quinta-feira, 17 de maio de 2012

" Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus"



O batismo é um assunto importante nas Escrituras. Muitos textos mostram que o batismo está intimamente relacionado com outros temas fundamentais do evangelho. Quando Jesus encarregou 
os apóstolos da Grande Comissão, ele fez o batismo ser um elemento central da mensagem que eles deveriam pregar ao mundo: "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos as dias até à consumação do século" (Mateus 28:18-20). Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da unidade cristã, o batismo era um deles: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Você pode perceber a importância do batismo por causa da sua ligação com aqueles outros elementos vitais do cristianismo. Infelizmente, poucos entendem o que a Bíblia afirma acerca da relação entre batismo e salvação. O objetivo deste artigo é mostrar que o batismo é um requisito para a salvação.



As Escrituras ensinam que há vários requisitos para a salvação: a graça de Deus, o amor de Deus, o sangue de Cristo, o ouvir a palavra, o arrependimento, a confissão, a fé, a obediência, etc. Nenhum dos elementos acima salva sozinho; todos são, no entanto, imprescindíveis. Em meio a tudo o que o homem tem que fazer para ser salvo está o batismo. Ninguém pode ser salvo sem fé, sem a graça de Deus, sem o sangue de Cristo, sem o arrependimento, etc., mas também não pode ser salvo sem o batismo. O batismo é um dos vários requisitos indispensáveis para a salvação.



O Batismo é Necessário para a Salvação



Marcos 16:16­ "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado." O texto é claro. É necessário que creiamos e sejamos batizados. Alguns acreditam que o batismo não é essencial porque na segunda metade do versículo Jesus não disse que aquele que não crê e não é batizado será condenado. A questão obviamente é se queremos ser salvos ou condenados. Para sermos salvos duas coisas são necessárias: a crença e o batismo. Para sermos condenados basta uma: a descrença. Examine este paralelo: quem for contratado pela fábrica e trabalhar esforçadamente receberá a promoção; quem não for contratado não receberá a promoção. Na verdade, não importa quão arduamente um homem trabalhe, se nunca for contratado, certamente não receberá a promoção.


João 3:5­ "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus." Não é possível entrarmos no reino do céu sem nascermos de novo da água e do espírito. O único nascimento pela água de que falam as Escrituras é o batismo (veja Romanos 6:3-4). Nascer do espírito diz respeito à transformação espiritual que devemos experimentar. Sem o batismo das águas e sem a mudança espiritual, é impossível entrarmos no reino.

Atos 2:38­ "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." O contexto aqui é muito importante. Pedro tinha acabado de pregar um sermão no qual acusava os que o ouviam de haverem assassinado ao Senhor. Seus ouvintes perguntaram o que tinham que fazer então para serem salvos. Pedro mandou que se arrependessem e fossem batizados para receber o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo. Sem arrependimento e sem batismo, permanecemos perdidos, sem perdão.



Atos 22:16­ "E agora, porque te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele." Esse texto nos mostra como invocar o nome do Senhor e ser salvo. Certamente devemos invocar o nome do Senhor para sermos salvos (Romanos 10:13; Atos 2:21). Mas isso significa mais que simplesmente gritar "Jesus" (Mateus 7:21-23; Lucas 6:46; Atos 19:13-16; Romanos 10:1-3). Invocar o nome do Senhor significa voltar-se para ele e submeter-se a ele para receber a salvação. O modo pelo qual fazemos isso é para ser batizados e lavar os pecados. Uma vez que não é possível sermos salvos tendo ainda o pecado e uma vez que o batismo é exigido para ser lavado dos pecados, fica claro que o batismo é necessário para a salvação.



Romanos 6:3,4­ "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida." Essa passagem compara o batismo do cristão com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Jesus morreu. Nós temos que morrer com respeito ao pecado. Jesus ressuscitou; devemos também ressurgir do nosso sepulcro do batismo para vivermos uma vida nova. Está claro que a nossa nova vida segue o nosso batismo. Como não se enterra ninguém vivo, mas sim os mortos, assim também os batizados são aqueles que estão mortos no pecado e não os que já estão vivos em Cristo. A vida nova é recebida após o batismo.



1 Pedro 3:21: "A qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de um boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo." O batismo compara-se ao dilúvio dos dias de Noé. O dilúvio salvou a Noé da corrupção e da perversidade do velho mundo. O batismo nos salva da corrupção e do pecado de nossa velha vida. Uma vez que o texto afirma que o batismo nos salva, a questão é indiscutível. 



