmente quando este passou por períodos difíceis, espalhados entre as nações: "a todo lugar onde para lá foi exilado Israel - a Shechiná foi (também) exilada com ele"[4], sofrendo também com ele nos infortúnios. Rabi Chanina, no Talmude, agrava ainda mais esta concepção, quando diz que "aquele que esbofetea a face de Israel, é como se estivesse esbofeteado a face da Shechiná"[5].

Na Cabala esotérica, Shekinah é a essência do Ain Soph que, emanado, ficou preso ou enroscado em Malkuth, sendo correspondente à Shakti ou Kundalini na tradição esotérica oriental da Yoga. Segundo o livro cabalístico Zohar, a evolução do homem é o processo em que o pólo feminino do Divino(Shekinah), presente potencialmente na criação e no homem (Malkuth), se une ao pólo masculino da Divindade, Kether. Tal reunião é na tradição rosacruz representada pelas Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreutz, e na Bíblia está no livro O Cântico dos Cânticos de Salomão. Segundo a tradição da Cabala, a reunião dos dois pólos da Divindade resulta em uma Consciência Cósmica ou crística, de união do homem e do Divino, resultando no Homem-Deus ou Cristo. Tal estado de consciência é equivalente na Yoga, ao Samadhi, a consciência produto de quando Shakti, o pólo feminino do divino, presente no Chakra da base Muladhara, se une a Shiva, o pólo masculino do divino presente no Chakra Sahasrara, no topo da cabeça, resultando no Avatar, a encarnação humana do Divino, do Cósmico. Na tradição esotérica egípcia, o equivalente é a união entre Ísis e Osíris, resultando em Hórus, o Homem-Deus.

Tal união é, portanto, em todas as tradições esotéricas, a iluminação, a iniciação.


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O objetivo deste trabalho é esclarecer de forma documentada qual é o real significado dessa palavra SHEKINÁH que tem sido amplamente usada nos meios evangélicos e a quem ele realmente se refere no contexto do idioma hebraico e do misticismo judaico.

Esse esclarecimento é absolutamente urgente e necessário porque uma boa parte dos evangélicos vêem pronunciando o nome “SHEKINÁH” em seus cultos e em suas orações, e, sem que o saibam, quando isso acontece, na verdade, não é a Deus que estão invocando, mas sim a uma “deusa”, uma entidade espiritual que identifica com todas “deusas” pagãs da fertilidade sexual! E como, nos países de língua portuguesa, são pouquíssimas as pessoas que sabem LER EM HEBRAICO, o resultado é que quase ninguém está sabendo disso.

Pare se compreender esta confusão engenhosamente criada em torno dessa tradução distorcida da palavra hebraica SHEKINÁH, podemos comparar esta grave situação à de um grupo hipotético de cristãos que por falta de conhecimento começaram a invocar a Deus pronunciando a “Maria”. Se alguém nos dissesse que pronunciar a palavra “Maria” estaríamos invocando ao Deus vivo e verdadeiro, para nós que compreendemos o idioma português, isso pareceria, no mínimo, ridículo. No entanto, para a maioria da população cristã não sabe ler ou falar em hebraico e por isso esta distinção se torna extremamente difícil.

Apesar de estarem sendo instigadas a clamar a Deus através desse nome, o fato é que quase ninguém sabe o significado real do vocábulo hebraico SHEKINÁH e, muito menos qual é o sentido que o mesmo assume no âmbito do judaísmo.

Por isso, em seus cultos, quando alguns evangélicos elevam suas vozes clamando pelo derramamento dessa “Shekiná” sobre si mesmos e sobre todo o povo, estão pronunciando uma palavra cujo significado e totalmente diferente do que lhes foi ensinado. Este nome que estão se acostumando a invocar na verdade é a palavra hebraica que identifica UMA “DEUSA” SUMERIANA DA FERTILIDADE SEXUAL chamada INANA. E, na lingua dos antigos sumérios, o vocábulo INANA significa RAINHA DO CÉU, a mesma “deusa” que os egípcios adoram sob o nome de ISIS, a “grande mãe”, e que depois foi adorada pelos babilônios como ISHTAR, a “deusa” da prostituição, que se chama ISHTAR que os fenícios da cidade de Sidon adoravam sob o nome de ASTAROTE, a “deusa” da fertilidade sexual dos fenícios chama, mencionada na bíblia como “a abominação dos sidônios”:

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Assim como se observa no texto citado da enciclopédia digital Wikipédia, a BÍBLIA DE ESTUDOS PENTECOSTAL também declara, em suas notas doutrinárias de rodapé que nenhum dos autores bíblicos jamais usou a palavra “SHEKINÁH” para designar o que quer que seja, nos seus textos originais em hebraico. Ela também afirma que o vocábulo “SHEKINÁH” é uma palavra relativamente nova criada pelos RABINOS e não pelas pessoas que escreveram a Bíblia!

