quinta-feira, 14 de março de 2013

(pt.scribd) Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia


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(pt.scribd) MANUAL DE ESCATOLOGIA (J. Dwight)



MANUAL DE ESCATOLOGIA - J. Dwight Pentecost - Scribd

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(pt.scribd) Manual Biblico (Henry H. Halley)


Manual Bíblico - Scribd

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(pt. scribd) Dicionário de personagens bíblicos


Dicionário de Personagens biblicos - Scribd

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(pt. scribd) História dos Hebreus - Flávio Josefo (obra Completa)


História dos Hebreus - Flávio Josefo (Obra Completa)

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quarta-feira, 13 de março de 2013

Cosmogonia ou Cosmologia: Mito ou ciência? (O Poder do Mito).



Os mitos bíblicos anteriores a Moisés

A Bíblia não fala apenas da história dos judeus (Velho Testamento) e do começo do cristianismo (Novo Testamento), mas também das origens da Terra e do Universo. A idéia de “início” dos tempos está contida na etimologia do primeiro livro: Gênesis tem como radical o termo “gene” (= nascimento), que deu origem a uma família de palavras pertencentes a línguas antigas e modernas do Oriente Médio e do Ocidente: genética, gineceu, ginecológico, genealogia etc. Enquanto o livro do Êxodo pode ser considerado uma teofania (a “fala” de Deus ao homem), o Gênesis é uma Cosmogonia (a “luta” entre os elementos do Universo). Podemos dividir o Gênesis em duas partes: a Criação do Mundo e de seus primeiros habitantes (1-11) e a História dos Patriarcas (12-50).
A fábula da criação do mundo

“No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era informe e vazia. As trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas. Deus disse: “Faça-se a luz”. E a luz foi feita... Façamos o homem a nossa imagem...Concluída toda a obra, no sétimo dia Deus repousou”.

A concepção de Deus que aparece no Gênesis é de um Construtor que edifica uma obra grandiosa no prazo de uma semana. Os hebreus, como outros povos primitivos, imaginavam a terra, moradia do homem e dos outros seres vivos, como um disco plano e circular a boiar sobre as águas salgadas do abismo e em baixo do firmamento, acima do qual existia um mar de água doce, de onde derramava a chuva. No subsolo habitavam os defuntos, enquanto o andar superior era a residência dos deuses. Tal descrição está de acordo com as aparências, anterior ao conhecimento científico da natureza. Como dizia um filósofo pré-socrático, “o homem é a medida de todas as coisas”: só podemos expressar o que está dentro de nós ou ao alcanço da nossa percepção.

Se é assim, cabe inverter a expressão bíblica de que Deus fez o homem a sua semelhança. A verdade é exatamente o contrário: é o homem que cria os deuses conforme a imagem que ele tem das coisas. Se o Deus do Velho Testamento é apresentado como um ser prepotente, excludente, injusto, ciumento, vingativo, é porque os hebreus daquela época eram assim. Na medida em que o povo judeu vai evoluindo, sua concepção de Deus irá adquirir feições cada vez mais espirituais e universais. Tal “evolução” é um fato inegável, admitido por todos os estudiosos e exegetas dos livros considerados sagrados, sejam eles católicos, protestantes, rabinos ou muçulmanos. E aqui cabe a pergunta: se os crentes admitem a evolução do espírito humano, por que rejeitam a teoria da evolução da matéria biológica?

Ao estudarmos Darwin, o princípio universal da evolução da vida, seja ela orgânica ou inorgânica, material ou espiritual, é o grande achado da ciência moderna, a única resposta racionalmente possível face ao mistério do Universo. A teoria evolucionista, apoiada no princípio de que natura non facit saltus (a natureza não dá pulos), irá substituir definitivamente a teoria do criacionismo bíblico, regido pelo fiat lux (a luz apareceu de repente, apenas por ato da vontade divina). Mas é evidente que não se trata de vontade divina. Se Ele realmente existisse e tivesse criado o mundo nos moldes descritos no Gênesis, seria um Arquiteto bem ruim.

