quarta-feira, 17 de julho de 2013

Jesus no cinema: Um Balanço Histórico e cinematográfico entre 1905 e 1927

Olá, você já conhece o novo lançamento da Editora Kliné? Então não perca tempo. Conheça o novo livro do historiador André Chevitarese (UFRJ). Ele está lançando o primeiro volume da trilogia Jesus no Cinema. O livro vai mostrar como o cinema construiu a imagem de Jesus.
Leia, abaixo, um pequeno trecho do livro.
Advertência ao Leitor Desavisado
Convém deixar claro o propósito deste livro, enquanto estas primeiras linhas estão sendo lidas: ele é estritamente acadêmico e tem por objetivo entender, a partir da produção fílmica restrita às três primeiras décadas do século XX, como Jesus foi apropriado pelo cinema, especialmente no que se refere à sua estética, história e teologia. Ele busca compreender, portanto, como esta personagem foi construída pelos diretores de filmes, como eles a fizeram interagir com os seus interlocutores, fossem eles amigos ou inimigos.
Apesar da filmografia sobre Jesus, neste período, ser extensa (ver abaixo Tabela 1), uma parte dela não resistiu à ação do tempo e desapareceu, enquanto que a outra tem alguns filmes distantes do grande público, especialmente porque eles não estão mais à venda (Lang, 2007: 13). É uma pena que essas primeiras experiências fílmicas, datadas ainda dos últimos anos do século XIX, que dialogavam com “Paixão de Cristo de Oberammergau”, não existam mais, ou películas alemães, como “Der Galiläer” e “I.N.R.I.”, tenham, nos dias atuais, uma circulação restritíssima, demandando muita persistência por parte dos pesquisadores para obtê-las ou, simplesmente, vê-las. Como consolo a essas ausências ou às dificuldades de acesso, vale destacar o papel fundamental desempenhado pela historiografia, na medida em que ela proporciona todo um conjunto de informações, absolutamente imprescindíveis, sobre quase toda essa filmografia.
Por fim, mas não menos importante, o leitor vai observar a opção feita em comentar detalhadamente cada filme contido no livro. O seu propósito foi metodológico, de um lado, e o de tornar possível a elaboração da crítica, por outro. É claro que um maior ou menor destaque a uma dada cena tem a ver com interesse e formação específica de quem critica uma obra. Esta ênfase varia de forma considerável, de pessoa para pessoa, especialmente se a temática do filme for “Jesus”. O destaque, neste caso, é ainda muito mais evidente, já que uma boa parte deste público tem não só conhecimento das histórias que cercam o Nazareno, se superficial ou não, pouco importa, como também costuma ter fé. Este último aspecto não deve ser desprezado, nem tomado no seu sentido genérico, sob o rótulo de “uma fé cristã” ou “um público cristão”. Esta generalização tem por base um equívoco bastante comum cometido pelos críticos de cinema, na medida em que eles não levam em consideração a existência de um extenso espectro de teologias cristãs que acabam por determinar, para quem vê um filme sobre a “vida de Jesus”, onde recairá o maior ou o menor destaque sobre o que está sendo mostrado na tela.
Um abraço
Vitor Orlando Gagliardo
Depto. de Imprensa Editora Klíne

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