domingo, 20 de junho de 2010

Combatendo o Modernismo Teológico.

BATALHANDO PELOS PRINCÍPIOS QUE CRISTO ESTABELECEU

A LONGA E DEPLORÁVEL HISTÓRIA DO MODERNISMO TEOLÓGICO - Parte 1 de 2

Título original em inglês: The Modernistic Attack Upon The Bible In These Last Days
Por David Cloud


É impossível entender o que está acontecendo em nossos dias sem um conhecimento da história do modernismo teológico. O modernismo enfraquece a fé das pessoas na Bíblia e estabelece a plataforma para o sucesso da teoria da evolução.
O modernismo não enfraqueceria a Igreja da Inglaterra e outras denominações se não tivesse sido tão amplamente aceito.

Charles Darwin foi até mesmo honrado pela Igreja da Inglaterra com uma sepultura na Catedral de Westminster.

O modernismo pavimentou o caminho para ataques furiosos contra a Bíblia pela imprensa secular.

A nona edição da Enciclopédia Britânica, publicada em 1878, incluiu trabalhos de críticos da Bíblia, fazendo com que este criticismo se tornasse disponível para os povos de língua inglesa em geral pela primeira vez.

Desde então o assalto a Bíblia pela imprensa popular tem se tornado comum.

A Newsweek, Time, The New York Times, The London Times, National Geographic, CNN, BBC e outras incontáveis vozes influentes regularmente publicam reportagens criticando a Bíblia.

Tal fato se tornou plenamente aceitável. O modernismo pavimentou o caminho para a rápida propagação da filosofia da Nova Era. A Nova Era é baseada na premissa modernista de que o registro histórico da Bíblia não é exato e que o Cristo Bíblico não é verdadeiro. A Nova Era também emprega métodos engendrados de modernistas para interpretação não literal.

O modernismo pavimentou o caminho para os ataques violentos das versões modernas da Bíblia.

A maioria dos fundadores do moderno criticismo textual, que nos deram as Bíblias modernas, eram comprometidos com o modernismo teológico.

O modernismo pavimentou o caminho para a corrupção do cristianismo popular.

É o modernismo que pode explicar a reportagem da revista Newsweek de 31 de agosto de 2009, intitulado “We Are All Hindus Now.” [Somos Todos Hindus Agora].

O artigo diz: “De acordo com recentes dados de uma pesquisa conceitual, pelo menos, estamos aos poucos nos tornando mais semelhantes aos hindus e menos parecidos com cristãos tradicionais no modo em que pensamos sobre Deus, sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre a eternidade. ... O Rig Veda, o mais antigo escrito hindu, diz assim: ‘A verdade é uma, mas a sabedoria que fala dela é através de muitos nomes’. Um hindu acredita que existam muitos caminhos para Deus. Jesus é um caminho, o Corão é outro, a prática da yoga é um terceiro. Nenhum é melhor do que outro, são todos iguais... De acordo com o Forum Pew 2008 avaliou que 65% acreditam que muitas religiões podem levar a vida eterna – incluindo 37% de evangélicos. Para Stephen Prothero, professor de religião na Universidade de Boston, os americanos tem como marca uma propensão para a religião do tipo cafeteria-delicatessen muito semelhante ao espírito do hinduísmo... sobre qualquer prática. Se for para a prática da yoga, está bem –se for para a prática da missa católica, está bem. E se for para uma missa católica e também para a yoga, o budista aceita obras, isto é bom também”.

Em nossa opinião, esta observação está correta... o cristianismo na América está a milhas de distância daquele mostrado nas Escrituras. Mas ainda existe uma pequena porção bíblica nele. Para descobrir a razão disto, deve-se entender o surgimento e a difusão do modernismo teológico sobre os dois últimos séculos.

O MODERNISMO FOI PROFETIZADO NA BÍBLIA

A ascensão do modernismo teológico não é surpresa alguma para um crente na Bíblia. As profecias do Novo Testamento sobre a trajetória da era da Igreja descrevem um grande abandono da fé verdadeira entre os aqueles que professam ser cristãos. Considere por exemplo estas duas passagens:

2 Timóteo 3:1 - 4:4 Esta profecia fala de uma apostasia indiscriminada (abandono da fé bíblica) no fim desta era. Esta não é uma descrição do mundo como um todo; é uma descrição de cristãos professos. Estas pessoas têm “aparência de piedade” (3:5) e rejeitaram a sã doutrina (4:3), ao passo que o mundo nunca teve nada em comum com a sã doutrina. É nos dito que esta apostasia iria aumentar por toda a era da igreja (3:13), mas outras passagens indicam que ela explodirá no fim desta era.

Se observarmos as características desta apostasia, veremos que o modernismo teológico é descrito em grandes detalhes.

1. Orgulho (3:2)

Modernismo é caracterizado por orgulho do intelecto e da erudição. Eles rejeitam a sabedoria do passado.

2. Blasfêmia (3:2)

Modernistas tem blasfemado de Deus e O rejeitado, negando a divina inspiração de Sua Palavra, chamando-O de “amedrontador”, renunciando Seus milagres e negando que Jesus é Deus.

3. Profanidade (3:2)

Modernismo na doutrina tem andado de mãos dadas com o modernismo na vida, com relativismo na moral. Muitos dos pais do modernismo teológico, incluindo Paul Tillich e Karl Barth, foram adúlteros. Alguma das denominações modernistas tem usado até mesmo pornografia em seu ensino. Por exemplo, em 1988, uma comunicação da Igreja Metodista Unida emitiu uma declaração sobre o erotismo, aprovando a sexualidade explícita na pornografia considerando-a como não “violenta ou coerciva”. Como vemos, os modernistas estão na vanguarda na aceitação da homossexualidade em suas igrejas.

4. Calunioso ( 3:3)

Modernistas são desonestos. Um pastor crente na Bíblia amigo de um estudante que tinha lido os escritos de modernistas concluiu: “modernistas mentem”. Eles fazem mau uso da Palavra de Deus e torcem a verdade. Eles também torcem aquilo que os crentes na Bíblia acreditam.

5. Desprezo pelos crentes na Bíblia (3:3)

Modernistas desprezam os pregadores que crêem na Bíblia. Eles os hostilizam, particularmente quando são desafiados pela verdade.

6. Sempre aprendendo e nunca chegando ao conhecimento da verdade (3:7)

O modernismo não tem um credo estabelecido exceto que a Bíblia não é infalivelmente inspirada. Isto tem sido constante por dois séculos.

7. Resiste a verdade (3:8)

O modernismo não se contenta em pregar suas próprias doutrinas; ele se opõe a verdade Bíblica, as vezes atrevidamente, as vezes ocultamente.

8. Réprobos em relação a fé (3:8)

O modernismo é fundado sobre este princípio. Começou pela rejeição da fé doutrinária do Novo Testamento.

9. Rejeição intencional da verdade (4:3-4)

O problema com os modernistas não é que eles sejam inocentemente ignorantes em relação a verdade, mas sim que eles a tem rejeitado conscientemente.

10. Retorno as fábulas (4:4)

O modernismo é impregnado de fábulas. Alegam por exemplo, que houve duas criações em Gênesis 1-2, o documentário da teoria do Pentateuco, os três Isaías, o mítico documento de Qunram sobre o qual os Evangelhos foram alegadamente baseados, etc.

2 Pedro 2:1 - 3:7

Esta profecia também vislumbra os “últimos dias” (3:3) e descreve os falsos mestres que iriam proliferar. Novamente, temos uma perfeita descrição do modernismo teológico.

1. Eles ensinarão terríveis heresias sobre Cristo (2:1).

Isto é precisamente o que o modernismo tem feito ao negar o nascimento virginal de Cristo, Sua vida sem pecado, Seus milagres, Sua morte em lugar do pecador e Sua ressurreição corpórea.

2. Muitos os seguirão (2:2).

Como podemos ver, o modernismo tem ganhado seguidores em massa.

3. Eles blasfemam do caminho da verdade (2:2).

Isto aconteceu por causa de suas heresias e suas vidas imorais. Os descrentes dizem: “Se isto é cristianismo, eu não quero ter nada com ele”. Cristianismo modernista tem produzido agnosticismo e ateísmo desenfreado onde quer que tenha entrado. Pessoas que tem crescido em volta deste tipo de cristianismo espiritualmente impotente acabam por rejeitá-lo. O catolicismo romano e a igreja ortodoxa grega tem produzido o mesmo efeito.

4. Eles são avarentos (2:3, 14, 15).

A cobiça é o que impulsiona o modernismo. O que motiva um modernista para que afirme que cristãos pensem como ele, do que crer nos fundamentos da verdade? Dinheiro! Prestígio! E satisfação de ver outros também cobiçarem.

5. Eles são rebeldes em relação a absoluta moralidade bíblica (2:6, 10, 14, 18-19). Isto é uma expansão do tema que começou na profecia de 2 Timóteo 3. Em 2 Pedro 3:3, temos uma indicação que esta é a maior motivação dos modernistas, a rejeição da verdade. Eles se recusam a obedecer aos mandatos da Escritura.

6. Eles estão sem vida espiritual (2:17).

Tendo rejeitado o Todo-Poderoso Deus Senhor Jesus Cristo e o Evangelho, eles não tem vida espiritual para oferecer a um mundo necessitado.

7. Eles são caracterizados pelo orgulho. (2:18).

Vemos isto na 2 Timóteo 3.

8. Eles são escarnecedores (3:3).

Eles não estão satisfeitos em rejeitar a Bíblia; eles querem zombar dos ensinos tradicionais. Isto faz lembrar das palavras do bispo Episcopal John Spong em seu livro Rescuing the Bible from Fundamentalism [Regatando a Bíblia do Fundamentalismo]: “É claro que essas narrativas [da Bíblia] não são literalmente verdade. Estrelas não passeiam pelo céu, anjos não cantam, virgens não dão a luz, magos não viajam a uma terra distante para presentear um bebê e pastores não vão procurar um recém nascido”. O nome de Spong não está na Bíblia, mas sua zombaria está! 9. Eles negam a segunda vinda de Cristo (3:4).

Este tem sido um princípio do modernismo desde seu começo. Eles negam as profecias bíblicas da segunda vinda totalmente ou as alegorizam.

10. Eles defendem uma doutrina uniformitarista [N.T.: Teoria segundo a qual as grandes modificações ocorridas na Terra, no passado, resultaram não de catástrofes em grande escala, mas de processos geológicos contínuos, como os que ocorrem no presente] e negam que houve um dilúvio que cobriu toda a terra (3:4-5). O modernismo teológico se amarrou a teoria da evolução desde seu começo no século 19.

11. Eles são conscientemente ignorantes (3:5). Novamente, os modernistas não são meramente ignorantes; eles são conscientemente ignorantes. A verdade pode ser encontrada na Bíblia e é bem substanciada por fatos, mas os modernistas se recusam a acreditar.

O COMEÇO E CRESCIMENTO DO MODERNISMO

A metade do século 18 trouxe a era da “iluminação”, em que o racionalismo foi positivamente encorajado por Frederico II, o “rei filósofo”, que reinou sobre a Prússia por 46 anos (1740-1786). A “era do iluminismo” deveria ser de fato chamada de “era da descrença”. Frederico II foi “um profundo racionalista e patrono no ‘livre pensamento’. O sinal de uma cruz, se dizia, era suficiente para ofendê-lo” (Iain Murray, Evangelicalism Divided, p. 5). O dicionário Oxford de 1934 definiu corretamente o termo “iluminismo” como sendo “superficial e pretensioso intelectualismo, excessivo desprezo pela autoridade e tradição”.

Seguem alguns dos nomes mais proeminentes no desenvolvimento do modernismo teológico:

Gotthold Ephraim Lessing (1729-81) poeta alemão, dramaturgo, teólogo e luterano deísta. Ele é conhecido como “o pai do criticismo alemão” (Minute History of the Drama, 1935). Quando jovem se engajou na tradução das obras de Voltaire, que viveu por algum tempo na Alemanha, mas abandonou tal empreitada e desenvolveu sua própria filosofia descrente. Lessing foi uma proeminente voz de uma nova proposta sobre a história do homem que levou ao conceito de “desenvolvimento orgânico”. Lessing considerava a história como um contínuo processo pelo qual um deus imanente vai de forma gradual educando a humanidade. A humanidade é vista como um indivíduo gigante que vai se desenvolvendo desde a infância passando pela juventude até a maturidade; sempre mudando, mas sempre o mesmo indivíduo e em cada estágio de desenvolvimento vai adquirindo avançados conceitos éticos. A palavra germânica aplicada a este processo é aufheben [N.T.: elevar]. A revelação foi meramente a instrução progressiva da raça e não foi negada para ser omitida, mas também não foi sempre intencionada para ser fixa, dada uma vez por todas. Requereu ser mudada de era em era. Este processo de educação religiosa das raças, em que necessariamente há avanço na doutrina, eventualmente tornou-se o conceito de desenvolvimento orgânico”. (James Sightler, Tabernacle Essays on Bible Translation, 1992, pp. 8, 9).