Apenas dois exemplos: como explicar a existência das plantas antes da criação do sol? Como criar o Universo todo em apenas seis dias, quando a ciência nos ensina que a passagem do caos para o cosmo levou bilhões de anos? Estas e tantas outras inverdades e contradições, não apenas cosmológicas, mas também éticas (ordenar o genocídio de crianças!), só podem ser atribuídas à ignorância e à maldade humana. Um deus nunca poderia cometer tamanhas monstruosidades.

Os “profetas” de todos os tempos e de qualquer lugar, líderes que, numa altura de sua vida, se sentiram imbuídos de um espírito divino, devem ser considerados como visionários que se serviram do nome de Deus para dar credibilidade à sua concepção do mundo e impor sua doutrina e suas leis. Quem comete erros só pode ser o homem, pois Deus, por definição, é o ser perfeitíssimo,  onividente, onipotente, sumamente misericordioso. Em todos os trechos bíblicos, portanto, por justiça, deveríamos substituir “Deus disse” por Moisés, Salomão, Paulo de Tarso... disse. O mesmo diga-se com relação ao Corão: quem afirma coisas é o homem Maomé e não o deus Alá!
A justificativa costumeira é que a Bíblia não deve ser lida ao pé da letra, pois ela contém sentidos simbólicos e didáticos, expressos através de imagens poéticas, que relatam realidades peculiares de tempos e lugares. Tudo bem, de acordo. Mas, então, perguntamos, qual é a diferença entre os escritos dos dois Testamentos e os poemas épicos que a tradição nos legou? A inspiração divina? Mas o poeta grego Homero, ao escrever a Ilíada e a Odisseia, também ele se sentiu inspirados pela divindade:

“Canta, o deusa, a cólera de Aquiles, filho de Peleu....”

Este primeiro verso do poema A Ilíada deixa claro que o poeta se considera um intermediário entre a divindade e a humanidade, um “vate”, um profeta que revela um saber proveniente de uma esfera superior. O mesmo diga-se com relação ao romano Virgílio, autor da Eneida, e do italiano Dante Alighieri, que escreveu a Divina Comédia. O grandíssimo poeta florentino é o enviado de Deus que, acompanhado pelo pagão Virgílio e pela sua angelical amada Beatriz, revela aos homens o que se passa no Inferno, no Purgatório e no Paraíso, conforme a doutrina católica medieval e a realidade histórica da Florença da época do Autor. Por que considerar, então, os escritos de Moisés “inspirados” por uma divindade e os dos outros poetas épicos desprovidos de sacralidade, se, do ponto de vista imaginativo e educativo, Homero e Dante são de longe bem superiores a qualquer autor de textos da Bíblia ou do Alcorão? A única figura humana verdadeiramente sublime é Jesus Cristo, mas, infelizmente, ele não escreveu nada. O que sabemos dele foi redigido por intermediários, muito tempo depois de sua morte.

O pecado original: é proibido conhecer a verdade

Voltando à leitura do Gênesis, estamos no Éden, o Paraíso primordial, onde nossos ancestrais, Adão e Eva, viviam felizes, gozando dos dons preternaturais, que lhes conferiam as imunidades do trabalho, da dor e da morte. Mas o homem perdeu esses benefícios por cometer o pecado do orgulho: comeu da fruta da árvore que lhe daria o conhecimento do bem e do mal, igualando-se, assim, a Deus. Esta forma de soberba era chamada pelos gregos de Híbris, a presunção de poder ultrapassar, impunemente, os limites impostos por uma força superior. A figura mitológica de Prometeu está bem próxima da descrição bíblica: enviado por Júpiter na terra para fazer um ser diferente dos animais, o Titã pegou do barro e esculpiu uma massa em que colocou a fidelidade do cavalo, a força do touro, a esperteza da raposa e a avidez do lobo. Mas lhe faltava vida espiritual. Prometeu, então, roubou uma centelha do fogo divino para animar sua criatura. E Júpiter se vingou enviando Pandora com sua caixa de desgraças que se espalharam pelo mundo.