Ela não se encontra em parte algumas dos textos originais em hebraico do Antigo Testamento e os rabinos introduziram-na no judaísmo quando as Escrituras Sagradas já haviam sido concluídas há muito tempo.

Na verdade o vocábulo “SHEKINÁH” se consiste uma palavra nova que foi criada pelos rabinos e introduzida muito tardiamente no judaísmo com um dos muitos nomes da famigerada demônia do misticismo judaico conhecida como LILITH.

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As referências doutrinárias da Bíblia de Estudos Pentecostal também reconhecem que o termo SHEKINÁH é um das palavras hebraicas que o judaísmo usa para designar a “deusa” mesopotâmica “LILITH-INANA”.

A ignorância a respeito do significado real desse nome e não inocenta aqueles que fizerem uso dele sem saber o que ele realmente significa, porque está escrito:

“O MEU POVO FOI DESTRUÍDO PORQUE LHE FALTOU CONHECIMENTO.” (Oséias 4: 6).

Se o Novo Testamento afirma que todo joelho se dobra diante de Jesus Cristo porque Deus ter lhe dado UM NOME “QUE ESTÁ ACIMA DE TODO NOME”, isso evidencia que, no mundo espiritual, NOMES têm importância fundamental e que sua invocação e sua pronúncia têm repercussões muito significativas nas regiões celestiais e na vida das pessoas. Por exemplo, um indivíduo que tenha sido vitima de uma possessão demoníaca somente poderá ser liberto ordenando que o demônio saia dela EM NOME DE JESUS CRISTO. Isso significa que o mesmo perante a pronúncia específica do NOME de Jesus Cristo de Nazaré é que serão liberados o poder e a autoridade que colocarão o referido espírito em sujeição e libertarão a pessoa do seu mal. Diante disso, podemos concluir que é necessário extremo cuidado quando se escolhe o nome pelo qual se vai invocar, adorar ou louvar a Deus, porque será a PRONÚNCIA DO NOME DAQUELE A QUEM ESTÁ SENDO DIRIGIDO A INVOCAÇÃO O LOUVOR E A ADORAÇÃO QUE DETERMINARÁ QUEM É QUE ESTÁ SENDO ADORADO, LOUVADO OU INVOCADO: Se alguém tentar invocar a Deus, mas, por ignorância, tentar fazê-lo usando o nome de um demônio, é evidente que, se for atendido, será por este espírito maligno e não por Deus. São leis bem específicas do mundo espiritual às quais todo o universo encontra-se sujeito e que se encontram claramente explicadas nas Escrituras porque é necessário que sejam observadas pelos que se propõe a servir a Deus.

Reafirmar algo tão óbvio tornou-se necessário porque estamos vivendo em um tempo extremamente marcado pelo ENGANO e pelos falsos ensinos que estão sendo ministrados por muitos falsos profetas. Jesus disse que no fim dos tempos: “Haverá falsos cristos e FALSOS PROFETAS QUE ENGANARÃO A MUITOS”.Não se deixe enganar. Quando você for usar algum nome para invocar, louvar ou adorar a Deus é imprescindível que você SAIBA muito bem o SIGNIFICADO desse nome e tenha certeza absoluta do que ele quer dizer.

É claro que fica muito mais fácil ter essa certeza se o referido nome estiver sendo dito em própria língua, isto é, em português. Mas quando se trata de um nome hebraico, que é um idioma complexo e de difícil tradução, evidentemente ficará muito mais difícil de evitar que alguém possa enganá-lo. Lembre-se: Jesus não disse que haveriam alguns falsos profetas, mas sim MUITOS, e também não disse que seriam poucos os que seriam enganados por eles, mas que seriam MUITOS. Portanto, todo cuidado é pouco. Neste solo enganoso, certamente será muito melhor EVITAR O USO DE PALAVRAS HEBRAICAS e restringir-se, apenas à nossa própria língua. Trata-se, não apenas de um problema de identidade religiosa, mas, até mesmo, de uma questão de soberania nacional.

