Os séculos 5⁰ e 4⁰ a.C. são o grande período de vinculação do culto desse deus nas pólis – as cidades-Estado gregas.
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.Os gregos antigos foram um povo politeísta, que habitou o sul da Península balcânica e várias áreas do Mediterrâneo e mar Negro. Para eles, como outros povos antigos, as esferas religiosa, política e econômica se misturavam. A divindade mais importante era Zeus. Seu culto estava ligado, inicialmente, ao agrário e ao pastoril, e era realizado em picos de montanhas ou em cavernas. Posteriormente, foi associado às leis, à justiça e ao poder, e passou a ser cultuado, entre outros lugares da cidade grega, na ágora, espaço onde ficavam os prédios públicos e era o centro da vida social nas pólis (as cidades-Estado gregas).
Estudo mostra que a época clássica (séculos 5⁰ a 4⁰ a.C.) foi o grande período de vinculação do culto de Zeus à pólis grega. A pesquisa, pioneira ao unir a análise de santuários dedicados a Zeus e de moedas gregas antigas com imagens dessa divindade.
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Esses dois materiais históricos, santuários e moedas, trazem um contexto único. Ambos eram produzidos por uma mesma entidade política: as pólis. E revelam muito sobre o mundo grego, ajudando a entender as mudanças do culto a Zeus na Grécia Antiga, além da apropriação e a consolidação da função dessa divindade nas cidades-Estado.
O foco principal do estudo foram as épocas arcaica (séculos 7⁰ a 6⁰ a.C.), quando as pólis começaram a ser formadas; e clássica (séculos 5⁰ a 4⁰ a.C.), quando houve a consolidação dessas cidades-Estado. Foram estudados 60 santuários dedicados a Zeus localizados, entre outras regiões do mundo grego, no Peloponeso, na Ilha de Creta, na Sicília e no sul da Itália, além de 375 moedas do mundo grego com imagens de Zeus, águias e raios.
Os gregos antigos eram muito ligados aos fenômenos da natureza e associavam algumas dessas manifestações com as divindades. Se um raio caía num lugar, poderia ser entendido como uma manifestação de Zeus. Já a águia era considerada a ave mais forte, dominadora, e acabou por ser associada a essa divindade”. O culto a Zeus, assim como a algumas outras divindades veneradas na Grécia Antiga, é anterior ao mundo grego e existem indícios de que esse deus já era cultuado muito antes, na Idade do Ferro (entre os séculos 12⁰ a 9⁰ a.C.), quando as cidades gregas ainda não existiam.
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Do alto das montanhas e dentro de cavernas para as pólis
Estudos revelaram que, na Idade do Ferro, apesar dos poucos santuários, o culto a Zeus influenciou as comunidades, principalmente na esfera militar, traço que se conservou nas épocas arcaica (séculos 7⁰ a 6⁰ a.C.) e clássica (séculos 5⁰ a 4⁰ a.C.). A partir da época arcaica, Zeus passou a desempenhar papéis reguladores no funcionamento das cidades gregas, principalmente nas funções políticas e jurídicas.
A época clássica foi o grande período de vinculação do culto de Zeus à pólis grega, como mostram as evidências referentes à monumentalização (a edificação de templos, por exemplo, já que nem todos tinham esse tipo de construção) de santuários dessa divindade e o aumento significativo de áreas sagradas urbanas. Outra evidência são os diversos epítetos (palavra ou expressão que se associa a um nome para qualificá-lo), relacionados à esfera política da cidade grega no período, como Zeus Agoraios (da ágora) entre outros.
“A apropriação do culto dessa divindade pelas comunidades políticas (as cidades-Estado gregas) iniciada no século 6⁰ a.C., se intensificou no século 5⁰ a.C., atingindo o ápice no século 4⁰ a.C. Uma prova da ocorrência desse fenômeno é o início do uso e a proliferação das imagens de Zeus e de raios em moedas das cidades gregas nos séculos 5⁰ e 4⁰ a.C.”
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Como uma peregrina
Os santuários de Zeus identificados por relatórios de escavação de sítios arqueológicos foram catalogados por diversos institutos de pesquisa internacionais.
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Os restos materiais desses santuários, variavam muito. Alguns estavam em ruínas, outros nem tanto, estivessem eles próximo a cidades, “no meio do mato”, em cavernas ou nas montanhas mais altas. Há publicações que mostram as plantas baixas desses sítios históricos. De posse dessas plantas, e de material bibliográfico, Lilian ia até os santuários e observava vários aspectos, entre eles, os restos materiais de onde ficava o altar e outras características do templo, além da paisagem ao redor: alto de uma montanha, em uma caverna, qual a dificuldade para chegar lá, etc.
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Já as moedas da Grécia Antiga encontram-de em catálogos de museus ou associações de numismáticas que publicam coleções. Há também muito material na internet. Em Olímpia, encontra-se uma coleção numismática.
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