Johann Gottfried Eichhorn (1752-1827) desenvolveu e popularizou a teoria de Jean Astruc. Foi Eichhorn que fez a distinção entre “baixo criticismo” e “alto criticismo”. Baixo criticismo é o exame de manuscritos para “recuperar” o melhor possível do texto original de um documento, enquanto que alto criticismo é a investigação de questões tais como autorias, datas e historicidade da Bíblia. (Ambos, baixo e alto criticismo vieram do mesmo caldeirão de ceticismo e ambos tem minado grandemente a fé nas Sagradas Escrituras porque são baseadas erradamente à fé). Eichhorn audaciosamente se engajou no criticismo bíblico, afirmando que o Pentateuco não foi escrito por Moisés como ensinou Jesus Cristo e os apóstolos e como tradicionalmente o povo de Deus acreditava, mas que foi editado como uma composição de diversos documentos e tradições. “Esta teoria foi depois estendida e desenvolvida na tese Graf-Wellhausen, o qual via todo o Pentateuco como o produto de vários extratos de tradições orais, desenvolvidas com o passar do tempo e os escritos registrados muito tempo depois que os eventos ocorreram”


H.E.G. Paulus (1761-1851) de Heidelberg, Alemanha, fez uma divisão naturalista para explicar os milagres de Cristo. Ele afirmou, por exemplo, que Jesus não caminhou de fato sobre a água, mas que Ele estava caminhando sobre a terra e por causa da neblina e da névoa parecia que Ele estava caminhando sobre a água. Ele afirmou que Jesus não morreu na cruz, mas somente desmaiou, e com a umidade de baixa temperatura da tumba reviveu; e depois de um terremoto ter movido a pedra, Ele saiu do sepulcro e apareceu aos discípulos. É claro que isso tudo teria sido quase como um grande milagre como foi a ressurreição!

Frederick Schleiermacher (1768-1834) de Halle, Alemanha, exaltou a experiência e sentimentos acima da doutrina bíblica. Ele usou linguagem cristã tradicional, mas lhe deu um novo e herético significado. Enfatizou a necessidade de conhecer Cristo através da fé, mas isto não significava crer na Bíblia como a verdadeira Palavra de Deus tanto historicamente quanto infalivelmente; ele se referia meramente a própria intuição humana ou subconsciente. Não era pela fé na Palavra de Deus, mas “fé na fé”. Ele não considerava as verdades bíblicas históricas como necessárias para a fé. Assim Schleiermacher podia dizer: “Com meu intelecto eu sou um filósofo, e com meus sentimentos sou um devoto; mais do que um cristão” (citado por Daniel Edward: “Schleiermacher Interpreted by Himself and the Men of His School”, [Schleiermacher interpretado por si próprio e o Homem e sua Escola] British and Foreign Evangelical Review, Vol. 25, 1876, p. 609). Schleiermacher impediu a pregação doutrinária do púlpito (Iain Murray, Evangelicalism Divided, 2000, p. 11). “Schleiermacher é corretamente visto como a fonte principal da massiva mudança que ocorreu nas denominações protestantes históricas durante os dois últimos séculos ... em sua separação do conteúdo intelectual do cristianismo (a revelação bíblica objetiva) do “sentimento” cristão. Schleiermacher pareceu prover um meios por onde a essência do cristianismo pode restar não afetada, não importando o quanto da Bíblia foi rejeitado. A hostilidade do criticismo pela Escritura por esta razão não necessariamente é vista como uma ameaça a “fé”... o cristianismo, conclui-se, pode ter êxito independente se a Bíblia foi preservada como a Palavra de Deus e este pensamento foi o mais apelativo dos estudos teológicos do século 19 e tornaram-se cada vez mais destrutivos” (Murray, p. 11). Schleiermacher pavimentou o caminho para a visão neo evangélica que o homem pode ser um genuíno cristão e “amar o Senhor” mesmo que rejeite a doutrina bíblica. Por esta razão Billy Graham pode ter doce comunhão com modernistas céticos e papas e bispos católicos romanos.

Ferdinand Christian Baur (1792-1860), fundador da escola de criticismo do Novo Testamento de Tuebingen (Alemanha), afirmou que o Evangelho de João não foi escrito até 170 d.C. e que somente quatro das epístolas de Paulo foram de fato escritas por ele. Argumentou que o Novo Testamento foi meramente o registro natural das igrejas primitivas. Ele ensinava que Paulo pregou uma ressurreição espiritual ao invés de uma ressurreição corpórea e que somente depois da morte do apóstolo, durante a controvérsia com os docetistas é que a pregação da ressurreição corpórea teve início. Baur também promoveu a doutrina do “desenvolvimento orgânico” que “a igreja como o corpo literal de Cristo na terra empreendeu progressivamente elevadas verdades, mas sempre infalível e autoritativa em qualquer ponto ao longo da história” (James Sightler, Tabernacle Essays on Bible Translation, 1992, p. 9). A escola de Tuebingen foi muito influente em espalhar o modernismo teológico.

David F. Strauss (1808-74), um pupilo de Baur, “disseminou a ideia de que os elementos sobrenaturais e messiânicos presentes nos Evangelhos eram mitos”. Negou a divindade corpórea de Cristo. Seu livro Das Leben Jesu (A Vida de Jesus -1835) foi muito influente. A tese de Strauss é que todos os quatro Evangelhos são uma grande parábola; uma grande massa de lendas trazidas de muitas fontes, algumas até mesmo de origem pagã, aplicadas com motivos de esperança e benevolência em seus seguidores, por um obscuro profeta galileu que se promoveu inconscientemente, não apontando para o Deus de Moisés e Elias, cruel e vingativo e mesmo imoral como Strauss e os transcendentalistas o sentiam ser, mas um elevado, sintético, platônico, que foi beneficiário de avançados conceitos éticos no século 19” (Sightler, Tabernacle Essays on Bible Translation, p. 9). Strauss espiritualizou a ressurreição. A sua “Vida de Jesus” foi traduzida para o inglês em 1846 por Mary Ann Evans (que foi pelo ensinada por George Eliott), autor de Silas Marner, “que no processo se rendeu a fé evangélica no qual ela tinha sido criada” (Sightler, p. 9).

John Stuart Mill (1806-73) publicou seu sistema de lógica em 1843, em que afirmava que a única fonte válida de informação é o sentido físico e a investigação cientifica, renunciando assim a fé. Mill teve uma grande influência na Universidade de Cambridge e por toda a Inglaterra no campo acadêmico.

A teoria Graf-Wellhausen foi assim batizada pelos seus criadores Julius Wellhausen (1844-1918) e Karl Heinrich Graf (1815-69). (Wellhausen publicou a Prolegomena, a história do Antigo Israel em 1878). De acordo com esta teoria, o Antigo Testamento não é a divina revelação de Deus, mas meramente o registro da evolução da religião judaica. Wellhausen tinha a opinião que “a religião judaica tinha evoluído a partir do desenvolvimento de primitivas histórias dos tempos dos nômades para o elaborado e institucionalizado ritualismo do período dos séculos antes de Cristo” (The History of Christianity, Lion Publishing, 1977, p. 554). Wellhausen negou a historicidade de Abraão, Noé e outros personagens bíblicos. Afirmou que Israel não conhecia o Deus Jeová até Moisés lhes ensinar sobre Ele no monte Sinai. Afirmou que as leis e o sistema sacerdotal não foram dados através de Moisés, mas foram desenvolvidos depois que Israel já estava estabelecido em Canaã e em alguns casos, depois do exílio babilônico; que a maior parte do Pentateuco foi escrito durante a época dos reis de Israel como uma “piedosa fraude”. Esta teoria teve, em suas diversas mutações várias formas e detém uma vasta influência na educação da maior parte das denominações e tem afetado dramaticamente o ensino “evangélico”.

Considere algumas descrições gerais dos efeitos do modernismo teológico na Europa e na Inglaterra durante o século 19:

O testemunho do historiador James Good:

“O racionalismo foi uma terrível onda que varreu a Alemanha como uma inundação” (James Good, History of the Reformed Church of Germany 1620-1890).

O testemunho de R.L. Dabney em 1881:

“Enquanto os eruditos e instituições de ensino alemãs têm estado demasiado ocupados com seus trabalhos, a nação como um todo tem sofrido um lapso em direção a um estado de semi-paganismo” (“The Influence of the German University System on Theological Education,” Discussions: Evangelical and Theological).

O testemunho de L.W. Munhall:

“A condição de declínio espiritual das igrejas… o ceticismo, infidelidade e ateísmo prevalecendo de forma alarmante entre o povo da Alemanha, Suíça e Holanda, é sem dúvida, quase totalmente tributado aos que defendem a tese do criticismo, presente em uma grande maioria de proeminentes pastores e teólogos professores nestas terras. A mesma condição pode ser medida na Inglaterra, Escócia, Nova Inglaterra e em cada comunidade onde este criticismo é crido por qualquer número considerável de pessoas e abertamente defendido (L.W. Munhall, The Highest Critics vs. the Higher Critics, 1896).

O testemunho de Matthew Arnold sobre as condições encontradas na Grã-Bretanha no século 19:

“Clérigos e ministros estão cheios de lamentações sobre o que eles chamam de difusão do ceticismo... as especulações do dia estão operando entre o povo...” (Literature and Dogma, 1873, p. vi).

O testemunho do historiador S.M. Houghton:

“O fato é que a Alemanha, por volta da metade do século 19 foi inundada pela descrença. Os seminários e faculdades, bem como as igrejas, contribuíram para isto. O seu próprio livro de hinos foi revisado para privá-los de muito do conteúdo evangélico. A filosofia foi colocada no lugar da teologia e a Bíblia assaltada com selvageria. Milagres pararam de ser contados como milagres; eles são agora explicados de outra forma. As profecias bíblicas são desacreditadas. A deidade de Cristo foi roubada. Sua ressurreição é dita que nunca aconteceu. Tampouco Ele morreu de fato, mas sofreu um desmaio, ou se retirou depois de Sua suposta morte para algum lugar conhecido somente por seus discípulos. D.F. Strauss chocou com seu livro “A Vida de Jesus” (publicado entre 1835-36) o qual admitia uma estrutura de fato, mas afirmava que muito do conteúdo dos quatro Evangelhos foi pura mitologia. Julius Wellhausen (1844-1910) alcançou notoriedade por atacar o ensino ortodoxo no tocante a autoridade, unidade e inspiração das Escrituras e muitos infelizmente seguiram os seus passos. Ele foi o pioneiro da visão da alta crítica e sob sua influência muitos teólogos por todo o oeste europeu e Estados Unidos questionaram ou abandonaram a autoridade de Cristo” (Sketches from Church History, p. 239).

O testemunho de Charles Haddon Spurgeon, que passou os últimos anos de sua vida lutando contra a “degradação” na teologia que havia minado a União Batista Inglesa. Em 1887, Spurgeon escreveu as seguintes palavras:

“UMA BRECHA ESTÁ SE ABRINDO ENTRE OS HOMENS QUE ACREDITAM EM SUAS BÍBLIAS E OS HOMENS QUE FORAM PREPARADOS PARA INVESTIR CONTRA A ESCRITURA... aqueles que estão do lado doutrina evangélica estão em aberta aliança com os que chamam a queda do homem de fábula, que negam a personalidade do Espírito Santo, que chamam a justificação pela fé de algo imoral e que não existe um período de provação depois da morte... participar de adoração pública está diminuindo cada vez mais e reverência pelas coisas santas é considerado como algo vão. Acreditamos solenemente que isto é grandemente atribuível AO CETICISMO QUE TEM SE MOSTRADO NOS PÚLPITOS E SE ESPALHADO ENTRE O POVO” (Sword and Trowel, November 1887).

Spurgeon assim nos descreve a baixa condição espiritual que existia na Grã-Bretanha em sua época como o resultado da difusão do modernismo. A apostasia do fim dos tempos estava florescendo. Enquanto Spurgeon lutava contra o modernismo na União Batista, a mesma batalha sendo travada (e perdida) em outras denominações, incluindo Anglicana, Congregacional, Presbiteriana, Luterana e Metodista. (Uma excelente perspectiva sobre a batalha de Spurgeon pode ser encontrada na obra de Iain Murray: The Forgotten Spurgeon [O Spurgeon Esquecido], Edinburgh: The Banner of Truth Trust).

O testemunho da Liga Bíblica, que foi formada na Grã-Bretanha em 1892:

“Spurgeon em seus dias via a apostasia como uma goteira; no tempo da fundação da Liga Bíblica (1892) tornou-se um córrego, pouco tempo depois expandiu para um rio, e hoje se tornou um autêntico oceano de descrença. A maior parte dos homens que estavam nos marcos antigos desapareceu de vista.

A vida em terra se tornou uma viagem em um oceano desconhecido em um barco de erva daninhas 'lançado para lá e para cá, e levado por todo vento de doutrina.'

Nunca antes na história da humanidade os “homens que com astúcia enganam fraudulosamente”(Ef 4:14) estiveram em tão grande evidência. “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. (2 Tim. 3:13)”. (“The Bible League: Its Origin and Its Aims,” Truth Unchanged, Unchanging, Abingdon: The Bible League, 1984).

A VITÓRIA DO MODERNISMO

No século 20 o modernismo teológico já estava impregnado na maior parte das denominações na Europa e América e por todo o mundo.

Na primeira parte deste século, as denominações americanas testemunharam a controvérsia entre fundamentalistas e modernistas. Homens que zelavam pela verdade resistiram a maré do modernismo, mas a batalha foi perdida e as denominações não se voltaram mais para a Bíblia. Considere alguns exemplos de quanto o modernismo teológico tem se tornado a corrente em voga nas denominações.

