I Reis 3,3
Segundo esse trecho da Biblia, Salomão praticou cultos das Deusas de Fertilidade, havendo contribuído generosamente para a construção e manutenção de templos dedicados a essas divindades. Salomão envolveu-se com sacerdotisas, tendo praticado tais cultos. E segundo a mesma, por causa dessas atitudes ele foi punido posteriormente.
Salomão seguiu Astarte, deusa dos Sidónios, e Melcom, ídolo dos amonitas, construiu um santuário a camos, ídolo dos moabitas e um santuário a Melcom. Fez o mesmo para agradar ás suas mulheres estrangeiras, que queimavam incenso e ofereciam sacrifícios aos seus deuses.
No entanto segundo outras fontes místicas Salomão teria obitido o poder para realizar feitiçarias de magia negra tão poderosas que o tornaram lendário. O testamento de Salomão, foi descoberto no Egipto, e trata-se de um texto que data entre os séculos I e IV d.C. È um texto que reflecte histórias contadas sobre Salomão em tempos idos, provavelmente através de uma tradição oral. Nele revela-se que quando o templo de Israel estava a ser construído, um demónio chamado Ornias apareceu em Jerusalém. O demónio dedicou-se a roubar o salário do filho do chefe dos operários construtores do grande Templo. O demónio passou a inquietar o rapazinho, sendo que ele foi ficando cada vez mais magro e debilitado.
E pelo carinho pelo rapaz, Salomão tentou saber o motivo do estado cada vez mais enfermo do menor. O rapaz explicou a Salomão o motivo do seu tormento, e Salomão, revoltado com a situação, orou de dia e de noite, pedindo a Deus que colocasse o demónio sobre a sua autoridade. As orações foram ouvidas pelo arcanjo Miguel, que teria deascido á terra e teria dado assim a Salomão, um anel com uma pedra preciosa, onde se encontrava inscrito um selo. Salomão deu o anel ao rapaz, instruindo-lhe que quando o demónio lhe aparecesse, este lhe atirasse o anel em nome do Rei Salomão.
Assim sucedeu, e o anel que o rapaz atirou ao demónio, ficou cravado no peito desse, que imediatamente ficou em tormentos. O demónio implorou para que o rapaz lhe retirasse o anel do peito, sendo que em troca lhe daria todo o ouro e prata que ele desejasse. Assim não sucedeu, e o rapaz foi fiel ao seu rei. O demónio foi levado á presença do Rei Salomão. Salomão interrogou o demónio, ficando a saber o seu nome e seu símbolo astrológico.
Salomão passou a exercer domínio sobre o demónio Ornias, ( Ornias era um demónio pertencente a uma linhagem de arcanjos), fazendo que com esse demónio trouxesse outros demónios a subjugarem-se ao poder de Salomão. A certo ponto, Salomão ordenou a Ornias que lhe trouxesse o príncipe dos demónios, usando para isso o poder do seu anel. Ornias assim fez, e Belzebu foi capturado.
A partir do dominio magico de sobre entidades sombrias Salomão invocou e dominou um demónio feminino de nome Onoskelis, (que passou a estar permanentemente sob sua autoridade pessoal), bem como o terrível Asmodeus.
Assim todos os demónios teriam sido subjugados por Salomão, usados na construção do templo, bem como na obtenção de fabulosas riquezas. A mais ancestral tradição mística hebraica, revela-nos assim como usando o poder de Deus, Salomão praticou a mais poderosa magia negra e feitiços, obtendo inimagináveis riquezas e poder. A chave da magia de Salomão é por isso essa mesma: a sabedoria mística, que permite pela fé e conjugação dos elementos místicos certos, subjugar e obter poder sobre as mais fortes e perigosas forças espirituais. Eu em particular não acredito nisso, pois, tenho por dogma de fé, que os dons de Salomão, eram dons divinos e não ajuda de demonios! Essa historia não passa de fábula para manchar a bela historia do Sábio Mago da Luz. Ele teve seus erros, seguindo conta a historia, mas, não confudamos seus erros, com os seus dons.
