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quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
As pinturas mais antigas dos rostos dos apóstolos de Jesus Cristo.
Arqueólogos e restauradores de arte usando nova tecnologia a laser descobriram o que acreditam ser as pinturas mais antigas dos rostos dos apóstolos de Jesus Cristo.
As imagens encontradas em um ramal das catacumbas de Santa Tecla, perto da Basílica de São Pedro, do lado de fora das muralhas da Roma antiga, foram pintadas no fim do século 4 ou início do século 5.
Arqueólogos acreditam que essas imagens podem estar entre as que mais influenciaram os retratos feitos por artistas posteriores dos mais importantes entre os primeiros seguidores de Cristo.
"São as primeiras imagens que conhecemos dos rostos desses quatro apóstolos", disse o professor Fabrizio Bisconti, diretor de arqueologia das catacumbas de Roma, que pertencem ao Vaticano e são administradas por ele.
Os afrescos eram conhecidos, mas seus detalhes vieram à tona durante um projeto de restauração iniciado dois anos atrás e cujos resultados foram anunciados nesta terça-feira em coletiva de imprensa.
Os ícones de rosto inteiro incluem as faces de São Pedro, Santo André e São João, que fizeram parte dos 12 apóstolos originais de Jesus, e São Paulo, que se tornou apóstolo após a morte de Cristo.
As pinturas possuem as mesmas características de imagens posteriores, como a testa enrugada e alongada, a cabeça calva e a barbicha pontuda de São Paulo, o que indica que podem ter sido as imagens nas quais os retratos posteriores se basearam.
Os quatro círculos, com cerca de 50 centímetros de diâmetro, estão no teto do local do sepultamento subterrâneo de uma mulher nobre que se acredita que tenha se convertido ao cristianismo no fim do mesmo século em que o imperador Constantino legalizou a religião.
Bisconti explicou que as pinturas mais antigas dos apóstolos os mostram em grupo, com rostos menores cujos detalhes são difíceis de distinguir.
"Trata-se de uma descoberta muito importante na história das comunidades cristãs primitivas de Roma", disse Bisconti.
"Cirurgia" a laser
Os afrescos dentro do túmulo, medindo cerca de 2 metros por 2 metros, estavam recobertos de uma pátina espessa de carbonato de cálcio pulverizado, provocada pela umidade extrema e a ausência de circulação de ar.
"Fizemos análises extensas e demoradas antes de decidir qual técnica empregar", disse Barbara Mazzei, que chefiou o projeto. Ela explicou como usou um laser como "bisturi ótico" para fazer o carbonato de cálcio cair sem prejudicar a tinta.
"O laser criou uma espécie de miniexplosão de vapor quando interagiu com o carbonato de cálcio, levando este a se destacar da superfície."
O resultado foi a clareza espantosa das imagens, antes opacas e sem nitidez.
As rugas na testa de São Paulo, por exemplo, estão nítidas, e a brancura da barba de São Pedro ressurgiu.
"Foi uma descoberta de forte impacto emocional", disse Mazzei.
Outras cenas da Bíblia, como a de Jesus convocando Lázaro a levantar-se dos mortos ou Abraão preparando-se para sacrificar seu filho, Isaac, também ficaram muito mais claras e nítidas.
"No que diz respeito a pinturas no interior de catacumbas, estamos acostumados a ver pinturas muito pálidas, geralmente brancas, com poucas cores. No caso das catacumbas de Santa Tecla, a grande surpresa foram as cores extraordinárias. Quanto mais avançamos, mais surpresas encontramos", disse Mazzei.
Situado num labirinto de catacumbas sob um prédio moderno, o túmulo ainda não está aberto ao público devido às obras que continuam, à dificuldade de acesso e ao espaço limitado. Bisconti disse que as novas descobertas serão abertas apenas à visitação de especialistas, por enquanto (por Philip Pullella).
Achadas pinturas mais antigas dos apóstolos de Jesus
Imagem 1/7: As imagens encontradas em um ramal das catacumbas de Santa Tecla, perto da Basílica de São Pedro, do lado de fora das muralhas da Roma antiga, foram pintadas no fim do século 4 ou início do século 5.