Em 1976, Harold Lindsell afirmou:

“Não é injustiça alegar que entre denominações como a Episcopal, Metodista Unida, Presbiteriana Unida, Igreja Unida de Cristo, a Igreja Luterana na América e a Igreja Presbiteriana Americana NÃO EXISTA UM ÚNICO SEMINÁRIO TEOLÓGICO QUE TENHA UMA FIRME POSIÇÃO EM FAVOR DA INFALIBILIDADE BÍBLICA” (Harold Lindsell, Battle for the Bible, Zondervan, 1976, p. 145).

O seminário Jesus ilustra o ataque do modernismo. Consistindo de alguns “experts em religião e estudiosos do Novo Testamento”, o seminário teve início em um encontro em março de 1985 com o objetivo de descobrir quais palavras dos Evangelhos eram autenticas.

Ao longo dos anos 80, os participantes do seminário Jesus fizeram votações sobre a autenticidade das palavras ditas por Cristo encontradas nos quatro Evangelhos usando esferas ou bolas. Depois de discutir uma passagem, os “eruditos” modernistas faziam a votação. Vermelho indicava uma forte possibilidade de autenticidade; rosa, uma boa possibilidade; cinza, uma fraca possibilidade; e preto, branco ou sem cor, nenhuma possibilidade. As cores, portanto, indicavam vários graus de dúvida sobre a Palavra de Deus.

Em 1993 o seminário Jesus publicou “Os Cinco Evangelhos: Uma Pesquisa Sobre as Autênticas Palavras de Jesus”, que incluiu uma nova tradução chamada: “A Tradução dos Eruditos”. O código de cores foi incorporado ao texto para descrever o grau em que as várias porções dos Evangelhos são consideradas autênticas.

O seminário concluiu que Jesus disse somente 18% das palavras que Lhe são atribuídas na Bíblia. De acordo com este grupo de eruditos modernistas, Cristo não falou as bem-aventuranças no sermão da montanha; não disse nada sobre dar a outra face; não falou a parábola do semeador, a parábola das dez virgens, a parábola das dez peças de dinheiro, ou a parábola dos talentos; Ele não disse: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;”. Ele não orou no jardim do Getsêmane; Ele não disse: “Tomai, comei, isto é o meu corpo” e outras passagens associadas com a Ceia do Senhor, Ele não disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”ou “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” quando Ele estava na cruz. O seminário Jesus chegou a conclusão que Cristo não caminhou sobre as águas, ele não alimentou milhares de pessoas com alguns poucos peixes e pães, não profetizou a Sua morte e ressurreição ou segunda vinda, não conduziu a última ceia como registrado nas Escrituras, não apareceu diante do sumo sacerdote ou diante de Pilatos, não ressuscitou corporalmente ao terceiro dia e não ascendeu aos céus.

De acordo com o seminário Jesus: “A HISTÓRIA DO JESUS HISTÓRICO TERMINOU COM SUA MORTE NA CRUZ E A DECOMPOSIÇÃO DE SEU CORPO” (Religious News Service, March 6, 1995).

Um dos integrantes do seminário Jesus, Marcus Borg, fez a seguinte declaração a imprensa religiosa em 1992:

“EU NÃO VEJO A TRADIÇÃO CRISTÃ COMO VERDADE EXCLUSIVA, OU A BÍBLIA COMO A ÚNICA E INFALIVEL REVELAÇÃO DE DEUS... eu sou um dos cristãos que não acreditam no nascimento virginal, nem na estrela de Belém, nem na jornada dos magos do oriente, nem em pastores que vieram a um estábulo como fatos da história” (Bible Review, December 1992).

A TRAJETÓRIA DO MODERNISMO DESDE A VIRADA DO SÉCULO 20

A descrença que tinha começado como um córrego no século 18 e tornou-se um rio no século 19, transformou-se em um verdadeiro oceano de descrença no século 20. Como o modernismo que estava adormecido no século 18 e se arrastou no século 19, saltou no século 20.

1906 -- Albert Schweitzer publicou The Quest for the Historical Jesus [A Busca pelo Jesus Histórico] afirmando que Jesus não foi o Messias sobrenatural, o eterno Filho de Deus, mas um simples homem que pensando que a destruição do mundo era iminente tentou chamar a atenção das pessoas através de sua própria morte.

1907 -- Walter Rauschenbusch publicou Christianity and the Social Crisis [Cristianismo e as Crises Sociais], popularizando o não bíblico “evangelho social”. Outros influentes nomes do movimento “evangelho social” foram Washington Gladden e Charles Sheldon, autor da obra In His Footsteps [Em Seus Passos].

1910 -- Adolf Harnack que no meio cristão apareceu em uma versão traduzida para o inglês, pregando sobre a paternidade de Deus. As leituras foram primeiro entregues na Alemanha, na Universidade de Berlim durante o inverno de 1899-1900.

1913 -- Ferdinand de Saussure e seu curso de linguística geral foi publicado postumamente, marcando o nascimento da moderna linguística, negando Deus e a natureza absoluta da linguagem. De acordo com Saussure, o significado da linguagem não é algo para ser recuperado em um sentido absoluto, mas algo que cada pessoa cria por si mesma. Cinquenta anos depois, em seu livro Toward a Science of Translating, Eugene Nida reconheceu a influência de Saussure em sua própria teoria de equivalência dinâmica.

1918 -- Harry Emerson Fosdick (1868-1969), pastor da influente igreja Riverside de Nova Iorque, publicou The Manhood of the Master [A Maturidade do Mestre], negando que Jesus Cristo é Deus.

1919 -- Walter Rauschenbusch publicou A Theology for the Social Gospel [Uma Teologia do Evangelho Social] que troca a Grande Comissão de pregar o Evangelho a toda a criatura pelo objetivo de transformar a sociedade, buscando construir assim o reino de Deus na terra.

Karl Barth (1886-1968) publicou a primeira parte de seu comentário sobre a epístola aos Romanos.

Emil Brunner Barth (1889-1965) e Reinhold Niebuhr (1893-1971) foram os pais da neo-ortodoxia, que esconde sua descrença sob os termos usados pela teologia ortodoxa, dando um significado herético através de linguagem obscura (como por exemplo, falar sobre a “ressurreição corpórea” de Cristo ou da “segunda vinda” ou da “inspiração da Escritura”, mas não acreditando nessas doutrinas em um sentido tradicional). De acordo com a neo-ortodoxia, a Bíblia em si não é a objetiva e infalível Palavra de Deus, mas simplesmente se tornou a palavra de Deus por causa da experiência de existir através dos tempos.

1921 -- Rudolf Bultmann (1884-1976) publicou The History of the Synoptic Tradition [A História da Tradição Sinótica], um primeiro passo em direção a sua tentativa de "desmistificar" o Novo Testamento. Em outro livro, Jesus and the Word [Jesus e a Palavra], Bultmann afirmou: “Podemos agora saber que não conhecemos quase nada sobre a vida e personalidade de Jesus”.
1924 – A Igreja Metodista Episcopal aprovou a ordenação de pastoras.

1925 – A tentativa de ligar os macacos ao homem foi defendida em Dayton, Tennesse, e crentes na Bíblia deram seu apoio mostrando pela mídia secular sua alegria pela suposta linhagem.

Alfred Whitehead (1861-1947) publicou Science and the Modern World [Ciência e o Mundo Moderno]; Whitehead foi uma proeminente voz do “processo teológico”, que ensina que o Deus da Bíblia não é onipotente, mas é sujeito ao processo de mudança “levado pelos agentes do livre-arbítrio; Deus não pode forçar alguma coisa a acontecer, mas somente influenciar o exercício deste livre-arbítrio universal através da oferta de possibilidades; porque Deus contém um universo de mudança, Deus é mutável (isto quer dizer, Deus é afetado pelas ações que ocorrem no universo) sobre o curso do tempo”. Outros proponentes deste “processo teológico” são Charles Hartshorne (1897-2000), John B. Cobb e David Ray Griffin.

1926 – Depois de um debate de quase cinco horas, a Convenção Batista do Norte votou por uma margem de três votos a um pela não expulsão da igreja Riverside de Nova Iorque por causa da militância modernista do pastor Harry Emerson Fosdick.

1927 – O bispo metodista Francis McConnell de Nova Iorque, negou a divindade de Jesus Cristo. Ele disse: “Esta tendência de deificar a Jesus não é mais pagã do que cristã?”. 1928 – O missionário metodista E. Stanley Jones escreveu: “se a infalibilidade verbal é insistentemente defendida, então certamente é muito precária” (p. 257).

1930 – A Igreja presbiteriana na América aprovou a ordenação de mulheres como anciãs.

1931 -- Henry Sloane Coffin, presidente emérito da Union Seminary e antigo moderador da Igreja Presbiteriana escreveu: “Certamente... hinos ainda perpetuam a teoria que Deus perdoa pecadores porque Cristo comprou este perdão pela Sua obediência e sofrimento... Não há sangue que possa limpar o registro do que já foi feito... A cruz de Cristo não tem o significado de buscar o perdão” (Coffin, The Meaning of the Cross, pp. 118-121).

1932 – A Convenção Batista do Norte foi tão infiltrada pelo modernismo teológico que um pequeno grupo de homens saiu dela e formou a Associação Geral de Igrejas Batistas Regulares - GARBC (General Association of Regular Baptist Churches).

1934 -- William Temple, que se tornou arcebispo de Canterbury, disse: “... um ateísta que vive em amor é salvo pela sua fé em Deus cuja existência (sob este nome) ele nega” (Nature, Man and God, p. 416).

1935 -- George A. Buttrick, pastor presbiteriano que se tornou presidente do Concílio Federal em 1940, escreveu: “Infalibilidade literal na Bíblia é um forte impossível de ser defendido... Provavelmente poucas pessoas que afirmam “crer em cada palavra da Bíblia” de fato crêem. Esta declaração em manter tal linha de lógica é arriscar uma viagem para um asilo de loucos” (Christian Fact and Modern Doubt, p. 162).

Emil Brunner publicou Unser Glaube (em alemão: Nossa Fé), no qual comparou a voz de Deus na Bíblia com a voz de um orador em uma gravação antiga. Como pode ser reconhecida igualmente a voz do orador da gravação seja tosca e por outro lado imperfeita, a voz de Deus pode ser reconhecida, entretanto a Bíblia é (supostamente) cheia de erros e mitos.

1936 – A Igreja Presbiteriana na América estava tão impregnada com o modernismo teológico que um pequeno grupo de conservadores saiu dela e fundou a Igreja Presbiteriana Ortodoxa.


O limite entre O Jesus Histórico, Jesus Mito, e Jesus Profeta.

André Leonardo Chevitarese possui Graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ – 1986), Mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ – 1989), Doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (USP – 1997) e Pós-Doutorado em História e Arqueologia, pela Universidade de Campinas (UNICAMP – 2003). Atualmente é Professor Associado I da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Professor do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Professor Visitante do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Antiga Grega, Romana, Judaísmo Helenístico e Paleocristianismo.

De que forma, você como profissional da área de História antiga, acredita que seja possível levar a antiguidade para além dos bancos da academia?

Eu acho que é possível sim. Primeiro é preciso romper com a idéia de que haja um especialista em antiguidade Não há um professor de história antiga. Essa é uma questão base se formos capazes de entender. Nós que trabalhamos com pesquisas relacionadas ao mundo antigo, se nos formos capazes de entender que não somos pesquisadores da antiguidade, mas pesquisadores do tempo presente, os quais se voltam a um período histórico específico, a fim de compreender o seu próprio tempo, a sua própria realidade. Fora desse princípio, reina uma grande confusão. Como a história antiga não está lá, mas está sendo reelaborada, reescrita e resignificada em termos desse tempo presente, tudo que nós fazemos, em grande parte, é dar conta dessa experiência presente e não a do tempo passado. Não existe o pesquisador da antiguidade, não existe o pesquisador medieval; as suas demandas, enquanto pesquisas, são demandas do tempo presente, não do tempo passado. O tempo passado não está lá. Ao contrário, ele está sendo reconstruído. Se eu perco de vista, por exemplo, que helenismo é um conceito altamente contaminado de uma ideologia que me prende ao século XIX, eu vou achar que eu sou um pesquisador da antiguidade, pesquisando o período helenístico. Isso é uma criação do século XIX, já que o que está por detrás do período chamado helenístico, senão o pressuposto de que foi graças a Deus interferindo na história, ou seja, Deus intervindo na história, que levou Alexandre a expandir o seu império em direção ao Oriente mais longínquo, de modo que toda essa população oriental pudesse aprender o grego. Com isso, eles puderam ler os evangelhos. É isso o que está por detrás do conceito de Helenismo. Então, se eu acho que sou um pesquisador da antiguidade dando conta do período de Alexandre com sua helenização, eu preciso mesmo acreditar que Alexandre estava helenizando alguma coisa. Esse é um conceito absolutamente encravado no século XIX, marcadamente eurocêntrico. Certamente, por essa perspectiva, acaba-se por sentir saudade de Alexandre, já que, foi por meio de sua ação, que os evangelhos puderam ser lidos por esses tais árabes e indus. Hoje, essa leitura se complica, ela ganha um ar surreal. Mas, eu me interesso, entre outros aspectos, de uma região chamada Bactria, que seria hoje um grande território dominado por países contemporâneos como Afeganistão, Paquistão, e principalmente noroeste da Índia. O embate historiográfico que ainda se sustenta para essa área é se os gregos situados na Bactria foram indianizados ou se eles helenizaram a Índia. No fundo, ainda se vê o resultado de uma aplicação que nos costumamos fazer, de colocar nas nossas salas de aula sem a devida reflexão: assumimos que houve um momento de helenização do oriente, mas nunca o contrário, isto é, que os tais orientais reagiram, ocorrendo, com isso, uma orientalização dos gregos. Ora, essas questões não têm nada haver com antigo, como também não tem nada de antigo projetarmos para antiguidade grega ou romana os indivíduos serem todos brancos, já que ali haviam muitos negros. Mas, até a noção de negro e de branco passa por um crivo racial que não estava lá, nesta tal antiguidade, mas no século XIX. Então eu acho que a gente vai dar um grande passo quando nos convencermos que todos são pesquisadores do tempo presente, que optam por um determinado recorte temporal e espacial para pensar em suas próprias realidades.