As duas narrativas, bem semelhantes, tentam explicar a origem da insatisfação humana, que não se contenta com sua condição precária, querendo sempre saber e obter mais. O que causa espécie, quer no mito bíblico de Adão, quer nas lendas gregas de Prometeu e de Édipo, é a transmissão da culpa de pai para filho, de geração para geração. Conforme a justiça humana, nenhuma culpa é transferível de uma pessoa para outra. Os filhos podem herdar a “pena”, ser vítimas de ações desastrosas feitas pelos pais, mas nunca a “culpa”. Porque Adão e Eva comeram a maça nas origens da criação da raça humana, ainda hoje, após milhões de anos, uma criança e sua mãe herdam não só a conseqüência desse pecado, a dor do parto, mas também a culpa, necessitando da água batismal para lavar a alma. E quem não receber a água benta na cabeça será um excluído do reino do céu. Coitados dos homens que tiveram a infelicidade de viver antes de Cristo ou de não encontrar um padre ou um pastor que os batizasse!

Na verdade, o mito da “queda” de Adão é, por si só, um absurdo, algo que ofende a inteligência humana. Se Deus criara o homem livre, feliz e imortal, por que o sufocou com uma proibição impossível de obedecer? Se é próprio da natureza humana o “querer saber”, pois o suposto Criador fez o homem com um cérebro dotado de neurônios, as células do pensamento, por que, então, a ordem de manter o homem na ignorância? E se Ele, como ser onividente e onipotente, sabia de antemão que Adão não teria resistido ao sabor da fruta, por que o submeteu ao fracasso? Algum pai humano assistiria indiferente à desgraça de um filho, se pudesse evitá-la, apenas para salvaguardar seu livre arbítrio?

Pior é que o culto à ignorância, a proibição do querer saber, ainda persiste na sociedade moderna. Se há algo em comum em todas as religiões é a recusa de aceitar o raciocínio lógico, o bom senso, a realidade histórica, a verdade científica. Mandam simplesmente acreditar no que alguns exaltados, achando-se inspirados por uma divindade, disseram milhares de anos atrás. E alguns homens, que tiveram a ousadia de refletir por conta própria, diferenciando-se do que Nelson Rodrigues chamou de “unanimidade burra”, foram considerados loucos e castigados. A literatura tem páginas admiráveis sobre este tema: O elogio da loucura, do humanista holandês Erasmo de Roterdam; O alienista, de Machado de Assis; Assim falou Zaratustra, de Friedrich Nietsche; Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.

A Arca de Noé

Adão, que tinha desobedecido a Deus, gera o filho Caim, que acaba matando o irmão Abel por ciúme, pois o Senhor gostava mais do churrasco do rebanho de Abel do que dos legumes oferecidos por Caim. Com tais ancestrais invejosos e fratricidas, não temos porque estranhar a continuada matança dos homens entre si, ao longo dos séculos! Talvez as lendas sobre Caim e Abel estejam ligadas à passagem da agricultura para a pecuária, ao longo da evolução da civilização hebraica.

Adão, que morreu com 930 anos, teve outros filhos. A linhagem de Set deu origem à série dos dez Patriarcas, anteriores ao Dilúvio, que constituem a ponte, sustentada por dez largos arcos, que liga Adão a Noé. Destaque para o patriarca Matusalém, que viveu 969 anos, vindo a ser o avô de Noé que, com 500 anos (e sem Viagra!) gerou Sem, Cam e Jafet. Essa cronologia bíblica gera muita suspeita, visto que os povos primitivos têm uma média de vida bem inferior à dos civilizados. Veja-se a grande mortalidade no meio das povoações indígenas, desprovidas de assistência médica, odontológica e hospitalar.

Sempre conforme a Bíblia, depois de uma época de heroísmo e grandiosidade, a humanidade se corrompeu e Deus se arrependeu de ter criado o mundo, determinando sua destruição. Quis salvar apenas o único homem justo, Noé, a quem deu a ordem de construir um enorme barco, onde pudesse abrigar sua família e um casal de cada espécie de animais e de plantas. Aí, abriu as torneiras do céu e mandou chover torrencialmente durante quarenta dias. As águas cresceram e levantaram a arca, fazendo-a flutuar, enquanto todas as outras criaturas desapareceram. Passado o dilúvio, Noé construiu um altar ao Senhor e ofereceu holocaustos. E Deus estabeleceu um Pacto de Aliança com Noé e sua descendência, prometendo nunca mais castigar a humanidade. E selou este acordo com a criação do Arco Íris.

