quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Vida de Jesus nas pesquisas de John P. Meier

"Jesus de Nazaré nasceu - mais provavelmente em Nazaré, e não em Belém - por volta de 7 ou 6 a.C., alguns anos antes da morte do Rei Herodes, o Grande (4 a.C.). Após ter sido educado de forma convencional numa família devota de camponeses judeus da Baixa Galiléia, ele foi atraído para o movimento de João Batista, cujo ministério começou na região do Vale do Jordão, entre o final de 27 ou começo de 28 d.C.; batizado por João, logo Jesus seguiu seu próprio caminho, iniciando seu ministério ainda em 28, com a idade de 33 ou 34 anos. Regularmente ele dividiu sua atividade entre a região da Galiléia e Jerusalém (incluindo a área adjacente da Judéia), dirigindo-se para a cidade santa para as grandes festas, quando as grandes multidões de peregrinos lhe proporcionariam um público que, de outra forma, ele não conseguiria atingir. Seu ministério se prolongou por dois anos e alguns meses.

Em 30 A.D., estando em Jerusalém para a festa da Páscoa que se avizinhava, Jesus aparentemente sentiu que a crescente hostilidade entre as autoridades do templo e ele estava prestes a alcançar seu clímax. Jesus celebrou uma solene ceia de despedida com seu círculo mais íntimo de discípulos, ao anoitecer da quinta-feira, 6 de abril (pela nossa contagem atual), quando começava o décimo quarto dia de Nisan, o dia de preparação para a Páscoa (de acordo com a contagem litúrgica judaica). Preso em Getsêmani na noite de 6 para 7 de abril, ele foi primeiro inquirido por alguns funcionários judeus (pouco provavelmente por todo o Sinédrio) e depois entregue a Pilatos na madrugada de sexta-feira, 7 de abril. Pilatos prontamente o condenou à morte na cruz. Depois de flagelado e humilhado, Jesus foi crucificado no mesmo dia, nos arredores de Jerusalém. Morreu na sexta-feira, 7 de abril de 30, com a idade de 36 anos aproximadamente" (MEIER, J. P., Um Judeu Marginal. Repensando o Jesus Histórico. Volume Um: As Raízes do Problema e da Pessoa, Rio de Janeiro, Imago, 1993, pp. 401-402).

Os Magos

Segundo o historiador grego Heródoto (ap. 480-ap. 425 a.C.), os magos eram originariamente uma tribo dos medos que atuavam como sacerdotes e adivinhos sob os reis aquemênidas (séculos VI-IV a.C.). Diz Heródoto: "As tribos dos medos são as seguintes: os busos, os paretacenos, os estrúcatos, os arizantos, os búdios e os magos" (História I,101)... "Astiages relatou a visão que tivera em sonho aos intérpretes magos, e ficou apavorado ao ouvir as suas palavras" (História I,107)... "Astiages (...) para decidir a sorte de Ciros, mandou chamar os mesmos magos que, como dissemos, tinham interpretado seu sonho; quando eles chegaram Astiages lhes perguntou qual havia sido a sua interpretação da visão. Os magos lhe deram a mesma resposta anterior: disseram que o menino teria fatalmente reinado" (História I, 120)... "Dizendo essas palavras ele [Astiages] mandou primeiro empalar os magos intérpretes de sonhos, que o haviam convencido a deixar Ciros viver" (História I, 128)... "Sua maneira de sacrificar aos deuses é a seguinte (...) Depois de a carne ser arrumada dessa maneira um mago se aproxima e canta por cima dela uma teogonia (dizem que esse é o assunto de seu canto); ninguém tem o direito de oferecer um sacrifício sem a presença de um mago" (História I, 132).

O geógrafo grego Estrabão (ap. 64 a.C.-19 d.C.) diz que os magos oferecem libações e sacrifícios diante do altar do fogo: "Na Capadócia (pois ali a seita dos Magos, que são também chamados Pýraithoi ['acendedores de fogo'], é grande e neste país há também muitos templos dos deuses persas) o povo..." (Geografia 15.3.15). O escritor ateniense Xenofonte (ap. 430- ap.355 a.C.), em sua obra Ciropedia 4.5.14, faz a mesma afirmação sobre as libações.

Quando Cambises estava no Egito, lutando para conquistá-lo em 525 a.C., um mago chamado Bardiya/Smerdis, fazendo-se passar por irmão de Cambises, tomou o poder na Pérsia, sendo, em seguida, derrotado por Dario I. Na famosa inscrição no rochedo de Behistun, o impostor, também conhecido como Gaumata, é chamado por Dario, em Persa Antigo, de magush. Aliás, palavra de sentido incerto. Sugeriu-se que possa vir do Proto-Indo-Europeu magh- = "ser capaz de".

Os persas continuaram a usar derivações da palavra magush como uma palavra para "sacerdote" até o fim da era sassânida, por volta de 650 d.C. Um sacerdote comum era chamado mog e o sacerdote chefe era magupat, "senhor dos magos".

A relação dos magos com Zaratustra é controvertida, assim como a religião dos magos sob os aquemênidas. É possível que os magos medos tenham sido substituídos por Dario I pelos magos persas - que aceitavam o zoroastrismo - após a revolta de Gaumata. De qualquer maneira, em muitos escritos antigos, os magos aparecem associados ao zoroastrismo e a Zaratustra. Na época helenística os magos aparecem também cada vez mais associados à astrologia. E Zaratustra com eles.

Três reis magos: Melquior, Baltazar e Gaspar?

Os presentes dos magos em Mt 2,11 - ouro, incenso e mirra - representam para o evangelista as riquezas orientais. É possível que Mateus não visse aqui nenhum simbolismo especial na escolha de cada um deles.

Is 60,6 diz a propósito do esplendor de Jerusalém, glorificada por Iahweh, que recebe as riquezas vindas das nações pelas mãos de seus reis e de seus povos:

"Uma horda de camelos te inundará
os camelinhos de Madiã e Efa;
todos virão de Sabá
trazendo ouro e incenso
e proclamando os louvores de Iahweh".

O Sl 72,10-11 diz:

"Os reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas.
Os reis de Sabá e Seba vão pagar-lhe tributo;
todos os reis se prostrarão diante dele,
as nações todas o servirão".

Os presentes são, assim, também lidos à luz da Escritura por Mateus, embora indiretamente. O ouro de Ofir (algum ponto no sudoeste da Arábia), o incenso e a mirra do Iêmen (Sabá, na Bíblia) e da Somália eram muito apreciados na época bíblica.

Mas a tradição posterior desenvolveu toda uma estória sobre os magos a partir dos presentes.

Os Padres da Igreja, por exemplo: Tertuliano os chama de reis, Justino Mártir, Tertuliano e Epifânio, sabedores da origem dos presentes, dizem que eles vêm da Arábia... (embora outros Padres achem que eles vêm da Pérsia, como Clemente de Alexandria, Cirilo de Alexandria, São João Crisóstomo, Orígenes...).

Os Evangelhos Apócrifos expandem muito a tradição sobre os magos.

O Proto-evangelho de Tiago, o mais antigo deles (ca. 150) diz em 21,1-4:

1.Em Belém da Judéia houve uma confusão, porque vieram magos, dizendo: 'Onde está o nascido rei dos Judeus? Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo'.

2. Ouvindo isso, Herodes se perturbou e enviou ministros aos magos; mandou também chamar os sumos sacerdotes e os interrogou, dizendo: "Como está escrito a respeito do Cristo, onde deve ele nascer?" Eles responderam: "Em Belém da Judéia, porque assim está escrito". Depois ele os dispensou. Interrogou também os magos dizendo: "Que sinal vistes a respeito do rei que nasceu?" Os magos responderam: "Vimos uma estrela grandíssima brilhando entre essas estrelas e obscurecendo-as, tanto que as estrelas não apareciam mais. Foi assim que ficamos sabendo que tinha nascido um rei em Israel e viemos adorá-lo". "Ide e procurai", disse Herodes, "e se o encontrardes, fazei-me sabê-lo, para que também eu vá adorá-lo". Em seguida, os magos partiram.

3. E eis, a estrela que tinham visto no Oriente precedia-os até que chegaram à gruta, e parou em cima da gruta. Os magos, vendo o menino com Maria, sua mãe, tiraram presentes de suas sacolas: ouro, incenso e mirra.

4. Tendo sido avisados por um anjo para não entrarem na Judéia, voltaram ao seu país por outro caminho.

Um texto siríaco do século VI, chamado A Caverna dos Tesouros, nomeia os magos como Hormizdah, rei da Pérsia, Yazdegerd, rei de Sabá e Perozadh, rei de Seba.

O Excerpta Latina Barbari, um manuscrito latino traduzido do grego, do século VI, conservado na Biblioteca Nacional de Paris, nomeia os magos como Bithisarea, Meliquior e Gathaspa.

Um tratado atribuído a Beda, O Venerável (monge do mosteiro de Jarrow, Inglaterra, ca. 673-735), chamado Excerpta et Collectanea chama os magos de Melquior, Gaspar e Baltazar. E foram estes os nomes que prevaleceram. Diz o texto:

Melquior, um homem velho com cabelos brancos e longa barba... ofereceu ouro para o Senhor como a um rei. O segundo, de nome Gaspar, jovem, imberbe e de pele avermelhada... honrou-o como Deus com seu presente de incenso, oferenda digna da divindade. O terceiro, de pele negra e de barba cerrada, chamado Baltazar... com o seu presente de mirra testemunhou o Filho do Homem que deveria morrer.

O Evangelho Armênio da Infância diz em V,10:

Um anjo do Senhor foi apressadamente ao país dos persas para avisar os reis magos que fossem adorar o menino recém-nascido. Eles, guiados durante nove meses pela estrela, chegaram no momento em que a Virgem acabava de dar à luz. Porque, nesse tempo, o reino dos persas dominava, por seu poder e suas vitórias, todos os reis que existiam nos países do Oriente. Os reis dos magos eram três irmãos: o primeiro Melquior (Melcon), reinava sobre os persas; o segundo, Baltazar, reinava na Índia; o terceiro, Gaspar, reinava no país dos árabes. Tendo-se reunido, por ordem de Deus, chegaram no momento em que a Virgem se tornava mãe. Eles tinham apressado a viagem e encontram-se lá no momento exato do nascimento de Jesus (...)

O Evangelho Siro-Árabe da Infância diz:

Nesta mesma noite, um anjo da guarda foi mandado à Pérsia e apareceu às pessoas do país na forma de uma estrela muito brilhante, a qual iluminou toda a terra dos persas. Ora, como no dia 25 do primeiro kanun - festa da natividade de Cristo - celebrava-se uma grande festa na casa de todos os persas adoradores do fogo e das estrelas, os magos, com grande pompa, celebravam magnificamente sua solenidade, quando, de repente, uma luz viva brilhou por cima de suas cabeças. Deixando seus reis, suas festas, todos os seus divertimentos e suas casas, saíram para apreciar o espetáculo. Viram no céu uma estrela brilhante em cima da Pérsia. Pelo seu brilho, ela se assemelhava a um grande sol.