Imagem 2/7: Os ícones de rosto inteiro incluem as faces de São Pedro, Santo André e São João, que fizeram parte dos 12 apóstolos originais de Jesus, e São Paulo, que se tornou apóstolo após a morte de Cristo.
Imagem 3/7: Os quatro círculos, com cerca de 50 centímetros de diâmetro, estão no teto do local do sepultamento subterrâneo de uma mulher nobre que se acredita que tenha se convertido ao cristianismo no fim do mesmo século em que o imperador Constantino legalizou a religião.
Imagem 4/7: As pinturas possuem as mesmas características de imagens posteriores, como a testa enrugada e alongada, a cabeça calva e a barbicha pontuda de São Paulo, o que indica que podem ter sido as imagens nas quais os retratos posteriores se basearam.
Imagem 5/7: "São as primeiras imagens que conhecemos dos rostos desses quatro apóstolos", disse o professor Fabrizio Bisconti, diretor de arqueologia das catacumbas de Roma, que pertencem ao Vaticano e são administradas por ele.
Imagem 6/7: Bisconti explicou que as pinturas mais antigas dos apóstolos os mostram em grupo, com rostos menores cujos detalhes são difíceis de distinguir.
Imagem 7/7: Os afrescos dentro do túmulo, medindo cerca de 2 metros por 2 metros, estavam recobertos de uma pátina espessa de carbonato de cálcio pulverizado, que foi retirada com bisturi ótico.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Arquivos Vaticanos: A Revelação dos Magos
Um antigo documento conservado nos Arquivos Vaticanos lança uma certa luz, embora indireta e sujeita a caução, sobre a pessoa dos Reis Magos que foram adorar o Menino Jesus na Gruta de Belém. A informação foi veiculada por muitos órgãos de imprensa e páginas da internet.
O documento é conhecido como “A Revelação dos Magos”. Provavelmente seja algum “apócrifo”, nome dado aos livros não incluídos pela Igreja Católica na Bíblia. Portanto, não são “canônicos”, apesar de poderem ser de algum autor sagrado.
“Canônico” deriva de “Cânon”, que é o catálogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Católica e que constituem a Bíblia. Este catálogo está definitivamente encerrado e não sofrerá mais modificação.
Há uma série de argumentos profundos que justificam esta sábia decisão da Igreja.
Entretanto, uma extrema ponderação em apurar a verdade faz com que a Igreja não recuse em bloco esses “apócrifos” e reconheça que pode haver neles elementos históricos ou outros que ajudem à Fé.
Por isso mesmo, o Vaticano conserva a maior coleção mundial desses “apócrifos”, e os põe à disposição dos críticos de todas as religiões que queiram estudá-los.
A Igreja não tem medo de que possa sair qualquer coisa que desdoure a integridade e a santidade da Bíblia. Antes bem, deseja ardentemente encontrar qualquer dado que possa ajudar a melhor compreendê-la.
O apócrifo “A Revelação dos Magos” aparenta ser um relato de primeira mão da viagem dos Reis do Oriente para homenagear o Filho de Deus.
Reis Magos, Nicolás de Verdun (1130 – 1205). Urna dos Reis Magos na catedral de Colônia |
Só recentemente foi traduzido do siríaco antigo. O mérito é do Dr. Brent Landau, professor de Estudos Religiosos da Universidade de Oklahoma, EUA, que dedicou dois anos para decifrar o frágil manuscrito.
Trata-se de uma cópia feita no século VIII a partir de algum original perdido que, por sua vez, fora transcrito meio milênio antes. Portanto, a fonte original desse apócrifo dos Reis Magos remonta a menos de um século depois do Evangelho de São Mateus.
O documento levanta questões em extremo interessantes: quem foram ao certo, os Reis Magos? Foram três? Quais eram seus nomes? De onde vieram? Por quê?