Objeções



"O batismo não é batismo de fato." Algumas pessoas tomam os textos acima e tentam desidratá-los, dizendo que não se referem ao batismo nas águas. Isso é difícil fazer de forma convincente. João 3:5, por exemplo, afirma claramente: "nascer da água e do espírito". As pessoas tentaram dar toda sorte de significados à água nesse texto. Algumas dizem que Jesus estava falando do nascimento físico e que a água é o líquido amniótico de que tratamos quando dizemos que rompeu a bolsa d'água de uma grávida. Mas seria um pouco estranho que Jesus dissesse a homens vivos que eles tinham de nascer de novo fisicamente para entrar no reino dos céus. Informar Nicodemos que precisava nascer fisicamente para entrar nos céus era visivelmente desnecessário; isso obviamente já havia ocorrido! No contexto, Jesus mostrou categoricamente que estava falando de um nascimento espiritual e não físico. Foi Nicodemos, não Jesus, que imaginou entrar de novo no ventre da mãe para nascer. Alguns dizem que água em João 3:5 significa a palavra. Mas isso é arbitrário. Podemos dizer que água significa qualquer coisa ­ iogurte, por exemplo ­ e ensinar que as pessoas devem ser batizadas no iogurte para ser salvas! Mas Jesus disse água, e não há por que mudar isso.



Deve ficar claro que 1 Pedro 3:21 se refere ao batismo nas águas. No contexto, ele estava falando sobre como o mundo dos dias de Noé se encheu de água. Alguns defendem a idéia de que Noé foi salvo das águas e não pelas águas. O ponto do contexto, entretanto, não é a preservação de Noé na arca, mas sua salvação pela água do pecado do mundo.



Alguns tentam interpretar essas passagens como se fosse uma referência ao batismo com Espírito Santo. É verdade que a Bíblia menciona o batismo do Espírito Santo. Há, no entanto, diferenças significativas entre o batismo nas águas e o batismo do Espírito Santo que devem deixar claro a qualquer estudioso qual é qual. O batismo do Espírito Santo era uma promessa, nunca uma ordem (observe Atos 1:4-5,8). Se um batismo é ordenado, sabemos que não se trata do batismo do Espírito Santo. Com base nisso, Atos 2:38 e Atos 22:16 têm que referir-se ao batismo nas águas. Cristo é quem batizava com o Espírito Santo, não o homem. Se o batismo tratado é um batismo feito por homens, sabemos tratar-se do batismo nas águas. Por essa razão, Marcos 16:16 deve referir-se ao batismo nas águas (veja Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-16). Romanos 6:3-4 é o batismo nas águas porque implica um sepultamento e uma ressurreição para uma nova vida.



"A salvação não é salvação de fato." Às vezes as pessoas negam que esses textos realmente ensinem que o batismo é essencial para a salvação. Com muita freqüência, fazem-no com Atos 2:38: "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo". Dizem que a expressão "para remissão dos pecados", no grego, significa ser batizado porque os seus pecados já foram perdoados e não para receber o perdão dos pecados. O interessante é que a mesma expressão, tanto em português quanto em grego, é usada em Mateus 26:28: "Porque isto é meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados". O sangue de Jesus foi vertido para remissão dos pecados. Teria seu sangue sido derramado porque os nossos pecados já haviam sido perdoados ou para recebermos o perdão? Sem dúvida, para recebermos. Atos 2 já em si afirma que devemos arrepender-nos e ser batizados para o perdão. Se devíamos ser batizados porque os nossos pecados já foram perdoados, então o arrependimento também se daria porque já recebemos a remissão dos pecados. Sabemos, porém, que o arrependimento é um requisito para recebermos o perdão; também o batismo.



"Salvos pela fé." Muitas pessoas fazem vistas grossas a todos os textos que tratam do batismo ao tentarem decidir se o batismo é ou não imprescindível para a salvação. Elas ressaltam os versículos bíblicos que ensinam que somos salvos pela fé (João 3:16; 5:24; Atos 16:31; Romanos 5:1; 10:9-10, etc.). Sem dúvida somos salvos pela fé. A Bíblia deixa isso bem claro. Mas esse fato nada fala sobre o batismo ser ou não também necessário para a salvação. Somos salvos por Cristo (Romanos 5:9-10), mas isso não significa que a fé seja dispensável. Somos salvos pelo arrependimento (Atos 3:19), mas isso não invalida a graça de Deus. Mateus 5:9 ensina que somos salvos por sermos pacificadores, mas isso não nos autoriza a descartar a fé, o arrependimento e o batismo, crendo que o fato de sermos pacificadores seja em si o que nos vai salvar. Se desejo saber sobre a relação que há entre o batismo e a salvação, devo estudar os textos que tratam do assunto do batismo e da salvação. Os textos que abordam a relação entre a fé e a salva'e7ão não responderão à pergunta.