E seus reis disseram aos sacerdotes em sua língua: "Que sinal é este que estamos vendo?" E eles, como por adivinhação, disseram: "Nasceu o rei dos reis, o deus dos deuses, a luz emanada da luz. Eis que um dos deuses veio anunciar-nos seu nascimento para irmos oferecer-lhe presentes e adorá-lo".

Levantaram-se então todos, chefes, magistrados, generais, e disseram aos seus sacerdotes: "Que presentes convém levarmos?" E os sacerdotes lhes disseram: "Ouro, mirra e incenso".

Então os três reis, filhos dos reis da Pérsia, tomaram, como que por uma disposição misteriosa, um, três libras de mirra, o outro, três libras de ouro, e o terceiro, três libras de incenso. Estavam revestidos de seus preciosos indumentos, a tiara na cabeça e seu tesouro nas mãos. Ao canto do galo, deixaram seu país, com nove homens que os acompanhavam, e partiram, precedidos da estrela que lhes tinha aparecido.

Nas pinturas, em alguns momentos os magos foram representados pelos cristãos como sendo doze, em outros quatro, em outros ainda dois... Acabaram tornando-se santos, como no famoso mosaico do século VI da igreja de Santo Apolinário Novo em Ravenna, na Itália, onde acima de suas figuras se lê SCS. (=Sanctus) Baltazar, SCS. Melquior, SCS. Gaspar.

Quando o veneziano Marco Polo (ca.1254-ca.1324) viajou para a Pérsia, as tumbas dos magos lhe foram mostradas, com seus corpos perfeitamente conservados...

Competindo com esta tradição, diz outra que o Imperador Zeno recuperou as relíquias dos magos em 490, em Hadramaut, na Arábia do sul. De Constantinopla elas foram para Milão. Quando o Imperador alemão Frederico I Barba-Ruiva (1152-1190) conquistou Milão, seu chanceler Reinald von Dassel, conseguiu levar as relíquias dos magos para sua cidade natal, Colônia. Assim, os magos, depois de tantas andanças, descansam em paz na famosa catedral gótica de Colônia, Alemanha, desde 1164.



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma Breve Investigação Sobre o Jesus Histórico

A “Primeira Investigação”
Antes do XVIII século era opinião comum que os quatro Evangelhos narravam de forma história e quase literal a vida e palavras de Jesus. A cristologia de então partia de uma abordagem “alta, descendente”, da consideração de Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, e a partir daí chegar à sua humanidade. Ao final desse século o protestantismo alemão se viu obrigado a responder ao racionalismo liberal iluminista. Os teólogos então começam a aplicar o método da crítica histórica aos textos bíblicos.

O primeiro foi Reimarus, que teve sua obra publicada por seu discípulo Lessing. Faziam uma distinção entre o projeto de Jesus e a intenção dos discípulos. Jesus pregou o reino dos céus e a conversão. Foi um messias político que visava libertar os judeus do jugo romano. Diante do fracasso de Jesus, os seus discípulos inventaram a ressurreição, apresentando-o como um messias apocalíptico que haveria de voltar.

Fazem parte desse “primeiro” racionalismo: Hess, Reinhard, Herder, Bahrdt e Venturini. Para Bahrdt, por exemplo, Jesus não foi mais do que um instrumento nas mãos dos essênios para minar o poder dos sacerdotes e dos fariseus. Seus milagres foram inventos desta seita. Para Venturini, Jesus foi um curandeiro.

Logo surge um período chamado “racionalismo clássico”. Paulus, seu principal expoente, apresenta em 1828 Jesus como um grande mestre de moral. Seus milagres são todos explicados de modo racional.

Scheilermacher faz distinção entre o Jesus da história e o Cristo da fé. Este, se vê no Evangelho de João; aquele, nos três sinóticos. Os milagres que não podem ser explicados racionalmente devem ser negados.

Para David Strauss os evangelhos são relatos míticos. Não são relatos frutos do engano, como dizia Reimarus, mas frutos de imaginação mítica que cria uma narração para transmitir uma idéia. Isso não afeta o núcleo da fé cristã: a humanidade de Deus, segundo ele. Os evangelhos são, portanto, dirigidos para a fé e não possuem fiabilidade histórica; é impossível reconstruir a vida de Jesus de Nazaré.

Surge nos anos seguintes a “questão sinótica”. A investigação passa do âmbito teológico para a crítica literária. Até então Mateus era considerado o evangelho mais antigo. Weisse, discípulo de Strauss, e Wilke propuseram a hipótese das “duas fontes” em 1838. Marcos não seria um resumo mas sim uma fonte, pois Mateus e Lucas coincidem entre si em ordem somente quando coincidem com Marcos. Há ainda uma fonte de ditos comuns (fonte “Q”, Quelle = fonte) a Mateus e Lucas, hoje perdida. Esta teoria determina o estudo dos evangelhos até hoje.

Ao mesmo tempo se desenvolve a escola liberal protestante (“Libertemo-nos do dogma e voltemos ao homem Jesus”, proclamavam) que confiam nos evangelhos como fontes históricas, principalmente as duas fontes, ao contrário da escola racionalista. Sobressaem Weiss, Harnack e Renan. Pretendiam traçar o itinerário psicológico de Jesus e libertar sua imagem dos retoques do kerigma (primeiro anúncio para a conversão). Jesus teria pregado uma religião interna, moralista e espiritualizante; morreu como mártir.Em 1901 Wrede vai contra a historicidade de Marcos dizendo que o segredo messiânico (Jesus proibia os curados de divulgar sua pessoa) era uma construção da comunidade primitiva, não de Jesus, que não tinha consciência messiânica.

Karl Schmidt demonstrou o caráter fragmentário e descontínuo dos evangelhos. Juntos, Wrede e Schmidt desbancam a escola liberal, levando toda a investigação sobre a pessoa de Jesus a um impasse.

Em 1892, Martin Kähler faz a distinção, que marcaria toda a pesquisa posterior, entre o Jesus histórico e o Cristo da fé. Jesus é o homem de Nazaré descrito pela crítica e Cristo é o salvador pregado pela Igreja. Este é o único real, pois do Jesus histórico pouco podemos saber.

Neste mesmo contexto de separação entre história e kerigma, surge Bultmann, teólogo protestante que radicaliza o programa de Strauss, Kähler e Wrede de separar Jesus do Cristo. Surgem também dois fatores importantes: a investigação baseada na história das religiões e a aplicação da história ou crítica das formas aos sinóticos.

Reitzenstein e Bousset traçam paralelos entre o cristianismo e as antigas religiões orientais, considerando que o helenismo e o gnosticismo influenciaram a teologia do Novo Testamento. Wellhausen, pelo mesmo caminho, conclui que os evangelhos tem valor histórico somente enquanto testemunho de fé da comunidade primitiva.

Schmidt havia descoberto a composição em unidades independentes nos evangelhos e que o marco narrativo foi criado secundariamente pelos evangelistas. Passou-se dos estudos das fontes para o estudo das tradições. Para a escola bultmaniana estas unidades de tradição oral não se originaram durante a vida de Jesus. A história das formas então conclui que os evangelhos não são biografias, mas testemunhos de fé; não são devidos a uma pessoa mas são compilações.

A “Nova Investigação”
A posição de Bultmann instiga o estudo do problema por parte de seus alunos e dos teólogos católicos. Käsemann, discípulo direto de Bultmann, dá novo rumo à pesquisa a partir de 1953, afirmando que o Jesus terreno e o Ressuscitado é o mesmo. Constata a continuidade entre a pregação de Jesus e dos Apóstolos.

A partir desta década, vários trabalhos são publicados no sentido de que a pessoa de Jesus é o fundamento do kerigma; não é possível afirmar nada em perspectiva cristológica que não se baseie no Jesus histórico. A cristologia deve se basear nas autênticas palavras e atos de Jesus, segundo J. Jeremias. O começo da fé não está no kerigma, mas na pessoa mesma de Jesus.

Neste momento da investigação, com a ajuda da crítica redacional, se vão fixando os “critérios de autenticidade histórica”. São quatro os fundamentais:
1. Critério de testemunho múltiplo.

2. Critério de descontinuidade ou dessemelhança. Quando não se pode reduzir a concepções do judaísmo ou mesmo da Igreja primitiva. Mostra a originalidade de Jesus.

3. Critério de dificuldade. Considera autêntico um texto que tenha gerado dificuldade de interpretação ou embaraço à Igreja primitiva.

4. Critério de coerência com os demais critérios.A “Nova Investigação” chegou às seguintes conclusões: é impossível e desnecessário fazer uma biografia de Jesus; os evangelhos são as únicas fontes de acesso a Jesus e neles estão unidos história e fé, acontecimento e interpretação; há continuidade entre a história e o kerigma; não se busca mera informação sobre Jesus, mas sua significação existencial para a compreensão do mistério humano.

A “Terceira Investigação”
A partir de 1980 se inicia um novo processo investigativo sobre Jesus marcado pelo deslocamento do mundo alemão, pelo caráter interdisciplinar, interconfessional e interreligioso e pelo grande volume de obras sobre o tema. Se tem chegado a alguns consensos:

- os Evangelhos, sobretudo os sinóticos, são as principais fontes históricas sobre Jesus.

- a importância da fonte “Q” e da literatura apócrifa, e das descobertas de Qumran e Nag Hammadi.

- a colocação de Jesus no ambiente e contexto sócio-histórico judeu de sua época, sobretudo da Galiléia.

As principais questões discutidas nessa investigação:
- a situação sócio-política da Galiléia do tempo de Jesus. Alguns pensam num momento conflitivo em que Jesus se apresenta como reformador social (Borg, Crossan, Horsley). Outros pensam numa situação tranqüila e Jesus como um profeta escatológico (Sanders, Meier).

- a compreensão de Reino de Deus. Muitos pensam os ditos sobre o Reino como criação da comunidade. Parece que a proximidade de tal Reino pertence à pregação de Jesus, mas resta esclarecer se se trata do fim da história (Sanders, Meier) ou uma transformação social do presente (Crossan, Mack).

Conclusão:
É possível reconhecer algo de certo através da evolução da crítica sobre o Jesus histórico. Pode-se dizer que a fé não nasce dela mesma. Por trás da pregação primitiva e da fé pós-pascal está um acontecimento histórico: Jesus de Nazaré.

É inegável a autenticidade do material evangélico. Recorrendo a esse abundante material se pode reconhecer alguns traços da personalidade de Jesus.