Vejamos primeiro o que nos diz a única fonte digna de fé religiosa, o Evangelho de São Mateus:
“1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.A narração de São Mateus contém tudo o que é necessário para a Fé. Mas com o beneplácito e a aprovação da Igreja a piedade popular acrescentou muitos outros pormenores, que foram transmitidos por tradição oral e que são aceitos hoje sem contestação.
“2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.
“3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.
“4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.
“5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:
“6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).
“7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.
“8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.
“9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
“10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.
“11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.
“12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.” (São Mateus, cap. 2, 1ss)
O que diz a Tradição sobre seu número, condição, proveniência e destino?
É aqui que entra o papel do grande São Beda, o Venerável (673-735), Doutor da Igreja e monge beneditino nas abadias de São Pedro e São Paulo em Wearmouth, e na de Jarrow, na Nortumbria, Inglaterra.
São Beda é uma das máximas autoridades dos primeiros tempos da Idade Média pelo fato de ter recolhido relatos transmitidos oralmente pelos Apóstolos aos seus sucessores, e destes aos seguintes.
São Beda é também considerado como fonte de primeira mão da história inglesa, sendo muito respeitado como historiador. Sua História Eclesiástica do Povo Inglês (Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum) lhe rendeu o título de Pai da História Inglesa.
No tratado “Excerpta et Colletanea”, o Doutor da Igreja assim recolhe as tradições que chegaram até ele:
“Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
É, pois, São Beda quem por primeira vez escreveu o nome dos três. Nomes com significados precisos que nos ajudam a compreender suas personalidades. Gaspar significa “aquele que vai inspecionar”; Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltasar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.
Três Magos adoram o Menino Jesus. Sarcófago romano dos primeiros tempos do cristianismo, Museu Vaticano. |
Para São Beda – como para os demais Doutores da Igreja que falaram deles – os três representavam as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Neste sentido, eles representavam os reis de todo o mundo.
Também seus presentes têm um significado simbólico. Melquior deu ao Menino Jesus ouro, o que na Antiguidade queria dizer reconhecimento da realeza, pois era presente reservado aos reis.
Gaspar ofereceu-Lhe incenso (ou olíbano), em reconhecimento da divindade. Este presente era reservado aos sacerdotes.
Por fim, Baltasar fez um tributo de mirra, em reconhecimento da humanidade. Mas como a mirra é símbolo de sofrimento, vêem-se nela preanunciadas as dores da Paixão redentora. A mirra era presente para um profeta. Era usada para embalsamar corpos e representava simbolicamente a imortalidade.
Desta maneira, temos o Menino Jesus reconhecido como Rei, Deus e Profeta pelas figuras que encarnavam toda a humanidade.
Em coerência com essa visão, a exegese católica interpreta a chegada dos Reis Magos como o cumprimento da profecia de David: “Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. 11. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações”.(Sl. 71, 10-11)
Alguns especularam que talvez pelo menos um deles veio da terra de Shir (não identificada nos mapas modernos), na antiga China.
Em recente livro – escrito a título pessoal, portanto não sendo documento do magistério eclesiástico – Joseph Ratzinger (S.S.Bento XVI) comenta que “a promessa contida nestes textos [N.R.: Salmo 72,10] estende a proveniência destes homens até ao extremo Ocidente (Tarsis, Tartessos em Espanha), mas a tradição desenvolveu posteriormente este anúncio da universalidade aos reinos de que eram soberanos, como reis dos três continentes então conhecidos: África, Ásia e Europa”, segundo informou “Religión Digital” de Espanha.
A amplidão do leque de possibilidades geográficas fica patente neste comentário.
Tarsis ou Tartessos ficaria na Andaluzia, Espanha, especificamente em “algum lugar compreendido entre Cádiz, Huelva e Sevilha”. Segundo o “ABC” de Madri, os sevilhanos acham que se Melquior, Gaspar e Baltasar fossem andaluzes teriam se manifestado mais alegremente, teriam cantado “sevilhanas” e levado pandeiros. A reação popular suscita um amável sorriso.
O que foi depois dos Reis Magos?