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Toda a documentação que estamos apresentando comprova que o vocábulo “SHEKINÁ” é o nome que o idioma hebraico usa ao referir-se a uma “deusa” da fertilidade do misticismo judaico, e que, portanto é o nome de um DEMÔNIO. Por isso todo aquele que tentar invocar, louvar ou adorar a Deus usando a palavra hebraica “SHEKINÁ”, não estará, verdadeiramente, invocando, louvando ou adorando a Deus, mas sim a um DEMÔNIO CABALÍSTICO.

É indispensável que você esteja absolutamente certo sobre QUEM é você que você está adorando, louvando ou invocando e isso é feito somente mediante a pronúncia exata de um determinado NOME. Conforme o nome que está sendo invocado, pode ser que o próprio demônio possa estar sendo convidado para entrar pela porta da sua igreja ou da sua casa. São leis que regem o mundo espiritual, queiramos ou não. Por isso é absolutamente necessário ter CERTEZA TOTAL a respeito do significado das palavras que se usa nessas ocasiões. O próprio Jesus nos avisou sobre isso dizendo:

“PELAS TUAS PALAVRAS SERÁS JUSTIFICADO E, PELAS TUAS PALAVRAS SERÁS CONDENADO.” (Mateus 12:37)

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“... aquilo que muitas pessoas supostamente bem informadas pensam que sabem sobre o JUDAÍSMO pode muito bem ser ENGANADOR, a não ser que consigam ler Hebraico... outra concepção errada sobre JUDAÍSMO que é particularmente comum entre os cristãos, ou pessoas fortemente influenciadas pela tradição e cultura cristãs É A IDÉIA ENGANADORA DE QUE O JUDAÍSMO “É UMA RELIGIÃO BÍBLICA”; que o Antigo Testamento tem no JUDAÍSMO o mesmo lugar central e a mesma autoridade legal que a Bíblia tem para o cristianismo protestante e mesmo para o católico. Mais uma vez isso está ligado à questão da interpretação... Aqui a interpretação está fixada rigidamente – mas PELO TALMUDE em vez da própria Bíblia1. Muitos, talvez quase todos, os versos bíblicos que prescrevem atos e obrigações religiosos são “entendidos” pelo JUDAÍSMO CLÁSSICO, e pela ORTODOXIA dos nossos dias, num sentido TOTALMENTE DISTINTO, OU MESMO CONTRÁRIO, do significado literal como entendido pelos cristãos e outros leitores do Antigo Testamento, que só vêem o texto simples... DEVE SER NOTADO QUE AS MUDANÇAS NO SIGNIFICADO NÃO SEGUEM O MESMO SENTIDO DO PONTO DE VISTA DA ÉTICA... quando os JUDEUS ORTODOXOS de hoje lêem a Bíblia, estão a ler um livro muito diferente, com um significado totalmente diferente, da Bíblia como é lida por não judeus ou por judeus não-ortodoxos... De fato, quanto mais uma pessoa lê a Bíblia, MENOS ele ou ela sabe sobre o JUDAÍSMO ORTODOXO. Pois o último encara o Antigo Testamento como um texto de formulas sagradas imutáveis, cuja recitação é um ato de grande mérito, MAS CUJO SIGNIFICADO É DETERMINADO TOTALMENTE EM OUTRO LADO... Deve ser claramente compreendido que a FONTE DA AUTORIDADE para as práticas do JUDAÍSMO CLÁSSICO (e do ORTODOXO em nossos dias) a base determinante da sua estrutura legal é o TALMUDE, ou para ser mais exato, o chamado TALMUDE BABILÔNICO2 ...” [ênfase acrescentada] (Israel Shahak, HISTÓRIA JUDAICA RELIGIÃO JUDAICA – O peso de três mil anos, Hugin Editores Ltda, 1994, Lisboa, págs. 53 a 56)