Qual o limite entre o Jesus histórico, Jesus mito, e Jesus profeta?

Essa é uma linha muito tênue. Eu diria o seguinte: para quase a totalidade dos pesquisadores é mais fácil definir o Jesus numa perspectiva estritamente religiosa de fé, principalmente num contexto cultural brasileiro, onde as possibilidades de escolha de uma criança que nasce no Brasil de não ser cristão tende a quase zero. Portanto, desde muito cedo os dados advindos sobre Jesus são todos eles mediados por percepções marcadamente envoltas num contexto religioso, demarcado por um ambiente de fé. Jesus, então, antes de qualquer coisa, adquire essa leitura de divino, de Deus. Olha quanta teologia tem aí, desde o indivíduo que começa perambular pela Galiléia até ele chegar a ser Deus. E essa percepção teológica, ao invés de ser lida assim, é assumida como verdade. Se eu falo de Jesus, eu falo de fé, e ao falar de um Jesus de fé, eu não leio essa percepção como sendo teológica, mas histórica. Tem-se aí uma inversão: o retrato de Jesus que eu tenho é um retrato histórico de Jesus Deus, como se isso fosse História, e não profissão de fé. O Jesus histórico é um grande estranhamento, porque, se desde criança somos ensinados a ver o Jesus da fé e o Jesus da História com um só pessoa, então o Jesus histórico da academia nada tem de histórico, nada tem de verdadeiro, porque lhe falta o elemento fé. Com isso eu não quero dizer se essa inversão é boa ou ruim, mas é assim que começa. Em muitos casos os pesquisadores sentem uma enorme dificuldade em pensar o Jesus histórico descontextualizado de toda a fé que ele atribui a Jesus. Então como é que se pode pensar uma pesquisa nestes termos. Eu acho que o exercício maior, antes de se buscar uma pesquisa direta, pelo menos eu faço assim com os meus alunos, é trabalhar dois, três, quatro semestres com esses alunos, por meio de muita disciplina e orientação acadêmica; discutir muitos textos com eles, de modo que eles compreendam que a sua experiência de fé, ao ser deslocada da pesquisa do Jesus histórico, não os colocará no inferno. Para que suas pesquisas ganhem credibilidade acadêmica, essa separação precisa se impor. Eles precisam ousar, eles precisam ter certa coragem de pegar, por exemplo, o evangelho de João, para a gente se manter em João, e perceber interpoladores agindo. Se perguntar: Jesus foi batizado por João? Saber que por detrás dessa questão, há muita teologia, há muito debate teológico. E Jesus, ele batizou alguém? Se batizou, no ato do batismo, havia ou não a presença do Espírito Santo? Isto está em João, não sou eu quem estou dizendo, este é o embate que está lá. Como é que se resolve isso? Um interpolador vai entrar em João 3:22 “ Depois disto foi Jesus com seus discípulos para o território da Judéia e permaneceu ali com eles e batizava”. Jesus batizava está dito. Vamos para o capítulo quatro versículo 1 e 2 de João “Quando Jesus soube que os fariseus tinha ouvido dizer que ele fazia mais discípulo e batizava mais que João – ainda que de fato Jesus mesmo não batizasse mais os seus discípulos”. A imensa maioria dos que querem trabalhar com Jesus histórico não consegue ver essa contradição em 3:22. Jesus batiza, em Jo 4:1, mas em 4:2 “ainda que ele não batizasse” Então eu digo para os meus alunos: vejam aqui, há duas camadas redacionais. A mais antiga é aquela que informa que Jesus batiza, a comunidade está discutindo a figura de Jesus, e o que é a discussão? Se ele batiza, o Espírito Santo se faz presente. Alguém entrou na discussão posteriormente e disse não, Jesus não batiza. E parece que isso é que saiu vitorioso, porque essa mesma camada antiga vai se reproduzir no capítulo 7 de João a partir do versículo 37, quando esse interpolador de 4:2 fala assim “no último dia da festa e a mais solene Jesus de pé disse em alta voz: “se alguém tem sede venha mim e beba, quem crê em mim como diz a escritura dos seus seios jorraram rios de água viva”. Ele falava do espírito que deviam receber os que nele cressem pois não havia ainda espírito porque Jesus não fora ainda glorificado. Implica dizer, para a camada posterior, que está em 4:2, e que saiu vitoriosa desse embate, enquanto Jesus não ressuscitar e subir aos céus o espírito não se fará presente. Isso tem haver com Jesus histórico? Tem, porque essa comunidade joanina, que gradativamente vai sendo constituída ao longo de um processo histórico, nos seus primeiros passos admite com toda segurança que João, cognominado Batista, é o mentor de Jesus e que, esse último aprende com o primeiro a batizar. Jesus agrega novos elementos neste batismo. Pode-se afirmar com uma certa segurança: Jesus batizava e esse dado provém mesmo de Jesus. Ele não é uma invenção tardia. Olha o que está sendo dito em 3:22 em 4:1 o indivíduo ao ser batizado tem dentro de si um ente, quando a gente abre o mapa das comunidades judaicas, nos diferentes judaísmos dessa primeira metade do século I, só essa comunidade faz isso, todas as outras fazem diferente, é Jesus quem agregou esse dado. Mas isso gerou um problema, conforme essa comunidade foi recebendo mais gente via conversões; os debates continuaram, idéias continuaram a ser produzidas sobre quem era esse Jesus. O Jesus da história está sendo pensado nos ismos, se ele batizava ou não já não era a questão chave; a questão é que idéia eu tenho a cerca do que foi o batismo, e o que é o batismo na minha comunidade e de como eu vou fazer esse diálogo com Jesus. Se você, enquanto um pesquisador do Jesus histórico ou dessas comunidades cristãs, não está suficientemente educado, do ponto de vista da pesquisa, como você espera perceber esses embates? Como você poderá identificar essas camadas mais antigas e as mais recentes em termos de redação de um texto? Como você espera identificar essas contradições? Porque as igrejas não nos ensinam a ver as contradições, mas, ao contrário, elas buscam sempre harmonizar o texto bíblico. Tudo é pensado em termos relacionais, como se estivéssemos diante de um grande grupo de amigos que sentaram para produzir os textos sagrados. A gente harmoniza toda a leitura; isso é fruto da nossa educação. Isso precisa ser desconstruído para que uma nova metodologia de leitura apareça. Agrega-se a essa nova metodologia uma questão que não é acadêmica mais que precisa ser resolvida. Ao se desconstruir uma educação marcadamente de escola dominical, de escola catequética, e se reconstruir uma educação acadêmica para essa pesquisa. Porque o indivíduo pode estudar sobre outras coisas, aí ele não vai precisar aprender a reconstruir. Ele precisa entender que ao fazer isso ele não vai par o céu, nem para o inferno, vai apenas fazer pesquisa. Sua fé continuará preservada porque ela é altamente subjetiva, é dele e nada tem haver com a pesquisa. Meus alunos, em dois anos, estão aptos para essas pesquisas e, se são religiosos, continuam em suas denominações, sem problemas. Eu os oriento a não falar muito em suas igrejas, porque se eles começam a falar lá em suas igrejas sobre as pesquisas, eles estarão fora de contexto. Numa igreja as pessoas buscam reparações, consolo, o ombro amigo de seu Deus. As pessoas não estão buscando história, nem arqueologia. Mas a recíproca é verdadeira, a academia não é o lugar para se resolver essas questões de ordem mais interna, porque ela está conectada com pesquisa. Então a dificuldade em pensar o Jesus histórico, Jesus da fé ou Jesus mito é ter mais ou menos pressa em começar o trabalho de pesquisa. Quanto mais lento, melhor educado for o indivíduo em termos de orientação, menos problema e mais seriedade naquilo que ele vai produzir. Quer dizer, para dar gosto de ler o que ele está produzindo. Normalmente o que eu leio é uma certa confusão entre fé e história, e isso não tem nada haver com o indivíduo ser mais inteligente ou menos inteligente, tem haver com estar mais ou menos preparado para pesquisa.

Como o senhor vê o ensino da história antiga no quadro de horário das universidades?

A carga horária é suficiente ou não? Eu diria que sim, pelo menos nas realidades que eu conheço: UFRJ, UNICAMP, UFF, UNIRIO, UERJ e Rural. Essa carga horária é absolutamente suficiente. O problema é se os nossos professores estão suficientemente preparados, capacitados para lecionar História antiga. Porque sobre muitos aspectos, boa parte deles (e a realidade a que me refiro é bem maior que o Rio de Janeiro) trabalha história antiga ainda com livros do tipo “História das Sociedades”. Os dados pesquisados por Emanuel Rolf V. Cabeceiras, da UFF, os quais foram apresentados mais ou menos, há uns dez anos atrás, na Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, mostravam que em um número significativamente grande de universidades públicas e privadas das capitais norte, nordeste, sudeste, centro este e sul, as aulas de história antiga eram dadas por professores que não eram especialistas em Antiga, que não dominavam minimamente uma bibliografia e que reproduziam barbaridades para os seus alunos. Então, o problema, não é tanto carga horária, mas a capacidade do docente de aproveitar bem o pouco ou muito de carga horária que se tem para trabalhar essa tal história antiga.

Professor como o senhor identifica fonte histórica nos escritos bíblicos?

Eu identifico muitas fontes disponíveis para o pesquisador pensar a sua pesquisa. O teólogo dificilmente abre mão do material bíblico para redigir um trabalho monográfico, uma dissertação de mestrado, uma tese de doutorado. Ao contrário, ele pensa o texto bíblico, a bíblia como um todo, como estando profundamente interligada e auto-explicativa, por si mesmo. Então, para resolver uma questão de Marcos, uma questão de ordem conceitual, o teólogo pode lançar mão de Jeremias, já que os textos tendem a se auto-completarem. Porque a Bíblia é pensada como um documento, um único documento e não o nominativo plural grega Ta Biblia, livros. Mas isso é um método da Teologia que eu respeito. Entretanto, o fato de eu respeitar não significa que esse método me basta, me seja suficiente, afinal não sou teólogo, mas historiador. Então eu agrego outros materiais, outros elementos, outros documentos. E o que é legal que nesses grupos de pesquisas que eu freqüento, e que são transdisciplinares por essência, os meus pares da teologia, apesar de gostarem ou detestarem o que eu produzo, prestam muito atenção no que eu falo. Eu sinto e vejo produzir diferenças, tanto é que, nos encontros posteriores, eu vejo aquele meu colega agregar ao documento bíblico (que ele entende ser o documento por excelência) outros documentos. Isso é bacana porque é a pesquisa andando, é a pesquisa fluindo. Eu publiquei recentemente um trabalho sobre a questão de como no judaísmo helenístico e romano o sacrifício de Isaac sofre algumas alterações em termos de leituras, tanto do ponto de vista textual como imagético. Em Josefo (Antiguidade Judaica) Isaac não é um menino como no livro de Gênesis, é um homem de vinte cinco anos, que é informado por Abraão que ele vai ser sacrificado. Ele fica radiante, feliz mesmo por saber que vai ser sacrificado, já que ele vai voltar pra casa do verdadeiro Pai dele. Da onde veio isso? Da onde Josefo tirou isso? É de um contexto de martírio. Josefo viveu a primeira grande guerra judaica contra os romanos, e tem a informação, ao vivo e a cores, porque ele foi testemunha ocular dos mártires judeus. Ele mesmo não quis ser um, mas ele viu os mártires lá. Ele tem a leitura de macabeus tanto primeiro como segundo livros; ele tem o dado da viúva e seus sete filhos sem medo de morrerem porque crêem na ressurreição. Todo material imagético datado do final do século II e início do III EC, Isaac também é um homem adulto. A patrística vai ler Jesus como um novo Isaac, da mesma forma que Isaac carregou a lenha, Jesus carregou a sua cruz. Mas, eles têm suas diferenças também: Isaac morreu e não ressuscitou e Jesus morreu e ressuscitou. Então você amplia o seu corpo documental, e aí você vai ter grande surpresas na pesquisa, sem sombras de dúvidas.

Debate entre Willian Lane Craig vs. Bart D. Ehrman "Sobre a ressurreição de Jesus".

Willian Lane Craig vs. Bart D. Ehrman
A ressurreição de Cristo foi a confirmação suprema de que as Suas declarações de autoridade divina eram verdadeiras. Toda a fé em Cristo depende desse fato e, se Jesus não ressuscitou dos mortos, a fé cristã não passa de uma ilusão vazia. Porém, como podem cristãos e não-cristãos saber que Jesus ressuscitou quase 2000 anos depois? Cabe à evidência histórica confirmar ou refutar a fé na ressurreição. Neste debate, o Dr. William Lane Craig e o Dr. Bart D. Ehrman debatem sobre a existência de tais evidências.