Toda a história da investigação sobre Jesus trata, e continuará tratando, de como conciliar fé e história.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Quando Tudo Dá Errado: O Exemplo de Jó


Imagine um dia que começa como qualquer outro. Você se levanta para ir ao serviço e, chegando na firma, encontra as portas lacradas. A firma fechou, sem aviso. Você, inesperadamente, ficou desempregado. Tendo obrigações para cumprir, você decide ir ao banco para sacar dinheiro e pagar algumas contas que estão vencendo. Mas, chegando ao banco, eles dizem que sua conta foi fechada, sem explicação, e que você não tem nenhum centavo. O dia já está piorando. Você resolve voltar para casa, ainda tentando entender o que está acontecendo. Chegando perto de sua rua, você percebe vários bombeiros e ambulâncias correndo por todos os lados. Suas vizinhas estão na rua, chorando inconsolavelmente. Antes de você chegar até sua casa, um dos vizinhos chama você e fala palavras que jamais esquecerá: "Aconteceu tão rápido", ele diz, "que não foi possível salvar ninguém. A casa, de repente, explodiu. Todos que estavam dentro morreram. Eu sinto muito. Todos os seus filhos estão mortos."

Alguns dias passam. Você acorda num lugar estranho. Olhando para seu redor, percebe que está num hospital. Você está sentindo dores terríveis, e uma coceira constante. Depois de algumas horas de sofrimento, a enfermeira avisa que está na hora de visita. No seu caso, várias pessoas serão permitidas entrar para visitá-lo. A primeira pessoa que entra no quarto é sua esposa. Precisando muito de uma palavra de consolo e de explicação, você olha para ela com tanta esperança, nunca imaginando o que ela vai falar. Ela chega perto da sua cama e começa a gritar: "Eu não entendo a sua atitude", ela diz. "Sua fé não vale nada. Você confia num Deus que fez tudo isso? Amaldiçoe o nome de Deus e morra!" Com essas palavras, ela sai do quarto.

Enquanto você procura entender tudo isso, chegam alguns amigos seus. São velhos amigos, sempre prontos para ajudar. Agora será consolado! Mas, eles entram no quarto, vêem seu estado crítico e seu corpo desfigurado pela doença, e não falam nada. Ficam com a boca aberta, olhando, mas não acreditam. Depois de um longo período de silêncio, um deles fala: "Você mereceu isso. Você deve ter feito alguma maldade muito grande, e Deus está te castigando. Ele tirou todos os seu bens e matou seus filhos. Ele causou esta sua doença. Ele fez tudo isso porque você é mau!" Você começa discutir quando um dos outros concorda com o primeiro, e depois outro também concorda com eles. Não adianta discutir. Para eles, você é um detestável pecador que deve sofrer mais ainda.

De repente, algumas crianças passam no corredor. Você se anima, porque crianças sempre trazem alegria e amor. Mas, estas crianças param na porta, vêem a feiura do seu rosto e corpo, e saem correndo. "Nunca vi nada tão feio", uma delas comenta.

Tudo ficção? Jamais aconteceria uma coisa tão terrível? Modifiquei os detalhes para ajudar você, o leitor moderno, sentir na pele o que aconteceu na vida de Jó. O livro de Jó é, possivelmente, o primeiro livro bíblico escrito. Um homem fiel e abençoado por Deus perdeu, num dia só, todas as suas posses e todos os seus filhos. Logo depois, foi atacado por uma terrível enfermidade. A própria esposa foi contra este homem de Deus, e disse: "Amaldiçoa a Deus e morre" (Jó 2:9). Os amigos o condenaram e discutiram com ele para provar a sua culpa (a maior parte do livro relata essas discussões, começando no 2:11 e continuando até 37:24). Todos os conhecidos dele, até as crianças, o desprezaram (19:13-19).

O livro de Jó trata de um dos assuntos mais difíceis na experiência humana: como entender e lidar com o sofrimento. É um livro rico e cativante que todos os servos de Deus precisam estudar. Um dia, mais cedo ou mais tarde, ele será útil na sua vida. Neste artigo, vamos considerar algumas lições claras e importantes desse livro.

Pessoas boas sofrem

Talvez o ponto principal do livro é o simples fato que pessoas fiéis a Deus ainda sofrem nesta vida. O primeiro versículo do livro já define, do ponto de vista de Deus (veja, também, Jó 1:8) o caráter de Jó: "Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal." Enquanto entendemos que o sofrimento entrou no mundo por causa do pecado (Gênesis 3:16-19), aprendemos em vários trechos bíblicos que a dor e a tristeza atingem as pessoas boas e dedicadas. Jó, um homem íntegro, sofreu imensamente. Paulo, um servo dedicado ao Senhor, sofreu muito mais do que a grande maioria dos ímpios (2 Coríntios 11:23-27). Mesmo quando ele pediu a Deus, querendo alívio de algum problema, Deus recusou seu pedido (2 Coríntios 12:7-9). Mas, não devemos estranhar com isso, pois o próprio Filho de Deus sofreu na carne (Hebreus 2:9-10,18). Os que servem a ele sofrem, também.

O diabo quer nos derrubar com nosso sofrimento

O propósito de Satanás fica bem claro nos primeiros dois capítulos de Jó. Ele vê o sofrimento como uma grande oportunidade para derrubar a fé dos servos de Deus. Ele aceitou o desafio de tentar destruir a fé de um dos homens mais idôneos do mundo. Depois, ele foi tão ousado que desafiou o próprio Jesus, usando todas as tentações imagináveis para o vencer (Mateus 4:1-11). O diabo entende muito sobre a natureza humana. Ele sabe que pessoas que servem a Deus fielmente quando tudo vai bem na vida podem ser tentadas por meio de alguma calamidade pessoal. Problemas financeiros, a morte de um ente querido, alguma doença grave -- tais sofrimentos na vida são, freqüentemente, o motivo de abandonar a Cristo. Enquanto a mulher de Jó não prevaleceu na vida do próprio marido, o conselho dela (Jó 2:9) vem derrubando a fé de muitas outras pessoas que enfrentam dificuldades na vida. Jó não sabia a fonte de seu sofrimento (capítulos 1 e 2 contam a história para nós, mas ele não sabia de tudo que estava acontecendo entre Deus e Satanás). Às vezes, nós não temos noção da fonte das nossas dificuldades. Mas, podemos ter certeza que o diabo está torcendo para que tropecemos e afastemos de Deus.

Amigos nem sempre ajudam

Três amigos de Jó ficaram sabendo de seu sofrimento, "e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo" (Jó 2:11). Mas as palavras deles não ajudaram. Ofereceram explicações baseadas nas opiniões deles, e não na verdade que vem de Deus. Onde Deus não tinha falado, eles ousaram de falar. O resultado não foi consolo e ajuda, e sim perturbação e desânimo. A mesma coisa acontece hoje. Quando alguém sofre de um problema de saúde, outras pessoas tendem falar sobre algum caso triste de alguém que teve a mesma doença e morreu. Quando uma pessoa amada morre, muitas pessoas procuram confortar a família com palavras insensatas e até mentirosas. É melhor falar umas poucas palavras com compaixão do que falar muito e entristecer a pessoa mais ainda. Quando sofremos perda, é melhor procurar conselho na palavra de Deus e da boca de pessoas que a conhecem e que vivem segundo a vontade do Senhor.

Deus não explica tudo

Quando sofremos, é natural perguntar: "Por quê?". Jó fez isso (Jó 3:24). Habacuque fez a mesma coisa (Habacuque 1:3). Milhões de outras pessoas têm feito a mesma pergunta. É interessante e importante observar que Deus não responde a todas as nossas perguntas. Pode ler o livro de Jó do começo ao fim, e não encontrará uma resposta completa de Deus à pergunta do sofredor. Durante a boa parte da história, Deus deixou Jó e seus amigos a ponderar o problema. Quando o Senhor falou no fim do livro, ele não explicou o porquê. A partir do capítulo 38, Deus afrima que o homem, como mera criatura, não é capaz de entender muitas das coisas de Deus, e não é digno de questionar a sabedoria divina. Jó entendeu a correção de Deus, e respondeu humildemente:"Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei" (Jó 40:4-5). Jó pediu desculpas a Deus por ter duvidado da justiça e da bondade do Criador: "Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia....Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:3,6).

Depois do sofrimento, vêm as bênçãos

O sofrimento desta vida é temporário. O sofrimento de Jó foi intenso, mas não durou para sempre. É bem provável que ele lembrou, durante o resto da vida, daquelas experiências doloridas. Mas a crise passou, e a vida continuou. Deus restaurou as posses dele em porções dobradas. A mesma coisa acontece conosco. Enfrentamos alguns dias muito difíceis, mas as tempestades passam e a vida continua. Vivendo na época da nova aliança de Cristo, nós temos uma grande vantagem. Temos uma esperança bem definida de uma recompensa eterna no céu (Hebreus 11:13-16,39-40; 12:1-3; 13:14). Qualquer sofrimento é pequeno quando o colocamos no contexto da eternidade.

Fiéis no sofrimento

Nós vamos sofrer nesta vida. Pessoas que dizem que os filhos de Deus não sofrem são falsos mestres que ou não conhecem ou não aceitam a palavra do Senhor. Jó perdeu tudo. Jeremias foi preso. João Batista foi decapitado. Jesus foi crucificado. Estêvão foi apedrejado. Paulo sofreu naufrágio e prisões. Você, também, vai sofrer. Os problemas da vida não sugerem falta de fé, e não são provas de algum terrível pecado na sua vida. Às vezes, as provações vêm como disciplina de Deus (Hebreus 12:6-13); às vezes, não. Mas sempre são oportunidades para crescer (Tiago 1:2-4), e convites para adorar a Deus (Tiago 5:13; Jó 1:20).

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Melhor Presente

Certo jovem ia muito mal na escola. Suas notas e seu comportamento eram uma decepção para seus pais que, como bons cristãos, sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido.

Um dia, seu pai lhe fez uma proposta:
"Se você, meu filho, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a Faculdade de Medicina, lhe darei então um carro de presente."

Por causa do carro, o rapaz mudou completamente; passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas sabia que no fundo a mudança do filho não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o carro, e isto não era satisfatório! O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços.

Assim, o grande dia chegou ! Fora aprovado para o curso de Medicina. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente.

Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa era uma BÍBLIA. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse.

A partir daquele dia, o silêncio e distância separavam pai e filho. O jovem se sentia traído e, agora, lutava para ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade. Raramente mandava notícias à família.

O tempo passou, ele se formou conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. FALECEU...No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, a BÍBLIA que tinha sido o último presente do pai e que havia sido deixada para trás.

De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, quando colocou o livro numa estante, notou que havia um envelope dentro Dele. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A CARTA DIZIA:
"Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para que você escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: A BÍBLIA SAGRADA. Nela aprenderás o AMOR A DEUS e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência".

Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto. E A CARTA FINALIZAVA ASSIM:
"Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isso leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, vai ver que há também um cheque escondido".

I Corintios 13: "Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino.
Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas dos seus lugares, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada.
Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada.Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.O amor é eterno.
Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará. Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos.
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança. O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face.Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus.
Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor."