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... ATUALMENTE, NA ORTODOXIA JUDAICA, EM PARTICULAR ENTRE OS RABINOS, A INFLUÊNCIA DA CABALA PERMANECEU PREDOMINANTE... o conhecimento e a compreensão dessas idéias são importantes por duas razões. Primeiro, sem elas não podemos compreender as verdadeiras crenças do JUDAÍSMO... Em segundo lugar, ESSAS IDEAIS DESEMPENHAM UM PAPEL POLÍTICO CONTEMPORÂNEO IMPORTANTE, dado fazerem parte de um SISTEMA EXPLÍCITO DE CRENÇAS de muitos políticos religiosos... e têm uma influência indireta em muitos DIRIGENTES SIONISTAS de todos os países, incluindo a esquerda sionista. Segundo a CABALA, o universo NÃO É GOVERNADO POR UM ÚNICO DEUS, mas por várias divindades, de caracteres e influência vários, que emanam de uma nebulosa e distante Primeira Causa, emanaram ou nasceram primeiro, de um deus macho chamado “Sabedoria” ou “Pai”, e depois, uma DEUSA FÊMEA chamada “Conhecimento” ou “MÃE”. Do casamento desses dois, nasceu um casal de deuses mais jovens. O Filho, também chamado por muitos outros nomes tais como “Cara Pequena”ou “O Santo Abençoado”; e a FILHA, também chamada “SENHORA” (ou “Matronita”, uma palavra derivada do latim), “SHEKHINAH”, “RAINHA”, etc. Estes dois jovens deuses deveriam ter se unido, mas a união foi evitada pelas maquinações de Satanás, que neste sistema é um personagem muito importante e independente. A criação foi levada pela Primeira Causa de forma a permitir a sua união, mas por causa da Queda tornaram-se mais desunidos que nunca, e na verdade Satanás conseguiu aproximar-se bastante da FILHA DIVINA e violentou-a (aparentemente ou de fato – as opiniões diferem sobre o assunto). A criação do povo judaico foi levada a cabo de forma a emendar a quebra provocada por Adão e Eva, e no Monte Sinai isto foi conseguido por um momento: o deus macho Filho, encarnado em Moisés, foi unido com a DEUSA SHEKHINAH. Infelizmente, o pecado do Bezerro de Ouro voltou a provocar a desunião do deus superior; mas o arrependimento do povo judaico reparou as coisas até certo ponto. De igual modo, acredita-se que cada incidente da história bíblica judaica está ligado à união ou à desunião do par divino. A conquista da Palestina aos Cananeus e a construção do primeiro e do segundo Templos foram particularmente propícias para sua união, enquanto que a destruição dos Templos e o exílio dos judeus da Terra Santa são meramente sinais exteriores não só da desunião divina, mas também de uma verdadeira “PROSTITUIÇÃO” junto aos deuses estrangeiros. A FILHA3 cai profundamente no poder de Satanás, enquanto que o Filho leva para a cama várias personagens satânicas, em vez da sua própria mulher.

O dever dos judeus piedosos é restaurar pelas suas orações e atos religiosos a perfeita unidade divina, sob a forma de UNIÃO SEXUAL, entre as divindades macho e fêmea4 . Assim, antes de muitos atos rituais, que cada judeu piedoso deve executar várias vezes por dia, é recitada A FORMULA CABALÍSTICA seguinte: “Por intenção do congresso [sexual]5 de O Santo Abençoado e a sua SHEKHINAH...” As orações matinais judaicas são também organizadas de forma a promoverem sua UNIÃO SEXUAL, mesmo que só temporariamente. Partes sucessivas da oração correspondem misticamente aos estados sucessivos da união: em certa altura a deusa aproxima-se com as suas aias, noutra o deus põe-lhe o braço em torno do pescoço e acaricia lhe o seio, e finalmente acredita-se que o ATO SEXUAL tenha lugar. Outras orações e atos religiosos, como interpretados pelos CABALISTAS, destinam-se enganar vários anjos (imaginados como divindades menores com um certo grau de independência) ou para aplacar Satanás ... tomemos outro exemplo: tanto antes como depois de uma refeição, o judeu piedoso lava ritualmente as mãos, pronunciando uma benção especial. Numa dessas duas ocasiões está a adorar a Deus, ao promover a união divina do Filho e da FILHA, mas na outra está a adorar a Satanás, que gosta tanto de orações judaicas e atos rituais que, quando lhe são oferecidos alguns, conserva-se ocupado e não incomoda a Filha divina. Na verdade, OS CABALISTAS ACREDITAM QUE ALGUNS SACRIFÍCIOS QUEIMADOS NO TEMPLO ERAM DESTINADOS A SATANÁS. Por exemplo, os setenta novilhos sacrificados durante os sete dias da festa dos Tabernáculos, eram supostamente oferecidos a Satanás na sua capacidade de governante de todos os gentios, de forma a conservá-lo demasiado ocupado para interferir no oitavo dia, quando era feito o sacrifício a Deus. Podem ser dados muitos outros exemplos do mesmo tipo. Devem ser estabelecidos alguns pontos a respeito deste SISTEMA e a sua importância devida no JUDAÍSMO...Em primeiro lugar, SEJA O QUE FOR QUE DISSERMOS SOBRE ESTE SISTEMA CABALÍSTICO, NÃO PODE SER ENCARADO COMO MONOTEÍSTA... Em segundo lugar, a verdadeira natureza do JUDAÍSMO CLÁSSICO é ilustrada pela facilidade com que este sistema foi adotado. A fé e as crenças desempenham um papel extremamente pequeno no JUDAÍSMO CLÁSSICO. O QUE É DE IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL É O ATO RITUAL, em vez do significado que o ato deveria ter ou a crença ligada a ele. ... podíamos ver alguns judeus praticar um ato religioso, acreditando ser um ato de adoração a Deus , enquanto outros faziam exatamente a mesma coisa com a intenção de aplacar a Satanás... talvez a fórmula judaica mais sagrada, “Ouve ò Israel, o Senhor é o nosso Deus, o Senhor é só um”, recitada várias vezes por dia por todos os judeus piedosos... pode significar que foi atingido um certo estado na UNIÃO DAS DIVINDADES MACHO E FÊMEA, ou que está a ser promovida pela recitação desta fórmula.” [ênfase acrescentada] (Israel Shahak, HISTÓRIA JUDAICA RELIGIÃO JUDAICA – O peso de três mil anos, Hugin Editores Ltda, 1994, Lisboa, pág. 49 a 52)