Provavelmente essa historia é mentira, mas, lembramos bem que ele foi realmente punido pelo Senhor Deus por mexer com coisas obscuras e perigosas. O que sabemos tambem é que ele dominava muito bem a magia do amor e do sexo! Prova disso foram as lindas e belas mulheres em grande numero que se deitaram com ele.
Esse culto a deusa fertilidade mais a ajuda de entidades fortes que dominam a natureza feminina, pode ter sido o segredo de todo esse poder e influencia sobre as mulheres. Mas, por outro lado, sabemos que sua sabedoria e força espiritual foram dados diretamente pelo Criador, o que tambem era muito encantador naquela época e lhe rendiam muito respeito e admiração.
Dali a fama de que fala a rainha de Saba e sua curiosidade para comprovar até que ponto era grande a "magia" de Salomão, sua "sabedoria". Não se trata de forçar o sentido do texto bíblico, mas de explicitá-lo, para que se entenda o que significava, e significa, para os animistas, a sabedoria e o poder da sabedoria; a rainha de Saba não foi a Jerusalém movida por uma curiosidade intelectual ou teológica, foi para "comprar", com seus ouros e pedras preciosas e especiarias, essa "sabedoria", não para converter-se à religião de Israel, depois de ter colocado à prova diretamente o "nommo" de Salomão.
A rainha de Saba, seguramente, pertencia à cultura negra, independentemente de seus antecedentes raciais, porque sua atitude de deslocar-se para Jerusalém para ver se conseguia os segredos mágicos de um deus estrangeiro poderoso, é tipicamente expressiva da mentalidade que todavia ostentam os africanos com relação aos deuses estrangeiros. Os estudam, experimentam seu "poder" e se julgam que são efetivos, sem mais, os incorporam a seu panteão. Dali a insistência da rainha de Saba em interrogar a Salomão e seu ficar atônita pelas respostas e efetividade do que era conseguido no "Templo" com os ritos e "sacrifícios" que ali eram empregados.
Quanto a mulheres, sua primeira esposa foi uma egípcia, filha do faraó Siamon, da XXI dinastia; mas em seguida as coisas transbordaram um pouco, pois manifesta-se que o piedoso rei reuniu em seu harém nada menos que a 1.000 esposas mais, 700 oficiais e 300 concubinas, todas elas estrangeiras e de todas as raças, importadas e pagas a preço de ouro. O episódio da visita que a rainha de Saba fez a Jerusalém, mais que nada para certificar-se se a fama do explendor e sabedoria do monarca era merecida, carece de importância enquanto ao conseguinte pressumível idílio que pode ser desenvolvido, enquanto que a teve e a tem por razão de duas notícias reveladoras: a que indica a presença geográfica da rainha e a que sugere o tipo de sabedoria que ela e Salomão possuiam.
O texto bíblico relata assim as coisas: "Depois de terminado o Templo, o rei Salomão construiu também uma frota em Esionguéber (hoje Aqaba), que está junto a Elat, sobre a margem do Mar Vermelho, no país de Edom. Os livros de todos os bons mestres ocultistas do Ocidente existem comentários o símbolo usado por Salomão, também conhecido como Estrela de Davi e Sêlo de Salomão, denominações que indicam sua antiguidade. De fato, a estrela com seis pontas remonta às eras pré-cristãs, época veramente nebulosas, e não é uma exclusividade da cultura judaica; ao contrário, pertence ao acervo de signos mágicos de diferentes povos em diferentes épocas.
A estrela é um legado que os patriarcas de Israel receberam no contexto do sincretismo religioso resultante do encontro das culturas hindu-arianas (Índia) e semitas da Mesopotâmia (atual Iraque). Desde Abraão, a estrela atravessou séculos até chegar ao Rei Salomão, filho do Rei Davi. Os segredos da estrela foram revelados a Salomão como parte de sua iniciação nos Mistérios de Deus. Salomão, ícone representativo de sabedoria, foi, realmente, um Mago, ou seja, um conhecedor de forças metafísicas. A "lenda histórica" conta que Salomão obteve a revelação das Ciências Ocultas de fonte divina, Ciência esta que consiste na Cabala Judaica, "magia" das relações de poder entre números e palavras.