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

LBV "Qual é o teu nome? "Legião é o meu nome, pois somos muitos". Mc. 5:9

POEMA DO IRMÃO SATANÁS
por Alziro Zarur - fundador da Legião da Boa Vontade - (extraído do “Livro de Deus”, página 288, da LBV)

Lembro-me bem: eu era uma criança
Calada e triste, sem saber por quê.
Menino, às vezes, pensa. E também vê
Que é triste o carnaval da vizinhança.

Em minha paz de criança pessimista,
Desconfiado de risos e festinhas,
Ninguém sabia ler as mágoas minhas
Naquele isolamento fatalista.

Um dia, eu fui com meus irmãos à igreja,
E um padre perturbou a minha paz:
Ele falou de um certo Satanás
Que as almas brutaliza e mercadeja.

Mas falou com uma raiva tão bravia
Do Diabo vil, com um coração de pau,
Que eu perguntei à minha avó Maria:
- Será que o Diabo é mesmo assim tão mau?

E Lúcifer, com todo o seu quartel,
Me preocupou, de fato, muitos anos:
Quis, até, devassar os seus arcanos,
Aprofundando a história do Lusbel.

Mais tarde, eu lia a Bíblia, de manhã -
E são 72 livros ou partes -
Para surpreender todas as artes
Daquele infernalíssimo Satã.

Até que, um dia, o Novo Testamento
Me revelou, na sua estranha luz,
O Sermão da Montanha, de Jesus,
Que não me saiu mais do pensamento.

Fiquei pasmado, oh! sim, perante aquelas
Palavras da misericórdia-mor!
E tanto as li que, até hoje, sei de cor
Estas palavras mansamente belas:

“Bem-aventurados os humildes ...
(nota da redação do DS: o texto continua
referindo-se às bem-aventuranças).

Ouvistes que foi dito:
amarás teu amigo
e odiarás teu inimigo.

Eu, porém, vos digo:
amai até mesmo aos vossos inimigos;
bendizei aqueles que vos maldizem;
fazei bem àqueles que vos odeiam;
orai por todos aqueles que vos
perseguem e maltratam...”

Nessa altura, já entrara em minha vida
- E lhe fiz um cordial salamaleque -
A obra portentosa de Kardec,
A jorrar luz na Bíblia envelhecida.

Na grande Metapsíquica dos sábios,
Que estudam essas coisas sem rituais,
Algumas perguntinhas, bem banais,
Naturalmente vieram aos meus lábios:

- Se Deus sempre é perfeito no que faz,
E nada do que fez ao mal destina,
Por que odiarmos nós a Satanás,
Se ele, também, é criação divina?

- E, se Jesus nos veio esclarecer
Que amássemos até “ao inimigo”,
Por que não transformar num bom amigo
A Satanás, em vez de o combater?

Amigos meus, oremos por Satã,
Amemo-lo de todo o coração,
E respondamos sempre com perdão
Aos males que nos faça, hoje e amanhã.

E, um dia, todos nós iremos ver
Satanás redimido, a trabalhar
Por aqueles que veio tresmalhar
Dos rebanhos do Cristo, e reviver!

Porque se assim, amigos, não quiserem
Aqueles que se chamam “os cristãos”,
Lavemos, desde já, as nossas mãos,
Ante as iniqüidades que fizerem.

Por mim, com honra, eu amo Satanás,
Meu pobre irmão perdido nos infernos,
Com este amor dos sentimentos ternos,
Para que ele, também, receba a paz.

Parece incrível, mas não é, pois você acabou de ler algo da própria literatura da LBV. Tal conceito tem sua origem no Kardecismo que assim explica o significado do termo Satanás: “Satanás não era um Espírito especial, mas a síntese dos piores Espíritos que ... perseguiam os homens, desviando-os do caminho do Senhor.” (O Espiritismo de A a Z, p.444, FEB, 1996) Isto quer dizer que são espíritos desencarnados que ficam a perturbar as pessoas.

Outro conceito herético da LBV diz respeito à pessoa de Jesus. No livro A Bíblia para o povo, página 31, de José de Paiva Netto, “diretor perpétuo da LBV”, lemos o seguinte: “Jesus também começou como nós: na estaca zero. Ele não foi criado com uma perfeição sem jaça (N.R. isto é, falha). Foi simples e ignorante como cada um de nós, claro que anteriormente à fundação do Planeta Terra. Jesus evoluiu em outro mundo e foi desenvolvendo o Seu Espírito, de encarnação em encarnação, até chegar à unidade com o PAI, a ponto de poder dizer: EU E O PAI SOMOS UM. Isto prova que todos são rigorosamente iguais perante a Lei de Deus.” Fica claro que o “Jesus” da LBV, não é o Jesus dos Evangelhos, mas um outro “Jesus” (2 Co.11.4).

A Bíblia nos ensina que Satanás foi criado em total perfeição, mas rebelou-se contra Deus (Ez.28.15). Jesus afirma que o inferno foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt.25.41). Ainda diz que ele jamais se firmou na verdade, e que não há verdade nele, é mentiroso e pai da mentira (João 8.44). Paulo esclarece que ele cega os entendimentos dos que não crêem (2 Co.4.4). E Jesus não pode ter reencarnado porque a Bíblia nos revela que ELE é Deus (João 1.1, Heb.1.8). Sendo Deus não teve princípio nem terá fim - “...de eternidade a eternidade, tu és Deus” Salmo 90.2.

Aos adeptos da LBV e do Kardecismo peço que reflitam à luz da Palavra de Deus, e que experimentem praticar o conselho de Pedro em Atos 3.19: “Arrependei-vos e pois e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério...”.

Diz-nos parte do poema do fundador da LBV, Alziro Zarur: "Por que odiarmos nós a Satanás, se ele, também, é criação divina?...Por que não transformar num bom amigo a Satanás, em vez de o combater? Amigos meus, oremos por Satã, amemo-lo de todo coração, e respondamos sempre com o perdão aos males que nos faça, hoje e amanhã. E, um dia, todos nós iremos ver Satanás redimido, a trabalhar por aqueles que veio tresmalhar dos rebanhos de Cristo, e reviver! Porque se assim, amigos, não quiserem aqueles que se chamam "os cristãos", lavemos, desde já as nossas mãos, ante às iniqüidades que fizeram. Por mim, com honra, eu amo Satanás, meu pobre irmão perdido nos infernos, com este amor dos sentimentos ternos, pra que ele, também receba a paz". (Mensagem De Jesus Para os Sobreviventes, Poema completo: p.130/132/133).

O que pensarmos de uma religião, que apesar de usar a Bíblia, faz tamanha afirmação? O que pensar de uma pessoa que nos induz a louvar e bendizer Satanás? Jesus afirmou positivamente que o diabo é e sempre será o Pai da mentira (Jo. 8:44), deixando-nos certos de sua condenação eterna.

Leiamos:

"Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira (JO 8:44). "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos(Mt.25:41).

Vamos nesse estudo fazer alguns comentário sobre a parte religiosa da LBV, pois se a parte religiosa estiver em dias, as caridades serão apenas uma conseqüência boa e dentro de uma ética abençoadora, pois para tal somos transformados; "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas(Ef.2:10). Boas obras para Deus é, em primeiro lugar, atitudes de uma nova criatura e andar segundo a Palavra de Deus: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo(II Cor.5:17). "De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida(Rm.6:4). Ou seja, para agradá-lo precisamos não apenas ter boas obras, mas sermos as boas obras e isso envolve um comprometimento com a Sua Palavra: " Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho" (Sl.119:105).

Nessa ótica bíblica vamos tomar a liberdade de observar as doutrinas dessa entidade.

HISTÓRICO

ALZIRO ZARUR

O nome do fundador da LBV é Alziro Elias Davi Abraão Zarur e nasceu aos 25 de dezembro de 1914, de pais sírios, católicos ortodoxos. Zarur considerava-se a reencarnação de Allan Kardec como declara no livro "Jesus - A Saga de Alziro Zarur II". Casou-se com Iracy de Abreu, criou o Partido Trabalhista Nacional - PTN e se candidatou à presidência da república, perdendo as eleições. Em 4 de março de 1949 lançou o programa "Hora da Boa Vontade" na rádio Globo do Rio. Lá criou a "prece do copo d'água" (hoje este gesto é imitado por algumas denominações evangélicas). Alziro Zarur citava textos bíblicos na Rádio e dentre eles repetia Lc.2:14: "Paz na terra para os homens de boa vontade"(versão católica). Na verdade esse texto indica a boa vontade de Deus para com os homens no envio de Cristo a esse mundo - " Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens" (versão Almeida). O Texto usado na versão católica, se fosse o correto, não estaria dentro do contexto e da mensagem apresentada pelos anjos aos pastores.

A LBV foi fundada oficialmente em 7 de setembro de 1959 e se declarava uma organização criada pelo próprio Jesus Cristo (Religião do 3o milênio, p.95). E diziam ainda ser uma religião santíssima (idem p.115).

JOSÉ PAIVA NETO

Nascido a 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro, tornou-se em 1979, com a morte de Zarur, presidente da entidade, é jornalista, radialista e escritor. Sua infância e juventude foram marcadas por uma preocupação incomum com temas filosóficos, espirituais, sociais, políticos, científicos, econômicos e por um profundo senso de auxílio aos necessitados. Deixou de seguir a vocação pela medicina para dedicar-se, ainda jovem, à LBV. Foi sempre o auxiliar de Alziro Zariur, tendo o cargo de Vice Presidente. O crescimento da LBV chega a uma estimativa de 70.000% (dados da própria LBV).

A MÁQUINA DE ARRECADAR

Geralmente nos vemos diante de um pedido telefônico, feito por uma voz feminina muito delicada, elogiando-nos como cidadão de bem e se, como tal, não estaríamos dispostos ao pagamento mensal para o custeio de uma criança.

Certa senhora e amiga, evangélica e simples em seus costumes, de tanto receber telefonemas da LBV, sentiu-se constrangida a colaborar mensalmente, sendo que o débito era colocado na conta telefônica. Quando tomei conhecimento fiz duas coisas; expliquei sobre a parte doutrinária para ela e, depois, liguei para a Telefônica que me disse, até um tanto bruscamente, que não podia dar explicações, pois para tal precisaria enviar um ofício à diretoria da mesma.

O mais triste disso tudo não é fazer uma doação a uma determinada instituição, mas de sabermos que o dinheiro de muitos evangélicos têm servido para alimentar não só o físico mais a alma de milhares de crianças, que se tornarão espíritas praticantes num futuro próximo, agindo contrárias à Palavra de Deus. Que possamos ajudar as nossas crianças de rua, mas que nessa ajuda elas estejam recebendo também um bom alimento espiritual.