Também o episódio bíblico do Dilúvio não é original. Nas mitologias antigas há várias formas de dilúvio descritas como castigo de Deus. Essa lenda mesopotâmica deve ter tido origem em inundações do rio Tigre ou Eufrates. Provavelmente, foi aproveitada por Moisés ou outro escritor bíblico para explicar a desordem cósmica: primeiro, Adão revolta-se contra Deus (humanidade vs divindade); depois, Caim contra Abel ( homem vs homem); enfim, as águas contra Noé (força da natureza vs homem). O Dilúvio é um dos pontos centrais do Velho Testamento, porque representa a mediação das três Alianças que o Deus bíblico teria estabelecido com o povo hebreu, estando no meio entre a Aliança que Deus fez com Abraão (escolha do Povo) e a que fará com Moisés (conquista da Terra Prometida). Certo é que o episódio bíblico do dilúvio está ligado à memória mítica de povos primitivos assustados por imensas inundações ocorridas quando se formaram o Mar Negro e o Mediterrâneo.

A Torre de Babel

Após o dilúvio, os três filhos de Noé, Sem, Cam e Jafet, se dispersaram, dando origens a várias tribos, que acabaram falando dialetos diferentes. Para explicar a origem da diversidade de línguas, o narrador bíblico reporta a lenda da Torre de Babel: Deus teria punido o orgulho dos homens que, pela construção de uma torre altíssima, queriam alcançar o céu. O Senhor, simplesmente, confundiu a língua dos pedreiros. A aspiração humana para o alto se encontra também no mito grego de Ícaro, que alçou vôo por cima do mar com duas asas de cera, que o sol derreteu. O fato histórico que está por baixo da narração bíblica é que na cidade de Babel (outro nome de Babilônia, então centro comercial do Oriente), chegavam mercadores de vários países, que falavam diferentes idiomas.

A verdade é que os primeiros onze capítulos do Gênesis, que acabo de resumir, constituem a pré-história da cultura judaica. A língua hebraica, em que foi redigida o Velho Testamento (descontando alguns trechos em aramaico), pertence ao ramo cananeu do grupo semítico. Sua origem remonta ao séc. X a.C., época em que se encontram registrados os primeiros documentos históricos, poéticos e litúrgicos. Tudo o que aconteceu anteriormente foi transmitido pela tradição oral e, só bem mais tarde, pessoas alfabetizadas começaram a pôr por escrito histórias que ouviram de seus antepassados. Se a isso acrescentarmos o fato de que os livros bíblicos tiveram vários redatores e em épocas diferentes, não é difícil entender a causa de tantas repetições, contradições, inverdades.

sexta-feira, 1 de março de 2013

pt.scribd. ( O Testamento de Salomão)

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O "Testamento de Salomão"

Este texto (que pode ser lido, em versão inglesa, (aqui), apesar de ter a sua base na história bíblica do Rei Salomão, tem um aspecto .

Segundo esta obra, através de artes mágicas (ou milagres, ou o que lhe queiram chamar) o Rei Salomão capturou diversos demônios  com os quais construiu o famoso Templo de Jerusalém. Eventualmente aproximam-se deste rei uma infindável horde, e cada um deles revela o seu nome, ao que preside, e a forma como pode ser vencido. Porém, inesperadamente, pelo menos quatro dessas figuras são conhecidas por nós - as sete plêiades, a Medusa, Hecáte, e uma tripla criatura que se pode transformar em Cronos - e apesar de não serem mencionadas pelo respectivo nome, pelas suas características são possíveis de distinguir das demais, figuras extremamente obscuras e que não são mencionadas em quaisquer outros textos. Existe também a referência a uma outra figura desta mitologia, aí já como anjo, mas parece ser somente uma coincidência de nome, já que nunca se ouviu falar de uma semelhante metamorfose.