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O adorador da deusa, SALOMÃO, havia convidado de Tiro, um centro de adoração pagã, o mestre construtor HIRAM ABIFF... Como Hiram fora o projetista de templos pagãos, parece provável que tenha incorporado elementos do paganismo na arquitetura do TEMPLO DE SALOMÃO. De fato... A entrada principal do templo era... flanqueada por dois pilares historicamente conhecidos como Jaquim e Boaz. Eles formam a estrutura do pátio externo6 ou pórtico do templo , onde – conforme a lenda – os PEDREIROS7 construtores do edifício se reuniam. Tem sido afirmado que esses DOIS PILARES foram posicionados de modo a imitar os OBELISCOS construídos nas entradas dos templos egípcios... Esses pilares, por alguma razão desconhecida chamados de AGULHAS DE CLEÓPATRA, podem ser atualmente encontrados às margens do rio Tamisa, em Londres, e no Central Park, em Nova York. Os símbolos na base do OBELISCO americano foram identificados como SINAIS MAÇÔNICOS... Os dois pilares centrais do TEMPLO DE SALOMÃO também guardam semelhanças com os símbolos da fertilidade cananeus tradicionais. Os templos dedicados à deusa em Tiro teriam – ao que se diz – pilares de pedra com formato fálico8 em suas entradas. Esses PILARES eram o foco dos RITOS DE FERTILIDADE realizados em honra a ASTARTE em suas festas especiais... Os cabalistas os têm identificado como símbolos dos princípios masculino e feminino...Além disso, ocultistas maçons concordam que esses dois pilares representam as energias masculina e feminina...a sua posição em ambos os lados da entrada do templo dedicado à deusa, indica que essa passagem pode representar os LÁBIOS FEMININOS. Na crença religiosa antiga, os templos da deusa – quer ASTARTE, ISHTAR ou ÍSIS – eram projetados como SÍMBOLOS DO SEU CORPO, o que se refletia na sua arquitetura...” (A CONSPIRAÇÃO OCULTISTA, Michael Howard, 1994, Editora Campus, págs. 12 a 14)

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“... assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão... porque me deixaram, e se encurvaram a ASTAROTE, deusa dos sidônios... e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que parece reto aos meus olhos, a saber os meus estatutos e os meus juízos...” (I Reis 11: 31 e 33)