Já pensou meu amigo leitor o seu filho chegando em casa dizendo que Satã é seu irmãozinho e que o ama de todo coração? Não nos enganemos, a caridade tem que ser completa, por isso disse Jesus: " Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus"(Mt.4:4). O TEMPLO DA LBV

O Templo: Inaugurado em 21 de outubro de 1989, em Brasília, por J. P. Neto. É o monumento mais visitado da capital do Brasil (Livro: "As Profecias Sem Mistério", PVN, p.215).Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da LBV: Inaugurado pelo Diretor-Presidente da LBV, em 25 de dezembro de 1994, em Brasília. O ParlaMundi da LBV é chamado pela imprensa brasileira de Parlamento dos Espíritos, porque Paiva Neto assim o definiu: "O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, que erguemos com o indispensável auxílio do Povo, ao lado do Templo da LBV,... manterá suas portas abertas a todos os seres de Boa Vontade, na matéria ou fora dela. Ele propõe a conciliação universal de todo o conhecimento humano e espiritual, numa poderosa força a serviço dos povos".

Paiva Neto, pelo que vemos, gastou uma boa quantidade de dinheiro na construção desses prédios religiosos, não sabemos quanto foi gasto, mas temos certeza, pelo que conhecemos de construção, que AQUELE PRÉDIO DARIA PARA CUSTEAR MUITAS CRIANÇAS. Outra questão fundamental, seria saber se o povo, que sempre contribuiu especificamente para obra social, estava informado de que a sua contribuição estava sendo destinada para a suntuosa construção do Templo da LBV, pois afirma Paiva Neto: " que erguemos com o indispensável auxílio do Povo". Não me lembro de propagandas avisando o povo sobre tais gastos com essas construções.

O TEMPLO E O ECUMENISMO PROMOVIDO PELA LBV

A respeito do Templo de Deus e porque a LBV é a "Religião de Deus" lemos o seguinte: "Que templo é esse no versículo 15?(capítulo 7 de Apocalipse). Tudo indica, pelo seu papel altamente solidário, que se trata do Templo do Ecumenismo Irrestrito, que a Legião da Boa Vontade levantou em Brasília"( As Profecias sem Mistério, P. Neto, p.193)

Bom, em primeiro lugar, o Templo citado no contexto do cap.7 de Apocalipse é o céu onde Deus habita e a partir do seu trono delibera todas as diretrizes universais. Em segundo, se a LBV entendesse a Bíblia verdadeiramente e conhecesse o evangelho de Cristo, jamais gastaria dinheiro com tamanho "descalabro Ecumênico" para promover um ato anti-bíblico - O ECUMENISMO IRRESTRITO. Nem Jesus e nem a sua Palavra, nunca ensinaram ao seu povo ser ecumênicos, mas sempre se preocuparam em ser o contrário: " Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações"(Dt.18:9); " Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso" (IICor.6:14-18). O que o texto das sagradas Escrituras nos ensina a fazer é o contrário do ensinado pela LBV e, dentro da idéia Bíblica, separar-se (tornar-se santo) do mal e de todas as religiões que não professem crer nos ensinamentos de Deus, é o mandamento do Senhor. É claro que não vamos discriminar as outras expressões de religiosidade, pois cada um pode expressar sua fé da maneira que lhe bem parecer, mas biblicamente falando é nos apresentado uma única opção - DEVEMOS SERVIR A DEUS DENTRO DE UMA PERSPECTIVA BÍBLICA. A apologia que estamos fazendo acontece pelo fato do uso indevido da Bíblia por essa religião. Não podemos nos esquecer que o diabo até aceita dividir a sua glória, mas o nosso Deus é bem diferente: "Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura"(Is.42:8). Queremos que você leitor entenda, que de acordo com as Escrituras Sagradas, religião de Deus é aquela que prega a santificação(consagração), pois sem isso ninguém verá à Deus (Hb.12:14).

JESUS CRISTO VOLTARÁ NO TEMPLO EM BRASÍLIA

Assim afirma a LBV, dando a entender que na sua volta, Cristo virá sobre Brasília: "Quando Jesus voltar encontrará erguido o Templo da Boa Vontade, o TBV"( As Profecias sem Mistério, P. Neto, p.193). Mais uma vez equivoca-se a LBV e, com tais afirmações, mostra sua ignorância em relação à Palavra de Deus. Jesus Cristo, quanto voltar fisicamente(Mt.24:27), virá sobre Israel, no Monte das Oliveiras, leiamos: "e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito" (Zc.12:10); "... e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio..."(Zc.14:4); " Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória"(Mt.24:30). O ponto de referência mundial que serve de base para os acontecimentos bíblicos é a nação de Israel. O próprio Senhor mandou que observássemos nesta direção: " Aprendei, pois, esta parábola da figueira (simbolizando a nação de Israel): Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão" (Mt.24:32, parênteses nosso). Que o leitor não se deixe passar por desconhecedor da verdade. Essa grande obra assistencial, que tanto empolga e até realiza bons trabalhos sociais, é uma grande camuflagem para uma nova religião e, como de costume das seitas, o "único" ou "mais certo caminho" à Deus.

O QUE PENSA A LBV SOBRE A BÍBLIA?

"...Que a fé dos cristãos míopes é refutar fatos concretos, e justificar contradições na Bíblia dos Hebreus. Senhor, não creio que este Livro Santo tenha , todo ele, inspiração Divina porque tua santíssima doutrina não pode rebaixar-se tanto e tanto!". (Livro da LBV: "Mensagem de Jesus Para os sobreviventes, pág.179,180).

É lamentável o que certas religiões fazem com a Palavra de Deus; mormonismo, espiritismo, jeovismo... e a LBV, usam a Bíblia para enganar o verdadeiro povo de Deus, citando o que lhes interessa e chutando para escanteio o que lhes tira a autoridade. A LBV, como todos as religiões equivocadas à respeito da Bíblia, faz a mesma coisa e sofisma POR QUE DEVEMOS CRÊR NA BÍBLIA?

- “Quando vieres traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, especialmente os pergaminhos (que eram os livros santos que formaram a Bíblia)” (II Tm.4:13 – parênteses do autor)

- “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (II Pedro 1:20 -21)

O apóstolo Pedro diz que as Escrituras foram inspiradas e vieram da parte de Deus. Os apóstolos deixaram as orientações básicas, que formam o fundamento apostólico, que é o Novo Testamento, junta com o Velho Testamento, para que a Igreja se direciona-se por essa Escritura. O Velho Testamento e o Novo Testamento, que compõem a Palavra de Deus, são o fundamento e a última palavra em relação a vida da Igreja em todos os tempos. Leiamos;

- “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Coríntios 3:10-11).

- “...por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito(A Bíblia)...” (I Coríntios 4:6 – parênteses do autor).

- “edificados sobre o fundamento dos apóstolos (Novo Testamento) e dos profetas(Velho Testamento), sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina” (Efésios 2:20 – parênteses do autor ).

Veja, o evangelho de Jesus Cristo, não é de qualquer jeito como querem os líderes da LBV, que, como os espíritas, se declaram a última a revelação de Deus e possuidores da verdade. Para começar, Jesus disse que a Palavra de Deus era a verdade (João 17:17), deve ser por isso que tantas religiões querem que os seus escritos sejam tal, mas a Bíblia é o único fundamento do cristianismo verdadeiro. Paulo disse que “NINGUÉM PODE LANÇAR OUTRO FUNDAMENTO”, ou seja, os livros de Kardec, Alziro Zarur, Paiva Neto e seja lá quem for, não foram e nunca serão fundamentos das doutrinas cristãs. No cristianismo não há novas revelações (I Coríntios 2:10), pois Deus já se revelou através de Jesus (Hebreus 1:1). O que temos a fazer é ler, entender e aceitar a Palavra de Deus. Na carta aos Efésios, Paulo deixa claro que o verdadeiro cristianismo é fundamentado nos ensinamentos dos apóstolos e nos profetas, ou seja, no Velho e no Novo Testamento, pois é lá que encontramos as profecias, as doutrinas e os ensinamentos únicos e sublimes de Jesus Cristo. Paulo levava tão a sério os ensinamentos aplicado por ele e os demais apóstolos que, na carta aos Coríntios, declara: “para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito”. É lógico que Paulo estava falando do Velho Testamento que estava escrito e já era considerado Sagrado e do Novo Testamento, que em sua época estava praticamente todo escrito. Os cristão só têm uma bússola - A BÍBLIA.

NEGAM A DIVINDADE DE JESUS CRISTO

Afirma a LBV: "...Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus". (Jesus - A Saga de Alziro Zarur II, pág.112).

O Senhor Jesus, em sua forma humana, nunca disse ser o Deus - Pai, mas sempre as Escrituras reiterou a sua divindade:

“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo.5:18).

“de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm.9:5).

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo.1:1).

Os textos acima são mais que necessários para provarmos a Deidade de Jesus Cristo, ou seja, O Filho é tão Deus como o Pai e o Espírito Santo (Mt.28:19, II Cor.13:13, Ef.4:4-6, I Jo.5:7). O Deus dos Cristãos é Trino - Pai, Filho e Espírito Santo. Mais uma vez a LBV mostra-se uma religião fora dos parâmetros da cristandade.

A LBV É UMA RELIGIÃO ESPÍRITA

Declara Alziro Zarur: "Só a reencarnação e os séculos - expiação, reparação, e progresso - poderiam preparar as inteligências e os corações..." (Jesus - A Saga de Alziro Zarur II, pág.259).

A Bíblia jamais fez qualquer referência à palavra “reencarnação”, e, tampouco, confunde-a com a palavra “ressurreição”. Segundo o dicionário da Língua portuguesa, de F. S. Bueno, “reencarnação” é o ato ou efeito de reencarnar, pluralidade de existência com um só espírito; enquanto que a palavra ressurreição é: levantar, erguer, surgir, sair de um local ou situação para outra. No latim, “ressurreição” é o ato de voltar a vida, reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo ressurreição como o mesmo que ressurgir dos mortos. Para o cristianismo bíblico só existe a ressurreição. (Dicionário da Bíblia – Davis)

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo” (H.9:27).

É por isso que a LBV, como os espíritas, temem à Bíblia, pois Ela desmantela a sua teoria central, que é a reencarnação. Veja, o texto de Hebreus é claríssimo, o homem só morre uma vez, e por quê? Porque ele só nasce uma vez. E, ainda acrescenta; “vindo depois o juízo”, ou seja, a luz da Palavra de Deus não há espaço para a teoria da reencarnação. O texto deixa claro, que ao morrer, você será julgado, para ser salvo ou condenado, sem meios termos, é céu ou inferno.

CONCLUSÃO

Diante do explicitado fica a decisão do julgamento ao leitor atento. Entendemos que o lado social é muito importante e que religiões como a LBV faz até bem esse papel. Entretanto, a problemática é muita séria quando falamos de Bíblia e doutrina da salvação, ou seja, a LBV pode até ser uma boa religião, mas que não prega o caminho que leva o homem à Deus. Somente através da Palavra é que podemos conhecer o plano de salvação. Por isso, pense nisso.




sábado, 10 de outubro de 2009

A INjusta doutrina da Reencarnação

“Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Rm 10:3-4).

Em muitos automóveis, podemos ver a seguinte frase: “Reencarnação, uma questão de JUSTIÇA!” Porém, o ensino sobre a “reencarnação” é, na verdade, uma questão de INJUSTIÇA dos homens, para com o Criador.