Será este texto, então, um dos primeiros em que as divindades pagãs começam a ser vistas como malévolas? Nos seus instantes finais existe uma referência implícita a Jesus Cristo (um dos demônios afirma temer alguém nascido de uma virgem e crucificado pelos Judeus), o que parece querer dizer que ou o texto foi escrito já na nossa era, ou foi alterado por cristãos, ou que esta previsão, a ser feita antes do nascimento de Jesus, foi certeira. Em qualquer dos casos, a referência às quatro figuras, supracitadas, parece demasiado idêntica para ser mera coincidência.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Inédito! Está chegando: Jesus no Cinema (André Leonardo Chevitarese)

Prepare-se! 
Em Breve !
JESUS NO CINEMA
Mais uma grande obra literária de
André Leonardo Chevitarese.
"Belo, impactante"
"Simplesmente sublime"
"Uma preciosidade"
"Literatura e Arte"
AGUARDE!



Jerônimo e Damaso, um acordo entre apóstatas.

 Tradução da carta escrita por S.Jerônimo ao Papa Damaso no ano 384, acerca de adulterações, a serem feitas nos 4 evangelhos do Novo testamento. Segundo Damaso, tais alterações serviriam para dar um padrão único aos  Evangelhos. E assim exprimir melhor a fé católica. O documento só reforça o que a Crítica textual da Bíblia afirma que, antes, durante, e após o fechamento do Cânon, textos da Bíblia foram suprimidos e interpolados. Algo que pode facilmente ser verificado também no Antigo Testamento.

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1ª IMAGEM- CARTA DE JERÔNIMO EM LATIM

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2ª IMAGEM- CARTA DE JERÔNIMO EM LATIM

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3ª IMAGEM  
SELO DA AUTENTICAÇÃO DA CARTA DE JERÔNIMO

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4ª IMAGEM 
 CARTA DE JERÔNIMO EM PORTUGUÊS  (PT I)

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5ª IMAGEM 
 CARTA DE JERÔNIMO EM PORTUGUÊS  (PT II)

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6ª IMAGEM 
 CARTA DE JERÔNIMO EM PORTUGUÊS  (PT III)


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Epopeia de Gilgamés e o Paraíso Perdido


O Paraíso no Golfo Pérsico

Considerada por alguns especialistas como a mais antiga obra da literatura mundial, a Epopeia de Gilgamés já se referia à existência do paraíso numa ilha do Golfo Pérsico.

Cerca de 3 mil anos antes de Cristo, os sumérios já falavam a respeito da existência de um local conhecido como o Jardim do Éden. Nos textos cuneiformes da Suméria – talvez os mais antigos do planeta – o local surge com o nome de Dilmun, um lugar puro, limpo e claro, onde a doença, a violência e o envelhecimento não existiam. Inicialmente, nesse Éden faltava água, mas o deus da água, Enki, providenciou isso, e Dilmun foi transformado num jardim repleto de árvores frutíferas, plantas e flores.

Ao contrário da teoria defendida por vários pesquisadores, situando o Jardim do Éden citado na Bíblia numa região entre os rios Tigre e Eufrates, os textos sumérios o situam numa ilha, hoje em dia conhecida como Bahrein, situada no Golfo Pérsico. Ali estava o centro de um reino que se estendia por boa parte da atual Arábia Saudita.
Diferentemente do Éden da Bíblia, Dilmun era considerado um paraíso apenas para os deuses. O único humano admitido nesse paraíso foi Ziusudra, também conhecido como Utnapishtim, citado na Epopeia de Gilgamés como o homem que, avisado pelo deus Enki, sobreviveu ao dilúvio construindo uma arca.

Essas narrativas sumérias reforçam a ideia de que muitas histórias da Bíblia foram, na verdade, baseadas na Epopeia de Gilgamés, adaptando-se à cultura babilônica que posteriormente dominou a região da Mesopotâmia, depois chegando aos hebreus.

O Bahrein já foi chamado de “ilha dos mortos”, devido à imensa quantidade de montes funerários pré-históricos existentes no local. No entanto, as escavações arqueológicas comprovaram que o Bahrein era o centro de um império que se estendia à atual Arábia Saudita. Mais do que isso, teria sido a única região que sobreviveu ao dilúvio.
O fotógrafo e arqueólogo saudita Nabiel Al Shaikh, do Dammam Regional Museum, entende que um dos sítios encontrados, com cerca de quatro mil anos de idade, comprova que a civilização Dilmun foi uma das primeiras a utilizar um calendário solar.