Em sua obra Dogma e Ritual da Alta Magia, o ocultista francês do século XIX, Eliphas Levi, inclui o seguintes comentários sobre o Selo de Salomão:
O verbo perfeito é ternário, porque supõe um princípio inteligente, um princípio que fala e um princípio falado. (...) O ternário está traçado no espaço pela ponta culminante do céu, o infinito em altura, que se une por outras linhas retas ao oriente e ao ocidente. Mas a esse triângulo visível, a razão compara outro triângulo invisível, que ela afirma ser igual ao primeiro; é o que tem por vértice a profundeza e cuja base virada é paralela à linha horizontal que vai do oriente ao ocidente. Estes dois triângulos, reunidos numa só figura, que é a de uma estrela de seis raios, formam o signo sagrado do sêlo de Salomão, a estrela brilhante do macrocosmo. A idéia do infinito e do absoluto é expresssa por este signo, que é o grande pentáculo, isto é, o mais simples e o mais completo resumo da ciência de todas as coisas. A própria gramática atribui três pessoas ao verbo. A pessoa que fala; a pessoa a quem se fala; a coisa de que se fala (pronome pessoal em primeira pessoa, pronome pessoal em terceira pessoa e objeto). O princípio infinito, ao criar, fala de si mesmo para si mesmo. (LEVI, p 90. Pensamento, 1993).
O duplo triângulo de Salomão é explicado por São João de modo notável. Há, diz ele, três testemunhos no Céu: o Pai, o Logos (Filho) e o Espírito Santo, e três testemunhos na Terra: o enxofre, a água e o sangue. São João está, assim, de acordo com os mestres da filosofia hermética o enxofre significa "o éter" (espírito), a água é anima, a força vital e o sangue, é a carne a matéria, a terra, os corpos. Se supõe que o espírito vem do céu, o operador deve ficar no cimo e colocar o altar da fumigações na base; se deve subir do abismo, o operador ficará na base. O símbolo sagrado dos dois triângulos reunidos, formando a estrela de seis raios e que é conhecida, em magia, sob o nome de pentáculo ou Sêlo de Salomão.
Dado por Gabriel a Salomão, o anel dos quatro ventos, transformou-o no rei dos gênios, segundo se conta no meio mistico oculto, mas, não tenho duvidas, que isso na verdade não resume todo segredo. Se realmente existiu esse anel, ele era apenas uma das ferramentes que pertenciam a Salomão. Dizem que em certo período de sua vida o rei teve este anel roubado, pelo djin Sakr, que ocupou o seu lugar, explicando-se, desta maneira, um período de politeísmo e de magia do seu reinado, quando perdeu o seu harém e os seus tesouros. Salomão recuperaria o anel de dentro da barriga de um peixe, como em um velho conto de fadas.
A rainha de Sabá foi considerada pelo Zoa como uma djina, um demônio feminino do deserto, sendo ela por isso ligada a Lili. Na realidade Sabá seria o arquétipo feminino ligado às mulheres independentes e de comportamento totalmente inaceitável, no tempo do Velho Testamento. Isso ocorreu por causa das tradições judaicas que sempre foram contrárias a ela, pois representava a mulher estrangeira, de outra cultura, em competição com a mulher nativa, capaz de transmitir aos filhos as tradições venerandas. Esta concorrência entre a mulher estrangeira e a nativa sempre foi uma constante nas tradições arcaicas, daí as crianças terem de ser protegidas contra os seus malefícios. Sabá também pode corresponder a Istar, a deusa da fertilidade dos povos semitas do fértil crescente, amoritas, cananeus, babilônios, arameus, judeus e assírios, entre outros, com um panteon de deuses da natureza, em que as primícias e os primogênitos eram queimados, em seu louvor. Seria ainda uma forma de Isis, a pomba negra egípcia, cultuada com ritos da fertilidade em vários pontos do Oriente.
Hoje entendemos melhor a figura da rainha de Sabá, personificando essa mulher estrangeira capaz de interferir, na sucessão israelita, através da sua beleza, a madrasta cruel eliminadora dos enteados, mandada de volta para a Arábia ou Abissínia, com o seu herdeiro, como um dia Agar também o foi. Tudo na verdade depende da forma interpretativa, de um olhar sem stigmatismo, fanatismo ou sectarismos.