Dentre as inúmeras falsas “religiões”, destacam-se algumas que crêem na falácia da “reencarnação”: Espiritismo, Budismo, Hinduísmo, Cabala, Seicho-no-iê, Umbanda, Taoísmo, Confucionismo, Bramanismo, Jainismo, Zoroastrismo, Xintoísmo, Islamismo esotérico (Surate II, 26 e Surate XVII: 52 do Corão), Esoterismo, Eubiose, Gnose, Maçonaria, Xamanismo, Teosofia, Igreja Messiânica Mundial, Fraternidade Rosacruz, Ordem dos Templários, Santo Daime, Candomblé, etc.

Porém, a origem desse ensino, vem dos Vedas dos Hindus (as escrituras dos hindus). Pode ser que essas crenças também foram influenciadas pela filosofia dos gregos, começando com Pitágoras (580-500 a.C.) e passando por Platão (428-348 a.C.). Pois, há similaridades estranhas entre os ensinos dos gregos e dos hindus. Nas duas formas, a perfeição final não vem da graça de Deus, através do arrependimento dos pecados e fé em Cristo, mas por outros meios ou por outras pessoas, que no final das coisas revela que essas crenças não vêm de Deus, pois mostram outros salvadores”.

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, ensinou que “a reencarnação é a volta da alma ou espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”. Para os espíritas, é a única forma de Deus fazer a sua justiça, levando o homem a muitas existências sucessivas, oferecendo um meio de resgatar os seus erros, com o objetivo de atingir a perfeição”. Ao que tudo indica, a tal doutrina da “reencarnação” veio da mente do próprio Kardec e não dos tais “espíritos”, como ele alegou. É interessante observar que esta doutrina não é unânime entre os “espíritos”, nem entre os “espíritas”.

Vejamos esta citação do próprio Allan Kardec:
“Mas o grande problema para os espíritas, é que não se pode identificar o ensino unânime dos espíritos sobre a reencarnação. Diz ele: ‘Seria o caso, talvez, de examinar-se porque todos os Espíritos não parecem de acordo sobre este ponto’. E mais: ‘De todas as contradições que se observa nas comunicações dos Espíritos, uma das mais chocantes é aquela relativa à reencarnação, como se explica que nem todos os Espíritos a ensinam?’” (O livro dos espíritos. Allan Kardec – Obras Completas. Opus Editora Ltda, p. 94, 2ª ed., 1985).

A Bíblia refuta a tola idéia da “reencarnação”, em várias passagens (2 Sm 12:22-23; Jó 7:9-10; Ec 12:7; Mt 13:38-43; Lc 23:43; Jo 1:19-21; Hb 9:27-28; Ap 20:11-15). Em Hebreus 9:27, por exemplo, lemos que: “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”.

Lemos também que: “Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá” (Jó 7:9-10).

O que a Bíblia ensina é a Ressurreição (Dn 12:2; Is 26:19; Os 6:2; Jo 5:28-29, 11:11-44; At 24:15; 1 Co 15:12-22; Ap 20:6), que é o retorno do morto ao próprio corpo, implicando em uma só existência.

Enquanto os espíritas dizem que a “reencarnação” é necessária para que o homem evolua, rumo à perfeição, a Bíblia afirma que o mesmo é aperfeiçoado quando nasce de novo (Jo 3:3, 5), arrependendo-se de seus pecados; ocasião em que recebe Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador: “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10:14).

Em Cristo, somos regenerados, como lemos: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). Regeneração é a mudança das disposições dominantes da alma (no mesmo corpo e existência em que vivemos): “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3:5). Lemos, ainda, que: “... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:22-24).

A Bíblia nos ensina que a salvação é mediante a graça, por meio da fé em Jesus Cristo e não por obras: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9). [Vide: Mt 16:26; Rm 3:24-26, 28, 4:5, 5:1; Gl 3:11, 24; Tt 3:5-7]. A graça de Deus é contrária à reencarnação. O karma é intolerável. O que faz na vida ceifará em outra. Não há exceções nem perdão. Por Cristo, há perdão, pois há uma imputação da condenação dos pecados de todos que se arrependem e crêem com fé na pessoa de Cristo, e há uma imputação da Sua justiça nestas (II Cor 5:21). Se por Cristo são pagos os nossos pecados e por Ele há paz com Deus, não há lugar para uma doutrina karmaica de reencarnação”.

A conhecida Parábola sobre o Rico e Lázaro (Lc 16:19-31) prova a inexistência de “outras vidas”, e revela que só há uma vida. A Bíblia nos ensina que, após a morte, o destino das pessoas está selado, eternamente: uns para a perdição eterna e outros para a salvação eterna, pois “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3:18).

Os adeptos do Espiritismo são atraídos, em sua maioria, pelo fato de acharem que a tal “religião” espírita, uma mistura de fé/ciência/religião/filosofia, é “lógica”, pois responde às suas indagações. Aliás, eles adoram apelar para a tal “lógica humana”, para provar suas teses.

A Bíblia, entretanto, diz que: “... a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia” (1 Co 3:19). Como sabemos, “... a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1 Co 1:18). Infelizmente, as vãs filosofias (e “religiões”) têm agradado a muitos (1 Co 1:17-31; Cl 2:8).

Vejamos algumas perguntas “lógicas”, que foram retiradas de um site espírita, e suas refutações bíblicas:
1)“Por que algumas pessoas já nascem defeituosas ou doentes e outras não? Seria justo que Deus fizesse pessoas sofrerem, desde o nascimento, por algo que elas não fizeram, ou pelo que outras pessoas fizeram?”
R) Certa ocasião, Jesus e os discípulos viram um cego de nascença e Jesus deixou claro que a cegueira não é nenhuma conseqüência de erros (pecados) de “vidas anteriores”. Vejamos: “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.” (Jo 9:2-3)
O homem foi criado perfeito, “reto”, à imagem e semelhança do seu Criador: ... Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias” (Ec 7:29). Os anjos que caíram foram criados santos, mas “... não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação...” (Jd 6). Sobre satanás está escrito: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti” (Ez 28:15).
Como se vê, mesmo tendo sido criado reto e perfeito, o homem (tal como satanás e alguns anjos) preferiu a desobediência e o pecado. Com isto, vieram as doenças e a morte: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. Lemos, ainda: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15:22).
A origem de todo o mal que há na Terra é o pecado original (a desobediência, a rebelião do homem contra seu Criador): “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2:16-17). Portanto, a culpa não foi de Deus, mas, da própria humanidade.
As conseqüências desta rebelião foram as doenças, a morte, as injustiças, as desigualdades, etc.: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5:12). “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” (Rm 5:17-18).
Entretanto, mesmo que nós tenhamos herdado o pecado original de Adão (e, com o pecado, a morte eterna), felizmente, em Jesus Cristo, recebemos a vida eterna: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6:23), “Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem”. (1 Co 15:21).

2) “E como explicar o caso de pessoas que, mesmo tendo sido boas durante toda sua vida, são surpreendidas com doenças terríveis, que lhes causam terríveis sofrimentos, ou ainda são vítimas de terríveis acidentes, enquanto outras passam por toda a vida sem conhecer tal infortúnio? Poderíamos alegar azar de uns e sorte de outros?”
R) Quanto às pessoas que foram “boas”, durante sua vida, a Bíblia diz que: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque” (Ec 7:20).
Quanto às tragédias, lemos que: “Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.” (Ec 9:2). [Vide: Ec 7:15, 8:14; Jó 21:17; etc.].
Conforme disse R. C. Sproul: "Não há pessoas inocentes no mundo!" (Vide: Gn 6:5-6; Gn 8:21; Jó 4.17; Jó 14:4; Sl 51:5; Sl 58:3; Pv 20:9; Ec 9:3; Jr 13:23; 17:9; Mc 7:21-23; Jo 15:5; Rm 3:10-18, 3:23, 5:12, 8:7-8; Ef 4:17-19; 2 Tm 2:25; Tt 1:15).

3) “Se houvesse apenas uma vida, e tivéssemos como objetivo atingir a chamada ‘Salvação’, por que então alguns nascem com mais condições para atingir esse objetivo do que outros?”
R) As Escrituras nos ensinam, claramente, a doutrina BÍBLICA da Eleição: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1:4-5). [Vide: Mc 13:20; Jo 5:21, 40; Jo 6:37, 44, 65; Rm 8:29-30, 11:7, 16:13; Cl 3:12; Tt 1:1; 1 Pe 1:2; Ap 17:14].
Deus é Soberano e, segundo Sua perfeita justiça, “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal” (Pv 16:4), "E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?" (Dn 4:35).
Para quem acha Deus injusto, o apóstolo Paulo pergunta: “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? (Rm 9:20-21).

4) “Uns nascem em famílias estruturadas, que lhes dá educação e bons exemplos de moral e os encaminham para o bem... Outros nascem em famílias desestruturadas, no meio à extrema miséria, sem nenhum tipo de referencial moral, às vezes vítimas já cedo de violência, estupro e todos os tipos de mazelas...”
R) Esta “lógica” espírita é totalmente ilógica! Ora, muitos nascem em “berços de ouro” e cometem terríveis crimes, envolvem-se com drogas, etc. Outros nascem na mesma condição e, por sua vez, são pessoas direitas, justas, honestas, etc. Muitos nascem pobres e são cidadãos de conduta ilibada, honestos, trabalhadores, etc. Outros nascem na mesma condição e seguem caminhos errados.
Como se vê, a situação do nascimento, nada tem a ver com o futuro da pessoa e pobreza não é sinal de maldição: “Há alguns que se fazem de ricos, e não têm coisa nenhuma, e outros que se fazem de pobres e têm muitas riquezas.” (Pv 13:7). [Vide: Pv 22:1, 4; Ec 5:19].
Deus distribui a cada um (bens, dons, etc.), conforme Lhe apraz: “Ouve tu então nos céus, assento da tua habitação, e perdoa, e age, e dá a cada um conforme a todos os seus caminhos, e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens” (1 Rs 8:39).

Como vimos, a tal “lógica” espírita não passa de um conjunto de divagações humanas, conjecturas e vãs filosofias.

A Bíblia nega, veementemente, qualquer afirmação de existência de outras vidas. A doutrina da “reencarnação” é, na verdade, uma grande questão de INJUSTIÇA dos homens para com o seu Criador, que, em total demonstração de amor e misericórdia, entregou Seu Filho Unigênito, para morrer por nós.

Ora, não é à JUSTIÇA de Deus que devemos apelar, mas à Sua MISERICÓRDIA. Graças à misericórdia divina é que somos salvos (a partir do momento em que depositamos nossa fé em Jesus Cristo), pois: "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3:22).