“... á luz da situação religiosa no reinado de SALOMÃO, alguns fatos interessantes vêem à tona, descortinando-nos O SIMBOLISMO PAGÃO OCULTO DA FRANCO-MAÇONARIA. Primeiro, na época em que Salomão ocupava o trono de Israel, Tiro era conhecida como um centro de adoração da DEUSA. ...Salomão tinha extensa correspondência com o rei pagão de Tiro, tendo-lhe solicitado que lhe enviasse o seu mestre construtor – que devia estar ocupado na construção de TEMPLOS DEDICADOS À VENERAÇÃO DA GRANDE DEUSA – para ajudá-lo ... O conflito acarretado ainda pode ser detectado no JUDAÍSMO ORTODOXO, onde o Supremo Criador é representado como NEM MASCULINO NEM FEMININO. ... O antigo conceito de uma deidade ANDRÓGINA9 somente sobreviveu nos ENSINAMENTOS SECRETOS DO SISTEMA MÍSTICO RELIGIOSO CONHECIDO COMO CABALA, A DOUTRINA ESOTÉRICA DA RELIGIÃO JUDAICA, NA IMAGEM FEMININA DA SHEKINÁ OU NOIVA DE DEUS. Nas sinagogas judaicas a SHEKINÁ é acolhida no por do sol de SEXTA FEIRA, nas preces celebrantes do início do Sabá. Nessas preces a SHEKINÁ é acolhida como a NOIVA DE DEUS e, segundo os ENSINAMENTOS CABALISTAS, a criação só pode se manifestar através dela. Essa idéia é reforçada pela crença popular de que a SHEKINÁ SE MATERIALIZA, de forma invisível, sobre o leito da noite de núpcias, sugerindo resquícios dos antigos RITOS DE FERTILIDADE realizados em honra à deusa. Antigas memórias de ADORAÇÃO À DEUSA também sobreviveram no MITO JUDAICO DA DEMÔNIA LILITH, inspiradora de desejos sexuais masculinos através de sonhos eróticos. Segundo ENSINAMENTOS CABALÍSTICOS, LILITH foi a primeira esposa de Adão, antes de Eva, ensinando-lhe as artes do encantamento mágico. ... LILITH não era originalmente uma figura demoníaca, podendo ser identificada com a deusa sumeriana SENHORA DAS BESTAS, representada sob a forma de uma CORUJA. LILITH simboliza o aspecto escuro da grande deusa da ANTIGA RELIGIÃO PAGÃ, em seu aspecto de mulher fatal e sedutora...Inicialmente, a adoração das deidades da fertilidade de Canaã era parte integrante da RELIGIÃO JUDAICA. A deusa Aserá, o seu consorte El e o seu filho BAAL – significando senhor – eram bastante venerados. Efígies da deusa foram erigidas EM TODO O ISRAEL, conforme descrito nos livros do Antigo Testamento, Reis, Crônicas, Juízes, Deuteronômio, Êxodo e Miquéias... COMO SALOMÃO FIGURA NESTA TRADIÇÃO DE ADORAÇÃO DA DEUSA? ... o rei hebreu adquiriu uma reputação infamante de mestre em MAGIA, capaz de invocar os espíritos elementais, e diversos manuais de magia exibiam seu nome no título (por exemplo, A CLAVÍCULA DE SALOMÃO) ou a autoria destes lhe era creditada. De um modo geral ele era visto como um poderoso mago... e, atualmente, alguns cristãos de fé renovada o denunciam como um ADORADOR DO DIABO que afastou os israelitas do verdadeiro Deus... Salomão também é visto por alguns estudiosos como um adorador secreto da deusa. A CONVERSÃO DE SALOMÃO AO PAGANISMO E SEU CULTO A DEUSES ESTRANHOS SÃO ATRIBUÍDOS A SEUS CASAMENTOS COM PRINCESAS ESTRANGEIRAS, que introduziram costumes religiosos na corte. (I Reis 11: 1 a 8)...O Antigo Testamento narra que SALOMÃO “SACRIFICAVA E QUEIMAVA INCENSO NOS LUGARES ALTOS.” (I Reis 3:3), que eram os locais dos santuários dedicados à adoração da grande deusa. OS INDÍCIOS EXISTENTES MOSTRAM QUE, DURANTE 200 DOS 370 ANOS DA HISTÓRIA DO TEMPLO DE JERUSALÉM ORIGINAL, ELE SERVIU, TOTAL OU PARCIALMENTE, PARA A VENERAÇÃO DA DEUSA... O culto da deusa reforçou-se ainda mais com a chegada, em Israel, da princesa JEZABEL, a “GRANDE MERETRIZ” original, filha do rei de SIDON e sacerdotisa da fé pagã10 . A sua imagem promíscua desavergonhada advém, evidentemente, da SEXUALIDADE EXPLÍCITA DOS RITOS REALIZADOS POR JEZABEL PARA A DEUSA...” (A CONSPIRAÇÃO OCULTISTA, Michael Howard, 1994, Editora Campus, págs. 8 a 11)

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A “deusa” é conhecida por muitos nomes em cada um dos países em que ela foi adorada na antiguidade, e até hoje ela mesma, é conhecida por vários nomes apesar de se tratar da mesma entidade espiritual.

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Tanto a “deusa” ÍSIS, do Egito, como sua correspondente, a “deusa” INANA da suméria, são deidades tão sombrias que se identificam com uma ave noturna: A CORUJA.