Conquanto a Bíblia inequivocamente ensina que somos salvos pela fé, ela também nos mostra que nem todo tipo de fé salva. Tiago 2:14-26 sustenta com convicção que a fé sem a obediência é uma fé morta incapaz de salvar. João 12:42,43 apresenta algumas pessoas que creram, mas não professaram a Cristo: "Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus". Será que foram salvas? Certamente, nem todo tipo de fé salva, apenas a fé que obedece ao que as Escrituras ensinam (Gálatas 5:6; Hebreus 5:9).



O que realmente importa perguntar é: quando é que a fé salva? A fé de Josué e dos homens de Israel causaram a ruína dos muros de Jericó quando obedeceram ao Senhor e marcharam ao redor dos muros 13 vezes (Hebreus 11:30). A nossa fé salva quando obedecemos ao Senhor (Romanos 6:17-18) e somos batizados (Gálatas 3:26-27).



"Não salvo pelas obras." As Escrituras ensinam que não somos salvos pelas obras (Efésios 2:8-9; Romanos 4:1-5), mas também que somos salvos pelas obras (Tiago 2:24). Não há dúvida de que esses textos falam de diferentes tipos de obra. A Bíblia, aliás, aborda muitos tipos diferentes de obras. Há as obras da carne (Gálatas 5:19-21). É claro que não somos salvos por estas obras. A Bíblia trata de obras para ganhar ou merecer a salvação. Com estas obras, a salvação seria uma questão de salário e aquele que a recebesse poderia gabar-se de ter merecido a salvação porque trabalhou para conquistá-la. Esse tipo de obra não salva (Romanos 4:1-5). Mas as obras de uma fé obediente são imprescindíveis para a salvação (Tiago 2:14-26). Devemos sempre analisar o tipo de obra que se acha em discussão no contexto. Tito 3:5 ensina que não somos salvos pelas obras, mas pelo batismo: "Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo". Paulo estava aqui usando obras no sentido de Efésios 2 e de Romanos 4, afirmando que o batismo não é uma obra de merecimento, pela qual não somos salvos. O batismo é um ato de obediência pelo qual somos salvos.



A confusão surge do nosso uso da palavra obra. Suponhamos que eu lhe prometa dar um milhão de reais sob certas condições. Você tem de limpar toda a minha casa. Minha casa não é muito grande, nem está muito suja, então está claro que o pagamento se trata de um presente e não um salário. Você fez obras suficientes para merecer um milhão? Claro que não. Seria absolutamente impossível você ganhar um milhão de reais limpando uma casa. Você fez obras para cumprir as condições e receber um milhão de presente? Sem dúvida. Você o recebeu só depois de limpar a casa. Nossa palavra obra às vezes só faz referência a algo feito. Outras vezes, refere-se a algo feito para merecer salário. Precisamos fazer algo para ser salvos, mas não podemos ganhar a nossa salvação como um pagamento.



"O ladrão na cruz." Às vezes, ouvimos a objeção de que o ladrão da cruz não foi batizado, mas foi salvo. O ladrão foi salvo antes de Jesus morrer. Ninguém podia ser batizado na morte de Jesus antes que ele mesmo tivesse morrido. Portanto, nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem ninguém antes de Jesus foi batizado para ser salvo. Os requisitos bíblicos para a salvação mudaram com a morte de Cristo. Nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem o ladrão acreditaram que Jesus tinha ressuscitado dentre os mortos. Mas ninguém pode ser salvo hoje sem crer que Jesus ressuscitou dos mortos.

Hebreus 9:15-18 afirma que o testamento de uma pessoa passa a vigorar após sua morte. Antes de eu morrer, posso distribuir os meus bens da maneira que eu bem entender. Após minha morte, minhas propriedades serão distribuídas de acordo com as disposições do meu testamento. Antes da morte de Jesus, ele deu a salvação àqueles que quis. Mas, após morrer, a salvação é dada de acordo com as condições de seu testamento. Após sua morte, Jesus claramente afirmou que aquele que crê e se batiza será salvo (Marcos 16:15-16).



Conclusão



Muitas vezes Deus fez uso da água como linha divisória. Nos dias de Noé, a água do dilúvio separava o mundo pecaminoso da nova vida num mundo purificado (Gênesis 6-8). No êxodo, a água do mar Vermelho era a linha divisória entre a escravidão e a liberdade (Êxodo 12-15). Nos dias de Naamã, a água do rio Jordão era a linha divisória entre a lepra e a purificação (2 Reis 5). Nos dias do cego, a água do Tanque de Siloé era a linha divisória entre a cegueira e a capacidade de ver (João 9). Por que Deus usou a água nesses casos, eu não sei. Mas, sem dúvida, não nos deve parecer estranho que Deus tenha feito a água no Novo Testamento ser a linha divisória entre a velha vida de pecado e a nova vida em Cristo.



O batismo não é o único requisito para a salvação hoje, mas não podemos ser salvos sem ele. "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (João 3:5).

Nenhum comentário:

Postar um comentário