Mas, para a doutrina espírita, Jesus Cristo seria apenas um espírito elevado, evoluído, o melhor médium que já viveu. Eles não O consideram Deus. Entretanto, a Bíblia nos ensina: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória” (1 Tm 3:16). O próprio Jesus Cristo afirmou, diversas vezes, que Ele é Deus: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30); “... Quem me vê a mim vê o Pai (Jo 14:9b); “... Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6).

Vejamos esta citação:
“Ele não é apenas “um caminho”, mas o ÚNICO. Isso neutraliza as afirmações dos líderes religiosos de todos os tempos, confirmando a exclusividade de Cristo como Salvador. Realmente, não existe outro meio de se chegar a Deus, a não ser pelo reconhecimento da morte vicária de Cristo. O primeiro acontecimento, após Sua morte, foi o véu do Templo se rasgando, a fim de permitir livre acesso a Deus e estabelecer uma Nova Aliança, na qual os pecadores têm livre acesso ao Pai, sem a necessidade de outro mediador que não seja Cristo.

Ele é a Verdade porque representa total segurança e confiabilidade no que diz e realiza, tendo feito tudo que o Pai O incumbiu de realizar, sendo a própria Verdade encarnada (João 1:1-14).
Ele é a Vida por ser capaz de dar vida até a quem já morreu, como no caso de Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim. Ele é Auto-existente, como o Pai (João 5:16) e com a Sua morte e ressurreição Ele Se tornou a fonte da vida eterna para todos os que Nele crêem (João 3:16). “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer”. (João 5:21).

Quando Ele usava a frase “EU SOU”, conforme a revelação de Deus em Êxodo, estava confirmando a Sua Divindade e comprovando que Ele, de fato, era o Messias prometido a Israel, anunciado pelos profetas do V.T.”

Infelizmente, muitas “religiões” inventam outros meios para a “salvação”, à sua própria maneira, enganando muitos que pensam estar no caminho certo: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3:13).

Ora, Jesus Cristo morreu naquela infame cruz, cumprindo todo o propósito de Deus, pagando o preço exigido para a remissão dos pecados e tudo isto para nos propiciar a salvação, através de um sacrifício perfeito e definitivo: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”. (Rm 3:25)

Deus é tão misericordioso que “... prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). O que Ele podia fazer para salvar o homem, já foi feito, pois “... Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

ESTA É A MAIS PERFEITA DEMONSTRAÇÃO DE AMOR, JUSTIÇA E MISERICÓRDIA!
Apesar disto, o ser humano quer comparar seus padrões falíveis de justiça (que são contaminados pelo pecado e, portanto, imperfeitos) com o justo padrão de Deus: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam.” (Is 64:6).

A perfeita justiça divina exigiu a morte de um Justo (Jesus Cristo), para possibilitar a salvação dos pecadores, pois: “... sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9:22).

Ele próprio o reconhece no Salmo 22. Quando o Senhor afastou dEle o Seu risonho rosto e Lhe fincou no coração aguda faca, provocando Seu terrível brado, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl 22:1). Ele adora esta perfeição – “Porém tu és santo” (vs. 3).”

As pessoas se esquecem que Deus, além de Justo (Jó 4:17; Sl 19:9; 116:5; 119:62, 75, 137: 129:4; 145:17; Is 45:21; Jr 11:20; Dn 9:14; Sf 3:5; Jo 17:25; Ap 16:5), também tem outros atributos, quais sejam: Ele é Perfeito (Dt 18:13; Jó 37:16; Mt 5:48), Soberano (Is 46:10; Dn 4:35; Sl 115:3, 135:6; Ec 3:14), Santo (Êx 15:11; Sl 30:4, 145:17; Is 6:3; Hc 1:13; Ap 15:4), um fogo consumidor (Êx 24:17; Dt 9:3; Is 30:27, 30; Hb 12:29), etc.

Só mesmo uma pessoa sem conhecimento bíblico exigiria a JUSTIÇA divina, pois, por este atributo seríamos condenados. A Bíblia nos mostra que já nascemos condenados, visto que “... Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3:10), “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23).

O homem natural (não regenerado) anda “... segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar” (Ef 2:2), é por natureza filho da ira (Ef 2:3), “... não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Ef 2:12b).

O ser humano já nasce morto em ofensas e pecados (Jó 15:14; Ef 2:1, 5, 5:14; Cl 2:13), sendo um sério candidato ao lago de fogo, se não nascer de novo, pela fé em Jesus Cristo; pois, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3b).

Somente com o novo nascimento, tornamo-nos justos diante de Deus, em virtude do sacrifício vicário de Cristo, conforme lemos: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24). “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). [Vide: Rm 5:12; Ef 2:1, 5, 5:14; Cl 2:13].

Os espíritas usam textos isolados das Escrituras, quando lhes convém (para dar um “ar cristão” aos seus ensinamentos), tirando-os do contexto, distorcendo-os ao seu bel prazer, etc. Porém, quando a Bíblia é contrária aos seus ensinos, eles a descartam, como o fazem as demais seitas.

Eles chegam ao absurdo de dizer que João Batista foi a “reencarnação” de Elias, mesmo tendo o próprio João Batista negado tal heresia, veementemente. Vejamos: “E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?... E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou... ” (João 1:19, 21).

Quando o anjo do Senhor apareceu a Zacarias (pai de João Batista), disse-lhe que João iria diante do Senhor “no espírito e virtude de Elias” (Lc 1:17). Os espíritas conseguem “ver”, nesta passagem, a “prova” de que João era o mesmo espírito de Elias. Mas, vejamos que a Bíblia não diz que João iria “com” o espírito de Elias, mas “no” espírito de Elias. Isto faz uma grande diferença!

Na 2 Rs 2:15, lemos: “... O espírito de Elias repousa sobre Eliseu”. Porém, Elias tinha acabado de ser arrebatado aos céus, num redemoinho (sem morrer). Assim, os dois não eram a mesma pessoa, pois eram contemporâneos, não tendo como Eliseu ser a “reencarnação” de Elias (conforme entendem os espíritas)!

Outro fato a ser considerado é que, segundo a doutrina espírita, o espírito do morto, ao se manifestar aos vivos, apresenta-se no último corpo em que viveu aqui na Terra. No Livro dos Espíritos, lê-se que a alma “tem um fluído que lhe é próprio, colhido na atmosfera de seu planeta, e que representa a aparência de sua última reencarnação”.

Ora, a Bíblia nos mostra que Elias não morreu, mas foi arrebatado aos céus: “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho” (2 Rs 2:11). Então, se Elias não morreu, não poderia ter “reencarnado”, como crêem os espíritas!

Lemos, também, que, em certa ocasião, Jesus Cristo Se dirigiu a um alto monte, levando consigo a Pedro, Tiago e João (Mt 17:1) e, ao Se transfigurar diante deles, “... eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mt 17:3).

Como se vê, quem apareceu juntamente com Moisés foi “Elias” e não João Batista, sendo que este já havia morrido (Mt 14:10; Lc 9:9, 28:31). Portanto, se João Batista fosse a “reencarnação” de Elias, era João (conforme a doutrina espírita) que deveria ter aparecido no Monte da Transfiguração e não Elias.

Em Malaquias 4:5, lemos: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”. Também, com base nesta passagem, os espíritas alegam que João Batista foi a “reencarnação” de Elias, que voltou no N.T. Porém, João Batista veio, com qualidades semelhantes às de Elias, e cumpriu seu ministério (Lc 1:15-17), conforme a passagem de Malaquias 4:5.

De qualquer forma, no Livro do Apocalipse vemos que Elias retornará (juntamente com Moisés, sendo eles “as duas testemunhas”), apenas no período da Grande Tribulação (tal como foi visto pelos discípulos, no Monte da Transfiguração), para anunciar o evangelho a todas as nações, antes que venha o fim: “E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco” (Ap 11:3).

Como se vê, jamais devemos usar textos das Escrituras fora do contexto. Isto é pretexto para heresias. Portanto: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso...” (Rm 3:4)

A Bíblia contém toda a revelação de Deus aos homens. Mas, infelizmente, muitos preferem cometer uma grande INJUSTIÇA para com o Criador, crendo em falácias, tais como a que diz que a “reencarnação é uma questão de justiça”.

Eles, também, são INJUSTOS para com o Senhor, ao consultarem os “mortos”, o que é, terminantemente, proibido por Deus. O Senhor advertiu Israel: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” (Is 8:19). Infelizmente, muitas pessoas, ao perderem entes queridos, vão aos médiuns à procura dos “espíritos familiares”...

Agindo em desobediência às ordenanças divinas, eles são enganados por demônios: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1Tm 4:1) e permanecem em caminhos de morte (apesar da aparência de caridade): “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14:12).

Os espíritas deveriam ouvir o que disse Allan Kardec: "No cristianismo encontram-se todas as verdades" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5).

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam; e não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5:39-40).

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Bar Kochba, O Messias guerreiro

Bar Kochba, o Messias guerreiro.
Uma figura controversa que liderou uma revolta judaica contra o Império Romano no século 2º.

Na história do judaísmo, poucos personagens são tão enigmáticos e polêmicos como Bar Kochba. Para alguns, ele foi um grande comandante militar que liderou os judeus contra a opressão do Império Romano no século 2º. Para outros, ele não passou de um indivíduo egocêntrico que, em função das circunstâncias da época, foi alçado à condição de messias, ou seja, de redentor de seu povo.

São poucas as informações escritas disponíveis sobre essa figura quase lendária. Seu nome original era Simão Bar Kosiva. O sobrenome Kosiva pode ter vindo de seu pai (“Bar Kosiva” significa “filho de Kosiva”) ou ser uma referência a uma vila rural onde ele teria sido criado como filho único. Ao ser consagrado como líder dos judeus, teve seu nome alterado para Bar Kochba, que significa “filho de uma estrela”, em alusão a um versículo bíblico do livro Números. Essa estrela seria uma referência à vinda do messias – a profecia de que um descendente do rei David chegaria ao mundo para restaurar a nação de Israel e a paz na Terra.

Como líder militar, Bar Kochba revelou-se um chefe ao mesmo tempo talentoso e brutal. Dizia-se que ele costumava testar seus soldados exigindo que eles cortassem um dedo das mãos, como prova de bravura. De todo modo, por sua audácia, Bar Kochba logo se tornaria reconhecido como um grande guerreiro, principalmente entre os membros de sua seita, os zelotes. De acordo com Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os zelotes eram um grupo religioso com forte caráter militarista. “Eles se recusavam a reconhecer o domínio romano. Respeitavam o Templo e a Lei. Opunham-se ao helenismo. Professavam um messianismo radical e só acreditavam em um governo teocrático, ocupado por judeus. Viam na luta armada o único caminho para enfrentar os inimigos e acelerar a instauração do Reino de Deus”, afirma Andréia Cristina em seu texto “A Palestina no Século 1º d.C.”.