Dilmun estava localizada na encruzilhada das rotas de comércio entre o vale do Indo e a Mesopotâmia, e era um importante elo de ligação entre as duas civilizações.
As escavações arqueológicas no Bahrein começaram em 1954, lideradas por Geoffrey Bibby, que liderou a expedição dinamarquesa do Museu Moesgaard. Muitos objetos foram encontrados em sepulturas, assentamentos e templos, como ferramentas e armas da idade da pedra, com mais de sete mil anos de idade. Geralmente, os arqueólogos determinam o primeiro período da civilização entre 3.200 e 2.200 a.C. O período áureo teria sido entre 2.200 e 1.600 a.C., com a civilização se estendendo até cerca de 300 a.C., quando ocorreu um declínio no comércio de cobre que era controlado por Dilmun.

Claro que os objetos encontrados estão longe de sustentar o status de “morada dos deuses” atribuído à ilha na Epopeia de Gilgamés. No entanto, essa é uma situação que ocorre também com relação a vários documentos ou textos antigos do mundo. Por exemplo, a maioria dos estudiosos afirma que o texto sumério sobre Gilgamés foi escrito cerca de 3 mil anos antes de Cristo, também a idade aproximada da civilização suméria; mas outras linhas de pesquisa se referem a datas que chegam a 8 ou 10 mil a.C. Não são poucos os que situam o dilúvio em cerca de 10 mil a.C., de modo que uma civilização estruturada já deveria existir nessa época.

Quase todos os estudos preferem entender que as referências a um “paraíso terrestre” ou um “local onde os deuses residiam” não devem ser entendidas literalmente. A chamada “linha alternativa” de pesquisas vai por outro lado, partindo da especulação de que esses “deuses” de fato existiram, estabeleceram seus centros em várias regiões do planeta. A partir desses centros, dominaram ou ajudaram diferentes culturas, fornecendo informações que alavancaram o desenvolvimento ou, nos casos mais graves, escravizaram a população local.

A descoberta de que Dilmun era um centro importante no comércio entre a Mesopotâmia e o Vale do Indo, especialmente com Harapa, considerada uma das cidades mais antigas do mundo, reforça o argumento de inúmeros historiadores e arqueólogos segundo o qual as antigas civilizações do planeta tinham estabelecido entre elas um sistema de comunicação muito mais efetivo e constante do que se imaginava até alguns anos atrás. Por exemplo, hoje em dia, expedições científicas estão procurando comprovar a existência de comunicação entre o antigo Egito e a América do Sul, algo tido como certo por muitos especialistas.









Imagem do deus sumério Enki, que permitiu que Utnapishtim sobrevivesse ao dilúvio. Foi Enki quem aconselhou a criação dos seres humanos a partir da argila formada em apsu, "o abismo das águas".
Os mitos dizem que Enki convenceu os demais deuses a deixarem suas moradas para vir à Terra instruir os seres humanos.







Taça com pedestal, objeto da civilização Dilmun, datado entre 2.000 e 1.800 a.C.


Ruínas do templo Ba bar, onde estaria localizada a "fonte da juventude", em Dilmun.

Enki


O deus sumério Enki, que às vezes surge com o nome de Ea, é considerado o deus que sugeriu a criação dos seres humanos a partir da argila, outra semelhança com a criação do homem descrita na Bíblia, e que levou os especialistas a acreditar que o Gênesis foi baseado nos textos da Suméria.

Foi Enki quem convenceu os demais deuses a deixarem o local onde moravam e virem à Terra para instruir os humanos, que ainda andavam nas quatro patas e nus. Esse e outros relatos fizeram com que alguns ufólogos relacionassem esses deuses com a presença de seres extraterrestres num passado longínquo do nosso planeta, ideia rechaçada pela maioria dos historiadores e arqueólogos.

Alguns textos afirmam que, para ficar em paz, Enki se isolou na cidade de Eridu, que na época ficava às margens do Golfo Pérsico. Seu palácio se situava debaixo do mar, e ali ele dormia profundamente. Esse conceito parece que se estendeu até as civilizações posteriores, como a babilônica e a assíria, que se referiram à presença de seres conhecidos como akpalos; eles surgiam do mar, carregando aparelhos estranhos às costas, e ensinavam uma série de conhecimentos científicos às populações locais.