Existem Evidências Históricas para a Ressurreição de Jesus? - Willian Lane Craig & Bart D. Ehrman.
A ressurreição de Cristo foi a confirmação suprema de que as Suas declarações de autoridade divina eram verdadeiras. Toda a fé em Cristo depende desse fato e, se Jesus não ressuscitou dos mortos, a fé cristã não passa de uma ilusão vazia. De acordo com Paulo, um dos primeiros cristãos do século I, "se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé" (I Co 15:17). Porém, como podem cristãos e não-cristãos saber que Jesus ressuscitou quase 2000 anos depois? Cabe à evidência histórica confirmar ou refutar a fé na ressurreição. Neste debate, o Dr. William Lane Craig e o Dr. Bart D. Ehrman debatem sobre a existência de tais evidências. O Dr. Craig defendeu que há evidências, enquanto o Dr. Ehrman defendeu que essas evidências não existem.OBS: Não esqueça de ler a introdução do debate e a seção "Perguntas e Respostas" que se encontram apenas no arquivo de Texto no Scribd.
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WILLIAM L. CRAIG RESPONDE PERGUNTAS IMPORTANTES SOBRE O DEBATE



A Derradeira 70ª Semana de Daniel

Decifrando os Mistérios da Septuagéssima Semana de Daniel.

Durante a sua entrada triunfal em Jerusalém… quando Jesus começou a sua ascendência a partir do Monte das Oliveiras no Vale de Cedrom… Ele chorou sobre Jerusalém. Multidão de pessoas ao longo da estrada… uma grande multidão gritando e acenando com ramos de folhas de palmeiras nas mãos (Jo.12:13 - Apocalipse 7:9)…e ainda, o coração do Salvador era pesado. Seus discípulos poderiam ter ficado satisfeitos por ver aquela multidão aclamando-o, mas Jesus sabia… mas uma cruz lhe esperava, em vez de um trono logo a sua frente, Lucas registra este momento com estas seguintes palavras (Lucas 19:41,44):

41 E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.

Esta lamentação foi que o arcanjo Gabriel disse Daniel, no capítulo que temos diante de nós. Ele disse que, depois de sete semanas e sessenta e duas semanas, seria o Messias "cortado" "… e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário" (Daniel 9:26). Não conhecemos nenhuma outra passagem do Tanach, que poderia eventualmente ter se lembrado o Salvador naquele momento. Além disso, os judeu estudiosos poderiam ter sido capaz de calcular o "tempo" seus olhos não estavam cegos. Jesus sabia que dentro de alguns dias, Ele seria crucificado. Ele sabia que em 70 dC, os romanos iriam destruir o Templo de Herodes, juntamente com a cidade de Jerusalém, cumprindo assim esta profecia.

Ao longo dos séculos, muitas tentativas têm sido feitas para descobrir o calendário de Daniel sobre as setenta semanas… e alguns cálculos são bastante notáveis. Suponho que o estudo por Sir Robert Anderson é um dos mais famosos (na seção de download deste blog, você encontra o livro dele em português).

Sir Robert Anderson começou com um decreto real persa, em 445 aC; calculado o número de dias em 483 anos bíblicos; converteu-los em anos solar e concluiu no dia da entrada triunfal do Salvador. No entanto, há alguma coisa sobre estes versos que ele e a maioria dos estudiosos do livro de Daniel não tinham levado em consideração. Nesta passagem, iremos tentar pôr uma perspectiva melhor da profecia do anjo Gabriel.

O primeiro ano de Dario.

A profecia das setenta semanas, foi dada a Daniel dentro de um ano após a morte de Belsazar. Fatídica noite em que, Belsazar legou uma posição política a Daniel. É possível que ele estava familiarizados com as histórias da sabedoria de Daniel, e sentiu que ele poderia ser um trunfo importante nas suas mãos durante o seu governo. Logo no início do capítulo, Dario tinha se tornado o rei persa, ao longo de um novo domínio que englobaria a derrota futura do império da Babilônia. Daniel então fez a leitura do livro de Jeremias (Daniel 9:1 a 3):

1 NO ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. E eu dirigi o meu rosto ao Senhor D'us, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.

Pensando aqui como Daniel foi capaz de obter uma cópia dos escritos de Jeremias não é conhecido, mas somente consegueria esta fato se ele fosse um alto funcionário governamental, provavelmente ele enviou uma carta ao editor de pergaminhos em Jerusalém, solicitando uma cópia. Não apenas Daniel foi um profeta, mas ele também estudou o que outros profetas tinha escrito.

Daniel, sendo de descendência real, provavelmente queria ler Jeremias, para saber detalhes sobre a história política da sua família e do reino judeu nos anos que antecederam a Babilônia e durante o cativeiro. Daniel leu sobre as coisas que ocorreram na cidade sagrada após a sua deportação. Ele poderia ter ficado ansiosos em saber por que Nabucodonozor tinha tratado a sua família tão duramente.

Segundo a história na Babilônia, no tempo de ira de 7 anos de Nabucodonozor, seu filho, Evil-Merodaque, tinha preso o rei de Israel, Jeconias. É relatado que Evil-Merodaque colocou o rei Jeconias e o cego Zedequias na prisão. Note-se de que Zedequias misteriosamente morreu naquele mesmo dia. Não estamos dizendo aqui que ele morreu de alguma doença terminal ou foi assassinado. Mas Jeconias foi autorizado a viver a sua vida confortávelmente na Babilônia e muito tempo depois foi solto da prisão. Talvez Daniel quis saber o que causou o rei Jeconias a ser removido e Zedequias ficado no seu lugar? Se assim foi, então ele provavelmente pode ter ficado triste por saber que Zedequias causou maus tratos ao profeta Jeremias.

Qualquer que seja o seu motivo para estudar o livro, nos diz que ele chegou em toda a passagem em que Jeremias profetizou sobre a duração do cativeiro como sendo de setenta anos. Percebendo que os setenta anos estavam se aproximando, Daniel vestiu em saco e cinzas, que era um costume judeu em luto, e começou a orar rápidamente ao Senhor.

A oração de Daniel (Dan.9: 4 a 6):

4 E orei ao SENHOR meu D'us, e confessei, e disse: Ah! Senhor! D'us grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.

Daniel lembrou que o Senhor era um D'us que mantinha o seu pacto, e com isto ele fez lembrar da promessa que fez a Jeremias de que os judeus poderiam retornar após setenta anos de cativeiro. Sendo da família real dos reis de Israel, Daniel pediu perdão em nome de sua família… por não terem mantido a lei no que respeita o ano sabático de descanso da terra… e a forma como tinham tratado os profetas. Daniel percebeu que ele não teriam gasto a sua vida inteira em uma terra estrangeira, se a sua família tinham sido os homens integros diante do Eterno. Estou certo de que Daniel sabia sobre Rei Manassés, um de seus parentes anteriores, desacreditando o Templo e executando Isaías. Chocado sobre o conhecimento da história da sua família, e no desespero dos judeus no exílio, Daniel orou (Dan. 9: 7 a 8):

7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti. Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.

Daniel tratou sobre os pecados de seu povo, enquanto percebendo que a sua própria família real não conseguiu levar a nação ao serviço do Senhor. É da responsabilidade do rei para definir o padrão de conduta do seu povo. Se o rei não leva em conta a moralidade, a honestidade e integridade diante da lei de D'us, o povo não estava em direção a aspirar uma conduta reta. Em última instância, Daniel percebeu que o julgamento de D'us que tinha caído sobre o seu povo era justo. Ele implorou a D'us pela misericórdia (Dan. 9: 9 a 12):

9 Ao Senhor, nosso D'us, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele, E não obedecemos à voz do SENHOR, nosso D'us, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de D'us, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele. E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.

Percebendo o pecado contra a lei específica de guardar o descanso da terra, Daniel admitiu que sua família e ao povo judeu perverso teve seu merecido castigo. Ao mesmo tempo, porém, que suspende a soberania da nação por setenta anos era um castigo pior do que a quarenta anos-, no ermo. Lá, todos os que estavam somente sob vinte anos de idade quando eles deixaram Egito, foram autorizados a entrar na terra prometida. Aqui, no entanto, é para lembrar que quase ninguém iria sobreviver ao retornar à sua pátria. Setenta anos foi um tempo de vida. Daniel, ele próprio, não podia voltar. Ele era destinado a viver fora da sua pátria pelo resto da sua vida no exílio e morrer na Pérsia. Daniel lembrou a D'us que Ele nada tinha sido tão duro como antes. Ele chamou invasão da Babilônia "um grande mal." Sua oração continuou (Dan. 9: 13 a 14):

13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR nosso D'us, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade. Por isso o SENHOR vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso D'us, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.

Daniel não culpou a D'us. Ele admitiu que as pessoas pudessem ter e não se arrependido. Nenhum de seus antecessores, ou os seus, haviam procurado o arrependimento. Ora, Daniel lembro-se que D'us uma vez libertou o seu povo do Egito, e orou que ele o fizesse novamente (Dan. 9:15 a 19):

15 Agora, pois, ó Senhor, nosso D'us, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente. Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós. Agora, pois, ó D'us nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó D'us meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó D'us meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.

Daniel implorou a D'us por colocar a sua justa raiva a distância e ter piedade de Jerusalém e do seu povo pelo Seu Santo Nome. Talvez pensando que o seu povo nunca poderia esperar escapatória e que D'us pudesse revelar de novo o seu amor, como Ele havia feito outras vezes, Daniel pediu que D'us salvasse e purificasse a nação com a Sua misericórdia e sua graça que dura para sempre e não pelo seu "próprio interesse".

Gabriel responde a oração de Daniel.

20 Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu D'us, pelo monte santo do meu D'us, Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.

Daniel não tinha acabado a sua oração. Se Gabriel não tivesse aparecido logo, o profeta teria provavelmente continuado a oração. Em outra ocasião, Daniel orou por vinte e um dias. Esta oração poderia ter durado tanto tempo, se não pelo o arcanjo. Daniel reconheceu Gabriel como o mesmo que lhe apareceu um ano mais cedo e disse-lhe sobre a visão do carneiro e do bode, e o pequeno chifre que surgiria a partir dos gregos. Agora nós achamos que Gabriel havia retornado a lhe dizer mais sobre esse futuro Anticristo. Mais do que isso, porém, o arcanjo disse a Daniel acerca do retorno dos judeu para reconstruir Jerusalém; falou sobre o Mashiach e como ele seria cortado, e falou sobre os romanos e de como eles iriam substituir o império grego. Além disso, Gabriel se refere aos romanos como "o povo do príncipe que deve vir" (Dan. 9:26). Aqui é um outro indício para se detectar a genealogia do Anticristo. Embora ele irá aparecer através de uma família de reis gregos (como se observou no capítulo 8), ele também irá descender dos líderes da Roma moderna! Gabriel explicou (Dan. 9:23 a 24):

23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.

D'us ouviu a oração de Daniel, e enviou o arcanjo dizer a Daniel sobre um outro período de tempo mais prolongado - esta seria um longo período de 490 anos. A tradução em português da palavra "semana" não deve ser confundido com uma semana de sete dias ou sete dias da semana. Essas setenta semanas são semanas de anos (Levítico 25:8). O texto hebraico refere-se a cada "semana" como uma shavuah, ou um ciclo de sete anos Sabáticos.

Gabriel utilizado da pasagem de Levítico (25-26) como um ponto de referência. No entanto, tal como o original não acumulará 490 anos consecutivos, mas sim acumulada ao longo de um período de 830 anos, também Daniel deve esperar estas "setenta semanas" para esticar ao longo de um período mais longo de tempo. Na realidade, Gabriel dividiu estas "semanas" em sete, sessenta e dois, e em uma; com lacunas de vários anos, uma das lacunas estaria entre os sessenta e nove e a septuagéssima "semanas".

Estas "semanas" (hebraico shevuim) seria ciclos de sete anos, cada ano começando no primeiro ano e sua conclusão no sétimo ano depois - como foi estabelecido nos dias de Josué. Em outras palavras, o primeiro ano setenta não poderia começar, digamos, no quarto ano de um ciclo Sabático judaico, mas, no seu primeiro ano deste ciclo. Isso é algo que a maioria dos estudiosos não têm em conta quando se trata de tentar calcular o tempo. Além disso, não compreendo que haveria um hiato entre o sétima e a oitava "semanas".

O objetivo último destes ciclos Sabáticos, seria a de completar a desolação de Jerusalém. Jeremias tinha citado a profecia a partir do livro de Levítico - que, se o povo não deixasse a terra em descanso a cada sete anos, D'us iria conduzir o povo ao exílio. Só então a terra desfrutaria e folgaria os seus sábados. O terreno tinha sido privados de descanso por sete anos Sabáticos. Essa foi a razão para a cativeiro da Babilônia.

No entanto, houve alguma coisa sobre a passagem Levítico que Jeremias não abordou. D'us tinha prometido: "… 18 E, se ainda com estas coisas não me ouvirdes, então eu prosseguirei a castigar-vos sete vezes mais, por causa dos vossos pecados." (Lev. 26:18). Esta foi a razão o porque das setenta semanas, neste capítulo. Daniel foi dito que se aproximava um outro exílio, que começaria quando o "povo do príncipe" que há de vir, destruiria a cidade e o santuário, e seria concluído no dia do "príncipe que deve vir" - ou seja, o Anticristo.