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Este “lado negro” da “deusa” INANA fez com que também fosse chamada de “A CRIATURA DA NOITE” uma expressão que no idioma hebraico significa LILITH, ficando, por isso conhecida no misticismo hebraico pelo nome de LILITH, a “deusa” da prostituição e fertilidade sexual do judaísmo, que também é uma “deusa-coruja” e que, mais tarde, teve seu nome mudado pelos rabinos para “SHEKINÁH”.

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LILITH é retratada nos seus ídolos e imagens ao lado de duas corujas e com a aparência de uma bela mulher, que se apresentava totalmente nua, mas que também tinha asas e os pés e as asas de uma coruja.

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Em outras palavras, os sumerianos, os egípcios e também os hebreus, adoravam esta mesma “deusa”, que era chamada de “RAINHA DO CÉU”, mas o faziam sob os três diferentes nomes de INANA, ÍSIS e LILITH, a qual, posteriormente, passou a ser chamada pelos rabinos de SHEKINÁH11 .

Como a maçonaria segue a doutrina cabalística e a “deusa” SHEKINÁ é a “divina mãe” do judaísmo cabalístico, de onde se origina toda a CABALA e sua doutrina mística, é evidente que a demônia LILITH também é adorada nas lojas maçônicas sob o nome de SHEKINÁH. Existem muitas lojas dos Estados Unidos que, em homenagem à “Grande Rainha do Céu”, foram fundadas com este nome conforme mostraremos a seguir:

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“Uma CONSPIRAÇÃO se achou entre os homens de Judá, entre os habitantes de Jerusalém... Portanto assim diz o Senhor: Eis que trarei o mal sobre eles, de que não poderão escapar... Porque segundo o número das tuas cidades são os teus deuses, ó Judá! E segundo o número das ruas de Jerusalém LEVANTASTES ALTARES À IMPUDÊNCIA...” (Jeremias 11: 13)

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Porventura não vês tu o que andam fazendo nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam farinha, para fazerem bolos à deusa chamada RAINHA DOS CÉUS e oferecem libações a outros deuses para me provocarem à ira. Acaso é a mim que eles provocam à ira? Diz o senhor, e não a si mesmos, PARA A CONFUSÃO DOS SEUS ROSTOS? PORTANTO ASSIM DIZ O SENHOR: EIS QUE A MINHA IRA E O MEU FUROR SERÃO DERRAMADOS SOBRE ESTE LUGAR, SOBRE OS HOMENS E SOBRE OS ANIMAIS, E SOBRE AS ÁRVORES DO CAMPO, E SOBRE OS FRUTOS DA TERRA; E ACENDER-SE-Á E NÃO SE APAGARÁ.” (JEREMIAS 7: 17 A 20)

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“Agora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Porque fazeis tão grande mal contra vossas almas, para vos desarraigardes, ao homem e à mulher, à criança e ao que mama, do meio de Judá, a fim de não deixardes remanescente algum; irando-me com as obras de vossas mãos, queimando incenso a deuses estrangeiros na terra do Egito, aonde vós entrastes para lá habitar; para que a vós mesmos vos desarraigueis, E PARA QUE SIRVAIS DE MALDIÇÃO E DE OPRÓBRIO ENTRE TODAS AS NAÇÕES DA TERRA? Esquecestes já as maldades de vossos pais, e as maldades dos reis de Judá, e as maldades das suas mulheres, e as vossas maldades e as maldades das vossas mulheres, que cometeram na terra de Judá, e nas ruas de Jerusalém? Não se humilharam até o dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós e dos vossos pais. Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para o mal e para vos desarraigar todo o Judá.”(Jeremias, 44: 7 a 11)

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“Então responderam a Jeremias todos os homens QUE SABIAM QUE AS SUAS MULHERES QUEIMAVAM INCENSO A DEUSES ESTRANHOS, E TODAS AS MULHERES QUE ESTAVAM PRESENTES EM GRANDE MULTIDÃO, como também o povo que havia na terra do Egito, em Patros, dizendo: Quanto à palavra que anunciastes em nome do Senhor, não obedeceremos a ti; mas certamente cumpriremos toda palavra que saiu da nossa boca, QUEIMANDO INCENSO À RAINHA DOS CÉUS, E OFERECENDO-LHE LIBAÇÕES, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres e não víamos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar incenso à RAINHA DOS CÉUS, e de oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. E quando nós queimávamos incenso à RAINHA DOS CÉUS, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos, PARA A ADORAR, E OFERECEMOS LIBAÇÕES SEM NOSSOS MARIDOS?” (Jeremias 44: 15 a 19)