Roma versus Judéia

Estamos falando de uma época em que a Judéia era uma província romana. Povo monoteísta contrário à idolatria de imagens, os judeus viviam em conflito com a Roma politeísta, veneradora de ídolos. Embora existissem membros da elite judaica interessados em manter uma boa relação com os romanos, havia também um crescente sentimento de insatisfação popular. É nesse ambiente que começaram a crescer as diversas ondas de messianismo entre judeus, incluindo a de Jesus Cristo. Esse movimento gerou uma primeira grande revolta, nos anos 66 a 70, ferozmente esmagada pelo imperador Vespasiano, que ordenou a destruição do Templo de Herodes. As rebeliões populares contra Roma ressurgiram por volta do ano 115, já sob o governo de Trajano. O imperador romano reprimiu duramente esses movimentos, o que apenas tornou a situação ainda mais difícil para seu sucessor, Adriano, que assumiu o Império no ano 118.

No início, Adriano parecia simpático aos judeus, tanto que permitiu que eles retornassem a Jerusalém e reconstruíssem seu Templo Sagrado. No entanto, educado em Atenas, Adriano logo mostrou sua intenção de helenizar todo o Império, unificando-o não apenas politicamente, mas também do ponto de vista cultural. Algumas de suas políticas adotadas em Jerusalém, como a abertura de escolas para o ensino de letras gregas, escandalizou os judeus da velha cidade. Outra medida que enfureceu os judeus foi a publicação, em 127, de uma lei proibindo a circuncisão dos recém-nascidos.

É nesse contexto que, a partir de 131, começou a ganhar forma uma nova revolta dos judeus. Na clandestinidade, os zelotes foram se organizando, formando milícias, preparando passagens secretas subterrâneas e dando consistência a seu plano de retomar Jerusalém. Foi aí que se destacou Bar Kochba, um homem comum que, de repente, tornou-se um importante líder e foi considerado até mesmo um messias, graças ao decisivo apoio do rabino Akiva, a maior liderança espiritual da Judéia. Bar Kochba logo demonstrou seu talento militar. Ciente das limitações de seus comandados, ele evitou o combate aberto com as forças romanas, claramente superiores, recorrendo a táticas de guerrilha. Organizou pequenos grupos regulares de combate e, pouco a pouco, conseguiu expulsar as tropas romanas de suas posições. Cerca de três anos após o início da revolta, Bar Kochba conduziu seus soldados até Jerusalém, reconquistando a cidade e proclamando o restabelecimento da independência do Estado Judeu.

Nomeado nasi (príncipe), Bar Kochba obteve amplos poderes e estabeleceu um Estado teocrático. Nos anos que governou, ele ficou conhecido por seu estilo centralizador e pragmático, adaptando as formas de administração romanas às novas condições. Suas preocupações mais urgentes foram organizar um novo Exército nacional, controlar pontos estratégicos para evitar a reação romana e redistribuir terras ao maior número possível de agricultores a fim de garantir suprimentos em casos de emergência.

A resistência em Betar

Após os primeiros reveses, porém, a poderosa Roma reestruturou suas forças para contra-atacar, enviando para a região mais soldados e seus melhores generais. Os romanos começaram a construir estradas desde os portos no Mediterrâneo até os centros das rebeliões. Com isso, foram derrubando posições importantes, menos ocupadas, mas que eram fundamentais para o avanço militar. Já a partir de 133, Roma devastou regiões como as de Beit Govrin (área de cultivo agrícola) e assentamentos das chamadas “montanhas reais”. O objetivo era derrubar as posições, uma a uma, de forma que elas não pudessem retornar às mãos dos judeus, isolando-os em Jerusalém e em outros pontos afastados. Assim, Roma foi deixando os judeus sem suprimento de alimentos e outros itens essenciais para a manutenção da estrutura do Reino de Israel.

Na primeira investida, que foi até 134, os judeus ainda resistiram. Mas já na primavera do mesmo ano, os romanos atacaram de novo, cercando Jerusalém e isolando a cidade. Os líderes da revolta, incluindo Bar Kochba, escaparam com suas tropas e refugiaram-se em Betar, cidade próxima a Jerusalém. Ali resistiram até agosto de 135, quando finalmente a fortaleza de Betar ruiu. Bar Kochba foi preso pelos soldados romanos e condenado à morte. Decapitado, teve sua cabeça levada ao imperador Adriano como troféu. Para os romanos, não bastou. A reação, espalhou-se por toda a Judéia, onde cerca de 5 mil fortificações foram destruídas, quase mil aldeias foram arrasadas e mais de 500 mil pessoas foram mortas. Dezenas de milhares de judeus, homens e mulheres, foram capturados e vendidos como escravos. Foi a tragédia definitiva que arrasou Jerusalém. Os judeus foram proibidos de pôr os pés na Terra Santa. Banidos do Império, no evento conhecido historicamente como Diáspora, milhares deles espalharam-se mundo afora. Depois disso, Jerusalém seria reconstruída pelos romanos, mas o imperador Adriano ordenou a mudança do nome para Aelia Capitolina, para evitar qualquer associação com a cidade sagrada que ele acabara de destruir.

A revolta liderada por Bar Kochba até hoje divide os historiadores. Alguns descrevem esse episódio histórico como resultado de uma ação estúpida e desnecessária, que causou sofrimento a um grande número de judeus. Outros consideram a rebelião como um exemplo épico do heroísmo desse povo na luta contra a opressão dos romanos.

Outros candidatos a Messias. Além de Bar Kochba, vários outros personagens despontaram, ao longo da história, como possíveis candidatos a messias para libertar os judeus.

Veja os principais:
Menachem Ben Yehuda
Entre tantos líderes messiânicos, o mais conhecido é Jesus Cristo. Mas, pouco depois do ano 33, surgiu Menachem Ben Yehuda. Como Bar Kochba, ele também era um zelote e liderou uma revolta contra Agripino II, atacando a fortaleza de Massada. Acabou assassinado.

Nissin Ben Abraham
Viveu no século 13 na cidade de Ávila, Espanha. Dizia ser um operador de milagres e seus seguidores acreditavam que era abençoado por um anjo. Nissin fixou uma data em 1295 para a vinda do messias. Mas a previsão não se confirmou.

Shabbetai Zevi Viveu em Izmir no século 17, à época parte do Império Otomano. Conquistou muitos seguidores, mas foi expulso e migrou para Salônica. Posteriormente, conquistou a confiança de um rabino da cidade de Gaza, que corroborou suas pretensões messiânicas. O sultão Memeht IV, no entanto, deu a ele a opção de morrer ou converter-se ao Islã. Para surpresa de todos, Zevi ficou com a segunda alternativa.

Menachem Mendel Schneerson

Último dos modernos proclamados messias, é o sétimo nome das lideranças do movimento judaico ortodoxo Chabad Lubavitch, originário da Europa Oriental e hoje sediado em Nova York. Essa onda expandiu-se especialmente a partir dos anos 1980, encerrando-se após a morte de Schneerson, em 1994. Embora apontado por seus seguidores como messias, ele nunca viajou para o Estado de Israel.


3 Conselhos...

Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta à esposa: "Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arranjar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e te dar uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só te peço uma coisa, que me esperes e enquanto eu estiver fora, me sejas FIEL, pois eu também te serei fiel".Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava a precisar de alguém para o ajudar na sua fazenda. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito.
Pediu para fazer um contrato com o patrão, o que também foi aceito. O contrato foi o seguinte:

“Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o senhor dispensa-me das minhas obrigações. EU NÃO QUERO RECEBER O MEU SALÁRIO. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair o senhor dá-me o dinheiro e eu sigo o meu caminho". Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou DURANTE VINTE ANOS, sem férias e sem descanso. Depois de vinte anos chegou junto do patrão e disse: "Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois vou voltar para a minha casa". Então, o patrão respondeu-lhe: "Tudo bem, afinal, fizemos um contrato e eu vou cumpri-lo, só que antes quero-lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu dou-lhe o seu dinheiro e você vai-se embora, ou DOU-LHE TRÊS CONSELHOS e não lhe dou o dinheiro e você vai-se embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos, se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois dê-me a resposta". Ele pensou durante dois dias, depois procurou o patrão e disse-lhe: - "QUERO OS TRÊS CONSELHOS".

O patrão frisou novamente: "Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro". E o empregado respondeu: "Quero os conselhos".

O patrão então disse-lhe:
1. "NUNCA TOME ATALHOS NA SUA VIDA. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem-lhe custar a vida.
2. "NUNCA SEJA CURIOSO PARA AQUILO QUE É MAL, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal.
3. "NUNCA TOME DECISÕES EM MOMENTOS DE ÓDIO OU DE DOR, pois você pode-se arrepender e ser tarde demais."
Depois de lhe dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era assim tão jovem: "VOCÊ TEM AQUI TRÊS PÃES. Estes dois são para você comer durante a viagem e este terceiro é para comer com a sua esposa quando chegar a sua casa".
O homem então, seguiu o seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: "Para onde é que você vai?" - Ele respondeu: "Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada". O andarilho disse-lhe então: "Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez vezes mais curto, e você chega em poucos dias".

O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho; então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada. Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, encontrou uma pensão à beira da estrada, onde pode hospedar-se. Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir. De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito.

Quando estava para abrir a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou- se e adormeceu. Ao amanhecer, depois de tomar o café, o dono da pensão perguntou-lhe se ele não tinha ouvido um grito e ele disse que sim. O hospedeiro perguntou: E você não ficou curioso? Ele disse que não. Ao que o hospedeiro respondeu: VOCÊ É O PRIMEIRO HÓSPEDE A SAIR DAQUI VIVO, pois o meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite e quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal. O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada...

Já ao entardecer, viu entre as árvores o fumo da chaminé da sua casa, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta da sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pode ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que tinha junto dela, um homem a quem estava a acariciar os cabelos. Quando viu aquela cena, o seu coração encheu-se de ódio e amargura e decidiu correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele disse: "NÃO VOU MATAR A MINHA ESPOSA E NEM O SEU AMANTE. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre LHE FUI FIEL". Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abriu a porta e o reconheceu, atirou-se ao seu pescoço e abraçou-o afetuosamente. Ele tentou afastá-la, mas não conseguiu. Então com lágrimas nos olhos disse-lhe: "Eu fui-te fiel e tu traiste-me... Ela espantada respondeu-lhe: "Como? eu nunca te traí, esperei durante estes vintes anos. Ele então perguntou-lhe: "E aquele homem que estavas a acariciar ontem ao entardecer?

E ela disse-lhe: "AQUELE HOMEM É NOSSO FILHO. Quando fostes embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade". Então o marido entrou, conheceu e abraçou o filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomar café e comer juntos o último pão. APÓS A ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO, COM LÁGRIMAS DE EMOÇÃO, ele partiu o pão e ao abri-lo encontrou todo o seu dinheiro, o pagamento pelos seus vinte anos de dedicação.

Muitas vezes achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade... Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentam... Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois.

Espero que tu, assim como eu, não te esqueças destes três conselhos e que, principalmente, não te esqueças de CONFIAR em DEUS (mesmo que a vida por vezes já te tenha dado motivos para a desconfiança).