Havia seis etapas a serem cumpridas durante o curso das setenta semanas:(Dan.9:24)

1. Para parar de cessar a transgressão - pela violação da Lei dos anos sabáticos de descanso da terra, conforme a lei em Levítico.
2. Para dar fim a todos os pecados- a ser realizado num futuro próximo pelo sacrifício do Filho de D'us, pelos pecados e do mundo
3. Para expiar a iniqüidade- O plano de D'us da salvação para oferecer a salvação por sua graça, mediante a fé.
4. Para trazer a justiça eterna - o futuro retorno de Jesus Cristo para estabelecer o seu reino global e messiânico apartir de Israel.
5. Para selar a visão e a profecia - a última semana da septuagésssima semana.
6. E para para ungir o Santíssimo - Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande D'us e nosso Salvador Jesus Cristo, o Rei dos reis (Tito 2:13).

As primeiras sete semanas:
Ora, vamos olhar para as sete semanas (Daniel 9:25):

25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

A "ordem para restaurar e construir Jerusalém" foi datado para o decreto de Artaxerxes em 445 aC, tal como consta no capítulo da abertura de Neemias. No entanto, houve um mandamento mais cedo - dado apenas um ano após Daniel ter recebido esta visão. Foi emitida pelo rei Ciro, no outono de 537 aC, dentro de poucos meses após sua ascensão ao trono. O rei Dario só governou um ano (538-537 aC), e depois o trono foi dado a seu genro, Ciro, o persa, como um dote por se casar com a sua filha. Este foi o Ciro do qual tinha profetizado Isaías 44:28:

28 Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado.

D'US CHAMA CIRO - Isaías 45:1
1-ASSIM diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face...

Isaías escreveu que Ciro diria a Jerusalém, "Tu deverás ser construída, e o templo, Tuas fundações devem ser estabelecidas". D'us chamou-lhe "o meu pastor" e "seu ungido". Seria isto evidente que esta é a data que D'us tinha em mente quando Gabriel disse a Daniel sobre a "ordem" para restaurar e construir Jerusalém?

Por que motivo os judeus tinham que esperar outros 91 anos (até 445 aC) para uma "ordem ou decreto do rei?" O último versículo de Daniel do primeiro capítulo diz-nos que o profeta "… 21 E Daniel permaneceu até ao primeiro ano do rei Ciro." (Dan. 1:21). Este foi o ano da "que saiu a ordem ou decreto". Não significa que Daniel morreu naquele ano. Muito pelo contrário, ela só pode se referir ao "decreto" que Ciro entreguou à Zorobabel na conclusão dos setenta anos de exílio.

Uma publicação judaica intitulada, A enciclopédia da linha de tempo: Ano após ano através da História de Criação até o presente, por Mattis Kantor, disse de Ciro: "Ciro se tornou rei e o poder do império e foi movido para Pérsia. Ciro imediatamente incentivou os Judeus da Babilônia para o regresso à terra de Israel para reconstruir o Templo. Mais de 40.000 pessoas [49.697 para ser exato] retornou com Zorobabel (que era da família real), incluindo Josué (o sacerdote, um sobrinho de Esdras), Neemias , E Mardoqueu, mas a maioria do povo permaneceu para trás "(p. 69).

Na primavera de 536 aC, Zorobabel e Josué conduziu à primeira volta. Em setembro, eles reconstruíram o altar em Jerusalém. Embora os alicerces do segundo Templo ainda não tinha sido estabelecido ainda, eles começaram a sacrificar nos serviços diários em Rosh Hashaná (na lua nova de 24 de setembro de 536 aC). Mais de um quarto das pessoas que voltaram com Zorobabel de diferentes tribos das Judá e de Benjamim. A construção do templo começou com na Primavera seguinte, no mês de Iyar (abril / maio 535 aC).

Em 14 de setembro de 535 aC, a população observou o início de um Ano Sabático, que continuou até 2 de outubro de 534 aC, momento em que o primeiro ano que Gabriel colocou o início da primeira série de sete ciclos Sabáticos. Note-se que as setenta semanas teve de seguir os ciclos Sabáticos. Por isso, devemos começar contando as sete semanas (49 anos) em 2 de outubro de 534 aC, em vez de em 536 aC, o ano da sua primeira volta. Na minha opinião, o primeiro período de Gabriel das sete semanas terminou com a morte do Rei Assuero, marido da famosa rainha Ester, no Ano Sabático 486/85 do a.C.

Quando iniciou a construção, os samaritanos se ofereceram para ajudar, mas foram desencorajados. Depois disso, os samaritanos subornaram certos cortesões de Ciro que interromperam os judeus em seus trabalhos de construção do templo. Esta foi provavelmente a razão pela qual Daniel jejuou por três semanas, como veremos no capítulo 10.

O rei Ciro reinou durante sete anos, mais de um mês, aproximadamente, e morreu em 529 aC Seu filho, Artaxerxes, tomou o trono dos Medo / Persa, em 529 aC, e governou durante sete anos. James Ussher nos diz que, em 522 aC, os samaritanos escreveram uma carta pedindo a Artaxerxes "... proiba o maior edifício de Jerusalém. Alegaram que o povo era rebelde em lugares ignóbeis , que se fosse reconstruído nunca se iria prestar homenagem aos reis da Pérsia". Artaxerxes enviou uma carta proibindo a reconstrução de Jerusalém até que ele deveria dizer quando. Os samaritanos, incentivados por esta resposta, chegou rapidamente a Jerusalém e forçado os judeus a parar de construir a cidade e o Templo, embora Ciro tinha expressamente ordenado que terminassem o templo. Eles pararam todos os trabalhos até o segundo ano do reinado de Dario [Assuero] "(James Ussher, Os Anais do Mundo Antigo, p. 124).

O rei Artaxerxes, filho de Ciro, era mentalmente instável. Ele se casou com duas de suas irmãs (uma das quais foi Atossa, também chamada Vasti); Artaxerxes matou seu irmão; conquistou Egito, e em seguida passou a ter periodos de loucura. Ele voltou a Pérsia e morreu de um acidente (foi ferido com sua espada acidentalmente, enquanto montando o cavalo), em 522 aC.

Em 521 aC, Dario começou o seu reinado. O próximo ano (520 aC), Zecarias e outros desafiaram o povo a terminar a reconstrução do Templo e retomar a sua construção. Em 518 aC, Assuero baniu Vasti (também chamada de Atossa, filha de Ciro e a mulher de Artaxerxes). Em 515 a.C. O rei Assuero casou com a rainha Ester. Na Primavera do mesmo ano, a nova Jerusalém e Templo foi dedicado. Em 485 aC, morreu Assuero, depois de ter reinou por 36 anos. Não estamos a dizer o que aconteceu com Ester após a morte de Assuero, mas o filho da Vasti, Xerxes, pode não ter apreciado a mulher que tomou o lugar da sua mãe. No entanto, se ela não tinha sido bem tratada, alguém teria certamente registrado em algum lugar.

Xerxes, filho de Assuero e Vasti, subiu ao trono persa, em 485 aC, e foi o mais ricos dos monarcas da sua geração. Dizem-nos que ele lançou uma batalha contra a Grécia com 1.700.000 soldados e 80.000 cavalos, além de camelos, e charretes. Os gregos nunca esqueceram desta invasão persa. Levou-se 150 anos para se preparar para uma vingança e, eventualmente, Alexander, filho de Felipe da Macedônia, iria assumir o desafio para esmagar a monarquia persa.

Na minha opinião, as primeiras sete "semanas" da profecia de Gabriel foi cumprida em 485 aC, com a morte do Rei Assuero, marido da famosa rainha Ester. Nefastas nuvens de suspense pode ter se arrastado ao longo da comunidade judaica. Poderia se prever que poderia acontecer algo de preocupante no futuro. Um período de "mas em tempos angustiosos", conforme tinha dito o anjo (v. 25) que devia pesar sobre Jerusalém.

77-O Ano do período provisório

Há uma lacuna de 77 anos entre a sétima e oitava semanas. A contagem das sessenta e duas semanas, foi retomado em 408/07 aC, como sendo o 21 º ano do jubileu( * ). Durante o tempo desta lacuna, em 464 aC, Artaxerxes (filho de Xerxes) subiu ao trono persa. Ele enviou Esdras com as mobilias do Templo em 457 aC, e, em 445 aC, foi enviado Neemias para reconstruir os muros e portões. Neemias construiu os muros da cidade fortificada em 52 dias, no meio de ameaças de guerra. Estes foram os "mas em tempos angustiosos." mencionada por Gabriel, em Daniel 9:25.

( * ) Além da contagem do ano de shemitá, de sete em sete anos, existe a contagem do yovel - o jubileu (yovel), que ocorre a cada cinquenta anos, no ano seguinte ao término de 7 anos sabáticos. O sétimo ano de Shabat Shemitá e o seguinte, do jubileu.O Yovel caracterizava-se por três obrigações segundo que está na Lei em levítico 23, que recaíam sobre a nação inteira: 1. Abstenção de qualquer trabalho agrícola, exatamente como em Shemitá. 2. Liberdade incondicional para todo escravo hebreu. 3. A devolução de todos os campos aos seus proprietários originais.

Esdras

Segundo a maioria dos estudiosos, em 457 aC, Esdras, sacerdote e escriba (advogado) competente na Lei Mosaica, obteve permissão do Rei Artaxerxes (464-425 aC) a ter sete conselheiros e um contingente de judeus para a reinstalação de Judá e em estabelecer um governo com base em sua religião. Isto permitiu conceder mais uma vez a todos os judeus a regressar.
No primeiro dia do primeiro mês, em 457 aC, Esdras deixou babilônia com um grande número de judeus. Depois de uma viagem de quatro meses, eles chegaram em Jerusalém no primeiro dia do quinto mês. Eles descansaram por três dias e, em seguida, pesou o ouro e a prata trazida da Pérsia e guardou o tesouro no templo, juntamente com outras mobílias.

Quando Esdras descobriu que muitos dos homens tinham se casado come mulheres gentias na área, ele exigiu que eles "Colocassem de lado suas esposas e filhos a quem eles haviam se misturado. Ao longo dos próximos três meses, foi realizado o seu edital.

Neemias
Embora Esdras tinha instituído muitos reformas, ele não fortificou Jerusalém. O muro ainda não estava completo e os portões ainda estavam queimados. A cidade era tal como uma ruína, que era difícil para um cavalo colocar seus pés nas ruas. A notícia do presente alcançou Neemia em dezembro de s (445 aC), Ele se afligiu, pelo relatório, e começou a orar para que D'us pudese ajudá-lo a fazer qualquer coisa.

Três meses mais tarde, por volta da primeira de Nisan (444 aC), ele teve seu turno como copeiro do rei. Mas sua tristeza chamou a atenção do rei Artaxerxes .(Neemias 2 ). Neemias comentou das notícias que viam de Jerusalém, e foi dada permissão para ir e fornecer mantimento para a reconstrução das muralhas. Apesar da oposição de dois governadores, Neemias conseguiu reconstruir as paredes em 52 dias. Os trabalhadores trabalharam com uma espátula em uma das mãos e na outra mão, empunhava uma espada.

O muro foi concluído no dia 25 de Elul, no sexto mês. Uma semana mais tarde, na festa de trombetas, os judeus chegaram a Jerusalém para conhecer de Esdras ler e explicar a Lei Mosaica. Foi um momento emocionante para os judeus, e um tempo de grande renascimento. Nas próximas três semanas, os judeus mantiam santos os dias de festas. Neemias escreveu 8:14 a 18:

14 E acharam escrito na lei que o SENHOR ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês. Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito. Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de D'us, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim. E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria. E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de D'us, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.

Na minha opinião, esses "mas em tempos angustiosos," predito por Gabriel, não faziam parte dos sete semanas, nem das sessenta e duas semanas que se seguiram, mas intercalou-se no período entre as duas profecias. Artaxerxes e sua esposa, ambos morreram no mesmo dia, em 425 aC, deixando o trono para seu filho, Xerxes, que reinou por um ano. Quando ele foi "exuberantemente bêbado" em um dia de festa, foi morto em sua cama, enquanto dormia.

Em 424 aC, Secundianus (segundo filho de Artaxerxes) assumiu o trono. O seu exército o odiava por ter morto o seu irmão. Ele também conspirava para matar Dario, seu outro irmão, mas foi morto. Dario (terceiro filho de Artaxerxes) Secundianus se reuniu com ele para fazer um tratado. Em 423 aC, mas ele Dario o capturou e executo-o pelo assassinato de Xerxes. Dario reinou por 19 anos. Ele morreu em 404 aC, deixando o trono para seu filho, Arsicas. Ele deu o seu outro filho, Ciro, que governou ao longo da costa das províncias Ionia e Lidia, em todo o Mar Egeu, a leste da Grécia.

As sessenta e duas semanas

Perto do fim do reinado do rei persa Dario (423-404 aC), Judá observou o Ano Sabático 409/08 do A.C. Este foi o septuagésimo sétimo ano após a morte de Assuero, marido da rainha amada e venerada Ester. Este Ano Sabático foi seguido por Judá no vigésimo-primeiro Ano do Jubileu em 408/07 aC. Eu penso que Gabriel pretendia resumir a contagem dos próximos sessenta e dois ciclos Sabáticos com este Ano de Jubileu.

Ussher James escreveu que o vigésimo primeiro Jubileu foi o último a ser visto pelos profetas do Tanach. O período dos profetas chegou ao fim. Malaquias, um contemporâneo de Neemias foi o último dos profetas do Tanach. No primeiro-século o historiador Flavio Josefo escreveu:

"Desde a morte de Moisés a Artaxerxes, rei da Pérsia, que sucedeu a Xerxes, os profetas escreveram treze livros. Desde Artaxerxes para o nosso tempo, todas as coisas que realmente têm sido igualmente escrita, mas não se realizou na mesma estima que a anterior, porque a sucessão dos profetas uma após o outro, tem sido incerto "(Josefo, Contra Apion, bc. 1, pp. 8).