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“Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado esta resposta, dizendo:... Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o cumpristes por vossas mãos dizendo: CERTAMENTE CUMPRIREMOS NOSSOS VOTOS QUE FIZEMOS DE QUEIMAR INCENSO À RAINHA DOS CÉUS E DE OFERECER LIBAÇÕES; confirmai, pois vossos votos e perfeitamente cumpri-os. Portanto ouvi a palavra do Senhor:... serão consumidos todos os homens de Judá, que estão na terra do EGITO, pela espada e pela fome, até que todos se acabem.” (Jeremias 44: 20 e 25 a 27)

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“ASSIM DIZ O SENHOR... VEM O FIM, O FIM VEM SOBRE OS QUATRO CANTOS DA TERRA.” (EZEQUIEL 7: 2)

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“DE TODO SERÁ QUEBRANTADA A TERRA, DE TODO SE ROMPERÁ E SE MOVIMENTARÁ. DE TODO VACILARÁ A TERRA, COMO O ÉBRIO...” (ISAÍAS 24: 19 E 20)

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“... os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo deste céu.” (Jeremias 10: 11)

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“... passarei pela TERRA DO EGITO... e sobre todos os DEUSES DO EGITO farei juízos...” (Êxodo 12: 12)

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“... e lançarei fogo às casas dos deuses do EGITO...” (Jeremias 43: 12)

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“... OS CÉUS PASSARÃO COM GRANDE ESTRONDO, E OS ELEMENTOS ABRASADOS SE DESFARÃO, E A TERRA E AS OBRAS QUE NELA HÁ SE QUEIMARÃO...” (II Pedro 3: 10)

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“... A MÃO DO SENHOR SERÁ NOTÓRIA AOS SEUS SERVOS, e ele se indignará contra os seus inimigos. PORQUE EIS QUE O SENHOR VIRÁ EM FOGO; E OS SEUS CARROS, COMO UM TORVELINHO, PARA TORNAR A SUA IRA EM FUROR E A SUA REPREENSÃO, EM CHAMAS DE FOGO. PORQUE, COM FOGO E COM A SUA ESPADA, ENTRARÁ O SENHOR EM JUÍZO COM TODA A CARNE; E OS MORTOS DO SENHOR SERÃO MULTIPLICADOS.” (Isaías 66: 14 a 17)

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"FILHOS DOS HOMENS, ATÉ QUANDO CONVERTEREIS A MINHA GLÓRIA EM INFÂMIA?" (Salmo 4: 2)


Nota

1 Atualmente, em termos de “interpretação”, a opinião clássica de todo o judaísmo ORTODOXO é de que o SIGNIFICADO que se encontra no TALMUDE É O QUE ESTÁ SEMPRE CORRETO, E É SEMPRE APLICÁVEL MESMO quando o seu sentido é contrário ao significado literal dos textos do Antigo Testamento, mesmo quando se trata dos livros de Moisés, que conhecem como a “Toráh”.

2 “... e na sua testa estava escrito um nome: Mistério, a grande BABILÔNIA, a mãe das PROSTITUIÇÕES e abominações da terra.” (Apocalipse 17:5) 3 SHEKHINAH cai profundamente no poder de SATANÁS.

4 Isto é, “o deus” (macho) e SHEKINÃH (a fêmea): “Muitos místicos judaicos contemporâneos acreditam que o mesmo fim pode ser atingido mais rapidamente PELA GUERRA COM OS ÁRABES, PELA EXPULSÃO DOS PALESTINOS, ou mesmo pelo estabelecimento de muitos colônias judaicas na Margem Ocidental. O movimento crescente para a CONSTRUÇÃO DO TERCEIRO TEMPLO também está baseado nessas idéias”

5 Isto é: “Por intenção da RELAÇÃO SEXUAL entre o “Santo Abençoado” e a sua “SHEKINAH”.” 6 “... e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. E deixa O PÁTIO QUE ESTÁ FORA DO TEMPLO, e não o meças; porque foi dado às nações...”(Apocalipse 11: 1 e 2).

7 PEDREIROS: esta palavra no idioma francês significa “MAÇONS”

8 Fálico: ou seja, em forma de pênis.

9 Deidade andrógina: isto é um “deus” HERMAFRODITA, que é macho e fêmea ao mesmo tempo

10 JEZABEL foi a esposa de Acabe, um dos reis de Israel. Apesar disso era sacerdotisa da “deusa” ASTAROTE, conhecida como “a abominação dos sidônios”, que era uma deusa da prostituição, que era adorada através rituais de orgia sexual e das práticas de prostituição cultual.

11 Conforme as palavras do RABINO GOTTLIEB.