Reis Magos, Andrea Mantegna (1431-1506). Representam todas as raças. |
De acordo com uma tradição acolhida por São João Crisóstomo, Padre da Igreja, os três Reis Magos foram posteriormente batizados pelo Apóstolo São Tomé e trabalharam muito pela expansão da Fé (Patrologia Grega, LVI, 644).
A fama de santidade dos Reis Magos chega até os nossos dias.
Seus restos são venerados na nave central da Catedral de Colônia, em magnífica urna de ouro e de pedras preciosas que extasia os visitantes.
As relíquias deles foram descobertas na Pérsia pela imperatriz Santa Helena e levadas à capital imperial Constantinopla. Depois foram transferidas a outra capital imperial – Milão –, até que foram guardadas definitivamente na Catedral de Colônia em 1163 (Acta SS., I, 323).
Por que eram "Magos"?
Há grande dificuldade em identificar com plena exatidão geográfica os países de procedência dos Reis Magos, além dos dados da Escritura e de São Beda.
Sem dúvida, seu caráter de “magos”, reconhecido pelo Evangelho de São Mateus, aponta para a área da civilização caldeia (cujo epicentro foi no atual Iraque, mas incluiu diversos países vizinhos, entre eles o Irã).
O nome “mago” provinha do fato de os sacerdotes dessa área serem muito voltados para a consideração dos astros. A eles devemos o início da ciência astronômica.
Com a decadência moral, os “magos” caldeus viraram uma espécie de bruxos, divulgadores de toda espécie de superstições.
Os Três Reis Magos teriam sido os últimos sacerdotes honrados daquele mundo pagão que aspiravam sinceramente conhecer o Salvador.
Relicário dos Três Reis Magos, catedral de Colônia. |
Neste caso, foram exemplos arquetípicos do pagão de boa-fé que deseja conhecer a verdadeira religião, e que assim que a encontra adere a ela sem demoras nem restrições.
Foram "Reis"?
Discute-se também em que sentido podem ser chamados de “Reis”, pois não se lhes conhece a procedência e menos ainda a localização do reinado.
Porém, na Antiguidade, muitas vezes os patriarcas, ou chefes de grandes clãs, ou grupos étnico-culturais, governavam com poderes próprios de um rei, sem terem esse título ou equivalente. E seu reinado se concentrava sobre sua hoste, por vezes nômade.
São João Damasceno não recusava que eles fossem descendentes de Set, terceiro filho de Adão. E este pormenor nos leva de volta ao “apócrifo” do Vaticano.
A estrela que os guiou
Está escrito em siríaco, língua falada pelos primeiros cristãos da Síria e ainda hoje, bem como do Iraque e do Irã.
O Prof. Landau acredita que no “apócrifo” entra muita imaginação. Mas, há uma muito longa descrição das supostas práticas, culto e rituais dos Reis Magos.
Relicário dos Três Reis Magos, catedral de Colônia. |
Feitos, pois, os devidos descontos no apócrifo, lemos nele que Set, terceiro filho de Adão, transmitia uma profecia, talvez ouvida de seu pai, de que uma estrela apareceria para sinalizar o nascimento de Deus encarnado num homem.
Prêmio a uma fidelidade de séculos
Gerações de Magos teriam aguardado durante milênios até a estrela aparecer.
Mistérios da fidelidade! Milênios aguardando, gerações morrendo na esperança e transmitindo aos filhos o anúncio de um dia remoto em que o mundo receberia o Salvador!
Segundo o Prof. Landau, o “apócrifo” diz que a estrela no fim “transformou-se num pequeno ser luminoso de forma humana que foi Cristo, na gruta de Belém”.
A afirmação não é procedente se a interpretarmos ao pé da letra. Mas, levando em conta o estilo altamente poético do Oriente, poderíamos supor que o brilho da estrela de Belém convergiu no Menino Jesus e desapareceu.
E, de fato, depois de encontrar o Menino Deus, os Magos não mais viram a estrela. Alertados por um anjo, voltaram por um outro caminho às suas terras, como ensina o Evangelho de São Mateus, que não mais menciona a estrela no retorno.
sábado, 19 de outubro de 2013
terça-feira, 15 de outubro de 2013
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