Sequindo depois de Malaquias que não havia livros bíblicos até Mateus. Temos basicamente 400 anos de silêncio, com apenas Malaquias que prometeu de que Elias iria voltar para apresentar o Mashiach. Precisamos então de 434 anos - o número de anos de sessenta e dois ciclos Sabáticos. Se as sessenta e duas "semanas" de Gabriel começou, no ano do jubileu de 408/07 a.C, que marcou o início dos "anos de silencio", então sessenta e dois ciclos Sabático mais tarde iria trazer-nos directamente para o Ano Sabático de 26/27 d. C ! , E os ministérios revelados do emergente profeta João Batista que ungiu a de Jesus de Nazaré, o Mashiach no rio jordão no seu batismo.

Sr. Robert Anderson

É pouco provável que a conclusão do Sr. Robert Anderson, concluindo com a entrada triunfal, foi correta. Ele não teve em conta os ciclos Sabático - as "semanas". Anderson escreveu:

"A data de Juliana que foi 10 de Nisan um domingo 6 de abril, 32 d.C. O que então era a duração do período entre a emissão do decreto para reconstruir Jerusalém e do público advento do 'Messias do Príncipe," - entre o 14 de Março, 445 aC, e 6 de abril, 32 d. C? O intervalo contido exatamente 173,880 dias, ou sete vezes sessenta e nove anos profético de 360 dias, os primeiras sessenta e nove semanas de Gabriel da profecia "( O Principe que Há de Vir - 1895 livro para download neste blog em downloads).

Ele tentou espremer os 483 anos em 477 anos. Para fazer isso, ele converteu 173,880 em 483 anos (alegando que cada ano eram de 360 dias) dentro do ano solar de 477 anos de 365,25 dias cada. Infelizmente, ele não conseguiu entender a Lei Mosaica relativa ao ano Sabático. Ele ignorou as "semanas" de anos. O sétimo ano das sessenta e duas "semana" terminou no ano que o nosso Senhor foi batizado por João, e não quando Ele realizou a entrada triunfal em Jerusalém. Gabriel continuou (Dan. 9:26):
26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Mashiach, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.

Note que Gabriel disse, "depois…", o que significa que a morte do nosso Senhor Jesus Cristo iria ocorrer algum tempo depois da conclusão das sessenta e duas "semana". Além disso, Gabriel incluiu a destruição de Jerusalém na mesma declaração. Ora, sabemos que os romanos destruíram Jerusalém, em agosto de 70 dC, cerca de quarenta anos após a crucificação e a ressurreição de Jesus.

A profecia que o Mashiach deveria "ser cortado, mas não por si próprio" só pode referir-se à crucificação. Jesus não foi executado porque ele era culpado de algum crime. Todos as acusações contra ele eram falsas. Pilatos, um cínico e endurecido procurador, poderia ver por trás destes fatos. Jesus morreu completamente inocente. Ele morreu por nós e por toda a humanidade, e não para si mesmo. Gabriel não poderia ter sido mais claro, sem deixar de falar sobre a setença do tribunal do sinédrio por Caifás. A crucificação foi divinamente ordenada e orquestrada, a fim de que Ele pagasse pelos pecados do mundo. Jesus manifestou-o perfeitamente quando Ele disse, "42 Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos." (Lucas 19:42).

O príncipe que deve vir

O Anjo Gabriel deu a Daniel um indício muito importante para a linhagem ou o pano de fundo sobre o Anticristo. Ele disse que Jerusalém seria destruída por "o povo do príncipe, que há de vir" (Dan. 9:26). Uma vez que sabemos que os romanos destruíram o Templo de Jerusalém e o Templo de Herodes o grande, em 70 dC, podemos assumir que o futuro Anticristo será a partir de uma das famílias reais do antigo Império Romano futuro. Isso poderia ser uma referência à realeza europeia ou, já agora, qualquer pessoa com laços familiares com o sangue real.

Em Daniel 7, o pequeno chifre que tem olhos e uma boca de blasfêmia que ergue-se da quarta besta com dez chifres - o Império Romano. Em Daniel 8, o chifre ergue-se do bode é o império grego. Em 9 Daniel, Gabriel retornou ao assunto do Império Romano como a origem do "príncipe que deve vir." Como pode ser o futuro Anticristo deverá sair tanto do império romano quanto do império grego? Nos capítulos seguintes de Daniel, iremos discutir este assunto ainda mais...

Gabriel não terminou a profecia ali. A lacuna entre as sessenta e nove e a septuagéssima semana começou com a aparição do Mashiach Jesus de Nazaré, mas vai terminar com três sinais.(Dan. 9:26). :
1) fim será com uma inundação; (Tsunami)

2) e até ao fim haverá guerra;

3) estão determinadas as assolações.

O mundo está ainda à espera de uma grande Tsunami, de grande assolações, e uma grande guerra. Nós não sabemos como ou quando esses eventos irão ocorrer, mas podemos estar certos de que irá acontecer antes do início da septuagéssima semana de Daniel. Não podemos ser dogmático sobre esses acontecimentos, mas parece que a septuagéssima semana poderia começar na sequência de alguma grande guerra mundial. A próximo verso explica que o príncipe romano irá "confirmar" ou reforçar uma aliança com muitos.

A semana Septuagéssima, a última!

"27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador."(Dan. 9:27).

A maioria dos estudiosos concorda que esta semana é a famoso periodo de sete anos da grande Tribulação. O príncipe romano irá se tornar um pacificador. Ele vai lançar todos os esforços para restaurar a paz, mas onde? Gabriel disse que o pacto seria feito com "muitos". No entanto, penso que o "pacto" que será "confirmado" (possivelmente através da força militar) mais isto especificamente se refere à cidade de Jerusalém e do seu território - a Terra Santa. Não nos esqueçamos de que a profecia das setenta semanas se refere a desolação de Jerusalém. É isso por que Daniel estava orando sobre. E isso foi o tema abordado por Gabriel nesta profecia.

O futuro Anticristo irá confirmar ou reforçar uma aliança existente, fixando o prazo para a sua plena implantação em sete anos. A fim de cair no âmbito da septuagéssima semana, ele deve começar o seu reinado no primeiro ano de um ciclo Sabático e concluir em um Ano Sabático seguinte de sete anos.

Se o Anticristo segue a solução usada pelo rei Salomão, ele irá tentar "dividir o bebê", por assim dizer. É possível que Jerusalém continuará a ser uma cidade dividida, mas desta vez, Israel terá permissão para erguer um santuário no Monte do Templo. De acordo com Ezequiel, será construída uma parede para fazer uma separação entre o santuário e o "lugar profano" (Ezequiel. 42:20). Em Apocalipse 11, João foi dito para medir o espaço de culto judaico, mas que deixasse a área dos gentios sem medir, por que as nações pisarão a cidade santa por 42 meses, ou 3 anos e meio.

É possível que as atuais negociações sobre o destino de Jerusalém irá resultar em uma cidade dividida e uma divisão no Monte do Templo. Uma vez que os muçulmanos já desenvolveram a metade sul do Monte do Templo, com três mesquitas na área, talvez Israel, será dada a metade norte do composto para a restauração do templo e a liturgia. Algum tipo de presença judaica tem que estar lá, porque Gabriel fala que o anticristo irá causar uma abominação da desolação que irá parar "o sacrifício". Isso irá ocorrer no meio do Período da Grande Tribulação. O apóstolo Paulo na sua sabedoria de fariseu, relatou isto em II Tess. 2: 3 e 4.

A Desolação

O termo "desolação", conforme usado em "abominação da desolação," é uma referência direta a violação do descanso da terra no Ano Sabático, Levítico 26:32,35:

32 E assolarei a terra e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem. E espalhar-vos-ei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas. Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus sábados. Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela.

O Anticristo irá cumprir essa profecia de abominação da desolação quando ele cessa o sacrifício no templo e quebra o pacto. Evidentemente, o cativeiro da Babilônia não é o fim da "desolação" da terra. Ela tem continuado assim através dos séculos - até o retorno dos judeus no século passado. No entanto, apesar de a terra agora tem árvores e terra agriculturaveis, o Monte do Templo permanece desolado como um ex-santuário judeu. Por que é que Israel continua a sofrer, ao longo dos últimos dois milênios? Babilônia no seu cativeiro não foi suficiente? Moisés nos diz sobre sito em Levítico 26:18:

18 E, se ainda com estas coisas não me ouvirdes, então eu prosseguirei a castigar-vos sete vezes mais, por causa dos vossos pecados.

Parece que Gabriel abordou este assunto quando ele falou do futuro destas "setenta semanas." Indo um pouco mais longe, D'us pode ter multiplicado os 490 anos por sete! Se assim for, a profecia poderia ser uma referência aos 490 anos ciclos Sabáticos completos, ou 70 jubileus - 3.430 anos.

Contando a partir de Josue como sendo o primeiro Ano Sabático em 1431-30 aC, houve 490 anos de ciclo Sabáticos (3.430 anos) - que conduziu à assinatura do conflito Israelence-palestino no Acordo de Paz em 13 de setembro de 1993, poucos dias antes de 490 Anos Sabáticos em Israel em 1993/94, que foi seguido por aquilo que deveria ter sido sua 70a Jubileu, em 1994/95.

Poderiamos dizer, então, que um messias judeu pode aparecer na cena política por estes anos a nossa frente? Se assim for, aonde está escondido? A nossa reunião com Jesus de Nazaré, o Mashiach (Cristo) em glória sob as núvens, acontecerá muito depois (no fim dos últimos 42 meses, no último dia finais dos sete anos) da manifestação do homem do pecado na metada da tribulação, o filho da perdição que se manifesta a sua blasfêmia no meio da tribulação quebrando o pacto com os judeus e causando a abominação no templo recem construído, segundo relata o apóstolo Paulo em II Tess. 2: 1 , 2, 3 .

No entanto, Israel, enquanto aguarda o seu messias, Gabriel prometeu que o Anticristo vai vir primeiro e eles aceitarão um messias falso. Talvez este "príncipe" vai tentar ressucitar o tratado de paz, dividir a cidade, e estabelecer um Estado palestino, e implantar uma guarnição militar multinacional para manter a paz.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ouvindo o lado Histórico

Quem é que nunca ouviu falar de jesus de Nazaré? É claro que todo mundo ouviu falar de Jesus. A Bíblia nos diz que sua fama se espalhou por toda a Palestina e Síria. Ele é o homem-deus/salvador do mundo que realizou milagres que só um deus poderia realizar. Transformou água em vinho, alimentou milhares de pessoas com apenas alguns pedaços de pão e peixe, andou sobre as águas, acalmou tempestades, curou cegos, surdos e enfermos, recuperou mãos atrofiadas, expulsou demônios e ressuscitou os mortos. Seus ensinamentos morais são considerados superiores a tudo o que já foi ensinado.

Ele foi rejeitado por seu próprio povo, os judeus, e brutalmente crucificado pelos romanos. Mas isto não deteve jesus. A Bíblia nos diz que, ao ser crucificado, céus e terra confirmaram sua divindade, causando um eclipse do sol de 3 horas em toda a terra, um terremoto que fez com que a cortina do templo em Jerusalém se rasgasse ao meio e que túmulos se abrissem e homens santos ressuscitassem e aparecessem s pessoas em Jerusalém. Três dias depois, o Filho de deus derrotou o Diabo, o príncipe das trevas, ressuscitou dos mortos, apareceu a seus discípulos e então subiu aos céus. Como é possível alguém não gostar desta história nem desejar acreditar nela?

O problema que pesquisadores sinceros e com mentes objetivas têm com esta história espantosa é: por que os registros históricos de escritores gregos, romanos e judeus não cristãos praticamente não dizem nada sobre jesus de Nazaré? Certamente que notícias sobre acontecimentos como esses, se fossem verdadeiras, teriam se espalhado por todo o mundo mediterrâneo. E, no entanto, os escritos que sobreviveram, de uns 35 a 40 observadores independentes durante os primeiros 100 anos que se seguiram suposta crucificação e ressurreição de jesus, praticamente não confirmam nada. Estes autores eram respeitados, viajados, sabiam se expressar, observavam e analisavam os fatos, eram os filósofos, poetas, moralistas e historiadores daquela época. Entre as mais destacadas personalidades que não mencionam jesus, temos:

Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) — Um dos mais famosos autores romanos sobre ética, filosofia e moral e um cientista que registrou eclipses e terremotos. As cartas que teria trocado com Paulo se revelaram uma fraude, mais tarde.

Plínio, o velho (23 d.C. – 79 d.C.) — História natural. Escreveu 37 livros sobre eventos como terremotos, eclipses e tratamentos médicos.

Quintiliano (39 d.C. – 96 d.C.) — Escreveu “Instituio Oratio”, 12 livros sobre moral e virtude.

Epitectus (55 d.C. – 135 d.C.) — Ex-escravo que se tornou renomado moralista e filósofo e escreveu sobre a “irmandade dos homens” e a importância de se ajudarem os pobres e oprimidos.

Marcial (38 d.C. – 103 d.C.) — Escreveu poemas épicos sobre as loucuras humanas e as várias personalidades do império romano.

Juvenal (55 d.C. – 127 d.C.) — Um dos maiores poetas satíricos de Roma. Escreveu sobre injustiça e tragédia no governo romano.

Plutarco (46 d.C. – 119 d.C.) — Escritor grego que viajou de Roma a Alexandria. Escreveu “Moralia”, sobre moral e ética.

Três romanos cujos escritos contêm referências mínimas a Cristo, Cresto ou cristãos:

Plínio, o jovem (61 d.C. – 113 d.C.) — Foi proconsul da Bitínia (atual Turquia). Numa carta ao imperador Trajano, em 112 d.C., pergunta o que fazer quanto aos cristãos que “se reúnem regularmente antes da aurora, em dias determinados, para cantar louvores a Cristo como se ele fosse um deus”. Uns oitenta anos depois da morte de jesus, alguém estava adorando a um Cristo (messias, em hebraico)! Entretanto, nada se diz sobre se este Cristo era jesus, o mestre milagreiro que foi crucificado e ressuscitou na Judéia ou se um Cristo mitológico das religiões pagãs de mistério. O próprio jesus teria dito que haveria muitos falsos Cristos, portanto a afirmação de Plínio não contribui em muito para demonstrar que o jesus de Nazaré existiu.

Suetônio (69 d.C. – 122 d.C.) — Em “A vida dos imperadores”, com a história de 11 imperadores, ele conta, em 120 d.C., sobre o imperador Cláudio (41 d.C. – 54 d.C.), que ele “expulsou de Roma os judeus que, sob a influência de Cresto, viviam causando tumultos”. Quem é Cresto? Não há menção a jesus. Seria este Cresto um agitador judeu, um dos muitos falsos messias, ou um Cristo mítico? Este trecho não prova nada sobre a historicidade de um jesus de Nazaré.

Tácito (56 d.C. – 120 d.C.) — Famoso historiador romano. Seu “Annuals”, referente ao período 14-68 d.C., Livro 15, capítulo 44, escrito por volta de 115 d.C., contém a primeira referência a Cristo como um homem executado na Judéia por Pôncio Pilatos. Tácito declara que “Cristo, o fundador, sofreu a pena de morte no reino de Tibério, por ordem do procurador Pôncio Pilatos”. Os estudiosos apontam várias razões para se suspeitar de que este trecho não seja de Tácito nem de registros romanos, e sim uma inserção posterior na obra de Tácito:

1. A referência a Pilatos como procurador seria apropriada na época de Tácito, mas, na época de Pilatos, o título correto era “prefeito”.

2. Se Tácito escreveu este trecho no início do segundo século, por que os Pais da Igreja, como Tertuliano, Clemente, Orígenes e até Eusébio, que tanto procuraram por provas da historicidade de jesus, não o citam?

3. Tácito só passa a ser citado por escritores cristãos a partir do século 15.

O que é claro e indiscutível é que um período de 80 a 100 anos sem nenhum registro histórico confiável, depois de fatos de tal magnitude, é longo o bastante para levantar suspeitas. Além do mais, é insuficiente citar três relatos tão curtos e tão pouco informativos para provar que existiu um messias judeu milagreiro chamado jesus que seria deus em forma humana, foi crucificado e ressuscitou.

Há três autores judeus importantes do primeiro século:

Philo-Judaeus (15 a.C. – 50 d.C.) — de Alexandria, era um teólogo-filósofo judeu que falava grego. Ele conhecia bem Jerusalém porque sua família morava lá. Escreveu muita coisa sobre história e religião judaica do ponto de vista grego e ensinou alguns conceitos que também aparecem no evangelho de João e nas epístolas de Paulo. Por exemplo: deus e sua Palavra são um só; a Palavra é o filho primogênito de deus; deus criou o mundo através de sua palavra; deus unifica todas as coisas através de sua Palavra; a Palavra é fonte de vida eterna; a Palavra habita em nós e entre nós; todo julgamento cabe Palavra; a Palavra é imutável.

Philo também ensinou sobre deus ser um espírito, sobre a Trindade, sobre virgens que dão luz, judeus que pecam e irão para o inferno, pagãos que aceitam a deus e irão para o céu e um deus que é amor e perdoa. Entretanto, Philo, um judeu que viveu na vizinha Alexandria e que teria sido contemporâneo a jesus, nunca menciona alguém com este nome nem nenhum milagreiro que teria sido crucificado e depois ressuscitou em Jerusalém, sem falar em eclipses, terremotos e santos judeus saindo dos túmulos e andando pela cidade. Por que? O completo silêncio de Philo é ensurdecedor!

Flavius Josephus (37 d.C. – 103 d.C.) — era um fariseu que nasceu em Jerusalém, vivia em Roma e escreveu “História dos judeus” (79 d.C.) e “Antiguidades dos judeus” (93 d.C.). Apologistas cristãos (defensores da fé) consideram o testemunho de Josephus sobre jesus a única evidência garantida da historicidade de jesus. O testemunho citado se encontra em “Antiguidades dos judeus”. Ao contrário dos apologistas, entretanto, muitos estudiosos, inclusive os autores da Encyclopedia Britannica, consideram o trecho “uma inserção posterior feita por copistas cristãos”. Ele diz que:

“Naquele tempo, nasceu jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos, Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes, do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa.

”Por que este trecho é considerado uma inserção posterior?

1. Josephus era um fariseu. Só um cristão diria que jesus era o Cristo. Josephus teria tido que renunciar s suas crenças para dizer isto, e Josephus morreu ainda um fariseu.
2. Josephus costumava escrever capítulos e mais capítulos sobre gente insignificante e eventos obscuros. Como é possível que ele tenha despachado jesus, uma pessoa tão importante, com apenas algumas frases?

3. Os parágrafos antes e depois deste trecho descrevem como os romanos reprimiram violentamente as sucessivas rebeliões judaicas. O parágrafo anterior começa com “por aquela época, mais uma triste calamidade desorientou os judeus”. Será que “triste calamidade” se refere vinda do “realizador de mil coisas milagrosas” ou aos romanos matando judeus? Esta suposta referência a jesus não tem nada a ver com o parágrafo anterior. Parece mais uma inclusão posterior, fora de contexto.

4. Finalmente, e o que é ainda mais convincente, se Josephus realmente tivesse feito esta referência a jesus, os Pais da Igreja pelos 200 anos seguintes certamente o teriam usado para se defender das acusações de que jesus seria apenas mais um mito. Contudo, Justino, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes nunca citam este trecho. Sabemos que Orígenes leu Josephus porque ele deixou textos criticando Josephus por este atribuir a destruição de Jerusalém morte de Tiago. Aliás, Orígenes declara expressamente que Josephus, que falava de João Batista, nunca reconheceu jesus como o Messias (”Contra Celsum”, I, 47).

Não somente a referência de Josephus a jesus parece fraudulenta como outras menções a fatos históricos em seus livros contradizem e omitem histórias do Novo Testamento:

1. A Bíblia diz que João Batista foi morto por volta de 30 d.C., no início da vida pública de jesus. Josephus, contudo, diz que Herodes matou João durante sua guerra contra o rei Aertus da Arábia, em 34 – 37 d.C.

2. Josephus não menciona a celebração de Pentecostes em Jerusalém, quando, supostamente: judeus devotos de todas as nações se reuniram e receberam o Espírito Santo, sendo capazes de entender os apóstolos cada qual em sua própria língua; Pedro, um pescador judeu, se torna o líder da nova igreja; um colega fariseu de Josephus, Saulo de Tarso, se torna o apóstolo Paulo; a nova igreja passa por um crescimento explosivo na Palestina, Alexandria, Grécia e Roma, onde morava Josephus. O suposto martírio de Pedro e Paulo em Roma, por volta de 60 d.C., não é mencionado por Josephus. Os apologistas cristãos, que depositam tanta confiança na veracidade do testemunho de Josephus sobre jesus, parecem não se importar com suas omissões posteriores.

A Encyclopedia Britannica afirma que os cristãos distorceram os fatos ao enxertar o trecho sobre jesus. Isto é verdade? Eusébio (265-339 d.C.), reconhecido como o “Pai da história da Igreja” e nomeado supervisor da doutrina pelo imperador Constantino, escreve em seu “Preparação do evangelho”, ainda hoje publicado por editoras cristãs como a Baker House, que “ s vezes é necessário mentir para beneficiar queles que requerem tal tratamento”. Eusébio, um dos cristãos que mais influenciou a história da Igreja, aprovou a fraude como meio de promover o cristianismo! A probabilidade de o cristianismo de Constantino ser uma fraude está diretamente relacionada desesperada necessidade de encontrar evidências a favor da historicidade de jesus. Sem o suposto testemunho de Josephus, não resta nehuma evidência confiável de origem não cristã.

Justus de Tiberíades é o terceiro escritor judeu do primeiro século. Seus escritos foram perdidos, mas Photius, patriarca de Constantinopla (878-886 d.C.), escreveu “Bibleotheca”, onde ele comenta a obra de Justus. Photius diz que “do advento de Cristo, das coisas que lhe aconteceram ou dos milagres que ele realizou, não há absolutamente nenhuma menção (em Justus)”. Justus vivia em Tiberíades, na Galiléia (João 6:23). Seus escritos são anteriores s “Antiguidades” de Josephus, de 93 d.C., portanto é provável que ele tenha vivido durante ou imediatamente após a suposta época de jesus, mas é notável que nada tenha mencionado sobre ele.

A literatura rabínica seria logicamente o outro lugar para se pesquisar a historicidade de jesus de Nazaré. O Novo Testamento alega que jesus é o cumprimento da profecia judaica sobre o messias, crucificado no dia da Páscoa. Naquele dia, supostamente houve um terremoto em Jerusalém, a cortina de seu templo se rasgou de alto a baixo, houve um eclipse do sol, santos judeus ressuscitaram e andaram pela cidade. Três dias depois, jesus ressuscitou e depois subiu aos céus diante de todos. Algum tempo depois, no dia de Pentecostes, os judeus de várias nações se reuniram e viram o Espírito Santo descer na forma de línguas de fogo; a igreja cristã se expandiu de forma explosiva entre judeus e pagãos, com sinais e milagres acontecendo por toda a parte. Em 70 d.C., Jerusalém foi cercada pelos romanos, que destruíram Israel como nação e dispersaram os judeus.

Ainda que os rabinos não aceitassem jesus como o Messias, o impacto dos acontecimentos volta de jesus logicamente teria sido registrado nos comentários ao Talmud (os midrash). A história e a tradição oral dos judeus registradas nos midrash foram atualizadas e receberam sua forma final pelo rabino Jehudah ha-Qadosh por volta de 220 d.C. Em seu livro “O jesus que os judeus nunca conheceram”, Frank Zindler diz que não há uma única fonte rabínica da época que fale da vida de um falso messias do primeiro século, dos acontecimentos envolvendo a crucificação e ressurreição de jesus ou de qualquer pessoa que lembre o jesus do cristianismo.

Não há locais históricos na Terra Santa que confirmem a historicidade de jesus de Nazaré. Monges, padres e guias turísticos que levam peregrinos cristãos (aceitam-se doações) aos locais dos acontecimentos descritos na Bíblia dificilmente podem ser considerados pessoas isentas. Ainda citando Zindler, “Não há confirmação não tendenciosa desses locais.” Nazaré não é mencionada nem uma vez no Antigo Testamento. O Talmud cita 63 cidades da Galiléia, mas não Nazaré. Josephus menciona 45 cidades ou vilarejos da Galiléia, mas nem uma vez cita Nazaré. Josephus menciona Japha, que é um subúrbio da Nazaré de hoje. Lucas 4:28-30 diz que Nazaré tinha uma sinagoga e que a borda da colina sobre a qual ela tinha sido construída era alta o suficiente para que jesus morresse se o tivessem realmente jogado lá de cima. Contudo, a Nazeré de nossos dias ocupa o fundo de um vale e a parte de baixo de uma colina. Não há “topo de colina”. Além disso, não há nenhum vestígio de sinagogas do primeiro século. Orígenes (182-254 d.C.), que viveu em Cesaréia, a umas 30 milhas da atual Nazaré, também não fala em Nazaré. A primeira referência cidade surge em Eusébio, no século 4. O melhor que podemos imaginar é que Nazaré só surgiu depois do século 2. Esta falta de evidência histórica parece ser a explicação para o fato de não haver nenhuma menção a Nazaré em nenhum registro, de nenhuma origem não cristã. Ou seja, Nazaré não existia no primeiro século.

Não há tempo nem espaço para se falar de outras cidades significativas citadas no Novo Testamento, mas as evidências históricas e arqueológicas quanto a Cafarnaum (mencionada 16 vezes no N.T.) e Betânia, ou o Calvário, são, assim como no caso de Nazaré, igualmente fracas e até mesmo desmentem as Escrituras.

Mentes críticas e objetivas se destacam por procurar confirmação imparcial dos supostos fatos. Quando a única evidência disponível de um acontecimento ou de seus resultados é, não apenas questionável e suspeita, mas também aquilo que os divulgadores do acontecimento ou resultado querem que você acredite, convém desconfiar. O fato é que os escritores judeus não-cristãos, gregos e romanos das décadas que se seguiram suposta crucificação e ressurreição de jesus nada dizem sobre ninguém chamado jesus de Nazaré. Uma pessoa justa sempre estará disposta a analisar novas evidências, mas, 2 mil anos depois, o cristianismo continua tendo tantas evidências imparciais sobre jesus quanto sobre o Mágico de Oz, Zeus ou qualquer um dos muitos deuses-redentores daquela época.